O que vedes no altar de Deus é o pão e o cálice: eis o que os olhos identificam. Mas a vossa fé quer ser instruída e saber que este pão é o
corpo de Cristo, e que este cálice é o seu sangue, o que se verbaliza numa
fórmula breve, que poderá bastar à fé. Mas a fé procura instruir-se. Como pode este pão ser o seu corpo, e este cálice, ou melhor, o seu
conteúdo, ser o seu sangue?
Irmãos, é isto que se designa por sacramentos: eles mostram uma realidade e,
a partir dela, fazem-nos compreender outra realidade. O que vemos é uma
aparência corporal, mas o que compreendemos é um fruto espiritual. Se
quereis compreender o que é o corpo de Cristo, escutai o Apóstolo, que diz
aos fiéis: «Vós sois o corpo de Cristo e cada um, pela sua parte, é um
membro» (1Co 12,27). Logo, se sois corpo de Cristo e um dos seus membros, é
o vosso mistério que está sobre a mesa do Senhor, e é o vosso mistério que
recebeis. A isto que sois, respondeis: «ámen», e com tal resposta o
subscreveis. Dizem-vos: «Corpo de Cristo», e vós respondeis: «Ámen».
Sede portanto membros do Corpo de Cristo, para que este ámen seja
verídico.
Por conseguinte, porque está o corpo no pão? Também aqui, nada digamos
sobre nós próprios, mas escutemos o Apóstolo que, ao falar deste
sacramento, nos diz: «Uma vez que há um único pão, nós, embora muitos,
somos um só corpo, porque todos participamos desse único pão» (1Co 10,17).
Se compreenderdes estas palavras, estareis na alegria: unidade, verdade,
piedade, caridade! «Um só pão»: Quem é este pão único? «Um só corpo,
nós que somos uma multidão.» Lembrai-vos de que não se faz pão com um
grão apenas, mas com muitos. Sede o que vedes, e recebei o que sois.
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