quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A vida é um drama, não uma tragédia - D. Luigi Giussani

A nossa vida pertence a qualquer coisa de Outro. A inevitabilidade [do que acontece] é o termo que melhor esclarece que nada nos pertence e, sobretudo, que não nos pertence aquilo de onde tudo deriva: a nossa vida pertence a Outro.

Neste sentido entende-se porque é que a vida do homem é dramática: se não pertencesse a Outro seria trágica. A tragédia é quando uma construção desaba e todas as pedras e pedaços de mármore e os bocados de muro se desmoronam. E tudo na vida se torna nada, está destinado a tornar-se nada, até porque do que vivemos no passado até há uma hora atrás, até há cinco minutos atrás, já nada existe que tenha sido feito, que esteja construído. E isto é trágico. A tragédia é o nada como meta, o nada, o nada daquilo que existe.

Mas se tudo pertence a Outro, a alguma coisa de diferente, então a vida do homem é dramática, não trágica. Reconheço que te pertenço, reconheço que o tempo não era meu, que não me pertencia, tal como o tempo hoje não me pertence, não me pertence. Toma, pois, a minha vida, reconheço que não me pertence, aceito que não me pertença.

Aquele que possui o nosso tempo morreu por nós, apresenta-se aos nosso olhos e ao nosso coração como o lugar onde o nosso destino é amado, onde a nossa felicidade é amada, a tal ponto que Aquele que possui o tempo morre pelo nosso tempo. O Senhor, Aquele a quem o tempo pertence é bom.


blogger

Sem comentários: