sexta-feira, 31 de maio de 2024
quinta-feira, 30 de maio de 2024
Missa de Corpus Christi: A doutrina revelada na Liturgia
A Festa de 'Corpus Christi' foi instituída pelo Papa Urbano IV no dia 11 de Agosto de 1264 com a bula 'Transiturus'. O Papa pediu a vários teólogos que escrevessem hinos de louvor ao Santíssimo Sacramento, para a festa do Santíssimo Corpo e Sangue do Senhor que ia começar a ser celebrada por toda a Igreja.
S. Tomás de Aquino foi o primeiro a apresentar os seus hinos. Isto foi o suficiente para que mais nenhum teólogo quisesse apresentar outros hinos, dada a enorme beleza dos hinos de S. Tomás. Entre estes textos estavam os famosos: Adoro Te Devote, Pange Lingua e também o hino Lauda Sion Salvatorem.
Este último é cantado na na Sequência (antes do Evangelho) da Santa Missa da solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue do Senhor.
Aqui fica o texto original de S. Tomás, bem como a sua tradução. Um verdadeiro exemplo de como a liturgia faz brilhar a doutrina Católica em todo o seu esplendor.
Texto Latino
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Tradução em português
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Lauda Sion Salvatórem
Lauda ducem et pastórem
In hymnis et cánticis.
Quantum potes, tantum
aude:
Quia major omni laude,
Nec laudáre súfficis.
Laudis thema speciális,
Panis vivus et vitális,
Hódie propónitur.
Quem in sacræ mensa
cœnæ,
Turbæ fratrum duodénæ
Datum non ambígitur.
Sit laus plena, sit
sonóra,
Sit jucúnda, sit decóra
Mentis jubilátio.
Dies enim solémnis
ágitur,
In qua mensæ prima
recólitur
Hujus institútio.
In hac mensa novi
Regis,
Novum Pascha novæ
legis,
Phase vetus términat.
Vetustátem nóvitas,
Umbram fugat véritas,
Noctem lux elíminat.
Quod in cœna Christus
gessit,
Faciéndum hoc expréssit
In sui memóriam.
Docti sacris
institútis,
Panem, vinum, in
salútis
Consecrámus hóstiam.
Dogma datur
Christiánis,
Quod in carnem transit
panis,
Et vinum in sánguinem.
Quod non capis, quod
non vides,
Animósa firmat fides,
Præter rerum ordinem.
Sub divérsis speciébus,
Signis tantum, et non
rebus,
Latent res exímiæ.
Caro cibus, sanguis
potus:
Manet tamen Christus
totus,
Sub utráque spécie.
A suménte non concísus,
Non confráctus, non
divísus:
Integer accípitur.
Sumit unus, sumunt
mille:
Quantum isti, tantum
ille:
Nec sumptus consúmitur.
Sumunt boni, sumunt
mali:
Sorte tamen inæquáli,
Vitæ vel intéritus.
Mors est malis, vita
bonis:
Vide paris sumptiónis
Quam sit dispar éxitus.
Fracto demum
Sacraménto,
Ne vacílles, sed
memento,
Tantum esse sub
fragménto,
Quantum toto tégitur.
Nulla rei fit scissúra:
Signi tantum fit
fractúra:
Qua nec status nec
statúra
Signáti minúitur.
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Louva, Sião, o
Salvador,
Louva o guia e o pastor
Com hinos e cânticos.
Quantos possas, tanto
ouses,
Porque está acima de
todo o louvor
E nunca o louvarás
suficientemente.
É-nos hoje proposto um
tema
Especial de louvor:
O pão vivo que dá a
vida.
O pão que na mesa da
sagrada ceia
Foi distribuído aos
doze,
Como nos foi dado sem
ambiguidades.
Ressoem pois os
louvores, sonoros,
Cheios de amor. Seja
formosa e jovial
A alegria das almas.
Porque celebramos o dia
solene
Que nos recorda a
instituição
Desde banquete.
Na mesa do novo Rei,
A Páscoa da Nova Lei
Põe fim à Páscoa
antiga.
O rito novo rejeita o
velho,
A realidade dissipa as
sombras
Como o dia dissipa a
noite.
O que o Senhor fez na
ceia
Mandou-no-lo fazer
Em sua memória.
E nós intruídos pelo
mandado divino
Consagramos o pão e o
vinho
Em hóstia de salvação.
É dogma de fé para os
cristãos
Que o pão se converte
na carne
E o vinho no sangue do
Salvador.
O que não compreendes
nem vês,
Diz-to a fé viva; porque
se opera
Fora das leis naturais.
Debaixo de espécies
diferentes,
Que são apenas sinais
exteriores,
Ocultam-se realides
sublimes.
O pão é comida, e o
vinho é bebida;
Mas debaixo de cada uma
das espécies
Cristo está totalmente.
E quem o recebe não o
parte
Nem divide, mas
recebe-o
Todo inteiro.
Quer o recebam mil,
quer um só,
Todos recebem o mesmo,
Nem recebendo-o podem
consumi-lo.
Recebem-no os bons e os
maus igualmente,
Porém com efeitos
diversos:
Os bons para vida e
maus para morte.
Morte para os maus e
vidas para os bons:
Consideremos como são
diferentes os efeitos
Que produz o mesmo
alimento.
Quando a hóstia é
dividida,
Não vacile a tua fé
porque o Senhor
encontra-se sempre todo
debaixo
do pequeno fragmento ou
da hóstia inteira.
Nenhuma coisa a pode
dividir:
apenas os sinais foram
divididos
sem a menor alteração
da realidade divina que esses mesmos sinais significam.
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Quem estiver interessado em cantar:
quarta-feira, 29 de maio de 2024
Mosteiro Beneditino de Núrcia passa a ser uma Abadia
O mosteiro beneditino de Núrcia (Itália), fundado há 25 anos com Rito Tradicional, foi canonicamente elevado ao estatuto de abadia, anunciaram os monges.
O actual prior, Dom Bento Nivakoff, foi eleito abade a 28 de Maio. É o primeiro abade de Núrcia desde 1792, data da morte do abade Benedetto Cipriani.
O Padre Cassian Folsom, fundador dos monges beneditinos de Núrcia, conheceu a Missa Tradicional nos anos 90, quando visitou o mosteiro benedictiono de Le Barroux, em França. A comunidade está a crescer e as instalações do mosteiro, agora abadia, estão a ser ampliadas.
terça-feira, 28 de maio de 2024
S. Afonso Maria de Ligório descreve os tempos difíceis da Igreja
Ilustríssimo Senhor meu estimadíssimo,
Meu amigo e senhor, acerca do sentimento que me pede sobre os assuntos actuais da Igreja e a eleição do Papa, que pensamento posso apresentar, eu um miserável ignorante e de tão pouco espírito, como sou? Digo apenas que são necessárias orações e grandes orações; já que, para levantar a Igreja do estado de relaxamento e de confusão em que se encontram universalmente todos os níveis, nem toda a ciência e prudência humana conseguem remediar, mas é preciso o braço omnipotente de Deus.
Entre os bispos, poucos são os que têm verdadeiro zelo pelas almas. As comunidades religiosas, quase todas e mesmo sem o quase, estão relaxadas, porque nas congregações, na presente confusão das coisas, falta a observância e a obediência se perdeu. No clero secular as coisas estão piores e, por isso, é necessária aí uma reforma geral para todos os eclesiásticos, de maneira a reparar a grande corrupção dos costumes, que existe entre os seculares.
Por isso é preciso rezar a Jesus Cristo que nos dê um Chefe da Igreja que, mais do que de doutrina e de prudência humana, seja dotado de espírito e de zelo pela honra de Deus, e seja totalmente alheio a qualquer partido e respeito humano, porque se, por nossa desgraça, acontecesse um Papa que não tem apenas a glória de Deus diante dos olhos, o Senhor pouco o assistirá e as coisas, como estão nas presentes circunstâncias, irão de mal a pior.
Assim que as orações podem trazer remédio a tanto mal, ao obter de Deus que ele mesmo ponha a sua mão e conserte. Por isso, não somente impus a todas as casas da minha minha Congregação que rezem a Deus, com atenção maior do que habitualmente, pela eleição deste novo Pontífice; mas na minha diocese ordenei a todos os sacerdotes seculares e regulares que, na missa, recitem a coleta pro electione pontificis; desejaria que o Senhor inspirasse ao Sacro Colégio para escrever a todos os Núncios dos reinos cristãos, para que ordenassem esta coleta, por parte do Sacro Colégio, a todos os sacerdotes.
É este o sentimento que eu, miserável, posso apresentar. Para esta eleição do Papa, não deixo de rezar mais vezes ao dia, mas o que podem minhas frias orações? Contudo, confio nos méritos de Jesus Cristo e de Maria Santíssima, que antes que a morte me atinja, que me está muito perto pela idade tão decadente e pela doença em que me encontro, o Senhor possa consolar-me fazendo-me ver a Igreja reconstituída.
Acrescento, amigo, que também eu desejaria, como Vossa Senhoria ilustríssima, ver reformados tantos desarranjos presentes; e saiba que, nesta matéria, giram-me pela mente mil pensamentos, que gostaria de fazê-los presentes a todos. Mas, olhando para a minha mesquinhez, não tenho ânimo de torna-los públicos, para não parecer que eu quero reformar o mundo. Comunico-lhe, porém, em confiança e como um desabafo, estes meus desejos.
Em primeiro lugar, gostaria que o próximo Papa (já que faltam muitos Cardeais, que deverão ser nomeados) escolhesse, entre aqueles que lhe serão propostos, os mais doutos e zelosos pelo bem da Igreja e que intimasse preventivamente aos Príncipes, na primeira carta em que lhes comunicará a sua eleição, que, quando pedirem o cardinalato para algum favorito seu, não proponham senão pessoas de comprovada piedade e doutas, porque, caso contrário, não poderá admiti-los em boa consciência.
Gostaria ainda que usasse toda a sua força em negar mais benefícios àqueles que já estão de posse dos bens da Igreja que lhes bastam para a sua manutenção, segundo o conveniente ao seu estado. E nisso usasse toda a fortaleza contra os compromissos que poderão aparecer.
Gostaria,
além disso, que se impedisse o luxo nos prelados e, por isso, se
determinasse para todos (caso contrário, a nada se porá remédio), se
determinasse, digo, o numero dos empregados, exatamente o que compete a
cada categoria de prelados: tantos camareiros e não mais; tantos servos e
não mais; tantos cavalos e não mais; para não dar mais o que falar aos
hereges.
Mais ainda! Que se usasse diligência ao escolher os bispos (dos quais, principalmente, depende o culto divino e a salvação das almas), solicitando informações a mais pessoas sobre a sua vida digna e doutrina necessária para governar as dioceses. E que, também para aqueles que já estão em suas igrejas, se exigisse dos metropolitanos e de outros, secretamente, a informação sobre aqueles bispos que pouco atendem o bem de suas ovelhas.
Gostaria ainda que se fizesse perceber, por toda a parte, que bispos descuidados e faltosos ou na residência ou no luxo das pessoas que mantêm ao seu serviço, ou nas enormes despesas com mobílias, banquetes e coisas semelhantes, serão punidos com a suspensão ou com o envio de vigários apostólicos que consertem os seus defeitos, dando o exemplo, de quando em vez, conforme a necessidade.
Todo exemplo desse tipo faria com que estivessem mais atentos a se controlar os demais prelados descuidados. Gostaria ainda que o futuro Papa fosse muito reservado em conceder certas graças que prejudicam a boa disciplina, como, por exemplo, permitir às monjas saírem da clausura por mera curiosidade de ver as coisas do século, o conceder facilmente aos religiosos a licença de se secularizar, pelos inconvenientes mis que daí decorrem.
Sobretudo, desejaria que o Papa reconduzisse universalmente todos os religiosos à observância do seu primeiro Instituto, pelo menos nas coisas mais principais.
Basta, não desejo mais causar-lhe tédio. Nada podemos fazer, a não ser rezar ao Senhor, que nos dê um Pastor pleno do seu espírito, que saiba estabelecer estas coisas que acenei brevemente, conforme for mais conveniente à glória de Jesus Cristo.
E com isso, apresento-lhe minha humilíssima reverência, enquanto com todo o obséquio me confesso.
De Vossa Senhoria Ilustríssima obrigadíssimo servo verdadeiro.
AFONSO MARIA, bispo de Santa Águeda dos Godos
Há 47 anos era sagrado bispo o então Padre Joseph Ratzinger
Na fotografia vemos o Cardeal Ratzinger, em 1990, no seminário da Fraternidade Sacerdotal de S. Pedro, na Alemanha, a celebrar a Missa Pontifical de Domingo de Páscoa.
O Pontifical é a Missa própria do bispo, em que este celebra com todas as suas insígnias (mitra, báculo, anel, cruz peitoral, chirotecae - luvas episcopais, cáligas, etc.).
Temas:
Bispos,
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Missa Tradicional,
Papa Bento XVI,
Santa Missa,
Tradição
segunda-feira, 27 de maio de 2024
Jesuítas em "profundo declínio"
- O declínio nas admissões para os Jesuítas no Ocidente está a piorar todos os anos.
- Muitos membros estão a abandonar a ordem.
- Um amigo disse a Fernández que na sua província houve 72 noviços nos últimos dez anos, enquanto que no mesmo período 71 jesuítas deixaram a Companhia.
- 314 noviços juntaram-se aos jesuítas em 2023, enquanto 319 jesuítas morreram.
- Existem actualmente 13995 Jesuítas, mas dentro de alguns anos a Companhia de Jesus terá desaparecido de vários países europeus e será insignificante noutros na Europa, América e Oceânia.
- África é o único continente onde os jesuítas estão a crescer.
- Desde 2013, os jesuítas perderam mais de 3000 membros.
- "O problema não é apenas que muitos membros da ordem estão a morrer e poucos estão a entrar, mas também que não sabemos como manter muitos dos que entram".
- O padre Fernández rejeita o mito de que "a sociedade secularizada, a mudança dos tempos e mil outras desculpas" são a razão da falta de vocações [a razão é a secularização dos jesuítas].
- A visão do Relatório Geral 2023 dos jesuítas "poderia muito bem ser a visão do mundo de um 'think tank' secular com ligações a um partido político de esquerda".
- Não há nenhuma perspectiva sobrenatural ou transcendente no Relatório Geral que se esperaria de uma ordem religiosa, apostólica e sacerdotal.
- Em todo o Relatório Geral de mais de 24000 palavras, a palavra 'sacerdote' nunca aparece, e 'sacerdócio' apenas duas vezes, e só para distinguir entre o sacerdócio na Sociedade e o sacerdócio diocesano".
- "Há muitos sinais na vida actual dos ministérios jesuítas, nos documentos que são publicados e nas orientações que são dadas, que dão a impressão de que estamos numa ONG e não numa ordem religiosa."
- A Companhia de Jesus "está em profundo declínio", mas não quer sabê-lo: "Quer acreditar que esta é a situação de todas as outras realidades da Igreja que a rodeiam e que, por isso, é assim que deve ser".
- "Os superiores preferem manter a ficção de que as coisas estão a correr bem, em vez de se arriscarem a reconhecer o declínio religioso e apostólico da sociedade".
in gloria.tv
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