Há quem não aprecie Nossa Senhora de Fátima por achar que esta «santinha», ao contrário de outras suas homónimas, é muito «política» e, até, uma anticomunista um pouco primária.
É verdade que as aparições na Cova da Iria desestabilizaram a já muito instável primeira república portuguesa. Houve, no início, quem temesse que tudo fosse uma montagem anticlerical, para desacreditar a Igreja e desencadear novas perseguições. Uma Nossa Senhora que, para além de interferir com a república, ainda se pronuncia sobre a Guerra Mundial e o fim do comunismo soviético parece, com efeito, política demais, sobretudo para quem só tolera os santos nos desvãos das sacristias.
Para pôr termo ao conflito internacional e evitar a expansão do comunismo, Maria não se fez ver pelos políticos, não se mostrou aos exércitos, não interveio nos parlamentos, não enviou mensagens aos chefes de Estado. Mas apareceu a três crianças analfabetas e pediu-lhes um impossível, sem outros meios do que a oração e o sacrifício.
Não são só os titulares de cargos públicos, os chefes dos partidos, os agentes económicos e os dirigentes sindicais que são protagonistas da política: todos o somos, porque todos temos o direito e o dever de participar no que a todos diz respeito. Alguns, é certo, agindo directamente nas estruturas do poder; outros, intervindo indirectamente, através da sua acção social; quase todos, participando nos actos eleitorais. Mas, para um cidadão crente, para além destes meios humanos, que não deve descurar, há uma intervenção ainda mais eficaz: a oração.
Para um cristão, pedir a Deus pelos governantes e agradecer o seu serviço é um dever religioso e uma sua muito importante actuação política. in ionline
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