NIKOS: Boa noite! Somos a família Paleologos. Vimos
de Atenas. Chamo-me Nikos, e ela é a minha esposa Pania. Estes são os
nossos dois filhos: Pavlos e Lydia. Há alguns anos, juntamente com mais dois sócios e investindo tudo o
que tínhamos, começámos uma pequena sociedade de informática. Com a chegada da duríssima crise económica actual, os clientes
diminuíram drasticamente e os que ficaram adiam cada vez mais os
pagamentos. Mal conseguimos pagar os salários dos dois trabalhadores que
temos, ficando pouquíssimo para nós, os sócios. Assim, à medida que
passam os dias, vai havendo cada vez menos para manter as nossas
famílias. A nossa situação é apenas uma dentre muitas, uma entre milhões
de outras. Na cidade, as pessoas caminham de cabeça baixa; e já ninguém
tem confiança em ninguém, falta a esperança.
PANIA: Mesmo nós, embora continuando a acreditar na providência, temos dificuldade em imaginar um futuro para os nossos filhos. Há dias e noites em que nos perguntamos, Santo Padre, como fazer
para não perder a esperança. Que pode a Igreja dizer a toda esta gente, a
estas pessoas e famílias sem qualquer perspectiva?
SANTO PADRE: Queridos amigos, obrigado por este
testemunho que tocou o meu coração e o coração de todos nós. Que podemos
responder? Não bastam as palavras; temos de fazer algo de concreto e
todos nós sofremos pelo facto de sermos incapazes de fazer algo de
concreto. Comecemos pela política: parece-me que deveria crescer o
sentido da responsabilidade em todos os partidos. Não prometam coisas
que não podem realizar; não se limitem a procurar votos para si, mas
sintam-se responsáveis pelo bem de todos. Que se perceba que política é
sempre também responsabilidade humana, moral diante de Deus e dos
homens.
Depois, naturalmente, temos os indivíduos que sofrem e – muitas
vezes sem possibilidade de se defenderem – vêem-se obrigados a aceitar a
situação como ela é. Mas aqui podemos também dizer: cada um procure
fazer tudo o que lhe é possível, pense em si, na família, nos outros,
com um grande sentido de responsabilidade, sabendo que os sacrifícios
são necessários para avançar. Terceiro ponto: Que podemos fazer nós?
Esta é a minha questão, neste momento. Creio que talvez pudessem ajudar
as geminações entre cidades, entre famílias, entre paróquias… Agora, na
Europa, temos uma rede de geminações, mas trata-se de intercâmbios
culturais – sem dúvida, muito bons e muito úteis –, quando talvez haja
necessidade de geminações noutro sentido: que realmente uma família do
Ocidente, da Itália, da Alemanha, da França... assuma a responsabilidade
de ajudar outra família. E o mesmo se diga das paróquias, das cidades:
que assumam responsabilidades reais, ajudem concretamente. E podeis
estar certos! Eu e muitos outros rezamos por vós, e esta oração não é só
dizer palavras, mas abre o coração a Deus e assim gera também
criatividade na busca de soluções. Esperamos que o Senhor vos ajude, que
o Senhor vos ajude sempre! Obrigado!
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