segunda-feira, 30 de novembro de 2015
domingo, 29 de novembro de 2015
sábado, 28 de novembro de 2015
Conferência de D. Athanasius Schneider em Lisboa (Parte I)
Neste último Sábado, Lisboa teve a graça de receber D. Athanasius Schneider, Bispo auxiliar de Astana, Cazaquistão. Desde o berço, D. Athanasius viveu num contexto de Igreja perseguida, onde não havia nem Missa regular nem a presença de sacerdotes, pois estes eram vistos como “potenciais inimigos do regime” soviético sob o qual cresceu.
Veio à Paróquia de São Nicolau, na Baixa de Lisboa, falar sobre a arte de celebrar. Deixamos aqui algumas notas sobre o conteúdo da sua conferência para posterior reflexão, através de uma série de três artigos, cobrindo as duas temáticas centrais – A liturgia e a reverência a Jesus Eucarístico – e uma série de perguntas e respostas colocadas a D. Athanasius.
A Arte de Celebrar – Como se diz o Céu na Terra
Parte I - Sobre a Santa Missa e a celebração litúrgica
“É Necessário reflectir sobre aquilo que é mais central na
nossa Fé”
D. Athanasius sublinha que pelo facto da Santa Missa ser o
acto central da nossa fé – participamos desta diariamente ou todos os Domingos
– é necessária uma reflecção sobre aquilo que fazemos quando vamos à Missa.
O
que é a Eucaristia? Jesus dá-nos a resposta quando fala à Samaritana da água
viva da vida Eterna: “Se conhecesses o dom de Deus e quem é o que te pede:
‘dá-me de beber’, tu lhe pedirias, e Ele te daria água viva” (Jo 4,10). Esta
água viva é o maior dom que Deus nos poderia dar, que é a oferta de Si próprio,
Corpo e Sangue, oferecido, imolado por nós e para nós. Não há maior dom do que
o dom do próprio Deus!
Quando Jesus encarnou, trouxe consigo todo o Céu para a
terra e consigo o cântico que nos Céus se canta eternamente: daí o facto de nos
ajoelharmos quando ouvimos o início do evangelho de João, proclamado no final de
cada Missa na Forma Extraordinária: “et verbum caro factum est et habitavit
in nobis”, pois assim estamos a reconhecer o Dom divino que nos foi dado.
“Não somos Anjos: também devemos ver uma certa forma de
Glória de Deus Encarnado”
Se é verdade que é pela fé que vemos a Glória de Deus,
também não podemos esquecer que não somos Anjos, pelo que devemos ver pelos
olhos do corpo uma certa forma de Glória do Deus Encarnado. Deveríamos ver a
Glória de Deus na Luz, na Santidade, na Beleza da Santa Missa. A verdade da
liturgia é este “ver a Glória de Deus” e assim foi ao longo dos 2000 anos de
existência da Igreja.
Com esse fim, o livro do Apocalipse e a restante Sagrada
Escritura estão cheios de indicações sobre como adorar a Deus: desde o
“prostrar-se diante de Deus”, o “ajoelhar diante do cordeiro”, os anciãos que
“desceram dos tronos e se prostraram”, o “cantar um hino novo” a Deus, as
ofertas de incenso. Assim como a Sagrada Escritura está cheia de indicações,
assim estão também os documentos da Santa Sé sobre a liturgia.
O objectivo de
tudo isto é ter um modelo para celebrar a liturgia celeste na terra. O próprio
Cristo nos mostrou como adorar a Deus na terra: Cristo ofereceu a Deus orações
e súplicas, com grande temor e reverência (Heb 12,28). Tal vemos na
Carta aos Hebreus, 12,28, devemos servir a Deus com temor e reverência. Não um
temor servil, antes filial – mas um temor!
Tal foi a atitude que sempre marcou os tempos da Igreja ao
longo da sua história. Logo desde o início, ao ler os padres da Igreja vemos este
espírito de temor e reverência. É através deste espírito que o Espírito Santo
“deixa crescer organicamente esta árvore bela da liturgia”, que se desenvolve
num reconhecer cada vez mais profundo daquilo que celebramos.
O que muda na
liturgia é sempre através de um processo orgânico: é este o princípio da
renovação litúrgica, pois a liturgia é algo que cresce como uma flor, como um
corpo... sem ruptura com as suas fases anteriores de crescimento. Aliás, este
princípio está exposto nos documentos do Concílio Vaticano II, especialmente na
Constituição sobre a Sagrada Liturgia,
Sacrosanctum Concilium, número 23, onde explicitamente se proíbem inovações na
liturgia: apenas é admitido este processo orgânico de enriquecimento, sem
rupturas.
As reformas que se dão são dentro deste processo orgânico. Os padres
conciliares são muito cautelosos quanto à admissão de reformas, admitindo-as
apenas quando estas têm garantia de utilidade certa para a Igreja.
Quanto a esta questão, não nos podemos iludir, devemos
reconhecer que muito do que foi feito na Santa Missa não corresponde aos princípios
estabelecidos pelo Concílio Vaticano II. O próprio Cardeal Ratzinger, enquanto
era perfeito da Congregação para a Doutrina da Fé, reconheceu que muitas coisas
na nossa Missa de hoje não correspondem ao
princípio do Concílio Vaticano II. Houve ruptura.
“Non nobis, Domine, non nobis, sed nomini tuo da gloriam”
O salmo 113
lembra-nos algo muito importante: Non nobis, Domine, non nobis, sed nomini
tuo da gloriam. Não a nós, senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória. Tudo
o que fazemos na liturgia e o que nela damos de melhor é para Deus, não para
nós. Como Não é algo para nossa honra, mas para a Glória de Deus.
É para glorificar
a Deus que se eleva o esplendor da Santa Missa. No número 2 da constituição Sacrosanctum
Concilium lemos o seguinte: na liturgia, o que é humano deve orientar-se
ao divino, a acção deve ser subordinada e ordenada à contemplação, o
que é temporal subordinado e ordenado ao eterno e o que é terreno subordinado e
ordenado ao celeste.
Estamos a seguir este princípio? Façamos um exame de
consciência: nas nossas paróquias está Deus ou o homem em primeiro lugar?
Valorizamos mais a acção ou a contemplação? O Sacerdote, que é um homem e não
Deus, tem a liturgia centrada em si ou apaga-se, para dar relevo a Cristo? Nós
não fazemos um culto protestante onde tudo é simplesmente simbólico: de facto
podemos ver a Deus na Eucaristia, na hóstia consagrada!
Nota - A segunda parte deste resumo encontra-se aqui: Conferência de D. Athanasius Schneider em Lisboa (Parte II)
sexta-feira, 27 de novembro de 2015
quinta-feira, 26 de novembro de 2015
Entretanto no Quénia...
quarta-feira, 25 de novembro de 2015
Para quem diz que a Igreja sempre foi contra o sexo
Concílio Toledo (400) e Concílio Braga (563) - Condenam as afirmações maniqueias e priscilianas que negavam a bondade da sexualidade e do matrimónio, e defendiam a origem não-divina (satânica) do corpo.
Concílio de Gangra (341) - Condena dos seguazes de Eustáquio de Sebaste, que rejeitavam o matrimónio e ensinavam que as pessoas casadas não se salvam.
Concílio Lateranense IV (1215) - Contra os cátaros e albigenses, afirma que não apenas os virgens e continentes, mas também os esposos merecem atingir a felicidade eterna.
Concílio de Viena (1311-1312) - Condena as teses da seita dos begardos e das beguinas que consideravam pecado mortal o beijo, e indiferente a relação sexual.
terça-feira, 24 de novembro de 2015
Procurar a verdade fora da Igreja Católica é um erro
"Muito lamentável é ver até onde se atiram os delírios da razão humana, quando o homem corre após as novidades e, contra as admoestações de São Paulo, se empenha em saber mais do que convém e, confiando demasiado em si, pensa que deve procurar a verdade fora da Igreja Católica, onde ela se acha sem a menor sombra de erro."
Papa Gregório XVI in Enciclica 'Singulari Nos' (7/07/1834)
segunda-feira, 23 de novembro de 2015
domingo, 22 de novembro de 2015
sábado, 21 de novembro de 2015
Romeu, Julieta e a adopção
Um excelente homem nunca poderá ser mãe, nem nenhuma óptima mulher poderá ser pai
O país está em polvorosa por causa da adopção de crianças por pessoas em uniões ditas homossexuais. Questiona-se também a legitimidade da adopção por duas pessoas do mesmo sexo. Afinal que pais dar às crianças do nosso país?
Uma mulher e um homem sem abrigo, ou octogenários, podem ser bons pais? Talvez. Um casal de detidos, analfabetos ou alcoólicos é capaz de proporcionar um bom acompanhamento a um menor? Possivelmente. Mas, em qualquer destes casos, ou análogos, é evidente que essa circunstância dificulta o exercício das funções parentais, muito embora as não exclua absolutamente.
Duas pessoas do mesmo sexo também podem, eventualmente, desempenhar algumas competências paternas ou maternas, mas não ambas, como é óbvio, porque um excelente homem nunca poderá ser mãe, nem nenhuma óptima mulher logrará ser pai. Como a união de duas pessoas do mesmo sexo não é natural, ao contrário da existente entre um homem e uma mulher, não é apta para uma saudável educação de um menor. Por isso, havendo casais dispostos a adoptar, garantindo ao menor um pai e uma mãe adoptivos, a lei não deve optar por uniões de pessoas do mesmo sexo, que apenas podem proporcionar à criança um pai, ou uma mãe, em duplicado.
Há quem afirme que duas pessoas do mesmo sexo podem ser bons pais. Mas a questão é saber se podem ser tão eficazes como um casal natural, em que as funções paternas e maternas são, efectivamente, asseguradas por um homem e uma mulher. Num estudo de 2012, do New Family Structures Study, coordenado pelo Prof. Regnerus, da Universidade do Texas, concluiu-se, a partir de uma significativa amostra de 2988 casos, que os menores criados por famílias naturais são mais saudáveis do que os que o foram por duas pessoas do mesmo sexo.
De facto, um fulano de bigodes, se não houver nenhuma dama, pode fazer de Julieta; como uma escultural senhora, não havendo um macho, poderá representar Romeu; mas o que é natural, lógico e razoável é que os papéis dessas personagens sejam desempenhados, respectivamente, por uma actriz e por um actor. Pois bem, na família há também um papel feminino, o de mãe, que só uma mulher pode desempenhar, como há um masculino, o de pai, que só um homem consegue exercer.
A missão da lei não é dar crianças a quem as queira, por mais louváveis que sejam os candidatos a pais adoptivos, mas proporcionar a melhor solução possível às crianças órfãs de pai, de mãe ou de ambos. Por isso, em princípio, não se concedem menores, em adopção, aos sem-abrigo, nem aos octogenários, nem aos reclusos, nem aos analfabetos, nem aos alcoólicos, mesmo que entre estes haja também excelentes mães e pais, mais por via de excepção do que por regra.
A regra - e é a lei que está agora em causa no nosso país - deve ser sempre a do superior interesse da criança, o qual requer, por uma razão ética mas também científica, não quaisquer adoptantes, mas os melhores entre os possíveis. Não há famílias perfeitas, mas há umas que são objectivamente mais idóneas do que outras e por isso a lei não deve privilegiar uma hipótese menos boa, quando pode e deve proporcionar uma melhor solução para o menor desvalido.
É de exigir, portanto, que a família que acolhe a criança esteja constituída pela união estável de uma mulher e de um homem, ou seja, uma mãe e um pai, respectivamente. A inexistência ou a incapacidade dos progenitores requer a sua substituição, não por uma qualquer união, mas por um outro pai e uma outra mãe. É com efeito o que o órfão mais deseja e necessita, para o seu são desenvolvimento. E a que tem, quer se queira quer não, um inegável direito.
Pe. Gonçalo Portocarrero in ionline
Pe. Gonçalo Portocarrero in ionline
sexta-feira, 20 de novembro de 2015
Quem vive apegado ao mundo não pensa na sua salvação eterna
quinta-feira, 19 de novembro de 2015
As crianças não precisam da adopção por pares homossexuais
Três histórias da vida real
Dawn Stefanowicz: Viveu com pai, o companheiro do pai e a mãe
Doug Mainwaring: Homossexual, adoptou dois rapazes
Robert Oscar Lopez: Viveu com duas "mães" lésbicas
Estudos
Regnerus, Mark. New Family Structures Study. ICPSR34392-v1. Ann Arbor, MI: Inter-university Consortium For Political and Social Research [distributor], 2012-11-28
Os estudos científicos concluem que crianças criadas por pessoas do mesmo sexo têm resultados significativamente piores nas dimensões sociais, emocionais e relacionais.
quarta-feira, 18 de novembro de 2015
Porta Santa da Basílica de S. Pedro foi reconhecida
Realizou-se a cerimónia de Reconhecimento da Porta Santa da Basílica de São Pedro, afirma um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé.
Após uma oração feita pelo arcipreste da Basílica vaticana, Cardeal Angelo Comastri, que conduziu a procissão do Cabido da Basílica, e a monição de um membro do cerimonial. Funcionários da Fábrica de São Pedro perfuraram com uma picareta a parede que vedava a Porta Santa dentro da Basílica, extraindo a caixa metálica nela colocada desde o momento da conclusão do Grande Jubileu do Ano 2000. O objecto continha os “documentos” do último Ano Santo, a chave que permitirá abrir a Porta Santa, as manilhas, além do pergaminho notarial, tijolos e medalhas comemorativas.
Após ter rezado no altar da confissão – lê-se na nota –, a procissão chegou à Sala capitular, onde a caixa metálica extraída da porta foi aberta com um maçarico.
Além do Mestre das cerimónias litúrgicas do Santo Padre, Mons. Guido Marini, que recebeu “os documentos e os objectos do Reconhecimento", estava presente o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella, conclui a nota.
in news.va
terça-feira, 17 de novembro de 2015
Um leigo pode abrir e fechar o Sacrário?
O ministro ordenado (o Padre), que é ministro ordinário da comunhão, é a única pessoa que normalmente pode e deve abrir o Sacrário para verificar as hóstias sagradas, para trazer ou levar a reserva, fazer a exposição do Santíssimo etc...
No final do rito da comunhão, durante a Missa, “as hóstias consagradas que tenham sobrado sejam consumidas pelo sacerdote no altar ou sejam levadas ao lugar destinado para a conservação da Eucaristia” (Redemptionis Sacramentum, 107).
Portanto, os acólitos instituídos e/ou chamados ministros extraordinários da comunhão não podem ter acesso ao Sacrário, menos ainda na presença do sacerdote e em plena Missa.
Se isso acontece, é um abuso que infelizmente é consentido por alguns sacerdotes. “O acólito é instituído para o serviço do altar e para ajudar o sacerdote e o diácono. Compete-lhe, como função principal, preparar o altar e os vasos sagrados e, se for necessário, distribuir aos fiéis a Eucaristia, de que é ministro extraordinário” (Instrução Geral do Missal Romano, 98).
Então, que fique claro: normalmente, os acólitos e/ou ministros extraordinários da comunhão ajudam a distribuir a Eucaristia em casos excepcionais; mas não podem, quando há um Padre presente, abrir ou fechar o Sacrário, nem ir buscar ou deixar as hóstias no final da comunhão.
“Sem dúvida, aonde a necessidade da Igreja assim o aconselhe, faltando os ministros sagrados, podem os fiéis leigos suprir algumas tarefas litúrgicas, conforme às normas do direito” (Redemptionis Sacramentum, 147).
Portanto, somente em casos muito extraordinário e extremamente necessários, um acólito (que é um ministro extraordinário da comunhão) pode ter acesso ao Sacrário – por exemplo, quando um padre idoso já não consegue caminhar e não há outros padres, ou também em terra de missão, quando não há nenhum Padre numa comunidade e é preciso levar a comunhão a um doente, fazer a exposição do Santíssimo (mas com a píxide e sem dar a bênção) etc.
“O ministro da exposição do Santíssimo Sacramento e da bênção eucarística é o sacerdote ou o diácono; em circunstâncias especiais, exclusivamente para a exposição e a reposição, mas sem a bênção, é o acólito, o ministro extraordinário da Sagrada Comunhão, ou outrem designado pelo Ordinário do lugar, observadas as prescrições do Bispo diocesano” (Código de Direito Canónico - 943). Isso implica que, nestas circunstâncias especiais, uma pessoa que não é ministro ordenado pode abrir e fechar o Sacrário.
De qualquer maneira, é preciso estar muito atentos, pois há muitas situações nas quais pode haver abuso e que se justificam por supostas “necessidades pastorais”. É importante vigiar, pois é preciso redobrar o respeito e a solenidade na liturgia.
“Onde as necessidades da Igreja o aconselharem, por falta de ministros, os leigos, mesmo que não sejam leitores ou acólitos, podem exercer alguns ofícios, como o de ministério da palavra, presidir às orações litúrgicas, conferir o baptismo e distribuir a Sagrada Comunhão, segundo as prescrições do direito” (Código de Direito Canónico - 230, 3).
É claro que estes ministros extraordinários ou leigos devem cumprir com certos requisitos, começando pelo facto de terem sido nomeados pelo Ordinário do local.
in Aleteia
in Aleteia
segunda-feira, 16 de novembro de 2015
O aborto explicado para não crentes
Uma das grandes dificuldades quando se discutem temas fracturantes (e, na verdade, qualquer tema) com pessoas de opinião diferente da nossa está em estabelecer, à partida, os pontos em que estamos de acordo, e tentar construir uma argumentação lógica partindo daí. Esta questão é essencial para uma conversa produtiva que nos faça crescer espiritual e intelectualmente.
No tema do aborto, em particular, temos de ter a noção que, quando falamos com pessoas a favor do mesmo, estas não são, na maioria das vezes, mal intencionadas... acreditam mesmo que estão a defender a posição mais justa... encontram-se profundamente enganadas... mas não por malícia.
Assim, devemos evitar sobresaltos e ter sempre grande amabilidade, honestidade e humildade quando falamos com os outros.
Queria assim começar a abordar o tema partindo de permissas que penso serem globalmente aceites, tentando ser o mais claro possível.
Penso que todos concordamos que é moralmente errado matar seres humanos inocentes... não só é errado como é absolutamente reprovável... e isto acho que é mais ou menos universal...
A conclusão lógica que se tira daí é que, se o bebé que está no interior da mulher for um ser humano, então o aborto é, logicamente, reprovável.
A grande questão que se coloca aqui será, por isso, a partir de que ponto é que se pode considerar que se trata de um humano?
Para responder a isto temos primeiro que definir este conceito. À partida pode parecer difícil, mas vi há uns dias uma definição que penso ser a mais clara já encontrei.
Um ser humano é um ser vivo da espécie Homo Sapiens.
Pode parecer uma afirmação evidente, uma verdade de La Palisse, tão óbvia que dificilmente alguém a nega, mas tem um sentido bastante profundo... o sentido que basta um ser estar vivo e ser da espécie Homo Sapiens para ter dignidade como qualquer outro Humano.
Vamos, por isso, investigar algumas pistas sobre o que é um ser vivo.
Actualmente ainda há alguma dificuldade em definir exactamente o que é um ser vivo... há, contudo, algumas certezas.
Sabemos, por exemplo, que basta uma célula para se ser considerado um ser vivo, mas temos de fazer uma distinção importante.
Existem organismos unicelulares, que apenas têm uma célula, e, neste caso, essa célula é a totalidade do ser vivo, e organismos pluricelulares, que contêm várias células, mesmo milhões, caso em que uma célula é apenas uma parte, e o ser vivo corresponde ao conjunto de todas as suas células activas.
Com esta distinção é óbvio que, quando eu mato uma bactéria (unicelular) estou a destruir a totalidade deste organismo, mas quando um organismo pluricelular (como um humano) toma banho, eliminando células mortas da superfície da pele, ou mesmo, por questões de saúde, tira, por exemplo, o apêndice, está, regra geral, a destruir apenas parte das suas células, não pondo em risco a sua existência enquanto ser vivo. Obviamente, se eu destruir a maior parte das células de um ser pluricelular, ou impossibilitar que este realize as suas actividades vitais, estou a colocar em sério risco a vida deste ser, podendo mesmo levar à sua destruição.
Como o ser com que estamos a lidar tem, desde a sua concepção pelo menos uma célula, é um ser vivo.
Outra questão que podemos levantar é como destinguir os seres vivos entre si?
Na maior parte dos casos é óbvio, existe, regra geral, uma separação física evidente entre eles, mas no caso que estamos a considerar essa separação não é tão óbvia, pelo menos nas fases iniciais da gravidez. Temos então que recorrer a métodos mais sofisticados.
Graças ao desenvolvimento no campo da Biologia, sabemos hoje que uma característica identificativa essencial de cada ser vivo é o seu ADN. O ADN é, no fundo, uma cadeia de nucleótidos que existe no núcleo das células e que tem as instruções biológicas para o desenvolvimento e funcionamento do ser a vivo a que pertence.
Outra característica do ADN é a sua capacidade de fazer cópias exactas de si mesmo, de forma que todas as células de um organismo têm o mesmo ADN nos núcleos.
Ora, esta é uma característica identificativa do ser vivo. À excepção dos gémeos verdadeiros, só existe uma pessoa com um determinado código genético, sendo possível identificar diferentes indivíduos através deste (à semelhança das impressões digitais, mas mais sofisticado).
Quando se dá a fecundação, ou seja, a concepção, uma parte do ADN, que vem do pai, combina-se com outra parte, que vem da mãe, e forma-se um novo código, distinto dos que lhe deram origem. Este código genético é o que identifica o novo indivíduo, mostrando assim que ele é um ser distinto dos seus progenitores, obviamente dependente da sua mãe, mas ainda assim distinto.
Concordamos então que, desde a concepção, temos um ser vivo distinto dos seus progenitores, mas será humano?
Se à primeira vista não é tão óbvio que a espécie a que este ser pertence é Homo Sapiens, espreitar o ADN pode dar-nos a resposta.
Embora o genoma de cada indivíduo seja diferente, existe sempre uma parte que é comum a todos os indivíduos da mesma espécie. É, actualmente, uma das formas mais sofisticadas de conhecer e identificar uma espécie, a análise do ADN. Este está presente em todas as células do ser, e mantém-se o mesmo desde a sua concepção.
Assim, logo no primeiro momento de vida, temos o material que permite dizer com certeza que o óvulo fecundado pertence à espécie Homo Sapiens. E mais, nesse momento o ser vivo tem apenas uma célula, mas esta rapidamente se multiplica e, embora na fase inicial ainda não sejam perceptíveis as outras características identificativas do ser humano, elas estão todas lá codificadas no genoma. Temos um ser pluricelular cujo ADN permite claramente dizer que é da espécie Homo Sapiens.
Concluindo então, se está vivo, é distinto da mãe e é da espécie Homo Sapiens, o pequeno ser é humano desde a sua concepção e, obviamente, está ainda inocente de toda e qualquer culpa que lhe possam querer atribuir.
O aborto está então a tirar a vida a um ser humano inocente e é, como tal, algo absolutamente reprovável.
Gostaria apenas de terminar fazendo notar que o que aqui escrevi poderia perfeitamente ter sido escrito por um ateu, não faz qualquer referência à Fé ou a Deus, estes dão-nos ainda mais argumentos, mas mostrei aqui que é possível, e até bastante razoável, que um não crente defenda a vida humana desde a concepção.
Gonçalo Andrade,
finalista do Mestrado de Física no Instituto Superior Técnico
O santo de todos os dias
Por isso, o seu amor ao trabalho terá as mesmas qualidades que o seu amor a Deus: será magnânimo, permanente e afectivo. O santo de todos os dias entrega-se ao trabalho com todo o seu coração. Foi Deus quem lhe confiou esse trabalho e quer atraí-lo a Si por meio dele. Por isso não o realiza simplesmente segundo o seu próprio gosto ou capricho, nem o abandona ou executa mal. Na medida em que o trabalho está subordinado à santa vontade de Deus, reclama em alto grau toda a sua atenção e toda a sua energia.
Por isso deve executá-lo interior e exteriormente da forma mais perfeita possível, quer dizer, deve realizá-lo com amor fervoroso por Deus e fazê-lo com Deus, de modo que resulte em louvor e glória do Pai Celestial. O santo de todos os dias questiona-se a si mesmo frequentemente: “Como gostaria Deus que eu fizesse este trabalho?Tal como o Senhor, também ele gostaria de fazer sempre o que é do agrado do Pai. Por isso, também conquista em todo o lado a confiança e o apreço dos outros.
Pe. Kentenich in Santidade da vida diária
domingo, 15 de novembro de 2015
Horóscopo não, Jesus sim
sábado, 14 de novembro de 2015
Orai sem cessar
«Orai sem cessar» (1Tess 5,17) pelos outros homens. Podemos esperar que eles se arrependam e que venham até Deus. Mas pelo menos que o vosso exemplo lhes indique o caminho. À sua cólera oponde a vossa doçura; à sua arrogância, a vossa humildade; às suas blasfémias, as vossas orações; aos seus erros, a firmeza da vossa fé; à sua violência, a vossa serenidade, sem procurar fazer nada como eles. Mostremos-lhes pela nossa bondade que somos seus irmãos.
Tentemos «imitar o Senhor» (1Tess 1,6); pois quem sofreu maiores injustiças do que Ele, que foi despojado e rejeitado? Que não se encontre entre vós a erva do diabo (cf Mt 13,25). Numa pureza e temperança perfeitas, permanecei em Jesus Cristo.
Santo Inácio de Antioquia in Carta aos Efésios, 10-14
sexta-feira, 13 de novembro de 2015
Jesus, vítima na Eucaristia
Considera que Jesus Cristo renova na Eucaristia, o sacrifício do Calvário. - Recorda esta divina tragédia… O Filho de Deus agoniza num patíbulo de infâmia; o seu Sangue precioso corre de inumeráveis feridas… Jesus morre… Jesus morreu!… O sacrifício está consumado… Jesus é ao mesmo tempo, vítima e sacerdote… A justiça divina está satisfeita…, e o mundo está remido…
O mundo está remido, mas o amor de Jesus não está ainda satisfeito… Para mostrar que esse sacrifício foi obra do seu Coração, quer perpétua-lo e renová-lo todos os dias e em todas as partes do mundo… - Tudo o que se passou no Calvário, repete-se no altar, que é também a sagrada montanha da dôr, do sacrifício, da redenção… Como no Calvário, Jesus está no altar como vítima, quando, pelas palavra da consagração, o seu Corpo é separado do seu Sangue… Como no Calvário, Jesus morre no altar, quando, na sagrada Comunhão, termina a sua vida sacramental!…
A vítima divina não sofre aqui realmente, não é lacerada pelos flagelos, não goteja sangue das suas veias; mas que abatimento!… quantas humilhações… Jesus está ali, vivo e imortal, como no Céu, e todavia as funções da sua vida sensitiva estão naturalmente suspensas!… É omnipotente, e ali é fraco…, é imenso, e ali está limitado a um ponto…; é o Deus da glória, e no altar está aniquilado e insultado, - mais aniquilado que no seio da Virgem, mais insultado que no Calvário!… E tudo isto por amor dos homens, pecadores e ingratos.
Ó Jesus sêde sempre bendito!… A nossa ingratidão, longe de fatigar o vosso amor, excita-o e robustece-o, se o infinito é capaz de aumento!… Aceitais as nossa humilhações, porque produzem a nossa glorificação… Abraçais os tormentos, porque são a causa da nossa felicidade… Morreste uma vez no Calvário, e morreis todos os dias no altar, porque a vossa morte é, para nós, princípio de vida imortal.. Oh, sede sempre bendito e amado, ó meu amabilíssimo e amantíssimo Jesus
D. Thiago Sinibaldi in A alma aos pés de Jesus
quinta-feira, 12 de novembro de 2015
O sonho missionário de chegar a todos - S. Josemaria Escrivá
Missionário. - Sonhas em ser missionário. Vibras com Xavier, e queres conquistar para Cristo um império. - O Japão, a China, a Índia, a Rússia...? Os povos frios do norte da Europa, ou a América, ou a África, ou a Austrália ?
- Fomenta esses incêndios no teu coração, essa fome de almas. Mas não te esqueças de que és mais missionário "obedecendo". Geograficamente longe desses campos de apostolado, trabalhas "aqui e ali". Não sentes - como Xavier! - o braço cansado, depois de administrares a tantos o baptismo?
S. Josemaria, Caminho, 315.
quarta-feira, 11 de novembro de 2015
terça-feira, 10 de novembro de 2015
O Triunfo dos Porcos
O facebook fez o favor de me lembrar que há 2 anos atrás publiquei esta fotografia, duma mulher que se "casou" com uma ponte, no sul de França, com o sugestivo nome de "Ponte do Diabo". Ao que consta foi uma cerimónia muito bonita, ao ar-livre (por razões logísticas) e com direito a convidados e tudo (embora apenas estivesse presente a família da noiva).
Hoje, em Portugal, aconteceu um "casamento" ainda pior, entre o Partido Socialista, o maior partido da oposição, e as forças de extrema-esquerda presentes no Parlamento. Em plena lua-de-mel derrubaram o Governo legitimamente eleito pela maioria dos portugueses há menos de 1 mês.
Este golpe de Estado foi feito com toda a tranquilidade pelos campeões da democracia. Que os comunistas e a extrema esquerda tomem o poder pela força é a coisa mais normal do mundo, é a única forma que eles têm de "defenderem o povo"...contra a vontade o povo. Ao menos tenham a dignidade de se afirmarem anti-democráticos. Bem sabemos que hoje em dia quem não se diz democrático é tido como um louco e totalmente desacreditado, e isso ninguém quer, mas um mínimo de coerência é exigível.
No meio disto tudo nenhum eleitor ficou satisfeito:
- Quem votou na Coligação, que ganhou as eleições, sente que o seu voto foi inútil;
- Quem votou no PS não queria ver a extrema-esquerda no poder, caso contrário teria votado na extrema-esquerda;
- Quem votou na extrema-esquerda não queria o PS no Governo, caso contrário teria votado no PS.
Enquanto tentamos sair da grave crise económica na qual o anterior (des)governo PS nos meteu, graças à corrupção e incompetência do Sr. Sócrates, poderemos aguentar outro (des)governo socialista? Depois de tantos sacrifícios para controlar a despesa monstruosa, com que eles nos deixaram, vão voltar para acabar o que tinham começado? É que entretanto conseguiram levar o próprio Partido Socialista à falência técnica, e parece que só se conseguem salvar se chegarem ao poder e o Partido começar a receber uns subsídios e umas ajudas de custo.
O socialismo é o melhor sistema do mundo a fazer com que todos sejam iguais...na pobreza. Ao mesmo tempo que ataca e destrói os mecanismos que geram riqueza e emprego, gasta o dinheiro dos trabalhadores honestos a subsidiar a corrupção, burocracia e preguiça.
Um romance de George Orwell, ao qual chamou "Animal Farm", tem a feliz tradução para português de "O Triunfo dos Porcos". Basicamente a história trata duma revolta dos animais contra os humanos, que dirigiam a quinta onde todos viviam. Os porcos dirigem essa revolta, garantindo o apoio dos outros animais enquanto lhes prometem igualdade entre todos. No fim de contas os porcos quando chegam ao poder são bem piores do que os humanos, e há uma frase desse livro que é emblemática: "Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros".
Em Portugal estamos a assistir ao vivo e a cores ao Triunfo dos Porcos. Os socialistas chegam ao poder através duma revolução, que eles dizem ser deveras democrática, com promessas de igualdade e prosperidade. Mas no fim de contas essa igualdade e prosperidade só vai acontecer para eles próprios, como a História se encarregou de o demonstrar vezes sem conta.
Vamos atravessar uma crise profunda. Ouvimos dizer, de quando em vez, que a palavra 'crise' em chinês é composta por dois caracteres: um quer dizer 'perigo' e outro 'oportunidade'. Este é daqueles casos em que podemos confiar numa coisa feita na China. O que está a acontecer é tão escandaloso que tem que ser uma oportunidade de mudar, e mudar profundamente.
A Constituição Portuguesa, de cariz socialista, deve ser mudada. E isto já era urgente ontem! Esta Constituição não representa o que é Portugal desde que nasceu, há quase 9 séculos atrás. Foi escrita com um perfume misto entre ideais da revolução francesa e ditadura do proletariado.
A maçonaria tem que ser corrida do poder político, de uma vez por todas. Aliás, tem que ser corrida do País. O povo português tem sido escravo dessa gente com promessas de liberdade, igualdade e fraternidade, mas já não podemos cair mais nessa cantiga do bandido.
O que nos trouxeram esses que expulsaram Deus da vida pública? Leis imorais, como o homicídio legal de bebés inocentes? Como é que uma geração que, com mais ou menos consciência, está a matar a geração que está para vir pode ser saudável? O nosso futuro está a ser exterminado com o dinheiro dos nossos impostos. Divórcios expresso? Famílias destruídas? Pessoas sozinhas? Que tentam procurar o amor onde ele não existe ou o conforto em bens materiais?
A sociedade deveria ser guiada pela busca da virtude, não pela satisfação do desejo momentâneo, pela busca desenfreada do prazer ou pela irresponsabilidade. Não nos deixemos iludir mais com o "pão e circo" que eles nos garantem nem com as fantasias utópicas que eles nos prometem.
Nas últimas eleições a abstenção foi de 43%, a mais alta de sempre, desde que foi implementada esta República. Só isso seria suficiente para nos fazer perceber que a democracia que nos vendem não é assim tão democrática. E depois do que se passou hoje já não há margem para dúvidas.
Este regime está podre. Esta República está podre. Os ideais que regem a nossa sociedade não nos convêm, são um engano. Não podemos deixar passar esta oportunidade de fazer mudanças de estruturais de fundo e expulsar todos os que se andam a aproveitar da boa-fé dos portugueses há, pelo menos, 40 anos. Os porcos não hão-de triunfar!
João Silveira
O Opus Dei, uma jóia da Coroa
Saiu há uns tempos uma grande reportagem sobre a Obra, mais conhecida por Opus Dei.
Se o objectivo de denegrir a imagem da Obra não fosse cumprido, pouco me incomodariam estes artigos, mas o problema é que é muito bem cumprido. Todos os preconceitos que hoje predominam na sociedade portuguesa sobre o Opus Dei são fortemente alimentados por estas reportagens e por isso muitas pessoas se recusam, com medos baseados no que lêem, a aproximar-se dos meios de formação da Obra. O que as pessoas não sabem é que estes meios de formação fazem um bem impressionante a todos os que os frequentam e os resultados disso pelo mundo inteiro são abismais.
Será que temos noção de quantas pessoas que trabalham em arranha-céus, em caves, nas ruas, nos mares, em todo o mundo, foram e são ajudadas pela Obra? Quantos casamentos foram salvos e ganharam uma nova alegria, quantas pessoas que em desespero recomeçaram uma nova luta, quantos deixaram o conforto do seu lar para se entregarem e irem servir os outros para onde a Obra precisasse, quantos gestores bem formados à frente de empresas, quantos motoristas de autocarro simpáticos e alegres, quantos médicos verdadeiramente humanos e disponíveis, quantos padres verdadeiramente fiéis à sua Igreja Católica?
Lembro-me quando fui às JMJ em Madrid de passar pela estátua de S. Josemaria na Catedral de Nossa Senhora de Almudena e de ouvir um turista dizer para a mulher "Este é o Santo dos ricos". Deve ter-lhe escapado o que estava escrito numa das placas:
"Para cumprir a missão que Deus lhe tinha confiado, procurou também a ajuda da dor, trabalhando heroicamente, durante muitos anos, nos hospitais e nos subúrbios até ao ponto de poder afirmar que o Opus Dei tinha nascido entre os pobres e os doentes de Madrid."
Se o Opus Dei começou assim é compreensível que assim continuasse, apenas alargando o seu conceito de pobres e doentes. Vejamos alguns casos que o mostram.
O projecto Harambee é uma iniciativa de pessoas do Opus Dei que começou em 2002 na canonização de S. Josemaria e que promove hoje, dez anos depois, programas educacionais em África e para a África em pelo menos 15 países africanos.
Vejamos quatro exemplos:
- No Quénia o Strathmore Educational Trust ajuda anualmente 50 jovens dos 18 aos 25 anos das favelas de Nairobi a formarem-se em electrónica, complementando isso com formação em gestão para começarem depois as suas próprias empresas.
- No Benin, em Parakou, o Envol Afrique ajuda 100 crianças entre os 8 e os 15 anos a melhorar a sua prestação académica com actividades depois do horário escolar, evitando que se metam no crime ou em trabalhos de exploração infantil.
- Em Moçambique, "O Viveiro Tete" ajuda jovens raparigas, com mais dificuldades nos estudos, a formarem-se para depois lançarem pequenos negócios de agricultura na cidade de Tete. O projecto conta com cerca de 70 famílias envolvidas.
- Nos Camarões, o CEST ajudou durante 2 anos na formação de 350 professores na região de Hauts-Plateaux para aumentar a qualidade de educação das escolas dessa zona.
O importante a notar aqui é que, em vez de dar o peixe às pessoas, como muitas organizações "de voluntariado" fazem, o projecto Harambee está a ensinar as pessoas a pescar. Mais impressionante é que a maior parte dos projectos do Harambee estão directamente ligados aos governos dos respectivos países e, aqueles projectos que são oficialmente Católicos (muitos pertencem mesmo a ordens religiosas), não têm quaisquer restrições de etnia ou religião. www.harambee-africa.org
Como este projecto há muitos mais.
No Quénia, o Strathmore College foi o principal projecto desenvolvido por pessoas do Opus Dei em Nairobi, a pedido de S. Josemaria, nos finais dos anos 60. O seu principal objectivo é "desenvolver as consciências e treinar as mentes dos estudantes de modo a que possam servir com utilidade a sociedade. Acima de tudo a escola promove a excelência académica e a integridade moral." As bolsas para estudantes são muitas e um bom exemplo é um dos indicados acima do projecto Harambee.
Em Roma, o Centro ELIS forma jovens de condições familiares e sociais mais precárias de modo a que possam, com os seus talentos, servir a sociedade, dando também continuidade à formação que receberam.
Este projecto foi uma ideia do Papa Pio XII que decidiu que parte do dinheiro oferecido pelos Católicos à Igreja devia financiar um projecto social em Roma. O Papa João XXIII deu continuidade a isto confiando o seu desenvolvimento ao Opus Dei. O dia da inauguração, com o Papa Paulo VI e o próprio S. Josemaria, está disponível em vídeo, online na internet.
Hoje as acções de formação do centro ELIS estão a espalhar-se por todo o mundo: Argentina, Filipinas, Equador, Uruguai, Vietname, Brazil, China, Camarões, Costa do Marfim e outros...
O mesmo tipo de formação ocorre em Londres, no Baytree Center, fundado por pessoas da Obra em 1985. Este centro está localizado no Lambeth, um dos piores bairros do Reino Unido, com a terceira taxa de crime mais alta da capital. O principal objectivo é ajudar e formar raparigas, a maior parte imigrantes, de qualquer religião ou nacionalidade, para se poderem integrar com facilidade na sociedade inglesa.
O "Hospital Centro de Cuidados Laguna" é um centro hospitalar em Madrid para assistência social e de saúde a pessoas em fase terminal e a idosos com Alzheimer e outras doenças psiquiátricas. O Laguna ajuda as pessoas tanto nas próprias instalações como em consultas ao domicílio ou noutros lugares. As instalações incluem um hospital e um centro de dia.
Ainda assim, é importante notar que, na aparição do Arcanjo, Nossa Senhora não disse "Eis a voluntária do Senhor", mas "Eis a serva do Senhor", o que aumenta consideravelmente o campo de acção dos cristãos e, portanto, do Opus Dei. De facto, uma das características do espírito da Obra é lembrar as pessoas de que podemos ser "servos do Senhor" em qualquer circunstância. Isto é, este espírito de serviço e de entrega total, que devia animar o voluntariado, deve ser aplicado em todo o tipo de trabalho. Os frutos são imensos e estão à vista de todos.
Por exemplo, muitos dos médicos que trabalham neste "Centro de Cuidados Laguna" são formados na Faculdade de Medicina da Universidade de Navarra. Esta foi uma das primeiras escolas ou faculdades da universidade e, portanto, foi fundada pelo próprio S. Josemaria em 1952. Ainda faltavam mais de 10 anos para o Concílio Vaticano II vir falar de santidade no meio do mundo e as pessoas do Opus Dei já estavam a fundar uma universidade em Espanha.
Note-se que estamos a falar de pessoas que diariamente rezam o Terço e vão à Missa, pessoas cujo primeiro interesse é Deus e os outros e não a sua própria pessoa, cujo interesse está bem lá no fundo.
A wikipedia conta-nos os frutos: a universidade tem 4 campus espalhados por Espanha, 27 cursos e mais de 300 programas de pós-graduação. Foi considerada a melhor universidade de Espanha pela Enciclopédia Britannica e pelo The Times e o MBA da faculdade de economia já foi considerado duas vezes o melhor do mundo pelo The Economist.
O que interessa, no entanto, não é o sucesso que se obtém, mas o que está por trás: A formação dos médicos em Navarra tem muito em conta a relação humana com os pacientes; a formação de gestão e economia não tem interesse nenhum no capitalismo materialista nas suas aulas, e muito menos no comunismo e outras políticas semelhantes; a formação dos jornalistas da faculdade de comunicação ensina-os a deixarem nos media exemplos de virtudes humanas e não de degradação total; e podia continuar.
É claro que não fica pela Universidade de Navarra: em 1967, ao enviar pessoas da Obra para as Filipinas, S. Josemaria criou as bases para aquilo que é hoje a University of Asia and the Pacific e, em 1989, pessoas da Obra no Chile tomaram a decisão de fundar a Universidad de los Andes que hoje, com 16 cursos diferentes, tem de longe a melhor escola de medicina do país.
Colégios de ensino escolar obrigatório e secundário também abundam, existindo em grande parte dos países onde existe a Obra. O mesmo se pode dizer das residências universitárias, com as melhores condições, para estudantes universitários de todo o mundo.
Mas reparem que tudo isto são empreendimentos humanos e, como tal, podem muito bem vir a correr mal. Aliás, o específico da formação da Obra não é sequer "como gerir empresas" nem "como dar aulas", mas "como ser Santo".
O que realmente conta é obviamente o facto de que todos estes centros, sejam em África, na Europa ou na América, têm uma forte componente espiritual Católica para quem quiser. Se formos aos sites de cada um deles encontraremos sempre um parágrafo a explicar que a formação cristã está confiada à prelatura do Opus Dei. A formação católica, que é aquilo que verdadeiramente caracteriza a Obra, e para aquilo que ela serve, ao contrário do que possa parecer, é excelente.
Mas será que é assim tão especial? Ora, a Obra, pela fidelidade ao fundador e, mais ainda, pela fidelidade a Deus, manteve-se firme na fidelidade ao Santo Padre e, portanto, quem receber formação Católica com o Opus Dei, seja em que sítio for, tem o prémio da ortodoxia. Isto é, tudo o que ouvir vai ser verdade.
E não só ouvir, mas também ver: não há padres da Obra sem cabeção, por exemplo. E qualquer sacerdote da Obra tem um cuidado enorme em tocar no Santíssimo Sacramento. Não há espaço para a má rebeldia dentro da Igreja de Cristo e S. Josemaria sabia isso muito bem.
Quando participei, com alguns colegas do Técnico, num curso de formação doutrinal numa residência universitária de Lisboa, com formação espiritual dada pela Obra, a minha maior alegria foi pensar que naquele momento, nos Estados Unidos, um outro numerário estava a ensinar também outro grupo de jovens sobre doutrina Católica, e em Londres, e no Japão, e por todo o mundo. Todos os dias a Obra dá boa formação espiritual a dezenas, senão centenas ou milhares, de pessoas. Isto acontece tanto nos cursos de formação doutrinal como nas meditações de meia hora pregadas por um sacerdote, como nas recolecções e nos retiros anuais.
Uma nota especial é que a formação que é própria da Obra está intimamente ligada aos Evangelhos e ao Catecismo de uma forma crucial. É compreensível que as pessoas prefiram juntar-se a outros católicos para partilharem experiências ou rezarem juntos, mas não se pode julgar a formação dada pela Obra, dado que aquilo que Jesus disse aos Apóstolos antes de partir para o Céu foi "Ide e ensinai a todas as gentes".
E, mesmo dentro dessas outras boas instituições fiéis ao Papa, são ainda mais raras aquelas que são simples e directas a propor um caminho de santidade certo tal como rezar o Terço todos os dias e ter grande devoção a Nossa Senhora, ir à Missa durante a semana, confessar-se regularmente, rezar mais diante do Sacrário, fazer muitos e pequenos sacrifícios, etc... É que foi assim que todos os Santos fizeram.
Impressionante também é que é difícil conhecer um bom sacerdote, fiel ao Papa e à Igreja, que não tenha nalgum momento da sua vida recebido formação ou que não tenha nenhuma relação com a Obra (nem que seja de amizade!), seja diocesano ou mesmo religioso. É impressionante, mas na minha (reduzida) experiência tem sido quase sempre assim.
O mesmo acontece para os leigos bons profissionais que se assumem Católicos em público.
Um bom exemplo é o autor do livro best-seller Todos os caminhos vão dar a Roma, o famoso Scott Hahn. É fácil ler o livro sem nos apercebermos que foi graças ao Opus Dei que este ex-protestante se converteu, mas há uma passagem ou outra que dá indícios disso para o leitor mais atento. É grande a sua virtude da discrição, porque depois da sua conversão e da sua mulher ele chegou mesmo a entrar para a Obra como supra-numerário e hoje até tem um livro a contar um pouco do seu caminho espiritual no Opus Dei.
Estamos a falar de uma conversão enorme, que depois levou à conversão de muitos outros, e, tal como é ensinado na Obra, não há conversão sem oração e sacrifício. Um bom exemplo disto é um sacerdote da Obra que conheci e que se lembra de lhe terem pedido, há muitos anos, para rezar por um protestante americano que estava a precisar. Provavelmente, por todo o mundo, pessoas da Obra rezaram pelo Scott Hahn. E este é apenas um exemplo, entre muitos que não sabemos.
Em Roma, ao perguntar a um padre amigo, funcionário da Cúria Romana do Vaticano e que não tinha nenhuma relação com a Obra, quais eram as universidades pontifícias que, na sua formação académica, eram totalmente fiéis ao magistério da Igreja a resposta foi no singular: a Pontificia Università della Santa Croce. Esta universidade foi fundada em 1984 por D. Álvaro del Portillo, primeiro sucessor de S. Josemaria, e que serve não só os leigos e futuros padres do Opus Dei mas também seminaristas de todo o mundo e de diversas ordens religiosas. Na verdade, 80% dos alunos da Santa Croce não pertencem à Obra.
E há outro ponto que merece ser dito. Não nos espantemos se, com o passar dos anos, o número de santos canonizados do Opus Dei comecem a aumentar. Actualmente os três primeiros sacerdortes da Obra (sem contar com S. Josemaria) já têm os processos de canonização abertos, sendo que um deles, D. Álvaro, já é Venerável Servo de Deus, isto é, a Igreja e o Papa já reconheceram que viveu as virtudes como um herói*. E os leigos com processos abertos também não são poucos.
Concluindo, o Opus Dei não é nenhum monstro, é, no fundo, uma das jóias da coroa da Igreja Católica.
NCB, Março 2013
(revisto em Novembro 2015)
*D. Álvaro foi já beatificado pelo Papa Francisco, em Setembro de 2014.
NCB, Março 2013
(revisto em Novembro 2015)
*D. Álvaro foi já beatificado pelo Papa Francisco, em Setembro de 2014.
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