Tem sido um tanto polémica a participação do Papa Bento XVI no mais recente livro do Cardeal Sarah. Mas passando à frente as polémicas vale a pena ler este trecho, no qual o Papa Bento fala da ligação entre sacerdócio e celibato, desde o início da Igreja:
A celebração diária da Eucaristia, que implica um estado permanente de serviço a Deus, não deixa espontaneamente a impossibilidade de um vínculo matrimonial. Pode-se dizer que a abstinência sexual, que foi funcional, se transformou em abstinência ontológica. (...)
Actualmente, é muito fácil afirmar que tudo isto é simplesmente a consequência de um desprezo pela corporalidade e pela sexualidade. (...)
Tal julgamento está errado. Para provar isso, apenas temos de lembrar que a Igreja sempre considerou o casamento como um presente concedido por Deus do céu na Terra. No entanto, o estado conjugal diz respeito ao homem na sua totalidade e, como o serviço do Senhor também exige o dom total do homem, não parece possível realizar as duas vocações simultaneamente. Assim, a capacidade de renunciar ao casamento para se colocar totalmente à disposição do Senhor é um critério para o ministério sacerdotal.
Quanto à forma concreta de celibato na Igreja antiga, deve-se salientar que os homens casados só poderiam receber o sacramento das Ordens Sagradas se se tivessem comprometido com a abstinência sexual, ou seja, com um casamento Josefino. Tal situação parece ter sido bastante normal durante os primeiros séculos.
Papa Bento XVI no livro 'Do profundo dos nossos corações'
1 comentário:
Espero a tradução para o português com ansiedade.
Enviar um comentário