Reverendíssimos e Excelentíssimos Padres da XIII Assembleia Geral do Sínodo,
Quero dizer que a nossa Igreja na China, especialmente os leigos,
manteve até agora a piedade, a fidelidade, a sinceridade e a devoção dos
primeiros cristãos, apesar de ter suportado cinquenta anos de
perseguição. Quero acrescentar que rezo intensamente e constantemente a
Deus Todo-Poderoso para que a nossa compaixão, a nossa fidelidade, a
nossa sinceridade e a nossa devoção curem a indiferença, a infidelidade e
a secularização que surgiram no exterior, por causa de uma abertura e
de uma liberdade sem travões.
No Ano da Fé, nas discussões sinodais, vossas excelências podem
indagar porque é que a fé na China foi preservada até hoje. É
como disse o grande filósofo chinês Lao Tse: "Assim como a calamidade
gera prosperidade, também o conforto esconde a calamidade". Nas igrejas
fora da China, a tibieza, a infidelidade e a secularização dos fiéis
infectaram muitos clérigos. Já na Igreja chinesa, os leigos são mais
fervorosos do que o próprio clero. Será que a piedade, a fidelidade, a
sinceridade e a devoção dos leigos chineses cristãos não poderia sacudir
os clérigos estrangeiros?
Eu fiquei profundamente comovido com o lamento do papa Bento XVI:
"Como sabemos, em vastas áreas do mundo a fé corre o perigo de se
apagar, como uma chama que não é mais alimentada. Estamos diante de uma
profunda crise de fé, de uma perda do sentido religioso, que constitui o
maior desafio para a Igreja de hoje. A renovação da fé deve ser a
prioridade no compromisso de toda a Igreja nos nossos dias" (Discurso do
Santo Padre Bento XVI aos participantes da Assembleia Plenária da
Congregação para a Doutrina da Fé, 27 de janeiro de 2012).
Eu acredito, porém, que a nossa fé de cristãos chineses pode consolar
o Papa. Não falarei da política, que é sempre transitória.
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