No passado dia 11 de Outubro, 50º aniversário da inauguração do
Concílio Vaticano II, teve início o Ano da Fé que, de hoje a uma ano,
precisamente no dia 24 de Novembro de 2013, se concluirá. Mas, afinal, o
que é a fé?
A fé não é um refúgio cómodo para quem pretende fugir das
responsabilidades do seu ser e estar no mundo, mas uma afirmação de
compromisso com as mais radicais instâncias da realidade, nomeadamente a
humana, na sua dimensão espiritual, com expressões de ordem pessoal e
social.
A fé não é uma crença idiota, que anula ou suspende o discurso da
razão, mas um suplemento de conhecimento que procura, na transcendência,
novos horizontes de inteligibilidade e a razão da própria razão.
A fé não é uma passiva aceitação do destino, nem mera resignação
ante o inexorável fado, mas consciência operativa de que a vida nasce de
um querer sobrenatural que nos ultrapassa e exige uma atitude de
agradecido louvor a Deus e de serviço aos irmãos.
A fé não é uma opção supersticiosa contra os malefícios dos seres
invisíveis e das suas maquinações, ou mágico feitiço contra as maldições
humanas, mas a certeza de que, contra o mal, pode mais o bem que Deus é
e que cada ser humano deve esforçadamente realizar, a cada passo da sua
vida e da História do mundo.
A fé não é uma apólice de seguro que garante uma existência sem dor e
alheia a qualquer tribulação, mas uma experiência de alegria e de paz,
também nas adversidades e até na própria morte, na certeza do amor de
Deus, que é Pai, Filho e Espírito Santo.
Numa palavra, a fé é Cristo, que é Caminho, Verdade e Vida (Jo 14,6).
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