quinta-feira, 4 de abril de 2019

A enorme Fé do menino Francisco Marto

Hoje comemoramos o centenário da morte, e consequente entrada na Glória Eterna, do Pastorinho de Fátima Francisco Marto

No 13 de Junho de 1917 Nossa Senhora disse que viria buscar em breve para o Céu o Francisco e a Jacinta. Antes, a 13 de Maio, dissera que o Francisco, antes de ir para o Céu, teria de rezar muitos terços.

Sabendo que seria chamado em pouco tempo ao Paraíso, o Francisco mostrou pouco interesse em assistir às aulas. Várias vezes, chegando perto da escola, dizia à Lúcia e à Jacinta: "Vão vocês. Eu vou à igreja a fazer companhia ao Jesus escondido" (uma expressão que se refere ao Santíssimo Sacramento). Muitas testemunhas contemporâneas afirmam terem recebido favores depois de terem pedido a Francisco que rezasse por elas. 

Em Outubro de 1918, Francisco adoeceu gravemente. Aos membros de sua família que lhe asseguravam que ele iria curar-se da sua doença, ele respondia firmemente: "É escusado. Nossa Senhora quer que eu esteja com Ela no Céu!" No decurso da sua doença, continuou a oferecer sacrifícios constantes para consolar Jesus ofendido por tantos pecados. "Já falta pouco tempo para ir eu para o Céu", disse à Lúcia um dia. "Lá encima, vou consolar muito Nosso Senhor e Nossa Senhora; a Jacinta vai rezar muito pelos pecadores, pelo Santo Padre e por ti. Vais ficar aqui porque Nossa Senhora assim deseja. Escuta, faz tudo o que Ela te disser."

À medida que a sua doença piorou e quebrou o que era uma saúde robusta, Francisco já não tinha as forças para recitar o Rosário. "Mamã, já não consigo dizer o Rosário", disse em voz alta um dia, "parece que a minha cabeça está nas nuvens…" Ainda quando a força do seu corpo se perdia, a sua mente permanecia atenta à eternidade. Chamando o seu pai, pediu para receber Nosso Senhor no Santíssimo Sacramento (ainda não tinha recebido a sua Primeira Comunhão nessa altura). 


Preparando-se para a confissão, pediu a Lúcia e a Jacinta que lhe lembrassem os pecados que ele tinha cometido. Ouvindo algumas travessuras que tinha cometido, o Francisco começou a chorar, dizendo, "Já confessei estes pecados, mas vou confessá-los outra vez. Talvez seja por causa destes que Jesus está tão triste. Peçam vocês também a Jesus que perdoe todos os meus pecados." Seguiu-se a sua primeira (e também a última) Sagrada Comunhão no quarto pequeno em que ele estava morrendo. Já sem forças para rezar, pediu a Lúcia e a Jacinta que recitassem o Rosário em voz alta para que pudesse seguir com o seu coração.
Foi vitimado pela pneumónica, que durante 5 meses não o largou. A sua morte aconteceu a 4 de Abril de 1919. Eis o relato da Irmã Lúcia:

"Com a chegada da noite, o seu estado de saúde agravou-se. No entanto, quando a mãe lhe perguntou como se sentia, respondia que não estava pior e que não lhe doía nada. Talvez não quisesse fazer sofrer a mãe, ou Nossa Senhora quisesse privilegiá-lo com uma agonia sem dores. No seu último dia passado na Terra, Sexta-Feira, a irmã e a prima passaram todo o tempo no quarto dele. Só os três sabiam que se aproximava a hora da partida para o Céu. Como já não tinha forças para rezar orações vocais, pediu-lhes que rezassem o Terço por ele.”

Pensava no Paraíso, como todos nós, de acordo com as experiências desta vida. Dizia que certamente, iria ter saudades da Lúcia no Céu e desejava que Nossa Senhora a levasse também. Quanto à irmã, já sabia que pouco tempo estaria sem ela no Céu. Quando se fez noite a Lúcia despediu-se dele. Com voz embargada pela comoção, disse-lhe:

- Queres mais alguma coisa? – perguntei-lhe com as lágrimas a correr-me também já pelas faces.
Foi a custo que respondeu:
- Não – me respondeu com voz sumida.
Como a cena se estava a tornar demasiado comovedora, minha tia mandou-me sair do quarto.
Então adeus, Francisco! Até ao Céu!
- Adeus, até ao Céu”.

Francisco estava apenas à esperava desta despedida. Nessa mesma noite, pelas dez horas, faleceu. Tinha completado dez anos, nove meses e quatro dias de idade, pois nascera a 11 de Junho de 1908, às dez horas da noite.

As suas últimas palavras foram para a madrinha, a quem pediu, alguns instantes antes de soltar o derradeiro suspiro, quando a viu assomar à porta, que o abençoasse e perdoasse os desgostos que lhe tivesse dado.

A suavidade da morte do Francisco impressionou as pessoas presentes em especial os seus pais que afirmam que, "sorriu para os mesmos", na hora da partida.
Conta-se que no último momento disse que via “uma luz muito bonita”.


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