O Cardeal Raymond Burke deu uma longa entrevista televisiva na qual corrige clarividentemente as ideias falsas que se criaram em torno da frase “Quem sou eu para julgar?” do Papa Francisco, a qual tem sido usada para sugerir uma mudança no ensinamento da Igreja em matéria de homossexualidade.
O entrevistador, Thomas Mckenna, da Catholic Action Insight, questionou o Cardeal Burke sobre as ocasiões em que as pessoas têm de fazer julgamentos, à luz da frase do Santo Padre “Quem sou eu para julgar?”.
“Nós temos de julgar os actos, não podemos deixar de o fazer!”- responde-lhe o Cardeal Burke – e prosseguiu – “Ao longo do dia fazemos julgamentos sobre certos actos; isto é a lei natural: escolher o bem e evitar o mal.”
O Cardeal acrescentou ainda que enquanto julgamos actos como pecados graves, não podemos dizer que determinada pessoa está em pecado grave, uma vez que “podemos estar a condená-la sem fundamento, ou podemos mesmo estar a condenar alguém por cometer um pecado que nós próprios não rejeitamos veementemente”.
“Excluído esse tipo de julgamento, temos de julgar os actos em si; não poderíamos ter uma vida justa e recta de outra maneira.” – disse ainda Burke.
Mckenna afirmou então que seria errado interpretar a frase do Papa como um apoio ao “casamento” homossexual, com o que o Cardeal concordou.
Ao falar da tolerância e da intolerância, Burke tocou no cerne do debate: “Não sou intolerante com pessoas homossexuais, tenho grande compaixão por eles, especialmente numa sociedade como a nossa em que muitos deles são levados a uma atracção pelo mesmo sexo que não sentiam no passado por um completo e corruptivo laxismo moral”.
“Tenho grande compaixão por eles, mas essa compaixão significa que eu quero que eles saibam a verdade para evitar o pecado, para garantir o seu bem e a sua salvação – é por isso que devemos ajudar um homossexual; e apesar de hoje isso não ser bem recebido por uma agressiva agenda homossexual não significa – concluiu – que essa não seja a abordagem correcta”.
Avisou ainda que se nos mantivéssemos silenciosos por pressão da referida agenda “presidiríamos à destruição da nossa sociedade.”.
Para o Cardeal Burke, a abordagem não é só teórica como prática. Relatou que, no fim de uma Missa de Crisma, uma mãe aproximou-se dele e acusou-o com raiva de ter chamado diabo à sua filha. Quando perguntou àquela mãe a que se referia, ela falou-lhe de umas colunas que o Cardeal tinha escrito no jornal da diocese sobre a definição tradicional do casamento. Segundo ela, a sua filha estava “casada” com outra mulher.
“Não – respondeu o Cardeal à mãe enfurecida – eu disse que os actos que a sua filha está a cometer são diabólicos. A sua filha não é o diabo, mas ela precisa de perceber a verdade sobre a sua própria situação.”
Finalmente, Burke disse que “há hoje muita confusão sobre a matéria, o que infelizmente leva muita e boa gente a não fazer o que devia para ajudar uma pessoa que sofre nesta condição”.
John Henry Westen in lifesitenews
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