quinta-feira, 31 de julho de 2014

Regimini militantis Ecclesiae - O início dos Jesuítas

Bula Regimini militantis Ecclesiae, impresso guardado nos quartos de Sto. Inácio de Loyola.
Fotografia: SenzaPagare
Regimini militantis Ecclesiae (Latim para O Governo da Igreja Militante) foi a bula papal promulgada pelo Papa Paulo III em 27 de Setembro de 1540 que deu a primeira aprovação à Companhia de Jesus (...). O primeiro grupo de Jesuítas, na altura conhecidos como os "sacerdotes reformados", continuaram e elegeram Inácio de Loyola como seu Superior Geral, contra a sua opinião, e juraram-lhe obediência, (...)."
in Wikipedia


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quarta-feira, 30 de julho de 2014

10 Livros para ler este Verão - Recomendações Senza Pagare

Estamos a pouquíssimos dias do mês de Agosto e, se é verdade que muitos dos nossos leitores já estão de férias, outros só as começam agora neste mês.

As férias são um momento de charneira na vida de qualquer cristão. É impossível continuar com uma vida de Fé igual: ou se aumenta a Vida Interior ou se diminui.

Isto é fácil de perceber, porque é uma altura em que normalmente temos muito tempo livre, logo há uma escolha que tem que ser feita: vou dedicar mais tempo a Deus... ou não?

Felizmente a resposta é simples e nas férias pode-se dar mesmo um grande salto na Vida Interior. Como? Fazendo um esforço louco para ir à Missa ao Domingo no sítio onde se passa férias (ou mesmo indo à Missa nos dias de semana), convidando amigos para vir connosco, rezar mais (na praia a ver o pôr do Sol ou, melhor ainda, diante do Sacrário) e, fundamental, ler bons livros.

O Papa Bento XVI, nos Angelus de Verão, falou muito sobre o valor sobrenatural das férias:
"Todo o bom cristão sabe que as férias constituem uma ocasião de repouso físico e também de renovação espiritual na oração e meditação, que permitem desenvolver a relação com Cristo e de melhor se conformar aos seus ensinamentos".
Sabendo isto, o blog Senza apresenta uma lista de 10 livros para ler este Verão. Todos estes livros podem ser encontrados numa livraria normal como a Fnac ou Bertrand, mas os links das editoras também permitem encomendá-los rapidamente. Aqui estão eles:

1. Todos os caminhos vão dar a Roma, Scott e Kimberly Hahn (Diel)

Este livro é óptimo. O casal Scott e Kimberly Hahn contam a sua história de vida que foi desde Cristãos evangélicos a Católicos. Scott Hahn, provavelmente um dos autores Católicos mais conhecidos actualmente, era um pastor protestante e um feroz atacante da Igreja Católica. No entanto, é interessante ver o que acontece quando ele começa a ensinar no seminário protestante matéria muito parecida à doutrina Católica...

Para além de ser excelente para conhecer os fundamentos da doutrina Católica, é óptimo para qualquer casal perceber até que ponto a Fé é importante na relação entre marido e mulher.
E é de leitura muito fácil. Já ouvi alguém dizer que um dos maiores "erros" que fez foi começar a ler este livro, porque depois fez directa até o acabar.




2. Com olhos novos - A história da minha conversão, Alessandra Borghese (Diel)

Outra história de conversão, boa para ler na praia. Alessandra Borghese é uma princesa, da alta aristocracia italiana. No meio de luxos é bem sabido que é muito fácil esquecer Deus e a vontade de querer ser Santo, mesmo depois de anos de catequese.

Este livro, mais do que explicar as razões da Fé, explica o que significa mudar radicalmente de vida para centrá-la em Deus. Após uma adolescência e juventude conturbadas e marcadas por incidentes trágicos, a vida de Alessandra Borghese mudou a partir de um encontro com Deus. 




3. Ortodoxia, G. K. Chesterton (Aletheia)

Este livro já é mais puxado mas, também por isso, é muitíssimo bom. GK Chesterton, escritor britânico conhecido por ser o apóstolo do senso comum, é considerado por muitos um dos melhores escritores do século XX. Agora juntem a isso uma conversão radicalmente pensada ao Cristianismo e, mais concretamente, ao Catolicismo.

Através deste livro ficarão a saber porque é que o Cristianismo é a melhor filosofia de vida.... porque é a única em que tudo bate certo, isto é, é a única que é verdadeira. Atenção: se lerem este livro enquanto estão na praia ou no sofá, reservem algum tempo para contarem as piadas e exemplos que vão lendo.




4. Auto-de-Fé: A Igreja na Inquisição da Opinião Pública, Pe. Gonçalo Portocarrero e Zita Seabra (Aletheia)

Este livro é um must. Qualquer pessoa interessada na Igreja Católica (mesmo que não pratique) devia lê-lo. Em formato de entrevista, a editora Zita Seabra entrevista o Pe. Gonçalo Portocarrero sem tabus nem respeitos humanos.

Os "podres" todos da Igreja Católica estão aqui... para nos mostrar que afinal aquilo que nos escandalizava passa a ser coroa de glória. Desde o caso Galileu até ao Opus Dei, passando por muita doutrina Católica (confissão, ir à Missa, ...) está tudo explicado num tom humorístico e muito lógico.

Depois de lerem este livro não se esqueçam de o emprestar a um amigo.




5. O que a Civilização Ocidental Deve à Igreja Católica, Thomas Woods Jr. (Aletheia)

Para quem gosta de história e de ciência, economia ou artes, este livro é o ideal.

Basicamente, o historiador Thomas Woods Jr, formado em Harvard e com Phd na Columbia University, explica que praticamente tudo o que há de bom no Ocidente tem uma origem - a Igreja Católica. Isto pode parecer chocante, falacioso ou mesmo fantasia, mas não deixa de ser verdade.

Toda a base intelectual e científica da Europa (e, por assim dizer, do mundo) nasceu com a Igreja Católica, mas também toda a saúde (os Cristãos inventaram os primeiros hospitais), o direito (o direito Canónico, originário do antigo direito Romano), a economia e muito mais.



6. Bento XVI - Visto de Perto, Peter Seewald (Lucerna/Principia)

Passado pouco mais de um ano da renúncia do Papa Bento XVI, facilmente percebemos que ainda não temos noção deste gigante que passou pela Cátedra de S. Pedro.

Provavelmente daqui a 100 anos será possível fazer uma análise próxima da realidade e perceber a influência que Joseph Ratzinger teve na Igreja, na teologia e na cultura do mundo inteiro.

Para saltar esses 100 anos existe este livro, escrito pelo jornalista que entrevistou o Papa três vezes (dando origem a três livros). 

Conheçam a história de um alemão socialista ateu que começou a mudar a sua vida quando teve que preparar um artigo sobre o Cardeal Ratzinger. Através da sua investigação, Peter Seewald conta-nos a vida de Bento XVI de uma forma muito jornalística e desmontando todos os mitos que se pode ter sobre o Papa Bento.




7. Missão Cumprida: Biografia de Álvaro del Portillo, Hugo de Azevedo (Diel)

A cerca de dois meses da Beatificação de D. Álvaro del Portillo, primeiro sucessor de S. Josemaria à frente da Prelatura do Opus Dei, este livro é imprescindível.

Conheçam a vida do Bispo que, quando morreu, teve o Papa João Paulo II ajoelhado aos seus pés, evitando rezar a oração pelos fiéis defuntos, confiando que D. Álvaro já estava no Céu.

Escrito de uma forma muito acessível, este pequeno livro para além de dar a conhecer a vida de um dos últimos Santos dos século XX, fala muito sobre o início da Obra e a vida de S. Josemaria. Além disso, D. Álvaro esteve à frente de uma das comissões do Concílio Vaticano II: é também um bom livro para todos os interessados em história moderna da Igreja.




8. Sacramentos e Vida Cristã, João Paulo Pimentel (Lucerna)

Todas as grandes personalidades Cristãs (os Santos) que andaram por este mundo tinham pelo menos uma coisa em comum: frequentavam os sacramentos... com regularidade.

Este livro ajuda a perceber, de uma forma muito simples e divertida, cada sacramento e porque é que eles são muito mais importantes do que aquilo que nós pensávamos.

Cheio de exemplos concretos e comparações, o Pe. Pimentel chega mesmo a comparar o confessionário ao famoso Guarda-roupa das Crónicas de Nárnia. Para saberem mais, têm que ler o livro!




9. Um Caminho Sob o Olhar de Maria: Biografia da Irmã Lúcia, Carmelo de Coimbra (Edições Carmelo)

Acabado de sair nas lojas, este livro é a mais completa biografia da Irmã Lúcia. Não é difícil de perceber que, para se ser santo, não basta ver Nossa Senhora. E este livro mostra exactamente que a Irmã Lúcia foi uma grande grande santa.

Só o facto de ser escrito pelo "Carmelo de Coimbra" mostra todos os pormenores que este livro contém lá dentro. É impossível não ler este livro, depois de conhecer histórias impressionantes da vida da irmã Lúcia nos vários sítios por onde andou, e não ficar com uma vontade enorme de ser Santo.




10. Corpus Christi: A Sagrada Comunhão e a Renovação da Igreja, D. Athanasius Schneider (Caminhos Romanos)

Outra novidade deste mesmo ano, o livro de D. Athanasius Schneider é uma pérola na literatura Católica moderna.

É fácil menosprezar as conversas sobre como é que devemos comungar ou de que é preciso tratar bem da Sagrada Comunhão, mas depois não se percebe como é que uma grande parte das conversões ao Catolicismo se deve ao modo como a Sagrada Eucaristia é tratada.

Este livro, publicado este ano pela editora oficial da Santa Sé, é uma apologia dos nossos tempos para a Comunhão na boca e de joelhos. Mostra, com razões profundíssimas, porque é que tratar com reverência o Santíssimo Sacramento vai ajudar muito a Igreja a ultrapassar a crise por que tem estado a passar nas últimas décadas.

Além disso custa um preço simbólico de 5€.

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Por fim, é óbvio que esta é uma lista seleccionada. Há muitos outros livros bons para ler e que ajudarão a crescer na Vida Interior durante o Verão. 

Estes livros também são óptimos para ler durante todo o ano e não só durante as férias.

E, já agora, optei por não incluir nenhum livro do Papa Francisco, como por exemplo a última encíclica Lumen Fidei ou a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, porque penso não serem tão fáceis de ler na praia. No entanto são livros óptimos e quase obrigatórios para qualquer Católico com hábitos de leitura (mesmo que anuais).

Sobre bons livros para o Verão mas que não estão directamente relacionados com o Catolicismo, como qualquer romance, ensaio, etc... remeto para a lista apresentada pelo blog espectadores.blogspot.com, aqui.

Nuno CB


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segunda-feira, 28 de julho de 2014

"Eu odiava a Igreja Católica, mas a graça de Deus tocou-me"

Joseph Pearce é professor de literatura inglesa e autor de biografias de escritores britânicos como Chesterton, C. S. Lewis e Oscar Wilde, entre outros. Foi baptizado na Igreja Católica já adulto.

A sua biografia acaba de ser publicada em espanhol (“Mi carrera com el diablo”). Para apresentá-la, Pearce passou por várias cidades espanholas. Em Barcelona, pudemos falar com ele sobre o processo criativo do seu último livro e o conteúdo: a sua conversão ao catolicismo.


O que é que a sua biografia pode oferecer aos leitores?

Espero que o meu livro demonstre que ninguém está fora do alcance da glória de Deus. Eu já fui preso duas vezes por delitos ligados ao ódio. Odiei a Igreja Católica. Mas ninguém está fora do alcance da graça. Espero que as pessoas leiam o livro, sejam elas cristãs, anti-cristãs... Que sejam tocadas pela graça de Deus e, pelo menos que seja um empurrão na direcção certa.

O diabo está no título do seu livro. Ele assusta-o?

O título é, obviamente, um jogo de palavras com o termo “race”, de “raça” e “corrida”. Mas acho que o mal é satânico, porque existe uma dimensão acima da natureza. Não sou um relativista. Acho que a corrida com o diabo não está vencida. Ainda estou nela. Acho que ela só acaba quando morrermos. Todos nós temos anjos da guarda para ajudar-nos, temos santos para ajudar-nos e demónios para tentar-nos. Há uma dimensão sobrenatural acima da realidade.

Os amigos “mortos” de Pearce: Chesterton e Oscar Wilde

A leitura de um livro de Chesterton (“The well and the shallows”), enquanto cumpria pena na prisão pela segunda vez, fê-lo descobrir algo cuja presença sentia que o acompanhava desde a infância. “Era o bom, o belo e o verdadeiro”, explica. Desde então, tem paixão pela leitura dos seus escritores favoritos. Isso levou-o a escrever as biografias deles. Mas agora ele surpreende-nos com a biografia de alguém que conhece bem.

Aprendeu escrevendo a biografia de outros, para agora escrever sobre si mesmo?

Ao escrever biografias de escritores que nos tocam, chegamos a conhecer muito bem a pessoa sobre a qual escrevemos. Às vezes, digo que tenho como melhores amigos alguns homens mortos. Se passamos muitas horas pesquisando e escrevendo a biografia de um homem (Chesterton, Oscar Wilde etc.), acabamos conhecendo-o e ele ajuda-nos a entender a natureza humana. Escrever uma autobiografia é outra história. Não conseguimos deixar de ser subjectivos, mas é preciso aspirar à objectividade.

Teve uma experiência intensa de Deus, uma conversão, e escreveu um livro. Porquê o livro?

Primeiramente, porque sou escritor. Mas também porque as pessoas sabiam mais extensamente sobre o meu passado numa organização nazi e nos grupos anti-católicos da Irlanda do Norte do que sobre a minha nova vida cristã.

Comecei a sentir cada vez mais que precisava contar a história. Adiei a ideia durante muito tempo, porque não tinha certeza de estar preparado para isto. De certa forma, é a coisa mais dura que já escrevi. É muito pessoal e eu quis ser honesto. Mas acho que era preciso fazer isso e estou contente por ter escrito.

Tinha chegado a hora. Ele já se sentia preparado para descrever o seu caminho rumo a Deus. E define a sua situação actual como de “amor racional”. Pearce agora é razão e amor: cabeça e sorriso. Com a sua cabeça ordenada, ganhou o respeito dos seus colegas e editores. Com o seu sorriso, o coração de todos.

in Aleteia


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Frase do dia

"A oração não se reduz ao brotar espontâneo dum impulso interior: para orar, é preciso querer."

Catecismo da Igreja Católica, 2650


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domingo, 27 de julho de 2014

Os evangelhos segundo Jesus Cristo - Pe. Gonçalo Portocarrero

Não sei se era uma sexta-feira 13, mas a afirmação não poderia ter sido mais desastrada:
- Bom, deixemos isso – referia-se à Sagrada Escritura, que acabava de ser referida – pois tenho coisas mais importantes para vos dizer!

O caricato incidente que, si non è vero, è bene trovato , reflecte uma atitude corrente em muitas pessoas, também cristãs, que, na prática, entendem que têm coisas mais importantes para fazer do que ler a Bíblia, que é palavra de Deus.

A Sagrada Escritura não é letra morta, mas espírito e vida, porque, como afirma o apóstolo João, Cristo é a palavra de Deus que se fez carne e habitou entre nós.

É verdade que não se conhece nenhum texto escrito directamente por Jesus, mas muitos foram os seus contemporâneos que, como Mateus, um dos doze apóstolos, e Marcos, relataram os seus feitos e ensinamentos. Lucas, também ele discípulo do Mestre, dá conta das muitas versões escritas que circulavam entre os primeiros cristãos. Mas, como nem todas eram fidedignas, ele, sendo médico, redigiu um novo relato, que é o terceiro evangelho. Estes três textos, mais o atribuído ao apóstolo João, são os únicos quatro evangelhos que a Igreja católica reconhece como sendo palavra de Deus. Outros havia e há que não consta terem sido divinamente inspirados.

Para alimentar a fé incipiente das comunidades cristãs que ia fundando, Paulo de Tarso escrevia-lhes cartas: as epístolas que ainda hoje se lêem nas celebrações litúrgicas. Eram textos que circulavam entre os fiéis, ensinando-lhes a prática da fé, resolvendo as suas dúvidas doutrinais, alentando-os a permanecer como luzes ardentes num mundo obscurecido pelas trevas da ignorância e do pecado.

Decorridos quase dois mil anos, a Bíblia não perdeu actualidade, nem pertinência, para cristãos e não-cristãos. Não conhecer a Sagrada Escritura não é apenas uma grave manifestação de ignorância religiosa, mas também um indesmentível sinal de iliteracia cultural. Não são só os italianos que têm de ler a Divina Comédia , nem os britânicos os únicos que devem conhecer as obras de Shakespeare.

Deus não é de nenhum país e é-o de todos. Por isso, a palavra divina não se confunde com nenhuma cultura ou época, transcende todas as fronteiras e ultrapassa todas as civilizações. É de sempre e para sempre. É intemporal, sem deixar de ser de cada tempo e lugar. É universal, sendo pessoal para todos e cada um dos homens, porque é um lugar privilegiado de encontro íntimo com Deus. É uma explicação do mundo, mas também um mapa da felicidade. Fala de Deus, omnipotente e criador, mas que é, sobretudo, amor e que, no seu filho, Cristo, é caminho, verdade e vida. Porque ensina a amar, ensina a viver. Promete a bem-aventurança no além, mas enche também de alegria e de esperança a vida terrena. Quantas pessoas encontraram, nas páginas do texto sagrado, a mais profunda e plena razão do seu viver!

Quem lê a Bíblia não fica indiferente ao livro que, não em vão, é a obra mais editada de todos os tempos. Se aceita o diálogo interpelante dos evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João, os únicos que são, verdadeiramente, segundo Jesus Cristo, é muito provável que se dê conta de que esse texto não é apenas a mais valiosa obra da literatura universal, mas uma carta íntima que Deus escreveu a cada ser humano. E então, seja crente, ateu, agnóstico ou indiferente, compreenderá por que razão, em cada missa, depois da proclamação do evangelho, o celebrante beija-o. Um gesto de amor que, se não for unido ao propósito de realizar na vida a palavra de Deus, será de traição, como o beijo de Judas.

in Jornal i


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Confessar a fé toda, como chegou até nós - Papa Francisco

A fé é confessar Deus, mas o Deus que se nos revelou, desde o tempo dos nossos pais até hoje; o Deus da história. E isto é aquilo que nós todos os dias recitamos no Credo. E uma coisa é recitar o Credo com o coração, outra é fazê-lo como os papagaios, não é? Creio, creio em Deus, creio em Jesus Cristo, creio… Eu creio naquilo que digo? Esta profissão de fé é verdadeira ou digo-a de memória, porque se tem que dizer? Ou creio pela metade? Confessar a fé! Toda, não uma parte! Toda! E esta fé, guarda-la toda, como chegou até nós, pelo caminho da tradição: toda a fé!

Homilia na Domus Sanctae Marthae, 10 de Janeiro de 2014


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sábado, 26 de julho de 2014

Valores - D. Nuno Brás

É habitual, de há alguns tempos a esta parte, escutarmos o “discurso dos valores”: “o que importa são os valores”; “há que ensinar sobretudo valores”; “temos que educar para que possam viver os valores”… e tantas outras expressões como estas, que têm feito, vitoriosas, o seu caminho no discurso quotidiano.

No entanto, a questão não me parece ser assim tão simples. É verdade que mesmo esta educação para os valores tem vindo a ser posta em causa – e não raros são aqueles que defendem já que a escola apenas tem que transmitir conhecimentos científicos e deixar a cada um a escolha dos seus “valores” (o que pode bem constituir a completa ausência dos mesmos e o regresso à selva onde, descaradamente, impera aquele que é simplesmente mais forte). Mas o ser pai e ser mãe é muito mais que dar a vida biológica a um ser: trata-se de educar o homem, de construir humanidade e, por isso, de ter a liberdade efectiva de escolher o projecto educativo para os seus filhos.

Contudo, a questão vai mesmo mais longe. Não esqueço a afirmação do Papa Francisco na sua Encíclica “A luz da fé” (54): “Na Idade Moderna, procurou-se construir a fraternidade universal entre os homens, baseando-se na sua igualdade; mas, pouco a pouco, fomos compreendendo que esta fraternidade, privada do referimento a um Pai comum como seu fundamento último, não consegue subsistir; por isso, é necessário voltar à verdadeira raiz da fraternidade”.

Esta é a questão do “discurso dos valores”: esquece a raiz dos próprios valores, o seu fundamento, para os resumir a uma simples vivência subjectiva, onde cada um os interpreta e vive como lhe apraz…

Aliás, para continuarmos no campo da “fraternidade” (e na sequência da referida afirmação do Santo Padre), alguém me recordava há dias que das três palavras de ordem da Revolução Francesa, a “liberdade” e a “igualdade” tinham entrado em praticamente todas as Constituições dos países do mundo ocidental, ao contrário da “fraternidade”, que não entrou em nenhuma… Até pela necessidade de fazer referência a um Pai comum!


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Direitos Gays enfrentam bloqueios no mundo inteiro

Os países e instituições mais poderosos do mundo que promovem “direitos” homossexuais estão a encontrar resistência mesmo em lugares em que os activistas gays pensavam que a batalha já estava ganha.
A meta de normalizar relações de mesmo sexo por meio da legislação está a enfrentar obstruções em assembleias legislativas, tribunais e entre as pessoas do mundo inteiro.
Embora os activistas gays estejam de forma vitoriosa a conseguir que as sociedades do Ocidente exijam a aceitação da conduta homossexual de modo geral, Eles não estão a conseguir a aprovação legal de direitos sociais e económicos especiais em grande escala para lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT).
Em apenas alguns lugares, os activistas LGBT parecem ter alcançado o que eles chamam de “igualdade.” Mas mesmo aí, o sucesso deles é limitado.
Nos Estados Unidos — um país em que os direitos LGBT são os mais avançados — mais da metade dos estados definem o casamento como a união de um homem e uma mulher, e muitos estados não permitem que pares do mesmo sexo adoptem.
Até mesmo na Europa, onde a poderosa Comissão da U.E. tem usado todo o seu poder a favor de diretos LGBT, e tem feito de modo vitorioso com que a maioria dos países da U.E. aprove arranjos de união civil para indivíduos de mesmo sexo, vários países não só têm rejeitado o “casamento” de mesmo sexo, mas têm também aprovado emendas constitucionais que simultaneamente proíbem o “casamento” entre pessoas do mesmo sexo. A Croácia, a Hungria e a Eslováquia são os mais recentes.
A Finlândia é o membro mais recente da União Europeia a rejeitar o “casamento” de mesmo sexo. No mês passado, um comitê do parlamento finlandês impediu o parlamento de votar sobre “casamento” de mesmo sexo, pela segunda vez desde 2012, por uma votação de 10 a 6. A Finlândia é o único país nórdico em que “casamentos” de mesmo sexo não são realizados.
O “casamento” de pessoas do mesmo sexo é um assunto tão sensível que a Comissão Europeia e o Tribunal Europeu de Direitos Humanos adoptaram uma abordagem suave, favorecendo em vez disso uniões civis. O presidente da Organização dos Estados Americanos recentemente disse que a sua organização não imporia o “casamento” de mesmo sexo. Até mesmo o Supremo Tribunal dos EUA não impôs o “casamento” de mesmo sexo.
A adopção por pares do mesmo sexo é de algumas maneiras um assunto mais difícil, principalmente na Europa. Poucos países europeus permitem que pares do mesmo sexo adoptem. O debate público muitas vezes foca nos direitos das crianças, para grande efeito dos oponentes da adoção gay.
Nos países do Hemisfério Sul, os ativistas LGBT e os governos que os apoiam estão tendo uma batalha árdua para convencer populações inteiras de que o que eles consideram conduta sexual pervertida deveria ser aceita pela sociedade.
Só neste ano, Uganda e Nigéria de forma polémica aumentaram as penas legais para a conduta homossexual além de restringirem o activismo em prol do “casamento” de mesmo sexo e outros direitos LGBT. Muitas nações africanas estão a procurar leis semelhantes, e os políticos que fazem campanhas dessas questões encontram apoio da população.
O Grupo Africano, um bloco de negociação da ONU, seleccionou o Uganda para a presidência da Assembleia Geral depois que os Estados Unidos e a Europa ameaçaram punir o Uganda pelas suas novas leis. A escolha enviou uma forte mensagem de que os africanos não estão a ceder.
Os sectores da burocracia da ONU na vanguarda de iniciativas polémicas de direitos LGBT na ONU provavelmente não prosseguirão depois da eleição de um novo Alto Comissário da ONU para Direitos Humanos da Jordânia.
As leis são apenas uma das áreas em que os ativistas LGBT estão a enfrentar obstáculos. Algumas culturas nem consideram a noção de 'casamento' de pessoas do mesmo sexo ou adopção, e nem sequer têm palavras para os descrever.
Um autor do blog pró-família Englishmanif recentemente escreveu que a língua chinesa não tem uma palavra para [o termo genérico] “casal” ou para [o termo genérico] “pais.” Em chinês, ele explica, a palavra é literalmente “maridoesposa” para casal e “paimãe” para pais.
Dr. Stefano Gennari in c-fam.org


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sexta-feira, 25 de julho de 2014

Papa Francisco foi almoçar à cantina do Vaticano

O Papa Francisco foi hoje almoçar à cantina do Vaticano, com os vários funcionários. Um Vaticanista italiano (Gianluca Barile) estava lá e partilhou as suas fotografias no Twitter:

 



No entanto... Não foi o único! Alguém conhece o homem vestido de branco?

(Março 1981)


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quarta-feira, 23 de julho de 2014

Fato de banho é muito mais giro… e não só


Era eu um bebé e já a minha mãe me vestia fato de banho para ir à praia. E na minha infância não era só eu, mas todas as minhas primas, amigas e colegas do colégio usavam fatos de banho, coloridos e com padrões variados, para ir à praia ou à piscina. Mas à medida que fui crescendo e entrei na adolescência, reparei que quase todas as minhas amigas começavam a usar biquíni. Íamos à praia e já eram muito poucas as que usavam fato de banho: comentava-se, comparava-se, e havia tal “pressão” (éramos miúdas de 13, 14 anos na altura) para usar biquíni, que quem ainda usava fato de banho só o podia fazer por opção própria de não querer entrar na onda.

Claro que eu também me questionei e pensei se queria ou não comprar um biquíni. Conversei com a minha mãe, com amigas que usavam fato de banho e com amigas que usavam biquíni e formei eu própria uma opinião. A primeira conclusão estava à vista: a maior parte das minhas amigas não ficava favorecida com a mudança, notavam-se quilos a mais e imperfeições próprias da fase de crescimento. É claro que isto não acontecia com todas, mas no geral o fato de banho era, sem dúvida alguma, a opção mais elegante.

Um outro motivo, mais racional, foi pensar não pela negativa – o que não posso mostrar – mas pela positiva – o que posso e devo mostrar. Olhando para o corpo humano é fácil perceber que cada parte tem uma função: as pernas e os pés para andar, as mãos e os braços para trabalhar e certas partes mais íntimas para questões fisiológicas e sexuais.

Há também partes essenciais que servem para uma actividade básica do ser humano: a comunicação. Para comunicar precisamos da boca, dos olhos, dos ouvidos e essa é a primeira parte que deve estar à vista. Quando um ser humano é obrigado a tapar estas partes (até as burkas têm uma rede para se poder ver e respirar), isso é um abuso. As mãos, além de serem instrumento de trabalho, são também forma de comunicação, e por isso também devem estar à vista.

Agora, se olharmos para a maioria dos povos, a tradição é a de deixar a descoberto as partes com estas funções referidas e áreas circundantes, mas deixar resguardadas as partes mais íntimas e as zonas mais próximas destas partes. Um decote acentuado, a zona imediatamente por baixo do peito ou por baixo do umbigo remetem automaticamente, é inevitável, para a zona íntima que qualquer mulher quer resguardar. Assim, se eu tapar apenas as partes que não quero mostrar o mais provável é que vá chamar a atenção precisamente para essas partes.

Com a chegada de mais um Verão resolvi trocar ideias com algumas amigas e perguntei a cerca de 20 amigas que usam fato de banho (dos 16 aos 26 anos) o porquê de preferirem o fato de banho ao biquíni. As respostas foram muito interessantes e, pelo menos, dão que pensar. (A maioria destas amigas a quem perguntei são super elegantes, sem problemas de quilos a mais: usam fato de banho porque querem e não porque precisam.)

Há uma coisa com a qual todas concordam: é muito mais elegante. E além disso, muito mais confortável: várias dizem que se sentem mais à vontade consigo mesmas e com os outros. Uma delas diz: “É encantador sem ser revelador. Também é muito mais confortável (comparando com já ter usado biquíni). Uso fato de banho porque me sinto mais à vontade e sei que os outros à minha volta estão também mais à vontade, não vêem só pele.” Outra amiga diz que não quer abrir a sua intimidade a desconhecidos: “se não lhes conto muitas coisas porque são íntimas minhas, porque hei-de mostrar o meu corpo que revela tanto de mim?” Outra ainda (de 16 anos!) diz que tal como não é a mesma coisa estar em topless ou de biquíni, não é a mesma coisa estar de biquíni ou de fato de banho: “acho que é um sinal de respeito pelas pessoas com quem estou na praia ou na piscina”. Há quem justifique a sua preferência com três palavras apenas: “elegância, mistério, feminino”. E também há quem se alongue mais, começando na brincadeira… “Biquíni = soutien/cuecas. Não me imagino a sair à rua em soutien e cuecas! Fato de banho é muito mais elegante porque dá a ilusão de termos pernas maiores, diminui a curva na cintura fazendo com que a medida de peito e de anca sejam a mesma, ou seja, TOP MODELS!” mas revelando logo as suas verdadeiras razões… “o corpo é a manifestação exterior e do nosso interior (alma). (…) Devemos evitar qualquer peça que impeça que os outros nos vejam como pessoas e apenas como corpo. O que acontece é que o biquíni salienta, aliás pior, põe mesmo em relevo as duas partes que mais nos identificam como mulheres. E os homens e as mulheres têm maneiras muito distintas de pensar... É óbvio que não podemos impedir que as pessoas pensem o que quer que seja, mas podemos prevenir! O fato de banho, ao tapar a barriga, ajuda a combater imaginação e o desejo de alguns homens... porque grande parte do problema é esse: o que deixa a desejar. Como já dizia Santa Teresa, 'a imaginação é a louca da casa'!!!” Finalmente, a Maria que, com 18 anos acabados de fazer (giríssima e com 1,80 m de altura), acaba de ser convidada para ser modelo, diz-me “Eu uso fato de banho porque acho que fica mais elegante e porque expõe menos do meu corpo. E, para além disso, de biquíni sinto-me de roupa interior”.

Como é óbvio, tenho também muitas amigas que preferem usar biquíni: fazem-no com más intenções ou com malícia? Tenho a certeza que não e respeito perfeitamente a opção delas (não deixo de gostar ou admirá-las um milímetro a menos por causa disso). Não queria era deixar de expor estas ideias, nas quais se calhar nunca pensaram. Há consequências às quais nós, raparigas, não somos sensíveis (principalmente no que diz respeito aos rapazes) e que provavelmente nunca considerámos. Deixo aqui um vídeo do Jason Evert, que dá ideia de algumas dessas consequências: youtube.com/watch?v=WtzIcz7MOkc.

Para terminar, um último pensamento: tenho a certeza que todas as raparigas e mulheres, ou pelo menos a maioria, deseja ser vista e conhecida por aquilo que é: a sua personalidade, a sua inteligência, etc. A maneira como nos vestimos (cores, combinações) também dizem algo de nós e é normal que as pessoas olhem para a nossa roupa e juntem essas impressões à ideia que têm da nossa pessoa. Mas se a roupa que estou a usar se resume a três pequenos triângulos, é óbvio que as pessoas vão precisamente olhar para esses triângulos… e aí será difícil que reparem na nossa inteligência, simpatia ou personalidade.

Leonor CF

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