terça-feira, 25 de outubro de 2016

Cremações, Cinzas e Igreja

Hastag do momento? #cinzas! Gerou-se um alvoroço por causa das cremações e respectivas cinzas. É mesmo verdade que hoje o "Vaticano" proibiu que as pessoas deitem as cinzas dos seus familiares defuntos no mar, onde estariam em união com a Mãe Natureza, ou que simplesmente as deixem em cima da lareira, onde estariam mais perto dos seus entes queridos?

Não, pela simples razão de que nada disso alguma vez tinha sido permitido. A Igreja sempre disse que os defuntos deveriam ser enterrados num cemitério ou num lugar santo, e não deixados por aí 'ao Deus dará'. Isto tanto é verdade para um enterro de um cadáver como das cinzas de alguém que foi cremado. A Igreja continua a recomendar o enterro propriamente dito, mas não proíbe a cremação desde que não esteja associada a uma falta de fé na certeza cristã acerca da ressurreição dos corpos.

A ressurreição de Jesus Cristo, em primeiro lugar, e dos corpos de todas as pessoas que morreram desde o princípio da Humanidade, é o ponto fundamental da Fé Católica, sem o qual nada faria sentido. No fim dos tempos todos ressuscitarão para o Julgamento Final, e serão colocados à direita ou à esquerda de Deus, consoante a vida que levaram na Terra. Os da direita irão para a felicidade eterna e os da esquerda para o sofrimento eterno (cf. Mt 25, 31-46).

Por causa desta certeza na ressurreição houve continuamente muita reverência aos corpos dos mártires, e dos santos em geral, porque um dia aquele corpo vai ser glorioso. Isto explica a devoção às relíquias dos santos, que existiu no catolicismo desde o início.

Vale a pena ler a Instrução publicada hoje pela Santa Sé, de seu nome "Ad resurgendum cum Christo" (a propósito da sepultura dos defuntos e da conservação das cinzas da cremação). Tem uma catequese resumida da Fé da Igreja em relação à morte cristã e uma explicação muito bonita sobre esse momento-chave em que a nossa alma se separará do nosso corpo, momento em que se decide a nossa salvação. E como somos corpo e alma, por natureza, a nossa alma esperará ansiosamente poder unir-se novamente ao nosso corpo, para toda a eternidade.

João Silveira


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3 comentários:

Anónimo disse...

Já temos medo até de estar morto
http://www.tvi.iol.pt/vocenatv/videos/morreu-empalado-a-roubar-caveiras-de-um-cemiterio/580df70e0cf25d916ffdf723

Antônimo disse...

Bom,em 150 anos deixamos de enterrar os mortos no subsolo das igrejas, passamo-los para os cemitérios e agora reduzimo-los a pó. Qualquer dia... Nem pó! Será que não posso usar a cinza como fertilizante para plantar lá na fazenda uma árvore genealógica? Rsrsrs

Anónimo disse...

Antônimo recomenda já aos teus filhos ou familiares o local onde vão enterrar as tuas.... para não falhar nenhum membro da árvore. Há que ser perfeccionista (rsrsrsrsrrs)