Não se pode negar que as almas dos falecidos são aliviadas pela piedade dos parentes vivos, quando oferecem por elas o sacrifício da Missa ou quando praticam esmolas na Igreja.
No entanto, estas coisas aproveitam àquelas almas que, quando viviam, mereceram que se lhes pudessem aproveitar depois. Pois há um certo modo de viver, nem tão bom que aproveite destas coisas depois da morte, nem tão mau que não lhes aproveitem. Há tal grau no bem que o que possui não aproveita de menos; ao contrário, há tal grau no mal que não pode ser ajudado por elas quando passar desta vida.
Portanto, aqui o homem adquire todo o mérito com que pode ser aliviado ou oprimido após a morte. Ninguém espere merecer diante de Deus, quando tiver falecido, o que durante a vida desprezou.
Santo Agostinho in 'As Oito Questões de Dulcício' 2, 4
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