quinta-feira, 19 de abril de 2007

Diário de Notícias, 25 de Abril de 2005

Um mergulho na multidão da Praça de São Pedro
L. L.

Bento XVI gerou o caos na Praça de São Pedro, ao deslocar-se entre a multidão no papamóvel. Todos queriam vê-lo de perto e tentavam aproximar-se das divisórias de madeira. Muitos valeram-se do telemóvel. Braço no ar , a conseguir a foto para mais tarde recordar.

Viam-se bandeiras de dezenas de países, as bávaras em destaque. Os alemães sentiam-se os protagonistas. Também havia portugueses, jovens de Lisboa que partiram para Roma no dia 18. Um teve a ideia, juntaram-se três, acabando por rumar 13, de comboio, até à Cidade Eterna. "Ainda bem que o cardeal Ratzinger era o guardião da fé, senão a Igreja estava condenada. A Igreja tem de manter a coerência", diz Tiago. A hipótese de o Papa ser português nunca foi questionada. "Teria de ser alguém que continuasse o legado de João Paulo II. Bento XVI era amigo dele", explicou Pedro, para quem o Papa polaco se mantém no coração. Para Duarte, "a Igreja está viva, jovem".

Este grupo de jovens exteriorizava um entusiasmo contagiante. Foram a casa do cardeal Saraiva Martins e participaram na missa do patriarca. Aventuras sempre contadas com um largo sorriso.

Madalena Inácio, 57 anos, veio do Brasil. "Nunca tinha ouvido falar de Ratzinger, mas já é o meu Papa", assegura. "Mas nunca me poderei esquecer de João Paulo II."

Ao ouvir as pessoas percebe-se a desgraça que seria se Bento XVI anunciasse uma ruptura com o pontificado anterior. De facto, João Paulo II é ainda o Papa. No coração da maioria, continua na cadeira de São Pedro. Bento XVI é o novo Papa. Mas a postura que dos jovens com João Paulo II continua igual. A vontade de se aproximarem, a energia com que aclamam o seu nome, a defesa fiel da sua figura, independentemente de o conhecerem ou não. Tudo se repete, embora o protagonista seja outro.

O trânsito foi cortado de manhã e era preciso andar dois quilómetros para chegar à praça. A protecção civil distribuiu água, conseguindo manter ordem no ambiente caótico. Na praça era possível algum movimento, sem grandes atropelos. A Via della Conciliazione estava, no entanto, repleta.


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4 comentários:

João Silveira disse...

LOL!! Nem me lembrava deste artigo, que, juntamente com directos nos telejornais, lançou os senzas para o estrelato. Há algumas coisas interessantes neste texto, por ex:

"...jovens de Lisboa que partiram para Roma no dia 18. Um teve a ideia, juntaram-se três, acabando por rumar 13, de comboio, até à Cidade Eterna." - onde foram buscar a ideia do comboio? Se tivessemos saído dia 18 de comboio, chegávamos a roma sei lá quando. Depois a sucessão de números, 1 teve a ideia, dps eram 3, dps ja eram 13. Por acaso foi mais 1, 2, 5, ..., 14!

"Ainda bem que o cardeal Ratzinger era o guardião da fé, senão a Igreja estava condenada. A Igreja tem de manter a coerência" - Puto tiago a falar como gente grande

"Teria de ser alguém que continuasse o legado de João Paulo II. Bento XVI era amigo dele" - Pedro Luz e a amizade

Para Duarte, "a Igreja está viva, jovem" - Dudu nesta afirmação a pensar no seu afilhado

"Este grupo de jovens exteriorizava um entusiasmo contagiante. Foram a casa do cardeal Saraiva Martins e participaram na missa do patriarca. Aventuras sempre contadas com um largo sorriso." - O espírito senza era tão claro, que até o jornalista o percebeu, e o conseguiu resumir em poucas (mas belas) palavras

"Madalena Inácio, 57 anos, veio do Brasil" - seria a esmeralda?

Que saudades!!

Duarte 16 disse...

Ahahah! Eu lembro-me mt bvem disto até pq tenho este Diario de NOticias na minha caixa cheia de recuerdos dos senzas, entre as quais....o seio!!ahaha
Tá tudo trocado, nao foi o Tiago que disse aquilo, foi o Zé, e não fui eu que disse aquilo, foi a mAriana!! MAs tá lindo à mm!!
SENNZAAAAASSSSSS!!!!

Duarte 16 disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
João Silveira disse...

E o jornalista que discutiu com o zé barbosa? Que irritante(s)...