sábado, 31 de dezembro de 2022

Um longo aplauso para Bento XVI

13 de Fevereiro de 2013, Quarta-Feira de Cinzas. Última celebração pública do Papa Bento XVI. 


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Bento XVI morreu. Que a sua alma descanse em paz.

Após os problemas de saúde anunciados nos últimos dias, Bento XVI expirou, entregando a alma ao Criador, às 9h34 (hora de Roma) neste dia último dia do ano 2022.

Eleito Papa, sem grandes surpresas dada a sua proximidade ao Papa João Paulo II, no dia 19 de Abril de 2005. Tentou adaptar-se a um modo relativamente recente de ser Papa: com constantes banhos de multidão e sob o controlo permanente das câmeras. No entanto, surpreendeu pela humildade com que se dirigia às pessoas.

Foi intransigente em alguns pontos que estavam sob pressão para que a doutrina católica se "modernizasse". Especialmente por isso, foi odiado e perseguido até à exaustão pelos meio de comunicação social. Foram também muitos os seus inimigos dentro da Hierarquia da Igreja. Atacaram-no os que o deveriam ter defendido.

Cansado, acabou por resignar, para surpresa geral, no dia 11 de Fevereiro de 2013, dia de Nossa Senhora de Lourdes.

Longe dos holofotes, deixou de ser atacado constantemente e pôde dedicar-se a rezar pela Igreja.

Morreu hoje. A História far-lhe-á justiça. Antes disso, já Deus o fez.

Requiem aeternam dona ei, Domine.
Et lux perpetua luceat ei.
Requiescat in pace.
Amen


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sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Milagre de Natal: Bispo de Versalhes abre as portas da igreja à Missa Tradicional

A comunidade de Saint-Germain-en-Laye tem tido a sua Missa Dominical há mais de 2 anos à porta da igreja, cujas portas foram mandadas fechar pelo Bispo de Versalhes, Mons. Luc Crepy, para tentar impedir que aquela Missa Tradicional fosse celebrada.

Após todo esse tempo de resistência católica, a comunidade assistiu a um milagre de Natal: o seu Bispo mandou que as portas da igreja se abrissem para a Missa da Meia-Noite no dia de Natal, também conhecida por Missa do Galo. No ano passada essa Missa tinha acontecido também à porta da igreja.

Foi um óptimo sinal esta decisão de Mons. Crepy. Vejamos o que acontece no próximo Domingo.


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quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

O Magnum Mysterium

O Magnum Mysterium é um responsório das Matinas do dia de Natal. Esta é a versão musical da autorida de Tomás Luis de Victoria, interpretada pelos Fieri Consort

O magnum mysterium, et admirabile sacramentum, ut animalia viderent Dominum natum, jacentem in praesepio! Beata Virgo, cuius viscera meruerunt portare Dominum Christum. Alleluia! 

Ó grande mistério, e admirável sacramento, que os animais viram o Senhor nascido, deitado numa manjedoura! Abençoada Virgem, cujas entranhas mereceram carregar o Senhor Cristo Aleluia!


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Bento XVI sofre de insuficiência renal agravada

Uma fonte credível junto do Vaticano disse à National Catholic Register que Bento XVI sofre de insuficiência renal agravada, que piorou nas últimas horas.

Informou também que, há cerca de 1 mês, houve mudanças no seu pacemaker.

Bento XVI tem 95 anos e tem, lentamente, tido mais dificuldades para caminhar e para se expressar. Ainda assim, as muitas visitas que recebe garantem que continua bastante lúcido e com um pensamento claro. 






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quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

400 anos do trânsito de São Francisco de Sales

Há 400 anos, no dia 28 de Dezembro de 1522, morria na Terra e nascia para o Céu o grande São Francisco de Sales, Doutor da Igreja. 

Quando viu aproximar-se o dia em que seria elevado ao sacerdócio, preparou com fervor celestial, e recebeu, com a imposição das mãos, a plenitude do espírito sacerdotal. Obrigou-se a oferecer todos os dias o Santo Sacrifício da Missa, e fazia-o com piedade verdadeiramente angelical. Todos se sentiam penetrados da mais terna devoção, ao vê-lo no altar. Os olhos e o rosto brilhavam-lhe visivelmente, tão grande era a atividade do fogo divino que lhe ardia o coração.

Após a Missa, que costumava dizer de manhãzinha, ouvia as confissões de quantos se lhe apresentassem. Gostava de percorrer as aldeias, para instruir aquela parte do rebanho de Jesus Cristo que vive, geralmente, numa profunda ignorância dos seus deveres; a sua piedade, o desinteresse, a caridade para com os enfermos e os pobres o faziam querido nos lugares pelos quais passava, e lhe atraíam a confiança do povo.

Os pobres aldeões, cuja rudeza repugna às almas comuns, considerava-os filhos; vivia com eles, como se lhes fora pai, compadecia-se das suas necessidades, e a todos dispensava auxílio. Nada, porém, lhes conquistava os corações como a inalterável doçura. Nascera vivo e colérico. À força de estudar a doçura na escola de Jesus Cristo, tornou-se o mais meigo dos homens.

O remédio melhor que conheço contra as súbitas emoções de impaciência, disse ele, é o silêncio doce e sem fel. Por poucas que sejam as palavras proferidas, esgueira-se nelas o amor-próprio, e escapam coisas que lançam por vinte e quatro horas o coração na amargura. Quando não dizemos uma palavra, e sorrimos de coração despreocupado, passa a tormenta; afasta-se a cólera e a indiscrição, e desfruta-se uma alegria pura e duradoura. Foi particularmente por tal doçura sobrenatural que ele converteu setenta e dois mil hereges.

Pe. René François Rohrbacher in 'Vidas dos Santos'


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Há 2000 anos as crianças foram mortas por Herodes, hoje são mortas por Aborto




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Bênção Solene de Natal no Oratório de Brompton (Londres)




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terça-feira, 27 de dezembro de 2022

São João Evangelista

O discípulo amado. São João Evangelista, o Apóstolo Virgem, é sem dúvida um dos maiores Santos da Igreja, merecendo o título de “o discípulo a quem Jesus amava”. Junto à Cruz, recebeu, do Redentor, Nossa Senhora como Mãe, e com Ela – como Fonte da Sabedoria – a segurança doutrinária que lhe mereceu dos Padres da Igreja o título de “o Teólogo” por excelência. Comemoramos a sua festa no dia 27 de Dezembro.

Sabemos pelos Evangelhos que São João era filho de Zebedeu e de Maria Salomé. Com o seu irmão Tiago, auxiliava o pai na pesca no lago de Genezaré. Pelos Evangelhos, sabemos também que o seu pai possuía alguns barcos e empregados que trabalhavam para ele. Maria Salomé é apontada como uma das santas mulheres que acompanhavam o Divino Mestre para O servir.

Como os outros dois irmãos Simão e André, também pescadores, era discípulo de São João Baptista, o Precursor. Deste, haviam recebido o baptismo, zelosos que eram, preparando-se para a vinda do Messias prometido.

Certa vez, estavam João e André com o Precursor, quando passou Jesus a alguma distância. O Baptista exclama: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo”. No dia seguinte, repetiu-se a mesma cena, e desta vez os dois discípulos seguiram Jesus e permaneceram com Ele naquele dia (Jo 1, 35-39).

Algumas semanas depois, estavam Simão e André lançando as redes às águas, quando passou Jesus e lhes disse: “Vinde comigo e farei de vós pescadores de homens.” Mais adiante, estavam Tiago e João numa barca, consertando as redes. “E logo os chamou. E eles deixaram no barco seu pai Zebedeu com os assalariados e partiram com Ele.” (Mc 1, 16-20).

A partir de então, passaram a acompanhar o Messias em sua missão pública. Logo se lhes juntaram outros, que perfariam o número de doze, completando assim o Colégio Apostólico.

Preeminência de três Apóstolos sobre os demais 

Desde logo, Pedro, Tiago e João tomaram preeminência sobre os outros Apóstolos, tornando-se os “escolhidos dentre os escolhidos”. E, como tais, participaram de alguns dos mais notáveis episódios na vida do Salvador, como a ressurreição da filha de Jairo, a Transfiguração no Tabor e a Agonia no Horto das Oliveiras.

São João foi também um dos quatro que estavam presentes quando Jesus revelou os sinais da ruína de Jerusalém e do fim do mundo. Mais tarde, com São Pedro, a quem o unia respeitosa e profunda amizade, foi encarregado de preparar a Última Ceia. São Pedro amava ternamente São João, e essa amizade é visível tanto no Evangelho quanto nos Atos dos Apóstolos.

Por sua pureza de vida, inocência e virgindade, João tornou-se logo o discípulo amado, e isso de um modo tão notório que ele sempre se identificará em seu Evangelho como “o discípulo que Jesus amava”. Apesar de os Apóstolos não estarem ainda confirmados em graça, isso não provocava neles inveja nem emulação. Quando queriam obter algo de Nosso Senhor, faziam-no por meio de São João, pois seu bom génio e bondade de espírito tornavam-no querido de todos.

“Mas esta serenidade, esta doçura, este caráter recolhido e amoroso [de João Evangelista] são algo diferente da inércia e da passividade. Os pintores nos acostumaram a ver nele um não sei quê de feminino e sentimental, que está em contraste com a energia varonil e o zelo fulgurante que se descobre em algumas passagens evangélicas.” (1)

Se Nosso Senhor amava particularmente São João, também era por ele amado de maneira especialíssima. Com seu irmão Tiago, recebeu de Cristo o cognome de “Boanerges”, ou “filhos do trovão”, por seu zelo. Indignaram-se contra os Samaritanos, que não quiseram receber o Mestre, e pediram-Lhe para fazer descer sobre aqueles indóceis o fogo do Céu.

Foi por esse amor, e não por ambição, que ele e o irmão secundaram a mãe, Salomé, solicitando que um e outro ficassem à direita e à esquerda do Redentor, em seu Reino (um tanto equivocadamente, pois imaginavam ainda um reino terreno). Quando Nosso Senhor perguntou-lhes se estavam dispostos a beber com Ele o mesmo cálice do sofrimento e da amargura, com determinação responderam afirmativamente.

O primeiro devoto do Coração de Jesus
  
Entretanto, uma das maiores provas de afeição de Nosso Senhor a São João deu-se na Última Ceia. Quis o Divino Mestre ter à sua direita o Apóstolo Virgem, permitindo-lhe a familiaridade de recostar-se em seu coração. Diz Santo Agostinho que, nesse momento, estando tão próximo da fonte de Luz, ele absorveu dela os mais altos segredos e mistérios que depois derramaria sobre a Igreja.

A pedido de Pedro, perguntou a Jesus quem seria o traidor, e obteve a resposta.

São João teve, porém, um momento de fraqueza — e das mais censuráveis — quando os inimigos prenderam Jesus, tendo então fugido como os outros Apóstolos. Era o momento em que Nosso Senhor mais precisava de apoio! Logo depois, o vemos acompanhando, de longe, o Mestre ao palácio do Sumo Sacerdote. Como era ali conhecido, fez entrar também Simão Pedro. Pode-se supor que ele tenha permanecido sempre nas proximidades de Nosso Senhor durante toda aquela trágica noite, e que não saiu senão para ir comunicar a Maria Santíssima o que se passava com seu Filho. Acompanhou-A, então, no caminho do Calvário e com Ela permaneceu ao pé da Cruz. Era o sinal evidente de seu arrependimento.

Custódia da Mãe de Deus ao Apóstolo Virgem
  
Foi então que, recebendo-A como Mãe, obteve o maior legado que criatura humana jamais podia receber. Diz São Jerónimo:  

“João, que era virgem, ao crer em Cristo, permaneceu sempre virgem. Por isso, foi o discípulo amado e reclinou sua cabeça sobre o coração de Jesus. Em breves palavras, para mostrar qual é o privilégio de João, ou melhor, o privilégio da virgindade nele, basta dizer que o Senhor virgem pôs sua Mãe virgem nas mãos do discípulo virgem.” (2)  

Ensinam os Padres da Igreja que esse grande Apóstolo representava naquele momento todos os fiéis. E que, por meio de São João, Maria nos foi dada por Mãe, e nós a Ela como filhos. Mas João foi o primeiro em tal adoção.

Foi ele, também, o único dos Apóstolos a presenciar e a sofrer o drama do Gólgota, servindo de apoio à Mãe das Dores, que com seu Filho compartilhava a terrível Paixão.

Quando, no Domingo da Ressurreição, Maria Madalena veio dizer aos Apóstolos que o túmulo estava vazio, foi ele o primeiro a correr, seguido de Pedro, para o local. E depois, estando no Mar de Tiberíades, aparecendo Nosso Senhor na margem, foi o primeiro a reconhecê-Lo.

Uma das três colunas da Igreja nascente
  
Nos Actos dos Apóstolos, ele aparece sempre com São Pedro. Juntos estavam quando, indo rezar no Templo junto à Porta Formosa, um coxo pediu-lhes esmola. Pedro curou-o e depois pregou ao povo que se reuniu por causa de tal maravilha. Juntos foram presos até ao dia seguinte, quando corajosamente defenderam a sua fé em Cristo diante dos fariseus. Mais adiante, quando o diácono Felipe havia convertido e baptizado muitos na Samaria, era necessário que para lá fosse um dos Apóstolos, a fim de os crismar. Foram escolhidos Pedro e João para a missão.

São Paulo, na sua terceira ida a Jerusalém, narra na Epístola aos Gálatas (2, 9) que lá encontrou “Tiago, Cleofas e João, que são considerados as colunas”, e que eles, “reconhecendo a graça que me foi dada [para pregar o Evangelho], deram as mãos a mim e a Barnabé em sinal de pleno acordo.”

Depois disso, os Evangelhos calam a respeito de São João. Mas resta a Tradição. Segundo esta, ele permaneceu com Maria Santíssima durante o que restou da sua vida mortal, dedicando-se também à pregação. Depois da intimidade com o Filho, o Apóstolo Virgem é chamado a uma estreita intimidade de alma com a Mãe que, sendo a Medianeira de todas as graças, deve tê-lo cumulado delas em altíssimo grau. Que grande virtude deveria ter alguém para ser o custódio da Rainha do Céu e da Terra! Assim, teria ele permanecido com Ela em Jerusalém e depois em Éfeso. 

“Dois motivos principais deveriam ter ocasionado essa mudança de residência: de um lado, a vitalidade do Cristianismo nessa nobre cidade; de outro, as perniciosas heresias que começavam a germinar. João queria assim empenhar sua autoridade apostólica, quer para preservar quer para coroar o glorioso edifício construído por São Paulo; e sua poderosa influência não contribuiu pouco para dar às igrejas da Ásia a surpreendente vitalidade que elas conservaram durante o século II.” (3)

Após a dormição de Nossa Senhora — que é como a Igreja chama o fim da sua vida terrena — e a Assunção d’Ela aos Céus, ele fundou muitas comunidades cristãs na Ásia menor.

Vivo após o martírio
  
Ocorre, então, o martírio de São João, que é comemorado no dia 6 de Maio. O Imperador Domiciano prendeu-o e foi levado a Roma. Na Cidade Eterna, ele foi flagelado e colocado num caldeirão de azeite a ferver. Mas o Apóstolo Virgem saiu dele rejuvenescido e sem sofrer dano algum. Domiciano, espantado com o grande milagre, não ousou atentar uma segunda vez contra ele, mas desterrou-o para a ilha de Patmos, que era pouco mais do que um rochedo. Foi ali, segundo a Tradição, que São João escreveu o mais profético dos livros das Sagradas Escrituras, o Apocalipse.

Após a morte de Domiciano, o Apóstolo voltou a Éfeso. É lá que, segundo vários Padres e Doutores da Igreja, para combater as doutrinas nascentes de Cerinto e de Ebion — que negavam a natureza divina de Cristo — escreveu o seu Evangelho (4). Ordenou antes a todos os fiéis um jejum que ele mesmo observou rigorosamente, para, em seguida, ditar ao seu discípulo Prócoro, no alto de uma montanha, o monumento que é o seu Evangelho. Transportado em Deus, com um vôo de águia, o texto começa de uma altura sublime: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava em Deus, e o Verbo era Deus”. Este Evangelho, dos mais sublimes textos jamais escritos, era tido em tanta veneração pela Igreja, que figura no Ordinário da Missa promulgado por São Pio V, pela fundamental doutrina que contém.

Segundo São João Crisóstomo, os próprios Anjos aí aprenderam coisas que não sabiam.

São João escreveu também três Epístolas, sempre visando estabelecer a verdadeira doutrina contra erros incipientes que se infiltravam na Igreja.

Segundo uma tradição, o discípulo que Jesus amava teria morrido em Éfeso, provavelmente a 27 de Dezembro do ano 101 ou 102.

Mas alguns exegetas levantam a hipótese de ele não ter falecido, com base na seguinte passagem do Evangelho. Logo após a pesca milagrosa no lago de Tiberíades — depois da Ressurreição de Jesus — Nosso Senhor confiou mais uma vez a Igreja a São Pedro. Este, voltando-se a Nosso Senhor, perguntou-lhe, referindo-se a São João: “E este? Que será dele?” Respondeu-lhe Jesus: “Que te importa se eu quero que ele fique até que eu venha?” O próprio São João comenta: “Correu por isso o boato entre os irmãos de que aquele discípulo não morreria. Mas Jesus não lhe disse 'não morrerá', mas 'que te importa se quero que ele fique assim até que eu venha?'.” (Jo 21, 15-23).

in lepanto.com.br

Notas:
1.Frei Justo Pérez de Urbel, OSB, Año Cristiano, Ediciones Fax, Madrid, 1945, tomo IV, p. 614.
2.Apud Frei Justo Pérez de Urbel, OSB, op. cit., p. 612.
3.Abbé L.Cl. Fillion, La Sainte Bible avec commentaires, Évangile selon S. Jean, P. Lethielleux, Libraire-Éditeur, Paris, 1897, Prefácio.
4.Les Petits Bollandistes, Vies des Saints d’après le Père Giry, Bloud et Barral, Libraires-Éditeurs, Paris, 1882, tomo XIV, p 489.

Outras obras consultadas:Pe. M.-J. Lagrange, Évangile selon Saint Jean, Librairie Lecoffre, Paris, 1936, 6a. edição, Introduction, pp. VI a XII.
Pe. Jean Croisset, SJ, Año Cristiano, Saturnino Calleja, Madrid, 1901, tomo IV, pp. 963 a 969.
Edelvives, El Santo de Cada Día, Editorial Luis Vives, S.A., Saragoza, 1949, tomo VI, pp. 573 a 581.
Pe. José Leite, SJ, Santos de Cada Dia, Editorial A. O., Braga, 1987, pp. 490 a 495.


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segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

O que é o 'Boxing Day' e como surgiu?

No Reino Unido todos os anos acontece um feriado especial, no dia seguinte ao dia de Natal. É o chamado Boxing Day, que acontece no dia de Santo Estêvão, morto pela fé cristã e cujo martírio se encontra descrito nos Actos dos Apóstolos.

A origem do Boxing Day remonta há, pelo menos, 800 anos. Nessa época, no dia seguinte ao do aniversário de Jesus, algumas Igrejas promoviam a abertura de uma caixa (“box”, em inglês), na qual acumulavam dinheiro doado pelos fiéis e o distribuíam aos necessitados. Assim, aqueles que tinham poucos bens podiam aproveitar o dia seguinte ao Natal para celebrar com a família, com uma refeição mais farta. 

Com esse carácter caritativo, o dia de abertura das caixas de donativos e a sua distribuição aos menos favorecidos tornou-se o feriado Boxing Day no Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, já que estar com a família é (ou era) algo inestimável em qualquer nação.

Com o passar do tempo, o comércio resolveu transformar o Boxing Day num grande dia de descontos, com ofertas irrecusáveis aos consumidores. As filas dos “menos favorecidos” deixaram de ser uma possibilidade de reunir a família com mais e melhor comida, para se tornarem numa ajuda ao escoamento dos "stocks" das lojas, depois das compras de Natal.


E o significado pelo qual morreu Santo Estêvão, de defender os ensinamentos de Jesus de amor à Humanidade, desprendimento e generosidade foi-se perdendo nos meandros da sociedade de consumo.

adaptado de portalvilamariana


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Paz na noite de Natal durante a Primeira Guerra Mundial

Na noite de Natal de 1914, nas trincheiras da I Guerra Mundial, aconteceu o impensável. Os soldados alemães entoaram o cântico natalíco: 'Stille Nacht, Heilige Nacht' ('Noite Feliz', em português). Os ingleses, reconhecendo a melodia, responderam com a versão na sua língua: 'Silent Night'.

Depois da cantoria, um soldado alemão arriscou sair da trincheira para cumprimentar o inimigo. Um inglês fez a mesma coisa. Estabelecidas as tréguas, deu-se um convívio natalício entre os homens que poucas horas antes se tentavam matar uns aos outros.

Conversaram, ultrapassando as barreiras linguísticas. Prepararam um autêntico banquete, comeram e beberam juntos. Trocaram lembranças. Um sacerdote inglês celebrou a Missa de Natal. Fizeram um jogo de futebol que os alemães venceram por 3 a 2.

Aqueles soldados perceberam que do outro lado estavam homens iguais a eles, criados por Deus, com família e mais vontade de amar do que matar.

Infelizmente a Guerra não acabou ali. Mas, de algum modo, aquelas tréguas no dia de Natal mostraram que o nascimento do Menino Jesus continua a conseguir trazer ao de cima o melhor de nós.


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Dia de Santo Estêvão, o primeiro Mártir

No dia 25 de Dezembro a Igreja comemora um nascimento: Menino-Jesus, Deus feito homem para nos salvar. No dia 26 de Dezembro a Igreja comemora uma morte: Santo Estêvão, um dos 70 discípulos escolhidos por Jesus e um dos 7 primeiros diáconos da Igreja nascente; morto à pedrada com a anuência de Saulo, que viria converter-se e ser São Paulo.

Qual é o sentido de comemorar uma morte durante uma festa tão importante como o Natal?

Santo Estêvão é o proto-mártir, o primeiro a dar a vida conscientemente para defender a fé em Jesus Cristo. Na realidade, o que se comemora hoje não é uma morte mas sim um nascimento: Dies Natalis, o dia em que um santo morre na Terra e "nasce" no Céu.

Santo Estêvão é lembrado neste dia para nos relembrar que festa é festa mas Deus não veio à Terra para passar um bom bocado, mas sim para morrer na cruz; e que somos chamados a dar a vida por Jesus Cristo. Alguns, poucos, pelo martírio de sangue. A grande maioria levando a sua cruz e seguindo-O, ao longo da vida.


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domingo, 25 de dezembro de 2022

O Santo Natal segundo o Catecismo Maior de São Pio X

4. O que é a festa do santo Natal? O santo Natal é a festa criada para celebrar a memória do tempo do nascimento de Jesus Cristo.

5.  Entre  outras  particularidades  o  que  é  mais  especial  no  santo  Natal? No Santo Natal, entre todas as outras particularidades, há duas coisas especiais:1º que os ofícios divinos são celebrados na noite prece-dente, segundo antigo costume da Igreja nas vigílias :2º  que todos os sacerdotes celebram três Missas.

6. Por que a Igreja quis conservar o costume de celebrar de noite os ofícios de Natal?A Igreja quis manter o uso de celebrar de noite os ofícios de Natal para renovar, com profunda gratidão, a memória daquela noite em que o Divino Salvador deu início, com seu nascimento, à obra de nossa redenção.

7. Que propõe a Igreja à nossa consideração no Evangelho da primeira Missa de Natal? No evangelho da primeira Missa de Natal, a Igreja propõe--nos considerar que a Santíssima Virgem, em companhia de S. José,  foi  de  Nazaré  até  Belém  para  o  recenseamento,  segundo  as ordens do imperador, e não encontrando outro albergue, ela deu a luz a Jesus em um estábulo e colocou-o num presépio, ou seja, em uma manjedoura para animais.

8. E no evangelho da segunda Missa? No  evangelho  da  segunda  Missa  propõe  à  nossa  consideração a visita feita a Jesus Cristo por alguns pobres pastores, a quem um anjo anunciara o nascimento do Salvador.9. E o Evangelho da terceira Missa? No evangelho da terceira Missa a Igreja nos leva a considerar como este menino, que nasceu da Virgem Maria no tempo, é desde toda a eternidade o Filho de Deus.

10.  O  que  pretende  a  Igreja  ao  propor  à  nossa  consideração  os  mistérios das três Missas de Natal? Ao propor à nossa consideração os mistérios das três Missas de Natal, a Igreja quer que agradeçamos ao Divino Redentor por ter-se feito homem para nossa salvação, reconhecendo-lhe — com os pastores — e O adoremos como verdadeiro Filho de Deus, atendendo aos ensinamentos que tacitamente Ele nos dá com as circunstâncias de seu nascimento.

11. Que nos ensina Jesus Cristo com as circunstâncias de seu nascimento? Com as circunstâncias de seu nascimento, Jesus Cristo nos ensina a renunciar às vaidades do mundo e estimar a pobreza e o sofrimento.

12. Temos a obrigação de ouvir três missas na festa de Natal? Na festa de Natal, somos obrigados a ouvir uma só missa, no entanto, é bom ouvir todas as três para conformar-nos melhor com as intenções da Igreja.

13. O que devemos fazer no santo Natal para conformar-nos plenamente com as intenções da Igreja? No santo Natal devemos fazer essas quatro coisas:

1º    prepararmo-nos  na  véspera  com  um  recolhimento  maior do que de costume;
2º  procurar grande pureza por meio de uma boa confissão e um vivo desejo de receber o Senhor;
3º  assistir, se nos é possível, os ofícios divinos da noite anterior e as três Missas, meditando o mistério que se celebra;
4º  empregarmos esse dia, tanto quanto nos seja possível, em obras de piedade cristã.


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sábado, 24 de dezembro de 2022

O Natal segundo um monge trapista

Embora a minha alma não seja casta como a de José nem tenha o amor de Maria, ofereci ao Senhor a minha absoluta pobreza de tudo, a minha alma vazia. Se não Lhe cantei hinos como os anjos, tentei cantar-Lhe alguns refrães dos pastores, a canção do pobre, daquele que nada tem; a canção daquele que só pode oferecer a Deus misérias e fraquezas. 

Mas que importa, porque as misérias e as fraquezas oferecidas a Jesus com um coração verdadeiramente amoroso são aceites por Ele como se de virtudes se tratasse. Grande, imensa é a misericórdia de Deus! A minha carne mortal não ouve os louvores do céu, mas a minha alma adivinha que hoje, tal como outrora, os anjos olham espantados para a Terra e entoam «Glória a Deus nas alturas e paz na Terra aos homens de boa vontade!» 

São Rafael Arnaiz Baron


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Missas Rorate 2022 (parte #2)















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O Papa Bento XVI relembra que o centro do Natal é o Menino Jesus

Que o Seu nascimento não nos encontre impreparados para festejar o Natal, esquecendo que o protagonista da Fé é precisamente Ele! Ajude-nos Maria a manter o recolhimento interior indispensável para viver a profunda alegria que o nascimento do Redentor traz. 

Dirijamo-nos agora a ela com a nossa oração, pensado sobretudo em quantos se preparam para transcorrer o Natal na tristeza e na solidão, na doença e no sofrimento: a todos a Virgem dê conforto e consolo.


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São Nicolau: o único e verdadeiro "Pai Natal"



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sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

"As coisas que possuímos não são nossas" - São Francisco de Sales

As coisas que possuímos não são nossas. Deus deu-no-las para que as cultivemos e quer que as tornemos frutuosas e úteis. Prescindi sempre, portanto, de uma parte dos vossos meios e dai-a aos pobres de bom coração. É verdade que Deus vo-lo devolverá, não só no outro mundo, mas também já neste, porque não há coisa que mais nos faça prosperar do que a esmola; mas, enquanto esperais que Deus vo-lo torne, estareis já mais pobres com aquilo que destes, e como é santo e rico o empobrecimento que advém de se ter dado esmola! 

Amai os pobres e a pobreza, porque por este amor tornar-vos-eis verdadeiramente pobres, tal como está dito nas Escrituras: tornamo-nos aquilo que amamos (cf Os 9,10). O amor torna os amantes iguais: «Quem é fraco, sem que eu o seja também?», pergunta São Paulo (2Cor 11,29). Poderia ter perguntado: «Quem é pobre, sem que eu o seja também?», porque o amor tornava-o igual àqueles a quem amava. Portanto, se amais os pobres, sereis verdadeiramente participantes na sua pobreza, e pobres como eles. 

Assim, se amais os pobres, ide com frequência para o meio deles: tende prazer em os receber em vossas casas e em visitá-los; conversai de bom grado com eles, ficai felizes por eles se aproximarem de vós na igreja, na rua ou em qualquer outro local. Sede pobres de língua para com eles, falando-lhes como a amigos, mas sede ricos de mãos, largamente lhes dando dos vossos bens, pois os tendes em muito maior abundância. 

Quereis fazer ainda mais? Tornai-vos servos dos pobres; ide servi-los com as vossas próprias mãos e a expensas vossas. Maior triunfo há neste serviço do que na realeza.

São Francisco de Sales in 'Introdução à vida devota' (parte 3, cap. 15) 


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quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Porquê Nossa Senhora do Ó?

Nossa Senhora do Ó é uma devoção mariana surgida em Toledo, na Espanha, instituída no século VI pelo décimo Concílio de Toledo, ilustre na História da Igreja pela dolorosa, humilde, edificante e pública confissão de Potâmio, Bispo bracarense, pela leitura do testamento de São Martinho de Dume e pela presença simultânea de três santos de origem espanhola: Santo Eugénio III Bispo de Toledo, São Frutuoso de Braga e o então abade Santo Ildefonso.

Santo Eugénio foi sucedido no cargo por seu sobrinho, Santo Ildefonso, que determinou que essa festa se celebrasse no dia 18 de Dezembro com o título de Expectação do Parto da Beatíssima Virgem Maria.

Os dois nomes têm o mesmo significado e objectivo: os anelos santos da Mãe de Deus por ver o seu Filho nascido. Anelos de milhares e milhares de gerações que suspiraram pela vinda do Salvador do mundo, desde Adão e Eva, e que se recolhem e concentram no Coração de Maria, como no mais puro e limpo dos espelhos.

A Expectação (expectativa) do parto não é simplesmente a ansiedade, natural na mãe jovem que espera o seu primogénito, é o desejo inspirado e sobrenatural da "bendita entre as mulheres", que foi escolhida para Mãe Virgem do Redentor dos homens, para co-redentora da humanidade. Ao esperar o seu Filho, Nossa Senhora ultrapassa os ímpetos afectivos de uma mãe comum e eleva-se ao plano universal da Economia Divina da Salvação do mundo.

As antífonas maiores que põe a Igreja nos lábios dos seus sacerdotes desde o dia 18 de Dezembro até a Véspera do Natal e começam sempre pela interjeição exclamativa Ó ("Ó Sabedoria... vinde ensinar-nos o caminho da salvação"; "Ó rebento da Raiz de Jessé... vinde libertar-nos, não tardeis mais"; "Ó Emanuel..., vinde salvar-nos, Senhor nosso Deus"), como expoente altíssimo do fervor e ardentes desejos da Igreja, que suspira pela vinda de Jesus, inspiraram ao povo espanhol a formosa invocação de "Nossa Senhora do Ó".

Em Portugal

Em Portugal, o culto à Expectação do Parto, ou a Nossa Senhora do Ó, teria se iniciado em Torres Novas (Santa Maria, Frei Agostinho de - Santuário Mariano), onde uma antiga imagem da Senhora era venerada na Capela-mor da Igreja Matriz de Santa Maria do Castelo. Esta imagem era conhecida à época de D. Afonso Henriques por Nossa Senhora de Almonda (devido ao Rio Almonda, que banha aquela povoação), à época de D. Sancho I por Nossa Senhora da Alcáçova (c. 1187) ou, a partir de 1212, quando se lhe edificou (ou reedificou) a igreja, por Nossa Senhora do Ó. Esta imagem é descrita pelo mesmo autor como:

É esta santa imagem de pedra mas de singular perfeição. Tem de comprimento seis palmos. No avultado do ventre sagrado se reconhecem as esperanças do parto. Está com a mão esquerda sobre o peito e a direita tem-na estendida. Está cingida com uma correia preta lavrada na mesma pedra e na forma de que usam os filhos de meu padre Santo Agostinho.

Nossa Senhora do Ó é a padroeira de dezoito freguesias portuguesas, situadas na sua maioria nas dioceses mais setentrionais do país

No Brasil

No Brasil, o culto iniciou-se à época do início da colonização, com o Capitão donatário Duarte Coelho, na Capitania de Pernambuco. Tendo fundado a vila de Olinda, nessa povoação erigiu-se uma Igreja sob a invocação de São João Baptista, administrada por militares, onde era venerada uma imagem de Nossa Senhora da Expectação ou do Ó. De acordo com Frei Vicente Mariano, também se tratava de uma imagem pequena com cerca de dois palmos de altura, entalhada em madeira e estofada, de autoria e origem desconhecida. A tradição reputa esta imagem como milagrosa, tendo vertido lágrimas em 28 de Julho de 1719.

A partir dessa primitiva imagem em Olinda, a devoção se espalhou em terras brasileiras graças a cópias na Ilha de Itamaracá, em Goiana, em Ipojuca e em São Paulo, nesta última em casa da família de Amador Bueno e na do bandeirante Manuel Preto que fundou a igreja e o bairro bem conhecidos até hoje. Os bandeirantes, por sua vez levaram a devoção para Minas Gerais, onde, em Sabará, se erige a magnífica Capela de Nossa Senhora do Ó, em estilo indo-europeu, actualmente tombada pelo Iphan. É venerada também em Icó onde fazem uma grande festa anual.

Iconografia

A imagem de Nossa Senhora do Ó sempre apresenta a mão esquerda espalmada sobre o ventre. A mão direita pode também aparecer em simetria à outra ou levantada. Encontram-se imagens com esta mão segurando um livro aberto ou também uma fonte, ambos significando a fonte da vida. Em Portugal essas imagens costumavam ser de pedra e, no Brasil, de madeira ou argila.

No século XIX, muitas imagens foram trocadas pela da Nossa Senhora do Bom Parto, com o ventre disfarçado pela roupa. Somente no fim do século XX se voltou a falar e pesquisar o assunto, tendo-se encontrado imagens antigas enterradas sob o altar das igrejas.

* * *

As Antífonas do Ó foram compostas entre o século VII e o século VIII, sendo um compêndio de cristologia da antiga Igreja, um resumo expressivo do desejo de salvação, tanto de Israel no Antigo Testamento, como da Igreja no Novo Testamento. São orações curtas, dirigidas a Cristo, que resumem o espírito do Advento e do Natal. 

Expressam a admiração da Igreja diante do mistério de Deus feito Homem, buscando a compreensão cada vez mais profunda de seu mistério e a súplica final urgente: «Vem, não tardes mais!». Todas as sete antífonas são súplicas a Cristo, em cada dia, invocado com um título diferente, um título messiânico tomado do Antigo Testamento (Antífonas do Ó: O antigo e o novo na oração litúrgica do advento. - São Paulo: Paulinas, 1997).

De acordo com D. Guéranger (Abade de Solesmes, França, +1875), ‘as Antífonas do Ó contêm todo o núcleo do período litúrgico’. São consideradas, ainda, ‘as pérolas que exprimem o tesouro escondido no campo deste Tempo, configurando a coroa do Rei dos reis!’

in heroinasdacristandade.blogspot.com


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quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Jesus nasceu mesmo no dia 25 de Dezembro?

Hoje em dia normalmente assume-se que Nosso Senhor Jesus Cristo não nasceu a 25 de Dezembro. Vou argumentar que esta assumpção é factualmente incorrecta, e que Cristo nasceu no final de Dezembro. Primeiro permitam-me contra-argumentar umas três objecções comuns à datação do nascimento de Cristo a 25 de Dezembro.

Objecção 1: 25 de Dezembro foi escolhido para substituir a festa romana pagã da Saturnália. A Saturnália era um festival popular de inverno e portanto a Igreja Católica prudentemente substituiu o Natal em seu lugar.

Resposta à objecção 1: A Saturnália celebra o solstício de Inverno. No entanto o solstício de inverno calha a 22 de Dezembro! É verdade que as celebrações da Saturnália começavam tão cedo como 17 de Dezembro e se estendiam até 23 de Dezembro. No entanto, as datas não correspondem.

Objecção 2: 25 de Dezembro foi escolhido para substituir o feriado pagão romano Natalis Solis Invicti ("Nascimento do Sol Invencível")

Resposta à objecção 2: Comecemos com o culto do Sol Invencível. O Imperador Aurélio introduziu o culto do Sol Invictus ("Sol Invencível") em Roma a 274 AD. Aurélio encontrou tensão política com este culto, porque o seu próprio nome "Aurélio" deriva da palavra latina aurora que quer dizer "nascer do Sol". As moedas revelam que o Imperador Aurélio se chamava a si mesmo Pontifex Solis ou "Pontífice do Sol". Assim, Aurélio simplesmente ajustou um culto solar genérico e identificou-o com o seu nome até ao fim do terceiro século.

Mais importante ainda, não existe registo histórico de uma celebração do Sol Invictus a 25 de Dezembro antes de 354 AD. Mesmo em 354 AD, a data é designada simplesmente por "Invictus" sem falar num aniversário. A data só se tornou explicitamente o "nascimento do Sol Invencível" sob (tambores por favor) o Imperador Juliano, o Apóstata, que tinha sido Cristão mas que tinha apostatado e regressado ao paganismo romano. A história revela que foi um Imperador Cristão (que odiava Cristo) que erigiu uma festa pagã a 25 de Dezembro. Pensem nisto por um bocado.

Porque é que tudo isto interessa? Significa que o Sol Invencível não era uma divindade muito popular no Império Romano. Isto implica que as plebes romanas não precisavam de ser desligadas de um feriado dito tão antigo. Mais ainda, a tradição de uma celebração a 25 de Dezembro encontrou lugar no calendário romano depois da cristianização de Roma. O feriado do "nascimento do Sol Invencível" era dificilmente tradicional e pouco popular. A Saturnália (mencionada em cima) era muito mais popular, tradicional e divertida. Parece, antes, que Juliano, o Apóstata, tentou introduzir um feriado pagão com o objectivo de substituir o feriado Cristão!

Objecção 3: Cristo não podia ter nascido em Dezembro, visto que S.Lucas descreve pastores a pastorear nos campos perto de Belém. Os pastores não saem durante o Inverno. Logo Cristo não nasceu no Inverno.

Resposta à Objecção 3: Esta objecção é a pior de todas. Lembrem-se que a Palestina não é a Inglaterra, a Rússia ou o Alasca. Belém tem latitude de 31,7. A minha cidade de Dallas, Texas, tem uma latitude 32,8 e ainda é confortável na rua em Dezembro. Como o grande Cornelius a Lapide nota, durante o seu tempo de vida uma pessoa podia ver pastores e ovelhas nos campos de Itália durante os últimos dias de Dezembro... e a Itália é geograficamente a Norte de Belém.

Agora seguimos para estabelecer o aniversário de Cristo a partir da Sagrada Escritura em dois passos:

Passo Um: Determinar o Aniversário de João Baptista

Podemos descobrir que Cristo nasceu no final de Dezembro reparando primeiro na altura do ano em que S. Lucas descreve S. Zacarias no templo Isto dá-nos uma data aproximada da concepção de S. João Baptista. A partir daqui podemos seguir a cronologia que S. Lucas dá e isso calha mesmo precisamente no fim de Dezembro.

S. Lucas diz que Zacarias serviu no "curso de Abias" (Lc 1, 5) que a Escritura recorda como o oitavo curso entre os 24 cursos sacerdotais (ver Nh 12, 17). Cada curso servia uma semana no templo duas vezes por ano. O curso de Abias servia durante a oitava e a trigésima segunda semana do ciclo anual.* No entanto, quando é que o ciclo dos cursos começava?

Consultanto a pesquisa académica de Friedlieb (Leben J. Christi des Erlösers, Münster, 1887, p. 312), descobrimos que o primeiro curso sacerdotal de Jojarib estava em serviço durante a destruição de Jerusalém, no 9º dia do mês judeu de Av. Assim o curso sacerdotal de Jojarib estava em serviço durante a segunda semana de Av. Isto significa, sem dúvida nenhuma, que o curso sacerdotal de Abias (o curso de S. Zacarias) estava a servir durante a segunda semana do mês judeu de Tishri - a mesma semana do Dia da Expiação no 10º dia de Tishri. No nosso calendário, o Dia da Expiação no 10º Tishri calha nalgum dia entre 22 de Setembro e 8 de Outubro.

Zacarias e Isabel conceberam João Baptista imediatamente depois de Zacarias ter servido o seu curso. Isto significa que S. João Baptista teria que ser concebido algures no fim de Setembro, colocando o nascimento de João no fim de Junho, confirmando a celebração da Igreja Católica da Natividade de S. João Baptista a 24 de Junho.

O Protoevangelho de Tiago do segundo século também confirma uma concepção do Baptista no final de Setembro, visto que o texto mostra S. Zacarias como sumo sacerdote e a entrar no Santo dos Santos - não era meramente o lugar santo com o altar do incenso. Este é um erro factual porque Zacarias não era sumo sacerdote, mas um dos sacerdotes chefes.** Mesmo assim, o Protoevangelium mostra Zacarias como sumo sacerdote e isto associa-o com o Dia da Expiação, que calha no décimo dia do mês hebreu de Tishri (cerca do fim do nosso Setembro). Imediatamente depois desta entrada no templo e da mensagem do anjo Gabriel, Zacarias e Isabel concebem João Baptista, o que coloca o nascimento de João Baptista no fim de Junho - mais uma vez correspondendo à data Católica da Natividade de S. João Baptista a 24 de Junho.

Passo dois: Determinar o Aniversário de Cristo
O resto das datas é muito simples. Lemos que depois da Virgem Maria Imaculada ter concebido Cristo, ela foi visitar a sua prima Isabel que estava grávida de seis meses com João Baptista. Isto significa que João Baptista era seis meses mais velho que Nosso Senhor Jesus Cristo (Lc 1, 24-27,36). Acrescentem seis meses a 24 de Junho e isso revela 24-25 de Dezembro como o aniversário de Cristo. Subtraiam nove meses a 25 de Dezembro e isso revela que a anunciação foi a 25 de Março. Todas as datas estão perfeitamente de acordo.

Portanto, se João Baptista foi concebido pouco depois do Dia da Expiação judaico, então as datas Católicas tradicionais estão essencialmente correctas. O nascimento de Cristo devia ser perto de ou a 25 de Dezembro. 

Taylor Marshall

* Eu sei que há dois cursos de Abias. Esta teoria só funciona se Zacarias e Isabel conceberam João Baptista depois do segundo curso de Zacarias - o curso de Setembro. Se S. Lucas  se refere ao primeiro curso, isto então colocaria o nascimento de João Baptista no final do ano e o nascimento de Cristo no final da Primavera. No entanto, penso que a tradição e o Protoevangelium sustentam que o Baptista foi concebido no final de Setembro.

**A tradição grega em especial celebra S. Zacarias como "sumo sacerdote". Ainda assim, Actos 5, 24 revela que haviam várias "sacerdotes chefes" (ἀρχιερεῖς), e portanto a ideia de que Zacarias era um "sumo sacerdote" pode não indicar uma contradição. A tradição grega identifica Zacarias com um arce-sacerdote e mártir, baseada na narrativa do protoevangelho de Tiago e em Mateus 23, 35: "Que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue do justo Abel, até ao sangue de Zacarias filho de Baraquias, que vós matastes entre o templo e o altar.” (Mateus 23, 35)


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São Tomé, o Apóstolo que duvidou

Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Só este discípulo estava ausente; e, ao voltar e ouvir contar o que acontecera, negou-se a acreditar no que ouvia. Veio outra vez o Senhor e apresentou ao discípulo incrédulo o seu lado para que lhe pudesse tocar, mostrou-lhe as mãos e, mostrando-lhe também a cicatriz das suas chagas, curou a ferida daquela incredulidade. Que pensais, irmãos caríssimos, de tudo isto? Julgais porventura ter acontecido por acaso que aquele discípulo estivesse ausente naquela ocasião, que ao voltar ouvisse contar, que ao ouvir duvidasse, que ao duvidar tocasse e que ao tocar acreditasse?

Tudo isto não aconteceu por acaso, mas por disposição da providência divina. A bondade de Deus actuou de modo admirável, a fim de que aquele discípulo que duvidara, ao tocar as feridas do corpo do seu Mestre curasse as feridas da nossa incredulidade. Mais proveitosa foi para a nossa fé a incredulidade de Tomé do que a fé dos discípulos que não duvidaram; porque, enquanto ele é reconduzido à fé porque pôde tocar, a nossa alma põe de parte toda a dúvida e confirma-se na fé. Deste modo, o discípulo que duvidou e tocou, tornou-se testemunha da realidade da ressurreição. Tocou e exclamou: Meu Senhor e meu Deus. Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, acreditaste. 

Ora, como o apóstolo Paulo diz: A fé é o fundamento dos bens que se esperam, a prova das realidades que não se vêem, torna-se claro que a fé é a prova da verdade daquelas coisas que não podemos ver. Pois aquilo que se vê já não é objecto de fé, mas de conhecimento directo. Então, se Tomé viu e tocou, porque é que lhe diz o Senhor: Porque me viste, acreditaste? É que ele viu uma coisa e acreditou noutra. A divindade não podia ser vista por um mortal. Ele viu a humanidade de Jesus e fez profissão de fé na sua divindade exclamando: Meu Senhor e meu Deus. Portanto, tendo visto acreditou, porque tendo à sua vista um homem verdadeiro, exclamou que era Deus, a quem não podia ver.

Muita alegria nos dá o que se segue: Felizes os que não viram e acreditaram. Por esta frase, não há dúvida que somos nós especialmente visados, pois não O vimos em sua carne, mas possuímo-l’O no nosso espírito. Somos nós visados, desde que as obras acompanhem a nossa fé. Na verdade só acredita verdadeiramente aquele que procede segundo a fé que professa. Pelo contrário, daqueles que têm fé apenas de palavras, diz São Paulo: Professam conhecer a Deus, mas negam-n’O por obras. A este respeito diz São Tiago: A fé sem obras é morta.

São Gregório Magno (Papa) in Hom. 26, 7-9: PL 76, 1201-1202 (Séc. VI)


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terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Um hino cristão muito antigo: Veni veni Emmanuel

Vem, vem, Emanuel
Liberta o captivo Israel
Que geme no exílio
Até que o Filho de Deus apareça
Alegra-te! Alegra-te! Emmanuel
Nasceu para ti, Israel!
Vem, ó ramo da árvore de Jessé
Liberta-os das garras do inimigo
Aqueles que confiam em vosso poder de salvar
E lhes traz vitória sobre o Inferno
Alegra-te! Alegra-te! Emmanuel
Nasceu para ti, Israel!
Vem, vem, ó Sol nascente
Anima-nos pela tua aproximação
Dissipa as nuvens sombrias da noite
Afasta as sombras da morte
Alegra-te! Alegra-te! Emmanuel
Nasceu para ti, Israel!
Vem, Chave de Davi
E abre-nos o Reino dos Céus
Faz segura a estrada para o Alto
E fecha o caminho do Inferno
Alegra-te! Alegra-te! Emmanuel
Nasceu para ti, Israel!
Vem, vem Senhor
Que ao povo no Sinai
Destes a lei
Na gloriosa majestade
Alegra-te! Alegra-te! Emmanuel
Nasceu para ti, Israel!


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