Desde os primórdios do Cristianismo, havia uma prática de jejum antes da Páscoa. Rapidamente, o número de 40 dias de jejum estabilizou-se, em memória dos 40 dias de jejum de Jesus no deserto. No entanto, havia um problema, porque era proibido jejuar aos Domingos e na festa da Anunciação da Virgem Maria, que ocorre durante a Quaresma. Por isso, para "preencher" os dias que faltavam da Quaresma, começaram a antecipar a Quaresma numa semana.
Assim, passou a ser conhecido como Domingo Gordo ou Domingo de Quinquagesima. A partir desse dia, as pessoas começaram a deixar de comer carne (na tradição romana, daí a palavra "Carnaval"), e o jejum total começava na Quarta-Feira de Cinzas, preservando o simbolismo dos 40 dias de jejum da Quaresma. As primeiras adopções desta prática encontram-se em Roma do século VI e a sua difusão no Oriente é atribuída ao imperador Heráclio, como parte da sua penitência durante a invasão persa (embora Egeria insinue a existência do Domingo de Carnaval já no final do século IV em Jerusalém).
Pela mesma razão, rapidamente surgiu a prática de renunciar gradualmente a certos alimentos numa semana específica. Assim, duas semanas antes do primeiro Domingo da Quaresma, começava-se a jejuar de carne e, uma semana antes, limitava-se os produtos lácteos. Por fim, no Oriente e no Ocidente, foi acrescentado o terceiro Domingo antes da Quaresma, criando três semanas de preparação para a Quaresma.
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