Nuno Serras Pereira
22. 11. 2005
Caríssimo José Luís,
Quando em meados de Novembro do ano passado li as tuas declarações ao jornal O Crime procurei saber quer junto do jornalista quer junto de ti se correspondiam ao que, de facto, tinhas afirmado. Como ambos o confirmaram, adverti-te, por mensagem particular, que não correspondiam à verdade (tu sabia-lo) e que eu tinha testemunhas (não podias ignorá-lo) que podiam desmentir-te. Esta foi uma das razões porque, aquando do julgamento, no dia 11 do corrente, fiquei atónito com as falsas declarações que prestaste. Não quis, porém, desmascarar-te publicamente, ainda para mais em ocasião tão solene. Atribuí essa atitude a um estado de temor e ansiedade passageiros, reflexionando que acabarias por cair em ti, continuando a ter-te presente nas minhas orações diárias.
Embora entre este verme que eu sou e Jesus Cristo haja uma distância muito mais que infinita, e apesar de S. Pedro durante a sua vida terrena não chegar aos teus calcanhares em termos de audiências, a verdade é que me lembrei dele e considerei que também tu poderias vir a ser seu sucessor, no Papado.
Hoje, no entanto, chamaram-me a atenção para a última página do DN e, confesso, que pela primeira vez fiquei seriamente preocupado. Uma vez absolvido, o que te levaria a persistir na mentira? Que poderei eu fazer para que voltes de novo ao Senhor que te olha com o mesmo amor e misericórdia com que olhou Pedro? Missivas particulares, já verifiquei, não resultam; a oração, pelos vistos, não basta; as condolências que te apresentei, depois de lida a sentença, foram inúteis…
Meditando então pausadamente os evangelhos descobri que estava cego, pois não vira o que tão claramente era manifesto – faltava o cocoricar do galo! Mas, uma vez que a minha voz não alcança o Entroncamento onde paroquias, resolvi-me a escrever esta carta aberta convidando todos os que a lerem, de Norte a Sul do País, a galicantarem em uníssono comigo cocorocó! Cocorocó!
Espero sinceramente que te seja de proveito, para que um dia cheio de reverência te possa oscular o anel de sucessor de Pedro.
Recebe um abraço amigo
Nuno Serras Pereira, ofm
22. 11. 2005
Caríssimo José Luís,
Quando em meados de Novembro do ano passado li as tuas declarações ao jornal O Crime procurei saber quer junto do jornalista quer junto de ti se correspondiam ao que, de facto, tinhas afirmado. Como ambos o confirmaram, adverti-te, por mensagem particular, que não correspondiam à verdade (tu sabia-lo) e que eu tinha testemunhas (não podias ignorá-lo) que podiam desmentir-te. Esta foi uma das razões porque, aquando do julgamento, no dia 11 do corrente, fiquei atónito com as falsas declarações que prestaste. Não quis, porém, desmascarar-te publicamente, ainda para mais em ocasião tão solene. Atribuí essa atitude a um estado de temor e ansiedade passageiros, reflexionando que acabarias por cair em ti, continuando a ter-te presente nas minhas orações diárias.
Embora entre este verme que eu sou e Jesus Cristo haja uma distância muito mais que infinita, e apesar de S. Pedro durante a sua vida terrena não chegar aos teus calcanhares em termos de audiências, a verdade é que me lembrei dele e considerei que também tu poderias vir a ser seu sucessor, no Papado.
Hoje, no entanto, chamaram-me a atenção para a última página do DN e, confesso, que pela primeira vez fiquei seriamente preocupado. Uma vez absolvido, o que te levaria a persistir na mentira? Que poderei eu fazer para que voltes de novo ao Senhor que te olha com o mesmo amor e misericórdia com que olhou Pedro? Missivas particulares, já verifiquei, não resultam; a oração, pelos vistos, não basta; as condolências que te apresentei, depois de lida a sentença, foram inúteis…
Meditando então pausadamente os evangelhos descobri que estava cego, pois não vira o que tão claramente era manifesto – faltava o cocoricar do galo! Mas, uma vez que a minha voz não alcança o Entroncamento onde paroquias, resolvi-me a escrever esta carta aberta convidando todos os que a lerem, de Norte a Sul do País, a galicantarem em uníssono comigo cocorocó! Cocorocó!
Espero sinceramente que te seja de proveito, para que um dia cheio de reverência te possa oscular o anel de sucessor de Pedro.
Recebe um abraço amigo
Nuno Serras Pereira, ofm
27 comentários:
A saga continua!!!
Esta carta é espectacular...
alguém explica?
o q nao percebeste?
o q é q o Pe. Borga disse que o Pe. Nuno diz q é mentira?
No julgamento o Pe. Borga disse que tinha publicado o artigo do Pe.Nuno sem o ler. Tinha um espaço livre para preencher no jornal e ele, só ele, foi buscar o artigo ao site da ecclesia. Afirmou em tribunal que nem na diagonal o leu!!
Que editor de jornal vai buscar um artigo a um site para publicá-lo num jornal sem o ler??
E mais, ninguém do jornal leu o artigo!!!???
Numa conversa entre os dois, no anos passado, o pe. Borga deve ter dito o contrário.
Grande Pe.Nuno...
Mas não sou adepto de cartas abertas entre Padres e que se acusam de mentiras, etc etc...
Mesmo que tenha toda a razão do mundo e acredito que sim, até pelo que ele escreve, mas...
também não gosto.
gosto muito o Pe. Nuno até pq já foi assistente das EJNS, mas já bem bastam os inimigos da Igreja q andam por aí...
Eu já o tinha dito à Mariana...acho a carta genialmente escrita e isso tudo, mas acho completamente despropositada e passa uma má imagem da Igreja e da credibilidade dos padres...gosto muito do padre Nuno e defendi-o na questão da proibição, ou não, da comunhão...mas isto não concordo. Mas ele deve saber melhor do que eu porque razão o fez.
Acho completamente despropositada esta forma de "correcção fraterna", era o que queria dizer...
Quando escrevi que não concordava,estava à espera de ser o unico prai...
Acho o Pe.Nuno mto bom Padre, mas isto foi completamente escusado e despropositado...e tudo o que são quezilias dentro da igreja...
A verdade é que a justiça disse o contrário (e eu acredito na justiça, mas também no Pe.Nuno...)... e agora, estou confuso!
Obviamente cartas abertas ñ são o ideal para discutir certas questões, mas há situações em q é necessária uma chamada de atenção pública. Se, como o Pe. Nuno diz, o Pe.Borga insiste em fazer disto uma borga de mentiras, só para se "safar", tem de ser chamado à razão e à Verdade, para o seu próprio bem, e para o bem da Igreja Católica.
O Pe.Nuno já fez a correcção várias vezes pessoalmente, como a insistência na mentira prevalece, teve de recorrer a este meio.
A comparação com S.Pedro é excelente. S.Pedro é dos santos que mais venero, é 1 grd exemplo de força e de coragem, mas algumas vezes foi 1 cobardolas. Por ex: aos cristãos convertidos do judaísmo dizia umas coisas, consoante as tradições destes, e com os gentios dizia e fazia outras. De tal maneira isto acontecia que S.Paulo, sempre com todo o respeito mas de uma maneira dura, teve de chamar à atenção o seu "chefe". O resultado foi a realização do primeiro concílio da Igreja, que aconteceu em Jerusalém no ano 49.
Por vezes as "correcções fraternas" devem ser públicas, sempre em defesa da Verdade e não em nome pessoal. Se o Pe.Borga está mais preocupado com a sua imagem e com as audiências do que com a Vontade de Deus e com a Verdade, está a ofender a Mãe-Igreja, e tem de ser corrigido com caridade, mas não com palmadinhas nas costas.
Tens razão, deve ser corrigido se tá a ofender a igreja-mãe, e há variadissimas formas de o fazer, acho que esta q o Pe.Nuno utilizou não é uma delas...
Quando é q o pe Nuno deixa de de reagir desta forma?
1. a carta está excelente sim...
2. a sua "excelência" permaneceria se ela não fosse pública...
3. o efeito positivo q está implicita na mesma (se só fosse dirigida ao destinatário)com a sua discussão na praça pública, pode ter um efeito preverso.
Sobre a outra ASNEIRA o Provincial Franciscano disse:
"não duvidamos da boa intenção do nosso confrade, (...)Constatamos, porém, que não tem sido esse o resultado e receamos que o efeito venha a ser mesmo o contrário."
Então o Pe.Nuno deveria ignorar um sacerdote de Cristo, neste caso responsável por ser a "cara" da Igreja perante milhões de pessoas, que mentiu em tribunal(moralmente gravíssimo) e insiste na mentira pública?
Devo relembrar que o Pe.Nuno o reprimiu pessoalmente diversas vezes, e só na insistência se viu obrigado a falar pessoalmente, a bem da Verdade.
Criar aqui um tabu, aceitando a mentira, para ninguém saber que há padres que mentem é q não é defender a Cristo.
desculpem lá... é a palavra de um contra o outro.
grave é chegar a este ponto, para mim os 2 mentem e ponto. como é muito triste, vamos mudar de tema ok?
é isso... não façamos nós o que o pe nuno quer...
Ponto final neste assunto sff.
"não façamos o que o pe nuno quer.." - bela afirmação
As pessoas corajosas foram, são e serão sempre atacadas e incompreendidas.
"O Senhor conduza os seus corações ao amor de Deus e à perseverança de Cristo." (2Tes 3,5)
Se a caridade é o que é mais importante, eu pergunto onde está aqui a caridade? Cristo sofreu muitíssimo e injustamente, mas jamais acusou (muito menos em hasta pública) quem quer que fosse, por muito graves que fossem os seus pecados. corrigir, sim, porque é uma das obras de misericórdia, mas sempre com caridade...
n podem ter a certeza de quem está a mentir! os fãs do pe nuno defendem-no, e cm o pe borga n é amigo, consideram-no desprovido de razão... meus amigos, basta desta conversa
A justiça declarou uma coisa...não foi com certeza por complô (ou lá cm se escreve..) contra o Pe.Nuno..
Acho que n podemos tar a dizer quem mentiu ou não...se mentem todos ou ninguém...A justiça e Deus sabem o que fazem, confiemos!
Não acho mal, estarmos a debater isto, se n formos facciosos com o Pe.Nuno, acho interessante numa conversa de amigos tentarmos perceber se é bom ou é mau, isto acontecer na nossa igreja.
Voto contra cartas abertas e estes populismos!
Por acaso alguém se lembra que existe uma hierarquia e autoridade dentro da Igreja?! Estes assuntos devem ser resolvidos dentro da Igreja, recorrendo aos Bispos quando necessário, que é para isso que também servem.
É o que devia ter sido feito neste caso.
Conheço muito mal o Pe. Nuno, mas a ideia que tenho é de que cada vez que publica alguma coisa nos jornais presta um péssimo serviço à Igreja!
Aleluia!
Só vi esta página hoje, não vinha ao blog do lado há alguns dias. Li com gosto todos os comentários,
é bom ver que podemos discordar e discutir de forma correcta uns dos outros. Espantou-me foi ter que chegar à 25ª mensagem para ver alguém lembrar-se de que a forma correcta de agir seria através da hierarquia!
Eu conheço o Padre Nuno razoavelmente bem, uma das melhores confissões que tive a graça de experimentar (entenda-se na parte humana, pois na parte divina, evidentemente são todas igualmente boas e miraculosas) foi com ele, em Coimbra.
A ligação dele com a minha família é já longa, o meu avô teve grande influência na sua conversão.
Também acompanho há muitos anos as suas actividades e os seus escritos. Ele presta um serviço absolutamente insubstituível, agora a verdade, a meu ver é que ele nem sempre mede bem os seus actos e não tem bem a noção de quem é "inimigo" e quem não é.
Estou à vontade para dizer isto porque já dialoguei pessoalmente com ele sobre este assunto.
Mais, lembro, que não é a primeira vez que o Padre Nuno escreve uma carta aberta a outro Padre. Neste caso não sei bem o que se passou nem quem terá razão, embora tende a duvidar da veracidade do Padre Borga em dizer que não leu o artigo... mas sei que na outra situação a forma como o Padre Nuno agiu foi grave e mereceu intervenção das mais altas instâncias do clero da nossa diocese. (Se não me engano, na altura o Pe. Nuno não tinha ainda regressado aos Franciscanos.)
Há um aspecto que é fundamental na vida de um cristão que é a obediência, mesmo em alturas em que sentimos que estamos a ser injustiçados (menos, claro, quando se sente que a nossa alma está em risco, o que não me parece ser o caso). O Padre Nuno sabe que, caso pedisse autorização ao seu Provincial para publicar estas cartas julgo que não a obteria, publicá-las antes, sabendo que tal será do desagrado dos seus superiores parece-me grave.
Amo muitíssimo o Padre Nuno, tenho-o na mais alta consideração. Julgo, no entanto que devemos ter muito cuidado e não nos colarmos imediatamente a cada uma das suas acções. Às vezes apetece, pelo lado combativo e militante, mas cedo podemos cair no pecado de nos julgarmos os donos da verdade e os únicos correctos, disparando com acusações e cartas abertas a tudo quanto se desvia um pouco da linha.
Mais, não julgo que a carta Aberta merecesse publicação neste blog, mas isso é uma coisa para os Senzas discutirem entre eles. Não vejo razão para tal. Foi só por ser o Padre Nuno? Acho que deviam ter cuidado com isso.
Abraços e Beijinhos,
Filipe
Por causa da minha actividade profissional, acabei por ouvir (por meio de terceiros) a "versão" do Padre Borga. Passo a explicá-la em 2 breves pontos (atenção, eu não estou aqui a defender ninguém, apenas acho interessante sabermos também o que pensa o outro lado da questão):
1- O pe. Borga afirma não ter lido o texto porque este foi descoberto por uma jornalista dessa tal publicação do Entroncamento (da qual presumo que seja ele o director). Logo, é bem possível que ele tenha deitado uma vista de olhos na reunião de edição (é normal que ele saiba o que o seu jornal publica, ainda que possam haver excepções), sabendo do que se tratava, não tendo necessariamente que ter lido o dito texto (a jornalista sim).
2- Essa tal jornalista diz que descobriu o texto publicado na internet (não sei se em alguma newsletter ou outro local). Assim sendo, o texto já tinha sido previamente colocado à disposição do público, pelo que não foi o pe. Borga o primeiro a publicá-lo (perdendo aqui parte das responsabilidades).
Mariana,
EU estive no julgamento e EU ouvi o Pe. Borga dizer que foi ELE, E APENAS ELE, a seleccionar o artigo da ecclesia e a publicá-lo!!!!!
"Tal como vários dizem, devemos ficar por aqui com os nossos comentários porque se alguém deve intervir é a própria Igreja! A nós compete-nos rezar!"
Miguel e outros, não acho mal que nós aqui discutamos calmamente este e outros assuntos da igreja.. Claro que quem tem q intervir é a igreja, óbvio que não pensamos formar um grupo para decidir...mas estes debates se n descambarem pras cenouras, são enriquecedores p nós próprios.
Quanto a esta história, acho que é importante não julgarmos nem um nem outro, nem dizer quem tem razão... Eu fico-me por dar a minha opinião nas cartas abertas e se um Padre deve ou não dizer isto e aquilo, claro que neste caso, é mais fácil, pois conhecemos o Pe.Nuno...
O post da MVS foi importante também para ouvir as 2 partes...eu continuo na minha, confio em Deus e na Justiça, eles que resolvam!
Viva Igreja!!!Vivam os padres!! VIVA A VIDA!! :) ehehe
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