terça-feira, 28 de abril de 2020

Monge Beneditino escreve sobre o pânico geral provocado pelo Coronavirus

Na verdade, as pessoas têm demasiado medo de morrer ou até de se sentirem um pouco mal. E, neste momento, o medo é desproporcional comparado à ameaça que existe. E porquê? Talvez a razão mais profunda, ou uma das principais, seja a falta de perspectiva futura.

Aqueles que lutavam pela pátria e pela liberdade estavam dispostos a sacrificar as suas vidas precisamente porque o futuro era um bem superior ao presente. Da mesma forma para os católicos: O crente que prefere arriscar a sua vida e perdê-la, em vez de negar a sua fé, tem diante de si o futuro eterno, que existe além deste mundo, o paraíso. 

Hoje, porém, a nossa cultura já não tem futuro, está presa no presente, no efémero: Se perdemos o presente, perdemos tudo. Em geral, portanto, podemos dizer que a força da epidemia em curso neste momento não vem do número de vítimas ou do seu perigo objectivo, mas da fraqueza espiritual da Humanidade.

Dom Giulio Meiattini, Monge Beneditino


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