terça-feira, 31 de julho de 2018

Os três tipos de humildade segundo Santo Inácio de Loyola

O primeiro tipo de humildade é necessário à salvação eterna. E consiste em me rebaixar e me humilhar tanto quanto me for possível, para obedecer em tudo à Lei de Deus Nosso Senhor. De tal modo que, mesmo que me tornassem senhor de todas as coisas criadas neste mundo ou mesmo que estivesse em risco a minha própria vida temporal, nunca pensaria em transgredir um mandamento, fosse ele divino ou humano.

O segundo tipo de humildade é uma humildade mais perfeita que a primeira. E consiste nisto: encontro-me num ponto em que não desejo nem tendo a possuir a riqueza mais do que a pobreza, a querer a honra mais do que a desonra, a desejar uma vida longa mais do que uma vida curta, quando as alternativas não afectam o serviço de Deus Nosso Senhor e a salvação da minha alma.

O terceiro tipo de humildade é a humildade mais perfeita: é quando, incluindo a primeira e a segunda, sendo iguais o louvor e a glória da Sua divina majestade, para imitar Cristo Nosso Senhor e me assemelhar a Ele mais eficazmente, desejo e escolho a pobreza com Cristo pobre em vez da riqueza, o opróbrio com Cristo coberto de opróbrios em lugar de honrarias; e desejo mais ser tido por insensato e louco para Cristo, que antes de todos foi tido como tal, do que «sábio e prudente» neste mundo (Mt 11, 25).


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domingo, 29 de julho de 2018

Cardeal Müller alerta para o perigo que a Igreja se converta ao mundo e não a Deus

Entrevista do Catholic World Report (CWR) ao Cardeal Gerhard Müller, ex-Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé

CWR: Desde 2014, tem havido, dentro da Igreja, uma contínua onda de conflitos e tensões que envolvem muitos bispos da Alemanha. Qual o contexto desse fenómeno? Qual é a fonte desses diversos conflitos sobre eclesiologia, Sagrada Comunhão e assuntos relacionados?

Cardeal Gerhard Müller: Um grupo de bispos alemães, com o seu presidente [i.e., da Conferência Episcopal] na dianteira, vêem-se como lançadores de tendências na Igreja Católica em direcção à modernidade. Eles consideram a secularização e a descristianização da Europa como um desenvolvimento irreversível. Por essa razão, a Nova Evangelização — programa de João Paulo II e Bento XVI — é, na visão deles, uma batalha contra o curso objetivo da história, assemelhando-se à batalha de Dom Quixote contra os moinhos de vento. Portanto, todas as doutrinas da fé que se opõem ao “mainstream”, ao consenso social, devem ser reformadas.

Uma consequência disso é a demanda para que se distribua a Sagrada Comunhão mesmo a pessoas sem a Fé Católica e também àqueles Católicos que não estão em estado de graça. Também estão na agenda: bênção para parelhas de pessoas do mesmo sexo, intercomunhão com protestantes, relativização da indissolubilidade do sacramento do matrimónio, introdução dos viri probati e abolição do celibato sacerdotal; aprovação de relações sexuais antes e fora do casamento. Essas são as metas, e para alcançá-las eles estão dispostos a aceitar até a divisão da conferência episcopal.

Os fiéis que levam a doutrina Católica a sério são rotulados como conservadores e empurrados para fora da Igreja, expostos a campanha difamatória dos media liberais e anti-católicos.

Os muitos bispos, a revelação da verdade e da profissão da Fé Católica é só mais uma variável no jogo de poder político intra-eclesial. Alguns deles citam acordos individuais com o Papa Francisco e pensam que as suas declarações em entrevistas com jornalistas e figuras públicas distantes de serem católicos oferecem uma justificativa mesmo para “diluir” verdades de Fé definidas, infalíveis (=dogmas). Tudo isso dito, estamos lidando com um patente processo de protestantização.

O ecumenismo, pelo contrário, tem a sua meta na plena unidade de todos os cristãos, que já está sacramentalmente realizada na Igreja Católica. O mundanismo do episcopado e do clero no século XVI foi a causa da divisão da cristandade, que é diametralmente oposta à vontade de Cristo, fundador da Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica. A doença daquela era é agora supostamente o remédio com o qual a divisão deve ser superada. A ignorância da Fé Católica naquela época era catastrófica, especialmente entre Bispos e Papas, que se dedicavam mais à política e ao poder do que em testemunhar a verdade de Cristo.

Hoje, para muitos, ser aceite pelos media é mais importante que a verdade, pela qual devemos também sofrer. Pedro e Paulo sofreram o martírio por Cristo em Roma, centro do poder naquela época. Eles não eram celebrados pelos grandes desse mundo como heróis, mas zombados como Cristo na cruz. Nunca nos devemos esquecer a dimensão martirológica do ministério Petrino e do múnus episcopal.

CWR: Por que razão alguns bispos alemães desejam permitir o acesso à Sagrada Comunhão a protestantes?

Cardeal Müller: Nenhum bispo tem autoridade para administrar a Sagrada Comunhão a cristãos que não estão em plena comunhão com a Igreja Católica. Apenas em situações de perigo de morte um protestante pode pedir a absolvição sacramental e a Sagrada Comunhão como viaticum, se ele compartilha de toda a Fé Católica e, assim, ingressa em plena comunhão com a Igreja Católica, embora não tenha ainda declarado sua conversão oficialmente.

Infelizmente, até Bispos já não conhecem a Fé Católica na unidade da comunhão sacramental e eclesial, e justificam a sua infidelidade à Fé Católica com uma suposta preocupação pastoral ou com explicações teológicas que, entretanto, contradizem os princípios da Fé Católica. Toda a doutrina e praxis devem ser fundamentadas na Sagrada Escritura e na Tradição Apostólica, e não devem contradizer os pronunciamentos anteriores do Magistério da Igreja. Este é o caso da permissão para cristãos não católicos receberem a Comunhão durante a Santa Missa.

CWR: Como avalia, em primeiro lugar, o estado da Fé Católica na Alemanha e, depois, na Europa? Pensa que a Europa pode ou irá recobrar o sentido de sua identidade cristã anterior?

Cardeal Müller: Há muitas pessoas que vivem a sua Fé, amam a Cristo e a sua Igreja, e colocam toda a sua esperança em Deus, na vida e na morte. Mas, entre eles, há muitos que se sentem abandonados e traídos pelos seus pastores. Ser popular perante a opinião pública é, actualmente, critério para supostamente ser um bom Bispo ou Padre. Experimentamos agora uma conversão ao Mundo, não a Deus, contrariamente à afirmação do Apóstolo Paulo: “Por acaso eu procuro o favor dos homens, ou de Deus? Estou tentando agradar aos homens? Se ainda estivesse a agradar aos homens, não deveria ser servo de Deus.” (Gal 1, 10).

Precisamos de Padres e Bispo cheios do zelo pela casa de Deus, dedicados inteiramente à salvação dos seres humanos na peregrinação de Fé para a nossa casa eterna. Não há futuro para um Cristianismo "light”. Precisamos de cristãos com espírito missionário.

CWR: A Congregação para a Doutrina da Fé reiterou recentemente o ensino perene da Igreja de que as mulheres não podem ser ordenadas ao sacerdócio. Por que pensa que este ensinamento, que já foi repetido diversas vezes nos anos recentes, continua a ser contestado por muitos na Igreja?

Cardeal Müller: Infelizmente, actualmente, a Congregação para a Doutrina da Fé não é particularmente estimada, e seu significado para o primado Petrino não é reconhecido. O Secretariado de Estado e os serviços diplomáticos da Santa Sé são muito importantes para a relação da Igreja com diversos Estados, porém, a Congregação para a Doutrina da Fé é mais importante para a relação da Igreja com a sua Cabeça, da qual toda graça procede.

A Fé é necessária à salvação; a diplomacia Papal podem fazer muito bem ao mundo. Mas a proclamação da Fé e da doutrina não devem ser subordinados às demandas e condições dos actores do poder terreno. A Fé sobrenatural não depende de poderes terrenos. Na Fé é absolutamente claro que o Sacramento da Ordem só pode ser recebido validamente por um homem católico baptizado, porque apenas ele pode simbolizar e sacramentalmente representar Cristo como Esposo da Igreja. Se o ministério sacerdotal é compreendido como uma posição de poder, então essa doutrina da exclusividade das Sagradas Ordens a católicos de sexo masculino é uma forma de discriminação contra as mulheres.

Mas essa perspectiva de poder e prestígio social é falsa. Apenas se virmos toda a doutrina da Fé e dos sacramentos com olhos teológicos, e não em termos de poder, a doutrina da Fé sobre os pré-requisitos naturais para o sacramento da Sagrada Ordem e do matrimónio serão também evidentes para nós. Apenas um homem pode simbolizar Cristo enquanto Esposo da Igreja. Apenas um homem e uma mulher podem simbolicamente representar a relação de Cristo e da Igreja.

CWR: Recentemente apresentou a edição italiana do livro de Daniel Mattson, Why I Don’t Call Myself Gay [Por que não me chamo gay]. O que o impressionou no livro e na sua abordagem? Como se distingue de algumas abordagens “pro-gay” e posturas adoptadas por alguns Católicos? O que pode ser feito para explicar, em termos positivos, o ensinamento da Igreja sobre sexualidade, casamento e assuntos relacionados?

Cardeal Müller: O livro de Daniel Mattson foi escrito a partir de uma perspectiva pessoal. Ele é fundamentado em uma profunda reflexão intelectual sobre a sexualidade e o matrimónio, que o faz diferente de qualquer forma de ideologia. Portanto ajuda pessoas com atracção para o mesmo sexo a reconhecer a sua dignidade e a seguir um benéfico caminho no desenvolvimento da sua personalidade, e a não se deixarem ser usados como peças nos jogo de poder de ideológico. Um ser humano é uma unidade interior de princípios espirituais e materiais, e, consequentemente, uma pessoa e um sujeito livremente actuante de uma natureza que é espiritual, corpórea e social.

O homem é criado para uma mulher e a mulher para um homem. A meta da comunhão matrimonial não é o poder de um sobre o outro, mas, antes, a unidade num amor que se doa, no qual ambos crescem e juntos alcançam o objectivo em Deus. A ideologia sexual que reduz o ser humano ao prazer é hostil à sexualidade pois nega que a meta do sexo e do eros é agape. Um ser humano não pode permitir ser degradado ao status de um animal mais desenvolvido. Ele é chamado a amar. Apenas se amo o outro por si mesmo eu chego a mim mesmo; só assim sou libertado da prisão do meu egoísmo primitivo. Não se pode ser realizado às custas dos outros.

A lógica do Evangelho é revolucionária num mundo de consumismo e narcisismo. Pois apenas o grão de trigo que cai no chão e morre não permanece sozinho, mas produz muitos frutos. “Quem amar a sua vida perdê-la-á, e quem odiar a sua vida neste mundo a guardará para a vida eterna.” (Jo 12, 25)

Tradução: Fratres In Unum


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sexta-feira, 27 de julho de 2018

Cardeal Arinze responde aos políticos que são a favor do aborto



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Sem verdade a caridade não passa de sentimentalismo

Sem verdade, a caridade cai no sentimentalismo. O amor torna-se um invólucro vazio, que se pode encher arbitrariamente. 

É o risco fatal do amor numa cultura sem verdade; acaba prisioneiro das emoções e opiniões contingentes dos indivíduos, uma palavra abusada e adulterada chegando a significar o oposto do que é realmente.

A verdade liberta a caridade dos estrangulamentos do emotivismo, que a despoja de conteúdos relacionais e sociais, e do fideísmo, que a priva de amplitude humana e universal.

Papa Bento XVI in Caritas in Veritate


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quinta-feira, 26 de julho de 2018

Mensagem de Avó de Papa Francisco

O Papa Francisco conta no livro entrevista 'O Jesuíta', quando ainda era Arcebispo de Buenos Aires, que sempre leva dentro do Breviário um papel com estas palavras que a sua Avó Rosa lhe escreveu: 

“Que estes meus netos, a quem dei o melhor de meu coração, tenham uma vida longa e feliz, mas se em algum dia de dor, a doença ou a perda de uma pessoa amada os encha de desconsolo, que recordem que um suspiro no Tabernáculo, onde está o maior e mais augusto mártir, e um olhar a Maria ao pé da Cruz, podem fazer cair uma gota do bálsamo sobre as feridas mais profundas e dolorosas.”


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terça-feira, 24 de julho de 2018

A inquietante descrição do Inferno feita por Santa Faustina

Hoje, conduzida por um anjo, fui levada às profundezas do inferno, um lugar de grande castigo; e como é grande a sua extensão! Tipos de tormentos que vi:

O primeiro tormento que constitui o inferno é a perda de Deus; o segundo, o contínuo remorso da consciência; o terceiro, o de que esse destino nunca mudará; o quarto tormento é o fogo que atravessa a alma, mas não a destrói; é um tormento terrível, é um fogo puramente espiritual, aceso pela ira de Deus; o quinto é a contínua escuridão, o terrível cheiro sufocante e, embora haja escuridão, os demónios e as almas condenadas vêem-se mutuamente e vêem todo o mal dos outros e o deles mesmos. O sexto é a continua companhia do demónio; o sétimo tormento, o terrível desespero, ódio a Deus, maldições, blasfémias.

São tormentos que todos os condenados sofrem juntos. Mas não é o fim dos tormentos. Existem tormentos especiais para as almas, os tormentos dos sentidos. Cada alma é atormentada com o que pecou, de maneira horrível e indescritível. Existem terríveis prisões subterrâneas, abismos de castigo, onde um tormento se distingue do outro. Eu teria morrido vendo esses terríveis tormentos se não me sustentasse a omnipotência de Deus.

Que o pecador saiba que será atormentado com o sentido com que pecou, por toda a eternidade. Escrevo por ordem de Deus, para que nenhuma alma se escuse dizendo que não há inferno ou que ninguém esteve lá e não sabe como é.

Eu, irmã Faustina, por ordem de Deus, estive nos abismos para falar às almas e testemunhar que o inferno existe. Sobre isso não posso falar agora, tenho ordem de Deus para deixar isso por escrito. Os demónios tinham grande ódio contra mim, mas, por ordem de Deus, tinham que me obedecer. 

O que eu escrevi dá apenas uma pálida imagem das coisas que vi. Percebi, no entanto, uma coisa: o maior número das almas que lá estão é justamente daqueles que não acreditavam que o inferno existisse. Quando voltei a mim, não me podia refazer do terror de ver como as almas sofrem ali terrivelmente e, por isso, rezo com mais fervor ainda pela conversão dos pecadores; incessantemente, peço a misericórdia de Deus para eles. 

Ó meu Jesus, prefiro agonizar até o fim do mundo nos maiores suplícios a ter que Vos ofender com o menor pecado que seja! 

in Diário de Santa Faustina, 741


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segunda-feira, 23 de julho de 2018

Mulheres voltam a usar o véu nas igrejas





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Chiara, uma jovem mulher que soube amar

Foi aberta a causa de beatificação de Chiara Corbella Petrillo

Numa época em que se defende a ideia de que liberdade é poder fazer o que se quer; numa sociedade cada vez mais individualista e confusa diante dos reais valores da vida, surge um grande desafio aos cristãos: ser sinal de contradição para este mundo.

Neste contexto, o testemunho de Chiara Corbella deixa muitos impressionados. Logo na sua primeira gravidez, ela teve uma surpresa ao fazer a ecografia e descobrir que a sua filha, Maria, fora diagnosticada com anencefalia. O casal decidiu seguir a gravidez até o fim, o que já foi uma surpresa para muitos. Trinta minutos depois de nascer, Maria veio a falecer.

O segundo filho do casal, David, ainda no início da gestação, foi diagnosticado com uma deficiência: ele não possuía as pernas e tinha má-formação visceral. Como na vez anterior, contra a expectativa de muitos, os pais decidiram prosseguir. Ambos os filhos, Maria e David, chegaram a nascer e, mesmo vivendo poucos minutos, foram acompanhados pelos pais até o último minuto.

Chiara engravidou novamente, desta vez era um Francesco. Os exames mostravam que o menino era saudável, para a alegria do casal. Porém, no quinto mês de gravidez, Chiara descobriu uma lesão na língua e logo na primeira cirurgia os médicos diagnosticaram que se tratava de um cancro. Ela tinha duas opções: seguir com a gravidez ou interrompê-la por causa do tratamento do cancro. A escolha de Chiara foi pela vida de seu filho, o que colocou em risco a sua própria vida. Apenas depois do parto Chiara deu início ao tratamento com quimioterapia e radioterapia, que enfrentou com muita serenidade e total confiança na Providência.

Diante de cada uma das suas lutas, Chiara reagiu sempre  aceitando-as como provações que Deus lhe concedeu viver. Foi então que, no dia 13 de Junho de 2012, com 28 anos, Chiara não resistiu e morreu. Hoje, o pai Enrico cuida do filho Francesco e testemunha, por onde passa, a alegria de ter lutado pela vida dos seus filhos, e também a coragem e fé que a sua esposa teve durante a sua caminhada neste mundo.

A história de Chiara mostra-nos que podemos nos opor-nos à massiva ideologia que despreza vidas indefesas nos ventres maternos por tantos e quaisquer motivos. A capacidade e coragem de dizer “sim” à vida, mesmo em momentos de tribulação, é intrínseca nos cristãos.

in Aleteia



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Quais são os 4 fins da Santa Missa?

1. Adorar a Deus, presente realmente no Santíssimo Sacramento: fim latrêutico;
2. Reparar o pecado que cortou a nossa ligação com Deus, algo que só foi possível com o Sangue de Jesus derramado por nós: fim propiciatório;
3. Dar graças a Deus por nos ter salvado na Cruz e por tudo o que nos deu: fim eucarístico;
4. Pedir a Deus o que mais precisamos, especialmente a salvação da nossa alma: fim impetratório.


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sábado, 21 de julho de 2018

Confeiteiro recusa bolo a dupla LGBT e o Supremo Tribunal dá-lhe razão

O Supremo Tribunal dos Estados Unidos julgou em favor de Jack Phillips, dono da confeitaria familiar “Masterpiece Cakeshop” em Lakewood, Denver (Estado do Colorado), que recusou fazer um bolo de casamento para uma parelha do mesmo sexo por motivos religiosos. 

A informação agastou os meios de comunicação social americanos, como o “The Washington Post”.

Os juízes do Supremo, 7 contra 2, discordaram da Comissão de Direitos Civis do Colorado, que aceitou como válidas as queixas LGBT contra Jack Phillips. O Supremo Tribunal considerou que a Comissão mostrou hostilidade contra uma religião. O Supremo Tribunal considerou que a ideologizada Comissão violou os direitos religiosos de Phillips garantidos pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA. 

A Comissão dizia que o confeiteiro violou a lei antidiscriminação do Colorado, que proíbe a qualquer um recusar serviços com base em "raça, sexo, estado civil ou orientação sexual".

Jack Phillips recusa serviços para festas contrárias à Fé e à moral

Os supremos magistrados, pelo contrário, concluíram que para o confeiteiro cristão “criar um bolo de casamento para duas pessoas do mesmo sexo seria o equivalente a participar de uma celebração contrária às suas crenças mais profundas. 

Centenas de pessoas juntaram-se em torno da confeitaria para comemorar a sensata decisão do Supremo, noticiou a Catholic News Agency

Phillips e a sua família vinham recebendo ameaças e mensagens email e telefónicas impregnadas de crueldade, ódio e violência, mas não perderam a calma, acrescentou a mesma Catholic News Agency.

Dos 50 Estados americanos 21 têm leis antidiscriminação que protegem os LGBT, incluindo o Colorado. Mas o caso ultrapassou os limites e tornou-se um caso simbólico que pode ter profundos efeitos na polarizada sociedade americana. Estão em jogo princípios, valores religiosos, fanatismo igualitário e activismo LGBT, além da liberdade de expressão protegida pela Primeira Emenda da Constituição, mas que pareceu de nada valer para o dono da pequena doceira. 

Manifestação de apoio a Jack Phillips

Phillips explicou que a sua padaria “Masterpiece Cakeshop” não podia aceitar o pedido da dupla que, aliás, soou a provocação e montagem. Os advogados argumentaram, com razão, que o bolo representa a instituição do casamento e, portanto, na decisão do confeiteiro estava envolvida uma mensagem sobre o conceito de família. Um advogado da dupla LGBT afirmou que assim que explicaram o bolo que queriam, o confeiteiro “disse imediatamente que não iria fazê-lo para um casal homossexual”. 

O acórdão do Supremo Tribunal foi um dos mais aguardados neste ano, escreveu o “The Washington Post”. Agitadores LGBT escarneciam a religião e as Sagradas Escrituras do lado de fora do Tribunal.

O tema está no cerne do conflito cultural que opõe a crescente direita religiosa aos agressivos grupos LGBT, bastante promovidos e financiados pela anterior administração Obama e poderosos grupos económicos.

Via 'Valores inegociáveis: respeito à vida, à família e à religião'


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sexta-feira, 20 de julho de 2018

10 ideias para aproveitar o Verão em família

1. Flexibilidade dentro de uma ordem: Embora estejamos de férias, é importante não perder de todo os hábitos adquiridos durante o inverno. Para isso, estabelecer um horário, mas com flexibilidade e margem; estamos numa nova situação, noutro contexto.
2. Fazer actividades em família: Embora cada um tenha os seus gostos e os seus planos, é importante encontrar tempo para fazer coisas juntos: cozinhar, passear, andar de bicicleta, fazer excursões, visitar a nossa cidade…
3. Gratidãoo ambiente relaxado do Verão é perfeito para impulsionar o agradecimento, que às vezes, com as pressas, fica um pouco no esquecimento. Saber agradecer aos outros pelos pormenores, pelos planos ou por se terem divertido juntos.
4. Desfrutar de pequenas coisas: O plano perfeito não tem porque ser caro ou extravagante. É preciso ensinar, desde tenra idade, a desfrutar com as coisas pequenas como, por exemplo, ver um pôr-do-sol, comer um gelado, etc.
5. Abrir-se aos outros: Estarmos todo o dia nós com nós mesmos pode ser pouco enriquecedor. O verão é a época perfeita para nos abrirmos aos outros; tomar a iniciativa de convidar os amigos para nossa casa e ensinar os filhos a fazerem o mesmo.
6. Actividades culturaisEducar o gosto dos mais pequenos não tem por que ser aborrecido se se escolhe e se prepara bem; estudar as possibilidades culturais da zona e visitar alguns museus, monumentos ou exposições.
7. Tempo para lerA leitura é uma viagem grátis que alimenta os neurónios de grandes e pequenos: livros de aventuras, biografias, contos… Procurar uma biblioteca nas proximidades e toca a escolher!
8. Visitar familiares e pessoas necessitadas: Durante o ano, quer por falta de tempo quer pelas distâncias, às vezes é difícil visitar a família: avós, primos, tios… Além disso, também se podem fazer visitas a pessoas doentes ou mais necessitadas.
9. IdiomasDeixa de lado os formatos mais académicos e acostuma toda a família a ver séries ou filmes na versão original, para ver quem percebe primeiro!
10. Dar graças a Deus por se divertirem e estarem juntos.
in opusdei.pt


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quinta-feira, 19 de julho de 2018

100 mil pessoas em peregrinação pelo centenário da execução dos Romanov

Mais de 100 mil russos fizeram uma peregrinação de 21 km's até Ecaterimburgo para relembrar a Família Imperial Russa, assassinada há 100 anos pelos comunistas. As pessoas carregaram cruzes, ícones e cantaram durante as 4 horas que durou a caminhada até ao local onde decorreu a execução e depois até onde os corpos foram escondidos, na esperança de nunca mais serem encontrados.





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Irmãs assistem ao 'Tour de France' em Marselha






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quarta-feira, 18 de julho de 2018

O Santo Sudário é um rastro de Deus neste mundo

Entrevista com Dr. Juan Francisco Sánchez Espinosa, membro da Sociedade Espanhola de Sindonologia, ou seja, estudos relacionados com o Santo Sudário. Este médico espanhol estuda há longos anos o mais singular tecido da cristandade. 

O que é o Santo Sudário?

É um lençol funerário. Alguns autores afirmam, com base nos vários tipos de estudos que já foram feitos, que a sua origem remonta ao século I antes ou depois de Cristo, pelo tipo de estrutura que tem. Curiosamente, as medidas não foram sempre as mesmas, porque, ao longo do tempo, foi havendo várias sobreposições para sustentar o tecido. As medidas actuais são de aproximadamente 4,36m x 1,10m. O vocábulo grego “síndon”, que significa tecido, deu origem à palavra com que chamamos o Santo Sudário, o “Sudário” de Turim. E a sindonologia é o estudo desse tecido tão singular para toda a cristandade.

O que podemos ver no Sudário?

Vemos uma imagem dorsal e frontal de um homem que foi morto mediante a crucificação. Vemos múltiplas feridas disseminadas por todo o tórax, pelo abdómen, pelos membros superiores e inferiores, do que parecem açoites; lesões na cabeça, mais de 600 feridas. E também feridas de transfixação nos pulsos e nos pés.

Como descreveria a imagem que podemos ver no Sudário?

É preciso estar a mais de um metro e meio de distância para conseguir visualizá-la. Não se sabe onde começa e onde acaba. É uma imagem que se formou na superfície do linho, de 4 ou 5 mícrones de profundidade, por uma desidratação da celulose do linho; não existe nenhum resto de pigmento, como foi demonstrado num dos exames feitos em 1978. É algo extraordinário porque, com toda a tecnologia do século XXI, não somos capazes de saber realmente como é que a imagem se formou. Alguns falam dela como a imagem impossível, porque não existe explicação científica.

Também aparecem restos de sangue no Santo Sudário, não é? Que explicação pode haver?

É curioso que o sangue seja prévio à formação da imagem. E é curiosíssimo porque algumas partes do tecido foram raspadas e ficou comprovado que não há imagem. Então podemos concluir que a imagem se formou depois do sangue estar incrustado no tecido. O que sabemos é que se trata de sangue do grupo AB. Mais ou menos 16% da população semítica ou hebraica tem esse tipo de sangue. E, curiosamente, o sangue detectado no Sudário de Oviedo (um pano com a imagem de um rosto) também é do grupo AB. Um detalhe importante é que, no sangue, aparece uma grande quantidade de bilirrubina; e isso acontece quando a morte é causada por muito stress.

Por que podemos dizer que o Santo Sudário é um “negativo fotográfico”?

O primeiro que reparou nisso foi o fotógrafo italiano Secondo Pia, em 1898. Alguns estudos dizem que essa imagem pôde surgir por causa de uma radiação ortogonal; ou seja, que sai verticalmente do corpo e produz a imagem. É como se o corpo tivesse emitido uma radiação; mas, realmente, não se sabe exactamente como aconteceu.

Em 1988, foi feito o exame de Carbono 14 e alguns dizem que o resultado não é determinante para precisar a idade do tecido. Por quê?

Essa prova tem uma fiabilidade de 67% e a única coisa que ela faz é medir o número de átomos de carbono 14 que existem nesse organismo. O carbono é gerado pelos raios cósmicos que formam o nitrogénio. Deram quatro mostras do Sudário, mas todas cortadas do mesmo pedaço. E era o pedaço que foi chamado de “remendo fantasma”, porque nele existem misturas. Isso é um erro de metodologia, porque o lógico teria sido pegar vários pedaços de diferentes partes do Santo Sudário. Quando se diz que a Sudário é da Idade Média, é porque nas mostras que foram dadas às universidades que a estudaram havia tecido medieval misturado com o tecido original. É uma técnica chamada "tecelagem francesa", que usa algodão tingido.

Que aspectos da imagem ressaltaria do ponto de vista médico?

É uma imagem que me diz o tipo de morte que aquele homem sofreu; que ele teve um sofrimento brutal, que sofreu perfuração nos pulsos e nos pés. Isso causou uma dor horrorosa, porque, provavelmente, atingiu o nervo mediano; por isso o dedo polegar ficou puxado para dentro. Também há mais de 600 lesões que devem ter causado no homem da Sudário uma hemorragia descomunal, com uma perda de sangue muito grande. 

Há lesões de chicotadas compatíveis com o “flagrum taxilatum”, que era uma espécie de chicote formado por tiras de couro terminadas nos chamados “taxil”, formados por pedaços de ossos ou de chumbo que se cravavam na carne; de facto, há pedaços de músculo que foram recolhidos do Sudário, na altura das costas da imagem. Deve ter sido um espancamento selvagem. Esse tipo de tortura podia destroçar a musculatura intercostal, lesionar órgãos internos, etc.

Alguns estudiosos falam também do pólen como prova de que o Sudário veio de Jerusalém, não é?

Sim, porque, nos estudos, foi descoberto que muitas mostras de pólen do tecido vêm da área de Jerusalém. Concretamente, quatro ou cinco espécies que são próprias da região do Mar Morto e de Jerusalém. Alguns pesquisadores judeus da Universidade Hebraica de Jerusalém, como Uri Baruh, concluíram que o Santo Sudário esteve em Jerusalém durante a Primavera e, aproximadamente, há 2000 anos atrás.

O Santo Sudário é um milagre?

Para mim, sim, é um milagre. Eu acredito que Deus deixa rastros neste mundo e um deles é o Santo Sudário, porque não há explicação científica. O Santo Sudário interpela-nos porque, se é verdade que ele fala de Jesus Cristo morto e ressuscitado, o que a Igreja diz também é verdade e, portanto, precisamos de mudar de vida. E se não nos interessa mudar de vida, então não vale a pena ouvir nada disto.

in Zenit


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Danças impróprias na Igreja da Misericórdia em Leiria

Esta fotografia reporta-se a um "espectáculo" de dança realizado na Igreja da Misericórdia, situada no centro histórico de Leiria. O resto das fotografias, que nos abstemos de divulgar, demonstram bem o baixo nível daquela coreografia, que à pouca roupa dos protagonistas aliou também movimentos sensuais, e que destoa totalmente do local onde foi realizada.

A Igreja da Misericórdia já não era usada para culto público, e precisava de um restauro bastante dispendioso, de modo que em 2014 o Bispo de Leiria-Fátima, agora Cardeal António Marto, assinou o decreto de redução a uso profano.
No entanto, o cân. 1222, que regula a redução de uma igreja a uso profano, sublinha que esse uso, apesar de profano (por exemplo que a igreja sirva como um museu), jamais poderá ser sórdido:

Cân. 1222 — § l. Se alguma igreja de modo nenhum puder servir para o culto divino e não haja possibilidade de a reparar, o Bispo diocesano pode reduzi-la a usos profanos, mas não sórdidos. 

§ 2. Quando outras causas graves aconselharem a que alguma igreja deixe de empregar-se para o culto divino, o Bispo diocesano, ouvido o conselho presbiteral, pode reduzi-la a usos profanos não sórdidos, com o consentimento daqueles que legitimamente sobre ela reivindiquem direitos, e contanto que daí não sofra detrimento o bem das almas. 

A dança sensual protagonizada na Igreja da Misericórdia foi um uso sórdido, e por isso ilegítimo, com a agravante acrescida de que foram deixadas na igreja as imagens sacras e até o sacrário. Aquelas imagens escandalizaram os fiéis e é-lhes devida uma explicação e uma reparação do mal feito.

Quem quiser poderá enviar um email ao Cardeal Marto pedindo para se pronunciar publicamente sobre este assunto, e fazer os possíveis para garantir que isto não volte a acontecer: gabinetebispo@leiria-fatima.pt.

João Silveira


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terça-feira, 17 de julho de 2018

Ordenações sacerdotais do Instituto Cristo Rei

Em Florença, foram ordenados 4 novos sacerdotes para o Instituto Cristo Rei Sumo Sacerdote. O Bispo ordenante foi o Cardeal Raymond Burke, estando presente também o Bispo de São Francisco (Estados Unidos da América), Mons. Salvatore Cordileone. Rezemos pelos novos sacerdotes: Fernando Fernandes de Almeida, Baudouin Chaptal de Chanteloup, Pablo Piaggio Kokot, e Paul d’Aubigny.















Fotografias: Latin Mass Society


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segunda-feira, 16 de julho de 2018

A profecia de Hilaire Belloc sobre a batalha final

Aproximamo-nos agora do maior de todos os momentos.

A Fé não está agora na presença de uma heresia particular, como no passado - a ariana, maniqueísta, albigense, a maometana -, nem está na presença de uma espécie de heresia generalizada, como quando ele teve de lidar com a Revolução protestante. O inimigo que a Fé tem de enfrentar agora, e pode ser chamado de "o ataque moderno", é um assalto em massa contra os fundamentos da Fé, a própria existência da Fé. 

E o inimigo que agora avança contra nós está cada mais consciente de que não pode existir neutralidade. As forças actualmente opostas à Fé pretendem destruir. A batalha é travada numa linha definida de ruptura e resultará na sobrevivência ou destruição da Igreja Católica. E de toda a sua filosofia, não uma parte dela.

Sabemos, é claro, que a Igreja Católica não pode ser destruída. Mas não sabemos qual a extensão da área em que sobreviverá, qual o seu poder de ressurgir e qual o poder do inimigo para a afundar mais e mais até às suas últimas defesas, até que pareça que chegou o Anticristo e está para acontecer a decisão final. Tal é a importância da luta diante da qual o mundo se encontra...

Hilaire Belloc in "The Great Heresies"


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domingo, 15 de julho de 2018

sábado, 14 de julho de 2018

Humanae Vitae: a coragem de ir contra a "revolução sexual"

Entrevista ao Pe. Ángel Rodríguez Luño, decano de teologia da Universidade Pontifícia da Santa Cruz, sobre a Humanae Vitae. Neste documento do Papa Paulo VI a contracepção é condenada, em sintonia com a doutrina que a Igreja sempre defendeu.

Há 50 anos foi publicada a encíclica Humanae Vitae. Qual o significado dessa publicação naquela época?

Paulo VI publicou a Humanae Vitae dois meses depois dos acontecimentos de Maio de 68, que provocaram, entre outras coisas, a “revolução sexual”. Existia uma forte pressão de alguns meios de comunicação social e os especialistas divulgavam previsões demográficas pessimistas e alarmistas, que a realidade negou mais tarde. Alguns ambientes eclesiais sofriam uma certa desorientação causada por interpretações abusivas do Concílio, e alguns dos participantes nos estudos preparativos da encíclica publicaram informes que não eram definitivos. Neste contexto Paulo VI, depois de longa reflexão, reafirmou a visão cristã da sexualidade, na qual o Criador uniu duas dimensões de significado e de valor, que a encíclica chama “significado unitivo” e “significado procriativo”. Esta conexão não pode desarticular-se sem que sofram ambas dimensões, e não apenas a que se deseja excluir.


De um ponto de vista teológico, foi revolucionária? Em quais pontos?


Depende do que se entende por "revolucionária". Substancialmente Paulo VI propõe novamente a visão antropológica e moral que Pio XI, na sua encíclica sobre o matrimónio, tinha considerado como “doutrina cristã ensinada desde o princípio e nunca modificada”. Neste sentido a Humanae Vitae não representa nenhuma evolução. Revolucionária é a valentia com a qual Paulo VI se opôs a uns estereótipos culturais então muito difundidos, que eram impostos, e que eram e continuam a ser nocivos para a vida das pessoas casadas e para a cultura moral geral. Embora a encíclica se refira directamente ao matrimónio, o que estava em jogo era a visão global da sexualidade.


Para entender o contexto histórico: O que é que levou o Papa Paulo VI a escrever esta encíclica? O que era necessário responder?


Acho que a delicadeza do problema e a complexidade do contexto levaram Paulo VI a ocupar-se pessoalmente do estudo e da resolução desta questão. À luz da tradição moral da Igreja, ninguém podia duvidar que a contracepção é um comportamento intrinsecamente desordenado. Existia uma ideia, no imaginário colectivo, de que a anticoncepção consistia em manipular de alguma forma a realização da relação conjugal. Como a pílula anovulatória (que quase não existe mais hoje porque a maioria dos remédios contraceptivos têm também outros efeitos além do anovulatório) não altera a relação conjugal, alguns perguntaram se a sua utilização deveria ser sempre considerada como um pecado de contracepção. A questão não era, portanto, se a contracepção é pecado ou não, mas se o uso esponsal da pílula anovulatória é ou não anticoncepcional. Isto forçou a definir melhor a essência da contracepção, que Paulo VI refere-se quando escreveu: “exclui-se também toda acção que, ou em previsão do acto conjugal, ou na sua realização, ou no desenvolvimento das suas consequências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação". Para colocá-lo de forma gráfica: se descobríssemos que comer uma laranja antes da relação conjugal a fechasse para a transmissão da vida, quem comesse a laranja propondo-se, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação cometeria o pecado de contracepção. Uso essa hipótese irreal para dar a entender onde está a contracepção, que não depende do facto de que o medicamento contraceptivo seja um produto artificial.


Considera que na formação dos noivos falte um maior aprofundamento de alguns aspectos da Humanae Vitae?


Parece-me que, efectivamente, na formação que se dá aos noivos seria necessário estudar com profundidade e integridade a Humanae Vitae. Mas isso levar-nos-ia longe. Limitar-me-ei a uma só coisa que a minha experiência confirma continuamente. Quando a encíclica de Paulo VI estava a ser preparada alguns diziam que a moral sexual cristã acaba por danificar o amor entre o homem e a mulher e a estabilidade do matrimónio. A experiência diz que hoje, numa cultura na qual se difunde o recurso à contracepção e às relações pré-matrimoniais, os fracassos dos casais são cada vez mais numerosos, bem como também são mais numerosos os fenómenos de violência e de infidelidade. Certamente outras causas podem levar a estes fenómenos. Mas continuo admirado por que é que muitos casais, que tiveram um longo período de namoro, às vezes excessivamente concentrado nos aspectos sexuais, depois de se casar, descobrem que não se conheciam bem. Talvez pudessem ter conversado mais e se juntado menos, porque juntar-se nem sempre é comunicação e conhecimento. A maior parte das vezes, pelo contrário, impede detectar e corrigir o egoísmo próprio e o da outra parte.


Muitas das questões abordadas neste documento continuam a ser debatidas: aborto, fecundação artificial... Com o passar do tempo é ainda maior a ‘oposição’ aos fundamentos teológicos da Igreja sobre estas questões?


A nossa cultura evoluiu da forma que sabemos. Denunciar as causas que fez com que as mudanças sociais tomassem esse rumo requereria uma reflexão muito interessante, mas também muito longa para esta entrevista. Não há dúvida de que, para alguns, também para alguns fieis católicos, é difícil entender alguns aspectos da moral cristã. Talvez seria necessário mais esforço para explicá-la melhor e mais esforço para compreendê-la melhor. Mas, para mim, é muito significativo que a maioria dos fiéis praticantes considerem muito positivo o seu próprio esforço por viver a moral cristã, embora ocasionalmente cometam erros.

in Zenit


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sexta-feira, 13 de julho de 2018

A coroa oferecida a Nossa Senhora pelas mulheres portuguesas

A 13 de Outubro de 1942, um grupo de mulheres portuguesas, em representação do povo português, oferece a coroa de ouro à imagem da Capelinha das Aparições em sinal de gratidão pelos seus maridos e filhos terem sido poupados aos dramas da Segunda Grande Guerra.


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quinta-feira, 12 de julho de 2018

O novo Superior-Geral da FSSPX e a última entrevista de Mons. Fellay

O Capítulo Geral da Fraternidade de São Pio X, reunido em Ecône (Suiça), escolheu para Superior-Geral da Fraternidade o sacerdote italiano Davide Pagliarani, para um mandato de 12 anos. O Bispo Bernard Fellay deixa assim de ser o Superior-Geral, cargo que ocupava desde 1994. Na sua última entrevista enquanto responsável máximo pela Fraternidade de São Pio X, Mons. Fellay falou das sagrações episcopais realizadas por Mons. Lefebvre há 30 anos, no dia 29 de Junho de 1988. 

De acordo com os dados fornecidos pela própria Fraternidade (a 1 de Janeiro de 2018), está assim constituída:

- 1 casa generalícia;
- 6 seminários;
- 6 casas de formação;
- 14 distritos;
- 4 casas autónomas;
- 167 priorados;
- 772 igrejas, capelas e centros de missa;
- 2 institutos universitários;
- mais de 100 escolas;
- 7 casas de repouso;
- 3 bispos;
- 637 sacerdotes;
- 204 seminaristas;
- 56 pré-seminaristas;
- 123 frades;
- 195 freiras;
- 79 oblatos;
- 4 carmelitas;
- 19 irmãs missionárias no Quénia.

A Fraternidade está presente em 72 países e tem associadas a si inúmeras ordens religiosas de rito latino e de rito oriental.

Entrevista conduzida pelo jornal semanal católico alemão Tagespost:

- Excelência Mons. Fellay, como viu, há 30 anos, a consagração episcopal? Para si foi uma separação definitiva por parte da Fraternidade São Pio X em relação a Roma, ou uma etapa intermediária do conflito em vista de uma reconciliação?

- Se tivesse se tratado de uma separação de Roma, eu não estaria aqui hoje. O Arcebispo (Lefebvre) não teria me consagrado por essa razão, e eu também a teria rejeitado. De facto, não se tratava de uma separação da Igreja, mas sim de um afastamento do espírito moderno, dos frutos do Concílio. Agora, também há outros que admitem que se tratou de algo que se desenvolveu de maneira equivocada. 

Muitas considerações e muitos aspectos que combatemos no passado e que combatemos hoje também são confirmados por outros actualmente. Nunca dissemos que o Concílio afirmou directamente heresias. Mas sim que foi removido o muro de defesa contra o erro, e, desse modo, permitiu-se que ele entrasse. Os fiéis precisam de protecção. Nisso consiste a luta constante da Igreja para defender a fé.

- Mas nem todos aqueles que criticam o “Concílio dos media”, incluindo o Papa Emérito Bento XVI, pensam num conflito até a excomunhão. Porque é que vocês não fortaleceram as fileiras daqueles que são fiéis à tradição na Igreja e combatem pela verdade em união com Roma?

- Isso se deveu em parte à História Francesa. A partir da Revolução Francesa, uma boa parte dos católicos franceses combate contra o erro do liberalismo. Por isso, aqui, os acontecimentos, durante e após o Concílio, foram percebidos de maneira muito mais sensível e atenta do que na Alemanha. Não se tratava de erros evidentes, mas sim de tendências, de abertura de portas e janelas. 

As reformas que se seguiram demonstraram isso mais claramente do que o próprio Concílio. O problema adensou-se com a Missa Nova. Em Roma, disse-se ao arcebispo Lefebvre aut aut: “Se celebrar a Missa Nova está tudo bem”. Os nossos argumentos contra a Missa Nova não importavam nada. Enquanto isso, o missal de Paulo VI foi composto com a colaboração de teólogos protestantes. Se somos forçados a celebrar essa missa, então realmente surge um problema. E nós fomos levados a fazer isso.

- A vossa recusa em relação à Missa Nova reforçou em si e também no Arcebispo Lefebvre a convicção de que a separação de Roma era vontade de Deus?

- Insisto em dizer: nós nunca nos separamos da Igreja.

- Mas a excomunhão fala por si só. Por que o Papa Bento XVI teria de a remover?

- No Código de Direito Canónico de 1917, a consagração episcopal sem mandato do Papa não é considerada um cisma, mas apenas um abuso de poder e sem excomunhão. Toda a História da Igreja tem outra visão do problema da consagração episcopal sem mandato do Papa. Isso é muito importante.

- Por que é tão importante? Em 1988 já estava em vigor o novo Código da Igreja, e o Código de Direito Canónico de 1917 também obriga o bispo à fidelidade à Santa Sé.

- Estávamos em estado de necessidade, porque Roma havia nomeado um bispo para nós. No encontro entre o Cardeal Ratzinger e Mons. Lefebvre, em 5 de Maio de 1988, havia-se falado da data da consagração. Mons. Lefebvre e o cardeal Ratzinger não conseguiram chegar a um acordo. Mons. Lefebvre tinha uma proposta. Tenho certeza de que se, na época, o Cardeal Ratzinger tivesse confirmado o dia 15 de Agosto como data, sem mudar o candidato, o Arcebispo teria aceitado. Mas a data permaneceu em aberto. Quando o arcebispo perguntou ao Cardeal: “Por que não no fim do ano?”, ele recebeu esta resposta: “Não sei, não posso dizer”. O Arcebispo pensou que estavam a brincar com ele. Certamente foi um ponto de desconfiança. E a desconfiança permaneceu até hoje como uma palavra-chave da nossa história. Nós trabalhamos para superá-la, mas depois sempre surge algo...é realmente cansativo.

- Porque é que o Cardeal Ratzinger, grande especialista e defensor da Tradição católica e amigo da Missa Tradicional, não conseguiu tranquilizar a desconfiança do Arcebispo Lefebvre?

- Ele não entendeu como eram profundas as razões do Arcebispo e a desorientação dos fiéis e dos Padres. Muitos não aguentavam mais escândalos e desconfortos pós-conciliares, e também o modo em que a Missa Nova era celebrada. Se o Cardeal Ratzinger nos tivesse compreendido não teria agido como agiu. E acho que se arrependeu. Por isso, como Papa, tentou reparar os danos com o motu proprio (Summorum Pontificum) e remover a excomunhão (aos Bispos da Fraternidade). Somos-lhe realmente gratos pelas suas tentativas de reconciliação.

- Mas o Cardeal Ratzinger, como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, também teve que ter em mente as reações dos outros fiéis. Por exemplo, era irritante que os membros da Fraternidade São Pio X contradissessem pontos tão importantes quanto à validade da Missa. Muitos dos seus membros pensam que, ao participar na Missa Nova, considerada por eles como “herética”, não cumprem a obrigação dominical.

- Eu nego isso decisivamente. Nós já falamos da invalidade de muitas Missas. Mas dizer que todas as Missas Novas são inválidas não corresponde à linha da Fraternidade. É algo que nunca dissemos. Na discussão com Roma sempre enfatizamos que reconhecemos a validade da Missa Nova, se for celebrada de acordo com os livros e a intenção de fazer aquilo que a Igreja tem o mandato de cumprir. A esse respeito, é preciso distinguir entre válido e bom.

- Onde está a diferença na sua opinião?

A Missa Nova tem lacunas e esconde perigos. Naturalmente, nem toda Missa Nova constitui directamente um escândalo, mas a celebração repetida da Missa Nova leva a uma fé fraca e até à sua perda. Vemos como todos os dias são cada vez menos os Padres que ainda acreditam na Presença Real de Nosso Senhor. Na Missa Tradicional a liturgia alimenta a fé. Vamos à rocha, somos fortalecidos nessa fé. Alguns gestos levam-nos ainda mais à fé, por exemplo, a fé na Presença Real, no Sacrifício: ajoelhando-nos, através do silêncio, a atitude do Padre. Na Missa Nova a pessoa precisa levar a fé consigo, ela não a recebe directamente do rito. O rito é insípido.

- Mas, mesmo antes da reforma litúrgica, havia padres com uma fé fraca, modernistas e heréticos. Aqueles a quem o senhor chama de Padres conciliares liberais cresceram todos com a Missa Tradicional e foram consagrados de acordo com o velho rito. Acha que as conversões que ocorrem hoje, mesmo através da Missa Nova são um auto-engano?

- Não, não digo isso. Digo apenas isto: se recebe o Presidente de um Estado, na escolha entre um trompete de prata e um de latão, escolhe o de latão? Seria uma ofensa, uma coisa que não se faz. E as melhores Missas Novas também são como um trompete de latão em comparação com a velha liturgia. Pelo bom Deus, é preciso escolher o melhor.

- Recentemente, disse num sermão: “Como podem ousar celebrar uma Missa tão pobre, tão vazia e insípida? Não se honra a Deus desse modo”. Mas a Missa Nova para os católicos é ainda hoje o tesouro mais precioso das suas vidas, e ainda hoje a Igreja gera mártires e santos. Por que não ressalta isso na pregação?

- Concordo que, na discussão teológica, é preciso distinguir. Mas num sermão não se pode apresentar tudo de forma tão teológica. Também é preciso um pouco de retórica para sacudir um pouco os ânimos e para abrir os olhos das pessoas.

- O Papa Francisco quer estender a mão à Fraternidade Sacerdotal para uma reconciliação. Ainda pensa num acordo ou este kairós é uma oportunidade perdida?

- Eu sou optimista. Mas não posso antecipar a hora de Deus. Se o Espírito Santo é capaz de influenciar o actual pontífice, então ele também fará o mesmo com o próximo. Foi o que efectivamente aconteceu. Também com o Papa Francisco. Quando ele foi eleito, pensei: agora chegará a excomunhão. Em vez disso, era o Cardeal Müller que queria que a excomunhão chegasse, mas o Papa Francisco recusou. Ele disse-me pessoalmente: “Não quero condená-lo”. 

A reconciliação chegará. A nossa Mãe Igreja está actualmente dilacerada de maneira incrível. Os conservadores querem-nos e também disseram isso à Congregação para a Doutrina da Fé. Os Bispos alemães, pelo contrário, não nos querem de modo algum. Roma deve levar em conta todos esses elementos. Se nós fôssemos assim, simplesmente, haveria uma guerra na Igreja. Existe o medo de que possamos triunfar. O Papa Francisco disse aos jornalistas: “Cuidarei para que não haja nenhum triunfo”.

Mas as tensões e os medos também existem entre os membros da Fraternidade São Pio X. Em França, muitos Padres e leigos separaram-se da Fraternidade porque as negociações com o Vaticano já suscitaram desconfiança. Como os irmãos de São Pio X poderiam aceitar uma reconciliação com Roma? Isso dependerá do que Roma quiser de nós. Sigamos em frente assim e demo-nos garantias, então ninguém irá embora. A desconfiança está no medo de ter que acolher o novo. Se nos pedirem para percorrer estradas novas, então ninguém vai nos seguir.

- O que lhe dá tanta certeza de que todos o seguiriam? Bastou o anúncio dos diálogos para despertar uma forte inquietação e para provocar saídas significativas. Que conclusão poderia tranquilizar os seus membros? Mesmo depois de um acordo a desconfiança não desapareceria.

- É verdade. Existe uma atitude amigável, existe benevolência. Há anos trabalhamos com Roma para restabelecer a confiança. E fizemos grandes progressos, apesar de todas as reacções. Se chegarmos a um acordo razoável com condições normais, serão muito poucos os que irão embora. Eu não temo uma nova cisão na tradição se for encontrada a solução justa com Roma. Devemos questionar certos pontos do Concílio. Os nossos interlocutores em Roma disseram os pontos principais: liberdade de consciência, ecumenismo, Missa Nova – são problemas em aberto. Trata-se de um progresso incrível. Até agora dizia-se: vocês devem obedecer. Agora, os colaboradores da Cúria dizem: vocês deveriam abrir um seminário em Roma, uma universidade para a defesa da tradição. 

- Como deveria ser uma solução razoável?

- Uma prelatura pessoal.

- Se a forma jurídica já foi encontrada e os diálogos com Roma correram bem, por que razão faltou o passo decisivo até agora?

No ano passado, o Arcebispo Pozzo disse-nos que a Congregação para a Doutrina da Fé havia aprovado o texto que deveríamos assinar. Devíamos estar de acordo com uma prelatura pessoal. Um mês e meio depois, o Cardeal Müller decidiu rever o texto, e pediu uma aceitação mais clara do Concílio e da legitimidade da Missa Nova. Primeiro, tinham aberto canais de discussão. Depois, foram fechados. O que realmente se quer de nós? Está aqui o diabo no meio. É uma luta espiritual.

- Pessoalmente, tem confiança no Papa Francisco?

Temos uma relação muito boa. Quando lhe informamos que nos encontramos em Roma, a sua porta está aberta. Ele sempre ajuda-nos através de pequenos passos. Por exemplo, disse-nos: “Tenho problemas quando faço algo de bom para vocês. Eu ajudo protestantes e anglicanos – por que não posso ajudar católicos?” Existem vários que querem impedir o acordo. Nós somos um factor de perturbação na Igreja. E o Papa encontra-se no meio disso.

adaptado de ihu.unisinos.br com tradução de Moisés Sbardelotto


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