Médico sugeriu o aborto. Mas a Mãe respondeu: "É o meu filho e nós vamos aceitar o que Deus nos enviar".
No último dia 11 de Outubro [de 2013], o papa Francisco nomeou D. Andrew Cozzens novo bispo auxiliar de St. Paul, Minneapolis, nos Estados Unidos. É uma das tantas nomeações que o Santo Padre faz e que poderia ter passado despercebida se não fosse pelo facto de que a mãe do novo bispo, Judy, ter narrado a história da sua gravidez para o jornal The Catholic Spirit, revelando que Andrew teria sido abortado se ela tivesse ouvido os conselhos do próprio médico.
Ela não ouviu. E a história de Andrew não passou despercebida. Ele foi ordenado sacerdote em 1997, aos 28 anos, e agora é professor de Teologia Sacramental e responsável pela liturgia no seminário diocesano.
Quando estava grávida de cinco meses de Andrew, o seu segundo filho, Judy começou a sentir dores que atribuiu inicialmente a um vírus apanhado no colégio onde dava aulas. Como as dores continuaram, ela pensou que podia ser um parto prematuro e correu para o hospital, acompanhada do marido, Jack. Conseguiram controlar a situação, mas, no dia seguinte, ao visitá-la, o médico afirmou: ”O seu feto está deformado. A senhora não pode continuar esta gestação”. Judy respondeu na hora: “O que é que quer dizer? Ele é meu filho!”.
“Não, eu acho que a senhora não me está a perceber”, insistiu o doutor. ”O que está a levar no útero é um monstro e não pode continuar esta gravidez”. A mãe respondeu: “Ele é meu filho e nós vamos aceitar o que Deus nos enviar”. O médico recusou-se a continuar a atendê-la. A família teve que encontrar outro médico para acompanhar a gestação.
Andrew nasceu perfeitamente normal, mas com um eczema que afetava todo o seu corpo. Teve alergias que o incomodaram durante dois anos e provocaram uma asma crónica, que ainda tem.
Foi essa asma, em parte, que o levou a descobrir a vocação de entrega a Deus, quando tinha apenas 4 anos de idade. Durante um internamento hospitalar em que precisou de respiração artificial, o pequeno Andrew olhou para o médico que tomava conta dele e disse: “Pode ir dormir para a sua cama. Vai ficar tudo bem comigo. Eu vou crescer e vou-meme dedicar às coisas de Deus”.
O médico ficou perplexo e, conversando depois com Jack e Judy, contou-lhes que estava a perder a fé em Deus por causa de um processo de divórcio muito doloroso, mas que as palavras do pequeno Andrew o tinham ajudado.
A vocação do menino foi se assentando graças também à amizade da família com um sacerdote de Denver, cidade onde viveram durante uma temporada para tratar do filho num centro especializado em asma.
Andrew leva hoje uma vida perfeitamente normal como adulto e como sacerdote. Com algumas peculiaridades, é claro: a exemplo do pai, ele também se tornou montanhista.
in Zenit