sexta-feira, 31 de julho de 2020

Santo Inácio de Loyola revela as ciladas do demónio


6. Quando o demónio for descoberto pela sua cauda serpentina, isto é, pelo fim pernicioso a que nos quer levar, será útil considerar os pensamentos que nos sugeriu, examinar-lhes o princípio e ver como, pouco a pouco, nos fez perder a alegria espiritual até nos levar à sua perversa intenção. A fim de que, pela experiência alcançada, nos acautelemos para o futuro de suas costumadas fraudes.

12. O inimigo procede como uma mulher, mostrando-se fraco contra o forte, e forte contra o fraco. Assim como é próprio da mulher, quando luta com algum homem, perder a coragem e fugir, se o homem se mostra corajoso; e, ao contrário, se o homem se mostra cobarde e tímido, a ira da mulher chega até ao excesso: do mesmo modo costuma o nosso inimigo enfraquecer e fugir, se aquele que se exercita nas coisas espirituais lhe resiste varonilmente e se opõe diametralmente às suas sugestões; se, pelo contrário, aquele que se exercita, começa a ter medo e a perder a coragem em lhe resistir, não há fera no mundo mais terrível, que este inimigo da natureza humana.

13. Porta-se também o demónio como um falso amante, que não quer ser descoberto. Assim como um homem que, procurando seduzir, com suas ilusórias palavras, a filha dum pai honesto, ou a esposa dum marido honrado, lhes propõe silêncio e pede segredo para que suas pérfidas insinuações não cheguem aos ouvidos do pai ou do marido, pois desfazer-se-ia toda a sua tentativa: assim quer o inimigo que as falazes propostas, que segreda à alma justa, fiquem ocultas e não sejam manifestadas ao confessor ou a uma pessoa espiritual que conheça bem seus embustes, pois perderia toda a esperança de consumar a sua malícia ao ver descobertos todos os seus artifícios.

14. Porta-se também o demónio como um general, quando quer apoderar-se duma fortaleza. Pois, à semelhança dum comandante ou chefe militar que, depois de assentar os arraiais, explora as fortificações e obras de defesa, para saber qual é a parte mais fraca, para começar por ela o ataque: assim o maligno espírito anda rondando em volta de nós para explorar as nossas virtudes teologais, cardeais e morais, a fim de começar por onde nos achar mais fraco, e nos render.

Regras para o discernimento dos espírito (II parte) - Exercício Espirituais de Santo Inácio


blogger

2 comentários:

Anónimo disse...

As "loucuras" que eu penso sobre Deus e o diabo:


O diabo, sendo infiel mostra-se sempre” fiel” e “verdadeiro”, no momento em que precisamos saberemos se é o diabo porque ele nunca estará lá nessa altura

Deus, sendo fiel, parecendo-nos ausente está sempre presente

Quando te fizer promessas, se não as cumprir saberás que é o diabo, que muito promete, mas só Deus nunca falha.

O diabo é como a peste, consentido uma vez, volta sempre a tentar outras vezes…

Para o diabo o remédio inicial tem de ser forte e definitivo…

O diabo consegue ruir todo um edifício começando a minar pelo ponto mais frágil, depois de destruir a nossa espiritualidade faz de nós escravos

A confiança é um dos maiores obstáculos ao demónio. Muitas vezes ele tenta destrui-las das mais diversas maneiras…

O demónio detesta que sejamos obedientes. A obediência é muita vezes a realização direta da vontade de Deus com o nosso consentimento, mas sem a nossa compreensão. Como já possuímos na nossa natureza determinadas fraquezas naturais humanas, não é muito difícil ele procurar bloquear o nosso consentimento instigando a razão.

A nossa ambição de conhecimento e de domínio deve ser por nós refreada, é uma tendência humana e uma fraqueza interior que atrai o demónio


A humildade é a nossa proteção. O diabo é tão soberbo que nunca se poderá baixar a um ato de verdadeira humildade. Quando nos baixamos, quando fazemos atos de “lava os pés” ele nunca nos poderá acompanhar… e neles nós podemos fugir-lhe…


Uma das estratégias do demónio é baseada na argumentação. A argumentação baseada na lógica da razão, mas quem nos disse que temos de compreender tudo? Nunca compreenderemos tudo, o Amor não procura compreender, mas amar. Quando dois não argumentam, não há argumento. Quando nada temos a argumentar o diabo retira-se. Por vezes somos também diabos de nós mesmos, mas os nossos pensamentos distinguem-se do diabo porque ele nos faculta informação por nós desconhecida. O nosso pensamento distingue-se também de Deus porque Deus pode fazer os acontecimentos práticos atestarem das inspirações interiores e vice versa.


O tema da conversa do diabo é sempre Deus e as coisas de Deus, mas o tema de Deus é sempre o homem.
O objetivo do diabo é sempre minar a conceção de Deus, especialmente a da Sua bondade e Misericórdia. É baixar a esperança, a confiança. Basta-nos perceber a direção da conversa para perceber o que o preocupa. Quando percebemos o que o preocupa, podemos identifica-lo (Sim, porque ele parece nunca se apresentar).

Por vezes o diabo tenta convencer que ele é a Verdade e Deus é mentiroso, ou seja ele tenta inverter os papeis, e pode confundir-nos, mas ele não sustenta o que diz por muito tempo.

Deus tem por tema o homem. O Seu diálogo centra-se não em Deus, mas na pessoa. O Seu objetivo é construir e elevar o homem

O diabo pressiona. Ele tem sempre alguma urgência no diálogo ou no objetivo… mesmo quando se faz passar por Deus. Essa urgência é a do engano, e nisso percebemos que não é Deus. Deus, nunca pressiona, ele respeita a nossa pessoa e por norma faz-nos dispor de todo o tempo para qualquer resolução.

O diabo é cobarde, nunca vai direto, ao que mais lhe interessa, tende a circundar a periferia do que lhe interessa e aí começa a sua destruição.
Quando a destruição se refere ao nosso interior, muitas vezes a culpa é nossa, fomos nós com as nossas ambições, dúvidas e desejos que lhe abrimos a porta, outras ele simplesmente surge para incomodar quando seguimos ou tentamos seguir um caminho de virtude.

Se pedirmos ao diabo como prova de que é Deus, para que fale do (Seu) Amor ou seja do Amor de Deus, ele não o conseguirá fazer…

O diabo pode tornar a nossa vida um caos, mas não possui o poder de nos tirar a fé caso não consintamos, ou seja sem a nossa participação…

Anónimo disse...

Obrigado!!!