quinta-feira, 29 de junho de 2023

Tu es Petrus (de Palestrina) na última Missa pública do Papa Bento XVI, que faria hoje 72 anos de sacerdócio



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Dia de São Pedro e São Paulo

O dia de hoje é para nós dia sagrado, porque nele celebramos o martírio dos apóstolos São Pedro e São Paulo. Não falamos de mártires desconhecidos. A sua voz ressoou por toda a terra e a sua palavra até aos confins do mundo. Estes mártires deram testemunho do que tinham visto: seguiram a justiça, proclamaram a verdade, morreram pela verdade.

São Pedro é o primeiro dos Apóstolos, ardentemente apaixonado por Cristo, aquele que mereceu ouvir estas palavras: E Eu te digo que tu és Pedro. Antes dissera ele: Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo. E Cristo respondeu-lhe: E Eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. Sobre esta pedra edificarei Eu a mesma fé de que tu dás testemunho. Sobre a mesma afirmação que tu fizeste: Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo, edificarei Eu a minha Igreja. Porque tu és Pedro. «Pedro» vem de «pedra»; não é «pedra» que vem de «Pedro». «Pedro» vem de «pedra», como «cristão» vem de «Cristo».

O Senhor Jesus, antes da sua paixão, escolheu, como sabeis, os discípulos a quem chamou Apóstolos. Entre estes, só Pedro mereceu representar em toda a parte a personalidade da Igreja inteira. Porque sozinho representava a Igreja inteira, mereceu ouvir estas palavras: Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus. Na verdade, quem recebeu estas chaves não foi um único homem, mas a Igreja única. Assim se manifesta a superioridade de Pedro, porque ele representava a universalidade e unidade da Igreja, quando lhe foi dito: Dar-te-ei. Era-lhe atribuído nominalmente o que a todos foi dado. Com efeito, para que saibais que a Igreja recebeu as chaves do reino dos Céus, ouvi o que o Senhor diz noutro lugar a todos os seus Apóstolos: Recebei o Espírito Santo. E logo a seguir: Àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos.

No mesmo sentido, também depois da ressurreição, o Senhor confiou a Pedro o cuidado de apascentar as suas ovelhas. Na verdade, não foi só ele, entre os discípulos, que recebeu a missão de apascentar as ovelhas do Senhor. Mas, referindo-se Cristo a um só, quis insistir na unidade da Igreja. E dirigiu-se a Pedro, de preferência aos outros, porque entre os Apóstolos, Pedro é o primeiro.

Não estejas triste, ó Apóstolo. Responde uma vez, responde outra vez, responde pela terceira vez. Vença por três vezes a tua profissão de amor, já que três vezes o temor venceu a tua presunção. Tens de soltar por três vezes o que por três vezes ligaste. Solta por amor o que ligaste pelo temor. E assim, uma vez e outra vez e pela terceira vez, o Senhor confiou a Pedro as suas ovelhas.

Num só dia celebramos o martírio dos dois Apóstolos. Na realidade, os dois eram como um só; embora tenham sido martirizados em dias diferentes, deram o mesmo testemunho. Pedro foi à frente; seguiu-o Paulo. Celebramos a festa deste dia para nós consagrado com o sangue dos dois Apóstolos. Amemos e imitemos a sua fé e a sua vida, os seus trabalhos e sofrimentos, o testemunho que deram e a doutrina que pregaram.

Santo Agostinho, Sermão 295


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quarta-feira, 28 de junho de 2023

Cardeal Sarah fala da "guerra satânica"

O Cardeal Sarah está no México para dar uma série de conferências:

- Espiritualmente, o homem está falido, disse ele na Universidade La Salle, na Cidade do México.

- Muitas pessoas esqueceram-se de Deus e concentraram-se em prazeres efémeros.

- A criação está em guerra com esse homem, que diz defender o ambiente, mas promove o aborto, a eutanásia, a homossexualidade, a mutilação genital homossexual e destrói o casamento.

- Será que achamos mesmo que matar uma criança inocente é uma coisa boa?

- O homem travou uma "guerra satânica" contra Deus e contra o próprio homem.

- Os cristãos sentem-se obrigados a afastar-se do "mundo", dos seus ídolos e das suas ideologias anti-cristãs e destruidoras do homem.

- Afastamo-nos do mundo e das suas ilusões, não por desprezo pela criação e pelas nossas sociedades, mas para procurar a verdade sobre Deus e o homem.

in gloria.tv


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Dia de Santo Ireneu, Bispo e Mártir

Santo Ireneu de Lião, em grego Εἰρηναῖος [pacífico], em latim Irenaeus, (ca. 130 — 202) foi um bispo grego, teólogo e escritor cristão que nasceu, segundo se crê, na província romana da Ásia Menor Proconsular - a parte mais ocidental da actual Turquia - provavelmente Esmirna.

O livro mais famoso de Ireneu, tem como título: Contra as Heresias (Adversus Haereses, ca. 180 d.C.), é um ataque minucioso ao gnosticismo, que era uma séria ameaça à Igreja primitiva e, especialmente, ao sistema proposto pelo gnóstico Valentim. Como um dos primeiros grandes teólogos cristãos, ele enfatizava os elementos da Igreja, especialmente o Episcopado, as Escrituras e a Tradição. Ireneu escreveu que a única forma de os cristãos se manterem unidos era aceitarem humildemente uma autoridade doutrinária dos concílios episcopais.

Os seus escritos, assim como os de São Clemente e Santo Inácio, são tidos como evidências iniciais da primazia papal. Ireneu foi também a testemunha mais antiga do reconhecimento dos 4 evangelhos canónicos.

in Pale Ideas


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terça-feira, 27 de junho de 2023

Peregrinação a Covadonga: 22 a 24 de Julho

Pela 3ª vez, a associação Nossa Senhora da Cristandade organiza a Peregrinação a Covadonga. O sucesso enorme desta peregrinação é mais uma prova do renascer da Tradição Católica.

Inscrições (até 30 de Junho!) e mais informações: nscristiandad.es/pt
Informações sobre o Capítulo Português: portugal.nscristiandad@gmail.com

Deixamos aqui o vídeo da primeira edição da peregrinação, em 2021.


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A Tradição é sempre jovem




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segunda-feira, 26 de junho de 2023

Fundador do Opus Dei a favor do latim e contra as guitarras na Missa



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São João e São Paulo: mártires nomeados no Cânone Romano

Os dois irmãos são-nos apresentados como dignitários da corte imperial, herdeiros de Constantina, a filha de Constantino, falecida em 354. Entram em conflito com o novo imperador, Juliano, justamente em razão dos bens que receberam, pois não terão permitido que fossem confiscados em benefício dos deuses falsos e mentirosos. Esses bens talvez fossem a própria casa que foi encontrada sob a Basílica a eles intitulada no Célio, em Roma, e que documenta a presença de cristãos.

A Passio abre com as palavras de Juliano: “O vosso Cristo diz no Evangelho que quem não renuncia a tudo o que possui não pode ser seu discípulo”. Diante do convite do imperador a que lhe fossem fiéis, os dois cristãos recusam: “Abandonaste a fé para seguir coisas que sabes muito bem não terem nenhuma relação com Deus. Por essa apostasia deixamos de te dirigir a nossa saudação”. Por isso, acrescentam, nos retiramos da “societate imperii vestri”.

Juliano manda então aos dois irmãos uma mensagem ameaçadora: “Vós também fostes educados na corte, por isso não podeis eximir-vos de estar ao meu lado; aliás, eu quero-vos entre os primeiros da minha corte. Mas cuidado: se eu receber uma resposta desdenhosa de vós, não poderei consentir que fiqueis impunes”. Os dois irmãos mandam informar esta sua resposta: “Nós não faltamos com respeito ao antepor a ti uma outra pessoa qualquer. Essa pessoa é Deus, que fez o céu, a terra, o mar e todas as coisas que neles estão contidas. Temam a tua ira, portanto, os homens apegados ao mundo. Nós tememos apenas incorrer na inimizade do Deus eterno. Por isso queremos que saibas que nunca aderiremos ao teu culto (numquam ad culturam tuam), nem iremos ao teu palácio”.

O imperador concede-lhes 10 dias “para reflectir”, para que “vos resolvais a vir a mim, não à força, mas espontaneamente”. Os dois irmãos rebatem: “Considera que já se passaram os 10 dias”. E Juliano: “Pensais que os cristãos farão de vós mártires?...”.

Paulo e João então chamam os seus amigos: Crispo, padre da comunidade de Roma, Crispiniano e Benedita. Contam-lhes tudo e celebram a Eucaristia. Depois convidam os cristãos, dando disposições relativas a todos os seus bens. Passados 10 dias, começam as prisões domiciliares. Quando recebem a notícia, Crispo e os outros amigos acorrem, mas não obtêm permissão para entrar. 

Entram apenas o instructor de campo Terenciano (aquele que a Passio diz ter sido o redator do relato, depois de convertido) e os seus capangas. Aos dois irmãos, que rezavam, ordena que adorem um ídolo, caso contrário seriam atravessados pela espada, “mesmo não sendo conveniente matar publicamente homens que cresceram na corte”. Juliano queria evitar de todas as formas que houvesse mártires entre os cristãos. E, se houvesse, que fossem dissimulados. “Para nós”, respondem os dois, “não há outro senhor a não ser o único Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, que Juliano não temeu renegar; e, sendo que foi repelido por Deus, quer arrastar também outros à sua ruína”.

Dia 26 de Junho de 362. Depois de algumas horas os dois cristãos são justiçados. Foram secretamente sepultados no criptopórtico da sua própria casa. E espalha-se o boato de que os dois tinham sido mandados para o exílio. Crispo, Crispiniano e Benedita desconfiam do seu destino, mas não podem fazer nada além de chorar por eles e rezar que um dia encontrem o lugar da sua sepultura. Mas eles também sofrem a decapitação pelas mãos do filho de Terenciano. Piménio e João (padres) e Flaviano, ilustre ex-prefeito de Roma, tendo levado às escondidas os corpos dos novos mártires, sepultam-nos também ao lado de João e Paulo. 

A Passio conta ainda que o filho de Terenciano, tendo vindo à casa dos mártires, põe-se a gritar que João e Paulo o atormentavam. Terenciano fica aterrorizado, prostra-se com a face por terra e procura justificar-se: sou um pagão, obedeci apenas à ordem de César, sem me dar conta. Converte-se e na Páscoa seguinte recebe o baptismo. Ele e o seu filho serão também trucidados e sepultados.

Lorenzo Cappelletti


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domingo, 25 de junho de 2023

Santo Éfrem atesta que a Sagrada Comunhão se recebia na boca

Na antiga Igreja siríaca, o rito da distribuição da comunhão era comparado com a cena da purificação do profeta Isaías por parte de um dos serafins. Num dos seus sermões da Semana Santa, Santo Éfrem (séc. IV) deixa falar Cristo com estas expressões:

"O carvão trazido santificou os lábios de Isaías. 
Sou Eu que, trazido agora a vós por meio do pão, vos santifiquei. 
A tenaz que viu Isaías e com a qual foi pegado o carvão do altar, era a figura de Mim no grande sacramento. 
Isaías viu-Me, assim como vós Me vedes agora estendendo a Minha mão direita e levando às vossas bocas o pão vivo. 
A tenaz é Minha mão direita. 
Eu faço as vezes do Serafim. 
O carvão é o Meu Corpo. 
Todos vós sois Isaías." 

(Sermone in hebdomada sancta, 4, 5.)

Esta descrição permite a conclusão de que na Igreja siríaca no tempo de Santo Éfrem a santa Comunhão era distribuída directamente na boca.

in “Cum Amore ac Timore” - O modo de distribuir a Sagrada Comunhão


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Domingos de verde




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sábado, 24 de junho de 2023

São João e as notas musicais

Já alguém se questionou sobre a origem do nome das notas musicais? Porque é que o Dó é o Dó e o Mi, o Mi? Existe uma história interessante na origem da escala musical.

Tudo começa com um monge beneditino, que viveu no Séc. XI (995-1050), de seu nome Guido d'Arezzo, que denotou uma particularidade num hino a São João Baptista, uma música bastante popular na época. Este hino era composto por 7 versos com notas diferentes; e o primeiro verso começava com uma nota a que chamaria posteriormente Ut, o segundo começava com outra a que chamaria posteriormente e aí por diante até ao último verso...

Ele teve a ideia de nomear as notas conforme o início de cada verso. Este é o hino:

Ut queant laxisPara que possam, de libertas
Resonare fibrisvozes, ressoar
Mira gestorumas maravilhas das tuas acções
Famuli tuorum,dos teus servos,
Solve pollutiapaga dos impuros
Labii reatum,lábios a culpa,
Sancte Ioannes.ó São João.

Como a sílaba Ut não era fácil de ser cantada foi substituída, por Giovanni Baptista Doni, em , por volta de 1640.


Não deixa de ser irónico que, não sendo o mundo musical em geral muito católico, seja usado um hino a São João Baptista - precursor de Jesus Cristo para compor todas as músicas. Deus é realmente Omnipresente!


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Hoje nasceu São João Baptista, que vem anunciar a salvação

Hoje a Igreja celebra a Natividade de S. João Baptista, o precursor do Messias. Neste dia lembramos o maior dos profetas, como o próprio Jesus o chama em Mt 11,11: “Em verdade vos digo que, entre os nascidos de mulher, não surgiu outro maior do que João, o Baptista; mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele.” Mas porque é que João Baptista foi tão importante? Neste dia a liturgia da Igreja coloca-nos frente a esta personagem que nos ensina, com a sua vida e palavras, a ser fiéis discípulos e missionários de Cristo.

João Baptista é uma voz, mas a palavra (o Verbo) é muito mais que a voz. 

Através do prefácio da Missa de hoje percebemos as principais dimensões da importância de S. João Baptista: 

"Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente, é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação dar-Vos graças, sempre e em toda a parte: por Cristo nosso Senhor. 
Ao celebrarmos hoje a glória do Precursor, São João Baptista, proclamado o maior entre os filhos dos homens, anunciamos as vossas maravilhas: antes de nascer, ele exultou de alegria, sentindo a presença do Salvador; quando veio ao mundo, muitos se alegraram pelo seu nascimento; foi ele, entre todos os Profetas, que mostrou o Cordeiro que tira o pecado do mundo; nas águas do Jordão, ele baptizou o autor do Baptismo e desde então a água viva tem poder de santificar os crentes; por fim deu o mais belo testemunho de Cristo, derramando por Ele o seu sangue. 
Por isso, com os Anjos e os Santos no Céu, proclamamos na terra a vossa glória, cantando numa só voz..."

Explica Santo Agostinho:

"Foi para ensinar o homem a humilhar-se que João nasceu no dia a partir do qual os dias começam a decrescer; para nos mostrar que Deus deve ser exaltado, Jesus Cristo nasceu no dia em que os dias começam a aumentar. Há aqui um ensinamento profundamente misterioso. Nós celebramos a natividade de João como celebramos a de Cristo, porque essa natividade está cheia de mistério. De que mistério? Do mistério da nossa grandeza. Diminuamo-nos em nós próprios para podermos crescer em Deus; humilhemo-nos na nossa baixeza, para sermos exaltados na Sua grandeza."

Diz o Evangelista, S. João, a propósito do Senhor, Jesus Cristo, que «Era a Luz verdadeira que ilumina todo o homem que vem a este mundo» (Jo 1,9). Foi no preciso momento em que a duração da noite ultrapassava a do dia que, de repente, a vinda do Senhor projectou todo o seu esplendor; e se o seu nascimento afastou dos homens as trevas do pecado, a sua vinda pôs fim à noite e trouxe-lhes a luz do dia claro.

S. João, no seu Evangelho (Jo, 1,6-7) diz-nos também: "Houve um homem enviado por Deus, cujo nome era João. Ele veio como testemunho, para dar testemunho da luz, a fim de que todos pudessem crer por seu intermédio." e ainda, "Este é aquele do qual eu disse: Após mim vem um homem que é antes de mim, porque foi primeiro do que eu." - (Jo, 1, 30)

João, foi o Precursor de Cristo. De tal maneira que celebramos hoje, por assim dizer, um segundo Natal. O nascimento do Baptista é um inseparável do nascimento do Filho do Deus Vivo. É um nascimento que participa do mistério da Encarnação que o próprio Santo anuncia. No calendário litúrgico romano é o único santo do qual celebramos o nascimento. João Baptista foi santificado desde o seu nascimento, tal como a Santíssima Virgem. Quando esta visita a sua prima Isabel, sabemos que o menino no ventre de Isabel encheu-se do Espírito Santo, nascendo portanto sem mácula do pecado original. Por esta razão é ele o maior entre os filhos dos homens.

S. João Baptista é também aquele que liga o Antigo e o Novo Testamento. O último dos profetas e aquele que mostra ao mundo o Cordeiro de Deus, o seu primo Jesus Cristo. Nosso Senhor aparece pela primeira vez em público, quando João, que pregava um baptismo de penitência, baptiza assim o Filho do Homem, que é ele mesmo o autor do Baptismo, como nos diz o prefácio. Baptismo pela água do lado de Cristo. Baptismo, também penitencial, que nos livra do pecado original.

Por fim, João configurou-se com a morte de Cristo na Cruz, e sofreu o martírio, mais uma vez prevendo a morte do Messias. O maior dos santos depois da Virgem e dos santos anjos, imola-se, para defender a verdade, diante do poder de Herodes.

Cantemos hoje, como fez Zacarias, o Benedictus, louvando a Deus pelo nascimento deste santo que veio anunciar a Salvação do mundo:

Em Latim:  

Benedictus Dominus Deus Israel; quia visitavit et fecit redemptionem plebi suaeet erexit cornu salutis nobis, in domo David pueri sui,sicut locutus est per os sanctorum, qui a saeculo sunt, prophetarum eius,salutem ex inimicis nostris, et de manu omnium, qui oderunt nos;ad faciendam misericordiam cum patribus nostris, et memorari testamenti sui sancti,iusiurandum, quod iuravit ad Abraham patrem nostrum, daturum se nobis,ut sine timore, de manu inimicorum liberati, serviamus illiin sanctitate et iustitia coram ipso omnibus diebus nostris

Et tu, puer, propheta Altissimi vocaberis: praeibis enim ante faciem Domini parare vias eius,ad dandam scientiam salutis plebi eius in remissionem peccatorum eorum,per viscera misericordiae Dei nostri, in quibus visitabit nos oriens ex alto,illuminare his, qui in tenebris et in umbra mortis sedent, ad dirigendos pedes nostros in viam pacis.


Em Português: 
Bendito o Senhor Deus de Israel que visitou e redimiu o seu povo e nos deu um Salvador poderoso na casa de David, seu servo, conforme prometeu pela boca dos seus santos, os profetas dos tempos antigos, para nos libertar dos nossos inimigos e das mãos daqueles que nos odeiam, para mostrar a sua misericórdia a favor dos nossos pais, recordando a sua sagrada aliança e o juramento que fizera a Abraão, nosso pai, que nos havia de conceder esta graça: de O servirmos um dia, sem temor, livres das mãos dos nossos inimigos, em santidade e justiça, na sua presença, todos os dias da nossa vida. 

E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque irás à sua frente a preparar os seus caminhos, para dar a conhecer ao seu povo a salvação pela remissão dos seus pecados, graças ao coração misericordioso do nosso Deus, que das alturas nos visita como sol nascente, para iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte e dirigir os nossos passos no caminho da paz.

PF


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sexta-feira, 23 de junho de 2023

Detém-te! O Coração de Jesus está comigo

Conhecido como 'Detém-te', trata-se de um pequeno emblema que pode ser usado sobre o peito, em volta do pescoço ou preso ao casaco, embora o ideal fosse levá-lo à altura do coração, como um lembrete das palavras de São Paulo “Tende em vossos corações os mesmos sentimentos que teve Jesus Cristo no seu” (Filipenses 2,5).

O 'Detém-te' tem uma imagem do Sagrado Coração, que, normalmente, está circundada da seguinte frase: “Detém-te! (ou Alto!) O Sagrado Coração de Jesus está comigo”.

Diz-se que, em 1870, uma cidadã de Roma, depois de consagrar ao Sagrado Coração e à Santíssima Virgem o seu filho que estava de partida para a guerra da unificação da Itália, alistado com os Zuavos Pontifícios[1], lhe entregou um 'Detém-te' que ela mesma desenhou sobre um pedaço de pano vermelho, dizendo: “Ele te trará são e salvo.” O jovem saiu ileso da guerra, dizendo que uma bala atingiu o seu peito, onde tinha o 'Detém-te', e parou sem causar qualquer dano. A Mãe contou isto ao Santo Padre.

O Papa concedeu a aprovação definitiva a essa devoção e disse: “Isso, senhora, é uma inspiração do Céu.” E, em seguida, acrescentou. “Abençoo este Coração e quero que todos aqueles que forem feitos segundo este modelo recebam esta mesma bênção, sem ser necessário que um Padre a renove. Ademais, quero que de modo algum Satanás possa causar dano àqueles que levem consigo o Escudo, símbolo do Coração adorável de Jesus”.

Em seguida, o próprio Papa Pio IX ditou a seguinte oração: 

Abri-me o vosso Sagrado Coração, ó Jesus!...
Mostrai-me os seus encantos,
uni-me a Ele para sempre.  

Que todos os movimentos e palpitações do meu coração,
mesmo durante o sono,
Vos sejam um testemunho do meu amor
e Vos digam sem cessar:
Sim, Senhor Jesus, eu Vos adoro... 

Aceitai o pouco bem que faço e
fazei-me a mercê de reparar o mal cometido,
para que Vos louve no tempo
e Vos bendiga por toda a eternidade. Amém.

Sagrado Coração de Jesus, eu confio em Vós. 
(Repita três vezes este última jaculatória)

Para incentivar a prática deste Santo Escapulário, o Papa Pio IX concedeu, em 1872, 100 dias de indulgência a todos os que o levarem e rezarem um Pai-Nosso, Avé-Maria e Glória.

Em alguns 'Detém-te', como os que empregaram os contra-revolucionários franceses, desenharam um Sagrado Coração, coroado por uma cruz e com as palavras “Le Roi” (“O Rei”), reconhecendo a Cristo como o verdadeiro Rei de França e o Rei de todos os corações.

O 'Detém-te' foi usado no México pelos Cristeros, que pegaram em armas contra o governo anticristão, entre 1926-1929, e que trazia a legenda “Detém-te, inimigo mau, o coração de Jesus está comigo”. Recorreram também ao 'Detém-te' os católicos cubanos que combateram contra o regime castrista, pois tinham uma especial devoção ao Sagrado Coração de Jesus e usaram um 'Detém-te' no qual dizia: “Detém-te, bala inimiga, que o Coração de Jesus está comigo”.

Ao recitar a jaculatória do 'Detém-te', renegamos as obras do mundo, do diabo e da carne, e ao mesmo tempo é uma forma de solicitar a protecção d'Aquele que nos amou sem poupar esforços para conseguir o amor dos homens (Palavras literais de Nosso Senhor a Santa Margarida Alacoque).

Que melhor maneira de recordar o Amor do Sacratíssimo Coração que levando sobre o nosso peito um 'Detém-te'? Já dizia o Papa Pio XII, sobre a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, que considerava esta prática como “a mais completa profissão da Religião Cristã” (Encíclica Haurietis Aquas, 15.V.1956).

adaptado de Pale Ideas

[1] “Zuavos Pontifícios” eram um regimento militar do Estado Pontifício. Criado a 1 de Janeiro de 1861, à semelhança dos Zuavos do exército francês, era constituído por voluntários, na maioria franceses, belgas e holandeses, que haviam chegado ao Estado Pontifício para defendê-lo de ataques militares por parte do Reino da Itália que desejava tomar Roma, para completar a unidade da península. 

A sua história identifica-se com o último decénio de vida do Estado da Igreja (1860-1870). O regimento foi licenciado a 21 de Setembro de 1870, depois da tomada de Roma. O seu valor e seu heroísmo eram devidos principalmente aos princípios que os animaram. Significativo é o que disse deles o estudioso Lorenzo Innocenti: “(...) foram o “baluarte do Trono e do Altar, contribuíram de maneira determinante com o seu voluntariado místico - contraposto à fé laica dos garibaldinos [tropa de Garibaldi] e à fé monárquica das tropas do exército piemontês – para retardar em alguns anos a anexação do Estado da Igreja ao resto da Itália”. 

O texto do juramento prestado pelos soldados é bastante representativo das motivações que os animavam: “Eu juro a Deus Omnipotente ser obediente e fiel ao meu soberano, o Pontífice romano, nosso Santo Padre, o Papa Pio IX, e aos seus legítimos sucessores. Juro servi-lo com honra e fidelidade e de sacrificar a minha vida pela defesa da sua augusta e sacra pessoa, pela defesa da sua soberania e pela defesa dos seus direitos.”



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Sagrado Coração de Jesus que tanto nos amais

Fazei com que eu vos ame cada vez mais




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quinta-feira, 22 de junho de 2023

10 sacerdotes da Fraternidade de São Pedro ordenados na Abadia de Ottobeuren














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Santa Sé reconhece as 'virtudes heróicas' da Irmã Lúcia

A pastorinha de Fátima está mais perto da beatificação, depois de terem sido reconhecidas as suas virtudes heróicas. Deixámos aqui um texto no qual a Irmã Lúcia fala da importância de rezar o Terço:

Aos que dizem que o Terço é uma oração antiquada e monótona, devido à repetição das orações que o compõem, eu pergunto-lhes se há alguma coisa que viva sem ser pela repetição continuada dos mesmos actos. 

Deus criou tudo o que existe de modo a conservar-se pela repetição continuada e ininterrupta dos mesmos actos. Assim, para conservarmos a vida natural, inspiramos e expiramos sempre do mesmo modo; o coração bate continuamente seguindo sempre o mesmo ritmo. Os astros, como o Sol, a lua, os planetas, a Terra, seguem sempre a mesma rota que Deus lhes marcou. O dia sucede à noite, ano após anos, sempre do mesmo modo. A luz do Sol alumia-nos e aquece-nos na Primavera, vestem-se depois de flores, dão frutos e voltam a perder as folhas no Outono ou Inverno. 

E, assim, tudo o mais segue a lei que Deus lhe marcou, e ainda ninguém lhe ocorreu dizer que era monótono, por isso prescinde-se; é que precisamos disso para viver! Pois bem, na vida espiritual temos a mesma necessidade de repetir continuamente as mesmas orações, os mesmos actos de fé, de esperança e de caridade, para termos vida, visto que a nossa vida é uma participação continuada da vida de Deus. 

Quando os discípulos pediram a Jesus Cristo que os ensinasse a orar, Ele ensinou-lhes, como vimos atrás, a bela fórmula do "Pai-Nosso", dizendo: "Quando orardes dizei: "Pai..." (Lc 11,4). O Senhor mandou-nos rezar assim, sem nos dizer que, passado um certo número de anos, buscássemos nova fórmula de oração, porque esta teria passado a ser antiga e monótona. 

Quando os namorados se encontram, passam horas seguidas a repetirem a mesma coisa: "amo-te!". O que falta aos que acham a oração do Terço monótona é o Amor; e tudo o que não é feito por amor não tem valor. Por isso, nos diz o Catecismo que os dez Mandamentos da Lei de Deus se encerram num só, que é amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. 

Os que rezam diariamente o seu Terço são como os filhos que todos os dias dispõem de alguns momentos para ir até junto de seu pai, para lhe fazer companhia, manifestar-lhe o seu agradecimento, prestar-lhe os seus serviços, receber os seus conselhos e a sua bênção. É o intercâmbio e a troca do amor, do pai para com o filho e deste para com o pai, é a dádiva mútua. 

Irmã Lúcia in Apelos da Mensagem de Fátima


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quarta-feira, 21 de junho de 2023

Procissão de Corpus Christi na República Soviética Russa (Petrogrado, 30/5/1918)









Havia clérigos de ambos os ritos [Romano e Bizantino], professores da Academia Teológica encabeçados pelo reitor, Ordens vestidas com os seus paramentos actuavam lentamente, massas de pessoas fluíam, fraternidades, sociedades, sindicatos caminhavam, uma floresta de estandartes ondulava, flores caíam. Vinham os polacos, seguidos dos bielorrussos, lituanos, letões e católicos russos, vinha toda a São Petersburgo católica, e o majestoso hino "Vossa Honra, Glória" atingiu o céu iluminado pelo sol.

Cantaram ao som da orquestra da paróquia de Santa Catarina. E junto com a procissão e os cânticos, como se fosse uma corrente profunda, flutuava um grande silêncio, a paz, o sopro das ondas da paz e do amor de Cristo. E tão grande era a grandiosidade desta procissão que todos os que se encontravam caíram de joelhos, tiraram os chapéus e olharam com espanto para um fenómeno inédito para eles: a união de rituais e nacionalidades sob um só pastor e numa só formação. 

Mais do que uma pessoa suspirou, invejando os que caminhavam nestas fileiras, mas nenhuma - movida pelo ódio - fechou os olhos perante o brilho que emanava desta multidão. O novo ordinário de Mogilev, o metropolita Ropp, presidia a esta procissão. O bispo Tseplyak caminhava ali mesmo, junto ao dossel, tranquilo, imerso em oração. Os seus sonhos foram realizados, viu os exércitos de Cristo, trazidos para fora dos muros dos templos, para fora..."

Padre Francisco Rutkowski


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A boa vida e a boa morte de São Luís Gonzaga

A primeira coisa que aconteceu quando ele se tornou um Jesuíta foi que lhe disseram para dormir mais; disseram-lhe para comer mais. Uma das primeiras cartas que recebi do provincial dizia: "Ouvi dizer que andas a dormir menos do que precisas...dorme seis horas", portanto tenho tentado ser obediente desde então.

Depois de acabar o seu noviciado, Luís foi enviado para Milão. Foi em Milão que, ainda estudante, num dia durante as orações da manhã, ele teve uma revelação de que não iria viver muito e a sua alegria foi imensa. Com alguns artifícios, ninguém sabe como é que ele fez, conseguiu ter o pior quarto da casa. Entrava frequentemente em êxtase nas alturas mais inconvenientes - à mesa, na sala de aula e até mesmo no recreio. As suas meditações, disseram mais tarde os seus contemporâneos, eram quase sempre sobre os atributos de Deus. Por outras palavras, ele meditava na bondade, na sabedoria, na beleza de Deus e, a partir destas meditações dos atributos de Deus, ele ganhava uma alegria extraordinária.

Depois, em 1591, uma praga terrível chegou a Roma durante a qual os Jesuítas, incluindo o Padre Geral, saíram para as ruas para tratar dos feridos pela peste -- a doença é muito infecciosa, o Padre Geral levou os Jesuítas nesta obra de misericórdia. Luís, apesar da sua má saúde, conseguiu ter permissão para ir ajudar. Tomava conta dos doentes, encorajava-os, guiava-os nas suas orações, preparava-os para a morte. Escolhia as tarefas mais servis e menos apetecíveis.

Ele apanhou a doença. Durante a doença pediu o viático; ele achava que estava a morrer, mais tarde confessou que estava muito impaciente à espera da morte. Recuperou desta doença, mas depois ficou arrasado por uma febre que teve durante três meses. Sempre que conseguia levantava-se da cama à noite e rezava de joelhos diante do crucifixo.

Durante a sua doença mortal, o Pe. Berllarmino, um homem já de idade avançada na altura, ficava horas com o seu penitente e Luís pedia-lhe, "é possível ir logo para o Céu sem nenhum purgatório?", 'Sim, dizia Bellarmino, é possível'. "Bem, posso pedir essa graça?" 'Claro que podes.' Por isso ele pediu a graça de ir directamente para o Céu sem passar no purgatório.

Na noite antes de morrer, esteve em êxtase toda a noite. Com os membros da comunidade à sua volta, ele falava com o reitor que estava de pé junto da sua cama, "nós vamos, padre, nós vamos". O reitor disse, 'vamos onde?' "Vamos para o Céu". Por isso o reitor dizia com sentido de humor, "Iam achar que ele ia para Frascati' (essa era, já agora, uma Vila Jesuíta fora de Roma). Mesmo antes de morrer, ele pronunciou as palavras, "nas Vossas mãos" e morreu.

Foi canonizado em 1726 e as suas relíquias, onde eu já rezei muitas vezes, estão na Igreja de Santo Inácio em Roma. Ele escreveu muitas cartas que se guardaram e valem a pena ler. A 'Melhor Vida de Santo Inácio' foi escrita pelo mesmo Pe. Brodrick. Mas a 'Melhor Vida de S. Luís Gonzaga' é do Pe. Martindale. A vida que o Pe. Martindale escreveu de Luís tem imensas partes das suas cartas... dão boas meditações.

Fr. Hardon SJ in therealpresence.org


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