Henri Caffarel conta uma história passada em Itália em fins do séc. XVIII, num convento em construção na encosta dos Apeninos: o prior do convento chamou o arquitecto e mandou-lhe construir uma cela isolada sem janelas, com frinchas que apenas deixassem entrar alguns raios de sol; nada mais dentro da cela a não ser uma inscrição com estas palavras: "Amo-te exactamente como és".
Nessa cela, ia ser proibido qualquer pensamento ou tema de meditação para além deste: "Deus ama-me infinitamente, ternamente, Deus ama-me exactamente como sou".
A cela destinava-se a algum monge que andasse triste ou ansioso a perguntar-se "como é que o Senhor pode amar alguém como eu?". (*)
Quem não sabe amar a Deus entre na cela do monge e deixe-se lá ficar; veja a inscrição na parede e não pense em mais nada. «Deus que te ama gratuitamente, te ensinará a amar."
Padre Luís Rocha e Melo, S.J - "Se tu soubesses o dom de Deus"
(*) Caffarek, H., L´oraison de pauvreté, p. 6-8
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