sexta-feira, 30 de abril de 2021
O problema da Liberdade segundo o Bispo Fulton Sheen
Santa Catarina de Sena recebeu de Jesus a coroa de espinhos
quinta-feira, 29 de abril de 2021
Os namorados devem viver juntos? Não é boa ideia!
quarta-feira, 28 de abril de 2021
Muita paciência para os animais e pouca para as pessoas
A Presença de Deus
A Santa Isabel da Trindade[1][2], uma carmelita, foi-lhe concedida a enorme Graça do reconhecimento interior da Presença de Deus Uno e Trino na sua alma. Vivia, por isso, quotidianamente, mergulhada no Mistério de Deus em si. Por isso, afirmava que já vivia o Céu na terra. De facto, o Céu, ultimamente, é Deus: a plena Comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Evidentemente que nestes textos telegráficos que vou enviando, não irei desenvolver esta espiritualidade, verdadeiramente infundida pelo Espírito Santo[3].
E, assim, enunciarei somente breves tópicos:
a) Quem assim vive ou aprende a viver estará praticamente imune aos ataques do Maligno (suposta, é claro, a vida Sacramental habitual).
b) Um confrade Sacerdote contou-me que a partir, não da confissão sacramental, mas somente de algumas conversas espirituais entendeu que a pessoa que o consultava experimentava uma grande dificuldade em vencer-se num pecado sexual. Este Padre, com uma audácia temerária, um dia disse-lhe. Faz então isso que costumas fazer aqui à frente de mim. A pessoa sentiu-se chocada, envergonhada e incapaz do acto, como era de esperar. Pelo que o Sacerdote lhe disse, se tu só pelo facto da minha presença, ultrapassas-te a tentação e o pecado, muito mais alcançarás fazê-lo se tiveres consciência da Presença de Deus que a tudo e a todos está presente.
c) Quanta gente, talvez em especial jovens, que usa uma linguagem indecorosa e que se comporta muito inadequadamente, estando na presença de adultos ou, pelo menos de pessoas que respeitam, se comportam como pessoas muito bem-educadas? Pois, com maior razão o farão se praticarem este exercício da consciência da Presença de Cristo e da Trindade.
d) É triste que esta Espiritualidade não seja pregada e ensinada habitualmente, uma vez que se perdem muitas Graças e se evitariam muitos pecados.
À honra de Cristo. Ámen.
Padre Nuno Serras Pereira
[1] As mais belas páginas de Isabel da Trindade: http://www.carmelo.pt/index.
[2] Isabel Catez nasceu, no campo militar de Avor, perto de Bourges, França. O seu pai era capitão do exército francês. Desde muito cedo que Isabel mostrou ser uma criança turbulenta, muito viva, faladora, precoce e de temperamento colérico. A sua mãe quando fala dela nalgumas cartas chama-a «autêntico diabinho». E a sua irmã não hesita em escrever que era «um verdadeiro diabo». Chega mesmo a dizer que era tão violenta que os familiares a ameaçaram enviar para uma casa de correcção.
No entanto, a sua mãe, atenta, soube modelar a fúria de Isabel e fazer sobressair nela a ternura e docilidade. E de tal maneira a ternura ganhou terreno que o maior castigo de Isabel acontecia quando a sua mãe, à noite, se despedia dela sem lhe dar um beijo. Então, Isabel compreendia que não se tinha portado bem, e, meditando fazia exame de consciência e corrigia-se. Isabel era ainda uma criança quando a sua família se mudou para a cidade de Dijon. Aqui Isabel perdeu o pai tão querido que a morte lhe roubou. O dia da primeira comunhão, a 19 de Abril de 1891, foi «o grande dia» da vida de Isabel.
Tinha então 10 anos, pois nascera no dia 18 de Julho de 1880. Estudou piano desde os 8 anos de idade no Conservatório, vindo a tornar-se uma «excelente pianista», segundo expressão do seu professor de música. Participou em concertos organizados, e, os jornais falaram do seu grande talento ainda mal a menina Catez chegava aos pedais do piano. Entre músicas e festivais, bailes, férias e diversões foram decorrendo os anos de Isabel.
Seguindo o Caminho que é Cristo, a Irmã Isabel entrou no mistério de Deus através de Maria a quem gosta de chamar a Porta do céu. Seguindo os nossos pais e mestres~, Teresa de Jesus e, sobretudo, João da Cruz, de quem constantemente fala nos seus escritos, Isabel mergulha no mistério das Três Pessoas Divinas, nesse Oceano sem fundo que é a Santíssima Trindade e que ela se sente envolvida por dentro e por fora. Tal como S. João da Cruz se sentiu fascinado pela formosura de Deus, também Isabel da Trindade se sente atraída pela beleza de Deus. Isabel gostava de ver o sol penetrar nos claustros e recordar aquela comparação de Santa Teresa que dizia que a alma é como um cristal que reflecte a Deus. A nossa irmã deixou-nos este testemunho: «cada dia na minha vida de esposa me parece mais belo, mais luminoso, mais envolto em paz e amor».