O Cardeal George Pell está
de "bom humor" e "desenvolveu um ministério pessoal, escrevendo cartas em resposta a outros prisioneiros que lhe escreveram sobre as suas vidas", disse uma
fonte próxima ao ex-chefe das finanças do Vaticano.
O Cardeal, que permanece em
isolamento como protecção contra outros prisioneiros que o possam querer agredir, foi
transferido no início de Janeiro da Melbourne Assessment Prison, onde
estava preso desde Fevereiro passado, para a HM Prison Barwon, uma instalação
de segurança máxima a sudoeste de Melbourne.
A prisão de Barwon é famosa
por ter alguns criminosos de destaque, incluindo membros da ‘Ndrangheta', sindicato do crime organizado da Calábria, e gangues rivais. As autoridades australianas
tomaram a decisão de mudar o Cardeal depois de ter sido visto um drone a tentar filmá-lo enquanto trabalhava no jardim da prisão.
Dois amigos do Cardeal Pell
disseram que a sua cela é maior que a anterior e que tem mais ar e luz. Apenas pode ter uma ou duas visitas por semana e não pode celebrar a Missa
porque as autoridades não permitem que o vinho seja trazido para a
prisão. "É uma negação ultrajante da liberdade religiosa, mas estamos assim", disse uma das fontes.
No entanto, o Cardeal disse aos amigos que sente que, efectivamente, "teve um 'retiro' forçado de um ano".
Uma fonte, que o viu muito recentemente e falou com ele por
telefone apenas há alguns dias, disse que a resistência do Cardeal é "notável" e observou que ele perdeu peso, o que, provavelmente, ajudou a sua saúde, em geral. Outra pessoa, que entrou em contacto com ele
recentemente, disse que o Cardeal estava ocupado escrevendo "principalmente
reflexões espirituais".
O Cardeal Pell cumpre uma sentença de seis anos de prisão
depois de ter sido condenado em Dezembro de 2018 por cinco acusações de abuso sexual
de dois meninos do coro, enquanto era Arcebispo de Melbourne, após a Missa de Domingo na
catedral de Saint Patrick, em 1996 e 1997.
Mas um grupo alargado de contestação a essa decisão tem vindo a crescer, na opinião pública em diversos sectores
da sociedade australiana, depois de sérias dúvidas terem surgido surgir sobre a
condenação, intensificadas pela opinião divergente de um juiz do tribunal de apelo.
O juiz Mark Weinberg acreditava que havia uma "possibilidade
significativa" de o Cardeal "não ter cometido esses delitos".
Weinberg, portanto, disse acreditar que "esta condenação não pode ser
mantida".
A condenação foi também questionada depois de ter sido revelado que a
polícia de Victoria tentou usar as acusações contra o Cardeal para desviar as atenções de
um escândalo que afectava o seu departamento. Um documentário recente revelou a
extensão da corrupção e como a polícia de Victoria operava, possivelmente dando
mais indicações de como o Cardeal foi condenado apesar da escassez de evidências.
Uma das pessoas que viu o Cardeal recentemente disse que Pell está "silenciosamente confiante" sobre a sua audiência de
apelo no Supremo Tribunal, que deve ocorrer entre os dias 12 e 13 de Março.
As alegações de apelo foram apresentadas no início de Janeiro e os
promotores apresentaram a sua resposta a 31 de Janeiro.
Ainda não está claro quanto tempo os sete juízes do Supremo
Tribunal levarão para chegar a uma conclusão e preparar o seu julgamento, mas é
provável que isso aconteça algumas semanas após a audiência.
Se o apelo do Cardeal for concedido, ele será imediatamente
libertado, mas ainda terá que cumprir pelo menos dois anos e oito meses de
prisão se a sua condenação for mantida.
Os amigos do cardeal dizem que quem lhe quiser escrever pode enviar cartas para: George Pell, Locked Bag 7, Lara VIC 3212, AUSTRALIA.
Edward Pentin in National Catholic Register
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