sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Amanhã em Lisboa





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Oração de Libertação adaptada do exorcismo de Leão XIII

Senhor Jesus Cristo, verdadeiro Deus Altíssimo, Omnipotente e Bom Senhor, e verdadeiro homem cujo Sagrado Coração se deixou lancear por nosso amor, nós vos pedimos, imploramos e suplicamos que exorcizeis o espírito imundo, a potência satânica, o invasor inimigo infernal, legião ou seita diabólica desenraizai-o e expulsai-o da Vossa Santa Igreja, das almas criadas à Vossa imagem e resgatadas, na Cruz, pelo Vosso Preciosíssimo Sangue, derramado durante a Vossa Paixão. Fazei Senhor que a pérfida serpente não engane mais o género humano, não persiga a Igreja de Deus nem sacuda nem joeire como trigo os eleitos de Deus.


Senhor Deus Altíssimo que “quer(eis) que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (2 Tim.2) esmagai a cabeça da serpente que na sua insolente soberba pretende assemelhar-se a Vós.

 

Que assim, vos pedimos, mande Deus Pai.

Mandai-o Vós, Seu Filho.

E o mande Deus Espírito Santo.

 

Mandai-o Majestade de Cristo, Verbo Eterno de Deus feito homem, que para salvação daqueles a quem perdeste por tua inveja Se humilhou e Se “tornou obediente até à morte” (Fil. 2, 8). Vós que edificaste a Vossa Igreja sobre pedra firme e prometeste que as portas do inferno não prevaleceriam contra Ela, querendo permanecer com Ela “todos os dias até ao fim do mundo” (Mt. 28, 20). Mandai-o, vos pedimos, poderosa Mãe de Deus, Santíssima Virgem Maria, ‘Omnipotência suplicante’, que desde o primeiro instante da Vossa Imaculada Conceição, por Vossa humildade esmagas-te a sua cabeça orgulhosa.

 

Mandai-o, vos suplicamos, a vossa Fé apóstolos Pedro e Paulo e todos os outros santos apóstolos. Mandai-o sangue dos mártires e a piedosa intercessão de todos os Santos e Santas. Esconjurai, vos pedimos, o dragão amaldiçoado e toda a legião diabólica, ó Deus Vivo, ó Deus Verdadeiro, ó Deus Santo, ó Deus que tanto amastes o mundo que lhe destes o Vosso Filho único, para que quem n’Ele acredite, não pereça mas tenha a vida eterna.

 

Fazei, pois, Senhor que cesse de enganar as criaturas humanas e deixe de derramar sobre elas o veneno da condenação eterna. Impedi-o Senhor de danificar a Igreja e de armar laços à sua liberdade. Arredai satanás, inventor e mestre de enganos, inimigo da salvação dos homens. Imperai para que ele, que nada em Vós encontrou das suas obras, Vos ceda o lugar. E ceda o lugar à Igreja - Única, Santa, Católica, Apostólica - que Vós adquiristes com o Vosso próprio Sangue. Humilhai-o Senhor sob a Vossa poderosa mão, que ele trema e fuja quando invocamos o Vosso terrível e Santo Nome que faz tremer o Inferno. Esse Nome ao qual estão submissas as Virtudes dos Céus, as Potestades e as Dominações; e que os Querubins e os Serafins louvam sem cessar, dizendo: “Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus dos Exércitos”.

 

Cede o lugar à Igreja – Única, Santa, Católica, Apostólica – que o próprio Cristo adquiriu com o Seu Sangue. Humilha-te sob a poderosa Mão de Deus, treme e foge à invocação, feita por nós, do Santo e terrível Nome de Jesus que faz tremer o inferno: a Quem as Virtude dos Céus, as Potestades e as Dominações estão submissas; e que os Querubins e os Serafins louvam sem cessar, dizendo: “Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus dos Exércitos.”

 

Oração final (de joelhos)

 

Oremos: Deus do Céu, Deus da Terra, Deus dos Anjos, Deus dos Arcanjos. Deus dos Patriarcas, Deus dos Profetas, Deus dos Apóstolos. Deus dos Mártires, Deus dos confessores, Deus das Virgens. Deus que tendes o poder de dar a vida depois da morte, o repouso depois do trabalho. Porque não há outro Deus senão vós; e, que não pode haver outro a não ser Vós: Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis, cujo Reino não terá fim. Com humildade, suplicamos que a Vossa Gloriosa Majestade se digne livrar-nos poderosamente, e sãos e salvos de todo o poder, laço e mentira e malvadez dos espíritos infernais.

 

Das emboscadas do demónio,

R. Livrai-nos Senhor.

Dignai-vos conceder à nossa Igreja a segurança e a liberdade para Vos servir.

R. Nós Vos suplicamos, ouvi-nos Senhor.

Dignai-vos humilhar os inimigos da Santa Igreja.

R. Nós Vos suplicamos, escutai-nos Senhor.


Padre Nuno Serras Pereira



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Cardeal Sarah lança forte ataque contra o Islão

Depois do atentado islâmico que resultou na morte de 3 pessoas - durante a Missa na Basílica de Notre-Dame em Nice - uma delas degolada, o Cardeal Robert Sarah reagiu de forma veemente na sua conta no Twitter:

O islamismo é um fanatismo monstruoso que deve ser combatido com força e determinação. Ele não vai parar a sua guerra. Infelizmente, nós, africanos, sabemos disso muito bem. Os bárbaros são sempre inimigos da paz. O Ocidente, hoje a França, deve entender isso. Rezemos.


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quinta-feira, 29 de outubro de 2020

A Europa tem que controlar as mesquitas - Pe. Samir Khalil SJ

O Pe. Samir Khalil Samir SJ é um sacerdote jesuíta e um dos maiores estudiosos do Islão. Tornou-se famoso quando veio a público esclarecer alguns pontos da Evangelii Gaudium onde o Papa Francisco falou do Islão

Depois do ataque ao jornal Charlie Hebdo deu uma entrevista à Asia News, na qual se encontra esta reflexão sobre a Europa e o Islão: 

Então e o Ocidente? A relação com os muçulmanos é um problema, visto que muitos deles não se querem integrar, porque o Islão é um sistema, não apenas uma religião. Muitos, a maioria, tenta integrar-se, mas fazem-no lentamente. Em França, os algerianos integravam-se melhor há 50 anos do que agora. 

Agora, em França, a maior parte dos supermercados do país vendem produtos halal (alimentos preparados segundo as regras islâmicas). Agora as escolas e supermercados muitas vezes vendem apenas produtos halal, que até não-muçulmanos podem comprar. 

Isto leva a que os muçulmanos sejam vistos como uma ameaça que pode ameaçar os valores do Ocidente (incluindo o direito a comer carne de porco). Ver os muçulmanos organizados em grupos activistas faz com os que ocidentais se organizem em grupos anti-islâmicos. 

Ao mesmo tempo, os politicos europeus nunca lidaram com este problema. Eles devia dizer aos imigrantes: Vocês são bem-vindos. Nós recebemo-vos como irmãos e irmãs porque isso faz parte da nossa tradição Cristã. Se quiserem pode ficar aqui, mas vão ter que se integrar. Podem praticar a religião que escolherem ou até serem ateus, mas terão que fazer parte do nosso sistema, integrar-se a nível económico, político e social. 

Infelizmente os políticos preferem não meter o nariz. Preferem proclamar uma vaga ideia de aceitação, empurrando a cultura europeia para a esfera privada. 

Em geral, o que vejo em muitas parte da Europa é que os imigrantes são recebidos com grande abertura. Os muçulmanos também. Mas há um núcleo de muçulmanos que recusa a integração e luta contra ela. 

De modo a dominar a situação, as mesquitas devem ser controladas. À primeira vista, isto é contrário ao nosso espírito europeu, onde existe uma distinção entre Estado e religião. No entanto, no Islão as mesquitas não são apenas um local de culto. São também locais de endoutrinação e formação política, por vezes de modo prejudicial para a comunidade. É por esta razão que os Estados europeu deveriam controlar as mesquitas, tal como acontece em todos os países muçulmanos. No mundo islâmico, as mesquitas são os primeiros locais a serem controlados. 

Infelizmente, este exemplo mostra que as certezas afirmadas pelos grupos islâmicos organizados entram em confronto com um Ocidente cheio de incertezas.


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quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Vésperas Solenes no Panteão, em Roma

Na Basílica de Santa Maria ai Martiri (Panteão), em Roma, foram cantadas as Vésperas Solenes de São Rafael Arcanjo; celebradas por Mons. Gianfranco Girotti, Bispo titular de Meta e Regente emérito da Penitenciara Apostólica. A iniciativa partiu da Oremus - Pax Liturgique.














Fotografias: Oremus - Paix Liturgique


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Mãe de 7 filhos confirmada no Supremo Tribunal dos Estados Unidos

O Senado dos Estados Unidos confirmou Amy Coney Barrett como a nova juíza do Supremo Tribunal. A magistrada obteve 52 votos a favor e 48 contra. Amy Barrett já prestou juramento.

Todos os senadores republicanos votaram a favor de Amy Barrett, excepto Susan Collins, senadora pelo Maine, que enfrenta a possibilidade de não ser reeleita nas próximas eleições de Novembro por estar num estado predominantemente democrata.

Barrett torna-se a terceira nomeação de Donald Trump para a mais alta corte durante o seu mandato de quatro anos como Presidente, depois de Neil Gorsuch e Brett Kavanaugh. Isso significa que, independentemente de obter ou não a reeleição, Trump já se tornou no Presidente que terá a maior influência no futuro dos Estados Unidos a nível do judiciário.

A escolha dessa católica fervorosa, mãe de 7 filhos, pode ser essencial para que o Supremo Tribunal dos Estados Unidos se volte a favor dos princípios religiosos, especialmente os cristãos, que moldaram a nação norte-americana. Barrett admitiu a grande influência que exerceu sobre ela o juiz Antonin Scalia, um ex-juiz do Supremo Tribunal dos Estados Unidos, também ele católico, cujo legado está agora nas suas mãos. 

Por alguma razão, a Planned Parenthood, uma autêntica multinacional do aborto, fez campanha aberta contra a escolha de Amy Coney Barrett para o Supremo Tribunal.

in infoCatólica


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terça-feira, 27 de outubro de 2020

Chesterton sobre o "casamento" gay: Não é gay nem é casamento

Um dos temas prementes na época de Chesterton era o “controlo de natalidade”. Ele não fazia apenas objecção à ideia, mas ao próprio termo, porque significava o oposto do que queria dizer. Não significava nem natalidade, nem controlo. Posso supor que teria as mesmas objecções contra o “casamento gay”. Não só a ideia, como também o nome está errado: o “casamento gay” não é gay, no sentido original do termo, nem é casamento.
  
Chesterton era sempre sensato nos seus pronunciamentos e profecias porque entendia que qualquer coisa que atacasse a família seria nociva para a sociedade. Foi por isso que ele falou contra a eugenia e a contracepção, contra o divórcio e o “amor livre” (outro termo que ele rejeitava pela sua falsidade), mas também contra a escravidão assalariada e a educação estatal compulsória, com mães que contratavam outras pessoas para fazer o que elas tinham sido designadas para fazer. 

É seguro dizer que Chesterton se levantou contra todas as modas e tendências que hoje nos afligem porque cada uma dessas modas e tendências minava a família. Um Estado intervencionista (Big Government) tenta substituir a autoridade da família, e um Mercado dominador (Big Business) tenta substituir a sua autonomia. Há uma constante pressão comercial e cultural sobre o pai, a mãe e os filhos. Eles são minimizados, marginalizados e, sim, ridicularizados. Mas, como diz Chesterton, “esse triângulo de truísmos — pai, mãe e filho — não pode ser destruído; só se destroem as civilizações que o desprezam”. 

A legalização das uniões homossexuais não é nem o último nem o pior ataque à família, mas tem um valor impressivo, apesar do processo de dessensibilização em que nos colocaram as indústrias de informação e entretenimento ao longo dos últimos anos. Quem tenta protestar contra a normalização do anormal é recebido “com ataques ou com o silêncio” — assim como Chesterton, quando ele tentou argumentar contra as novas filosofias promovidas pela maior parte dos jornais da sua época. 

Em 1926, alertou: “A próxima grande heresia será um ataque à moralidade, especialmente à moral sexual”. O seu aviso passou desapercebido, enquanto a moral sexual decaía progressivamente. Mas vamo-nos lembrar que tudo começou com o controle da natalidade, que é uma tentativa de viver o sexo por ele mesmo, transformando um acto de amor num acto de egoísmo. A promoção e a aceitação do sexo sem vida, estéril e egoísta evoluiu, logicamente, para a homossexualidade. 

Chesterton mostra que o problema da homossexualidade como inimiga da civilização é bem antigo. Em 'O Homem Eterno', ele descreve que o culto à natureza e à “simples mitologia” produziram uma perversão entre os gregos. “Da mesma forma que se tornaram inaturais adorando a natureza, também se tornaram efeminados adorando o homem”. Qualquer jovem, diz Chesterton, “que teve a sorte de crescer de modo sensato e simples” sente um repúdio natural pela homossexualidade porque “ela não é verdadeira nem para a natureza humana, nem para o senso comum”. Ele argumenta que, se tentarmos agir indiferentemente em relação a ela, estaremos a enganar-nos a nós mesmos. É “a ilusão da familiaridade” quando “uma perversão se torna uma convenção”.
  
Em 'Hereges', Chesterton quase faz uma profecia sobre o abuso da palavra “gay”. Ele escreve sobre a “poderosa e infeliz filosofia de Oscar Wilde”, “a religião do carpe diem“. Carpe diem significa “aproveita o dia”, faz o que quiseres, sem pensar nas consequências, vive apenas o momento. “No entanto, a religião do carpe diem não é a religião das pessoas felizes, mas a das absolutamente infelizes”. Há um desespero bem como um infortúnio ligado a isso. 

Quando o sexo é apenas um prazer momentâneo, quando não oferece nada além de si mesmo, não traz nenhuma satisfação. É literalmente sem vida. E, como Chesterton escreve no seu livro 'São Francisco de Assis',“no momento em que o sexo deixa de ser um servo, torna-se um tirano”. Essa é talvez a mais profunda análise do problema dos homossexuais: eles são escravos do sexo. Estão tentando “perverter o futuro e desfazer o passado”. Eles precisam de ser libertados. 

O pecado tem consequências. Ainda assim, Chesterton sustenta que devemos condenar o pecado, não o pecador. E ninguém mostra mais compaixão pelos decaídos do que ele. Sobre Oscar Wilde, que ele chamava “o chefe dos decadentes”, Chesterton diz que ele cometeu um “erro monstruoso”, mas também sofreu monstruosamente por isso, indo para uma terrível prisão, onde foi esquecido por todas as pessoas que antes tinham brindado a sua rebeldia impulsiva. 

Chesterton se referia-se ao comportamento homossexual de Wilde como um pecado “altamente civilizado”, por ser uma das piores aflições entre as classes ricas e ilustradas. Era um pecado ao qual Chesterton nunca havia sido tentado, e ele diz que não é uma grande virtude nunca termos cometido um pecado para o qual não fomos tentados. 

Outra razão pela qual devemos tratar nossos irmãos e irmãs homossexuais com compaixão: Nós conhecemos os nossos próprios pecados e fraquezas o suficiente. Fílon de Alexandria dizia: “Seja gentil, pois todos à sua volta estão a lutar uma batalha terrível”.
  
Compaixão, contudo, não significa compromisso com o mal. Chesterton ressalta aquele equilíbrio pelo qual a nossa verdade não deve ser desprovida de piedade, nem a nossa compaixão deve ser separada da verdade. A homossexualidade é uma desordem. É contrária à ordem. Os actos homossexuais são pecaminosos, ou seja, são contrários à ordem de Deus. Jamais poderão ser normais. Pior ainda, jamais sequer poderão ser vividos normalmente. Como diz o grande detective Padre Brown: “Os homens até podem manter-se num nível razoável de bondade, mas ninguém jamais foi capaz de permanecer num nível de maldade. Essa estrada conduz ao fundo do abismo”. 

O matrimónio é entre um homem e uma mulher. Essa é a ordem. E a Igreja Católica ensina que essa é uma ordem sacramental, com implicações divinas. O mundo tem feito uma sátira do casamento que agora culminou com as uniões homossexuais. Mas foram os homens e as mulheres heterossexuais que pavimentaram o caminho para essa decadência. 

O divórcio, que é algo anormal, é agora tratado como normal. A contracepção, outra coisa anormal, é agora tratada como normal. O aborto ainda não é normal, ainda que seja legal. Legalizar o “casamento” homossexual não o tornará normal, só vai aumentar ainda mais a confusão dos tempos e a decadência da nossa civilização. Mas a profecia de Chesterton permanece: não seremos capazes de destruir a família. Ao desprezá-la, o que vamos fazer é simplesmente destruir-nos a nós mesmos. 

Dale Ahlquist in Crisis Magazine


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sábado, 24 de outubro de 2020

Sarah?




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Arcanjos São Miguel, São Gabriel e São Rafael

Que há anjos, muitas páginas da Sagrada Escritura o atestam… Mas é preciso saber que a palavra “anjo” designa a sua função: ser mensageiro. E chamamos “arcanjos” aos que anunciam os grandes acontecimentos. Foi assim que o arcanjo Gabriel foi enviado à Virgem Maria; para este ministério, para anunciar o maior de todos os acontecimentos, impunha-se enviar um anjo da mais alta estirpe…

De igual forma, quando se tratou de manifestar um poder extraordinário, foi Miguel que foi enviado. Na verdade, a sua acção, tal como o seu nome que quer dizer “Quem como Deus?”, fazem compreender aos homens que ninguém pode realizar o que compete apenas a Deus. O antigo inimigo, que desejou por orgulho fazer-se semelhante a Deus, dizia: “Eu escalarei os céus; erigirei o meu trono acima das estrelas; serei semelhante ao Altíssimo” (Is 14,13). 

Mas o Apocalipse diz-nos que, no fim dos tempos, quando for abandonado à sua própria força, antes de ser eliminado pelo suplício final, ele terá de combater contra o arcanjo Miguel: “Houve um combate nos céus: Miguel e os seus anjos combateram contra o Dragão. E também o Dragão combatia com os seus anjos; mas não venceu e foi precipitado no abismo” (Ap 12,7).

À Virgem Maria, foi então Gabriel, cujo nome significa “Força de Deus”, que foi enviado; não é verdade que ele vinha anunciar aquele que quis manifestar-se numa condição humilde, para triunfar do orgulho do demónio? Foi, pois, pela “Força de Deus” que foi anunciado aquele que vinha como “o Senhor dos exércitos, poderoso nos combates” (Sl 23,8). 

Quanto ao arcanjo Rafael, o seu nome significa “Deus cura”. Na verdade, foi ele que livrou das trevas os olhos de Tobias, tocando-os como toca um médico vindo do céu (Tb 11,17). Aquele que foi enviado para cuidar o justo na sua enfermidade merece bem ser chamado 'Deus cura'.

São Gregório Magno, Papa in Homilias sobre o Evangelho



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sexta-feira, 23 de outubro de 2020

9 pecados veniais que convém especialmente evitar

A alma deve evitar todos os pecados veniais, especialmente os que abrem caminho ao pecado grave. Ó minha alma, não chega desejar firmemente antes sofrer a morte do que cometer um pecado grave. É necessário ter uma resolução semelhante em relação ao pecado venial. Quem não encontrar em si esta vontade, não pode sentir-se seguro. 

Não há nada que nos possa dar uma tal certeza de salvação eterna do que uma preocupação constante em evitar o pecado venial, por insignificante que seja, e um zelo definido e geral, que alcance todas as práticas da vida espiritual — zelo na oração e nas relações com Deus; zelo na mortificação e na negação dos apetites; zelo em obedecer e em renunciar à vontade própria; zelo no amor de Deus e do próximo. Para alcançar este zelo e conservá-lo, devemos querer firmemente evitar sempre os pecados veniais, especialmente os seguintes:


1. O pecado de dar entrada no coração de qualquer suspeita não razoável ou de opinião injusta a respeito do próximo. 
2. O pecado de iniciar uma conversa sobre os defeitos de outrem, ou de faltar à caridade de qualquer outra maneira, mesmo levemente. 

3. O pecado de omitir, por preguiça, as nossas práticas espirituais, ou de as cumprir com negligência voluntária. 

4. O pecado de manter um afecto desregrado por alguém. 

5. O pecado de ter demasiada estima por si próprio, ou de mostrar satisfação vã por coisas que nos dizem respeito. 

6. O pecado de receber os Santos Sacramentos de forma descuidada, com distracções e outras irreverências, e sem preparação séria. 

7. Impaciência, ressentimento, recusa em aceitar desapontamentos como vindo da Mão de Deus; porque isto coloca obstáculos no caminho dos decretos e disposições da Divina Providência quanto a nós. 

8. O pecado de nos proporcionarmos uma ocasião que possa, mesmo remotamente, manchar uma situação imaculada de santa pureza. 

9. O pecado de esconder propositadamente as nossas más inclinações, fraquezas e mortificações de quem devia saber delas, querendo seguir o caminho da virtude de acordo com os caprichos individuais e não segundo a direcção da obediência.

Santo António Maria Claret


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quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Quando o remédio é pior do que a cura (qualquer semelhança com a situação actual não é pura coincidência)

Não tenho conhecimento de nenhuma outra máxima cujos efeitos práticos sejam mais perversos do que aquela que afirma ser a prevenção o melhor remédio.

Naturalmente, esta máxima, é verdadeira apenas em abstracto; se pudéssemos prever todos os males possíveis muito antes que viessem a acontecer, e se fôssemos capazes de modificá-los ou evitá-los sem esforço e sem prejudicar nada ou ninguém, obviamente deveríamos ficar contentes por poder fazê-lo. Mas isso é simplesmente impossível; todas as nossas antecipações em relação às coisas incertas tendem, necessariamente, a desorganizar as coisas certas.

É bem possível, por exemplo, que um belo dia eu venha a entalar um dedo numa das portas de minha casa. 

Os especialistas e cientistas modernos, juntamente com os modernos burocratas da saúde, da sociologia, e tutti quanti, agarram-se a essa possibilidade e julgam-se no direito de me ditar comportamentos e de me inundar de conselhos, que, invariavelmente, se dividem em dois grandes tipos: os que prescrevem que eu me prive de todas as minhas portas, e os que recomendam que eu me prive de todos os meus dedos.

Remover todas as portas da minha casa, incluindo a da rua, certamente impediria que uma delas me viesse, um dia, a estraçalhar um dedo, mas não creio que isso aumentasse, de facto, o meu conforto. 

Cortar todos os meus dedos à machadada, seguramente evitaria que, mais tarde, eu pudesse vir a ter um deles, preso numa porta, mas, nesse caso, não creio que se pudesse afirmar que a prevenção tinha sido melhor que a cura. 

No fundo, o que realmente importa, no que a medidas preventivas diz respeito, é saber se elas criam, ou não, uma atmosfera mórbida ao tentarem obsessivamente antecipar-se ao mal. Tornar-se-ão elas maléficas por estarem sempre a pensar no mal? 

Porque, estar-se sempre saudável sob tutela dos médicos e das autoridades sanitárias mais não é do que se deixar transformar num inválido imortal. 

Ser assim mantido perpetuamente saudável é, no fim de contas, o mesmo que estar perpetuamente doente. Pois o que define o inválido não é o perigo, que é o orgulho do herói, nem a dor, que é o orgulho do mártir, é, sim, a limitação - o facto de estar preso a uma vida anormal. 

Não, a prevenção não é melhor do que a cura. A cura é saudável, pois acontece num momento em que falta saúde. A prevenção é doentia, uma vez que acontece num momento em que há saúde.
 
Não há vantagem alguma em estar sempre com os olhos fechados por medo de ficar cego; esperar por ficar cego e, só então, ir a um oftalmologista não seria pior. 

Da mesma forma, arrancar toda a relva do jardim para evitar que um búfalo a coma, não faz sentido algum; seria bem melhor esperar por ele e, então, calma e humildemente, resolver o assunto – provavelmente com uma caçadeira.

Por essa razão eu sempre fui, por instinto, contrário a todas as formas de ciência ou ética que professem ser particularmente prescientes ou preventivas.

É sabido que alguns especialistas – os eugenistas, influenciados por doutrinas darwinistas, queriam ansiosamente matar certas criancinhas com medo que elas, quando crescessem, se tornassem más. Mas eu digo-lhes o seguinte: 

Não, meus caros especialistas, por favor, não matem as criancinhas, esperem que elas cresçam e se tornem más e, então (se tivermos sorte), talvez elas vos matem primeiro”.

G. K. Chesterton, 30 de Maio de 1908


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O perigo e a injustiça dos Juízos Temerarios

O Senhor previne-nos contra os juízos temerários e injustos, pois pretende que ajamos com um coração simples, olhando sempre só para Deus. 

Dado que ignoramos os motivos de muitas acções, seria temerário da nossa parte julgá-las. Os mais dispostos a fazer juízos temerários e a condenar os outros são aqueles que preferem condená-los a corrigi-los e conduzi-los ao bem, uma atitude que denota orgulho e mesquinhez. 

Por exemplo, um homem peca por cólera, e tu repreende-lo com ódio. Ora, entre a cólera e o ódio vai a mesma distância que separa a trave do argueiro. O ódio é uma cólera inveterada que, com o tempo, assumiu proporções tais que bem merece o nome de trave. 

Pode acontecer que te encolerizes quando pretendias corrigir, mas não deves nunca deixar-te levar pelo ódio. Afasta primeiro o ódio para longe de ti, e poderás depois corrigir aquele que amas.

Santo Agostinho in 'Explicação do Sermão da Montanha' (19, 63)


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terça-feira, 20 de outubro de 2020

Stop comunhão na mão

Fiéis católicos na Polónia lançam campanha publicitária pelo fim da Comunhão na mão.

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domingo, 18 de outubro de 2020

2 portugueses e 1 brasileiro tonsurados

20 seminaristas do segundo ano do Seminário de da Fraternidade Sacerdotal de São Pedro em Wigratzbad (Alemanha) foram tonsurados e receberam a batina. A partir de agora, esta será a única veste que usarão para o resto da vida, se Deus quiser. Entre os seminaristas tonsurados estão dois portugueses (Duarte e Miguel) e um brasileiro (Guilherme).
 














Fotografias: fsspwigratzbad.blogspot.com


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sábado, 17 de outubro de 2020

O Latim e a Missa - Madre Angélica

O Latim é o idioma perfeito para a Missa. É a língua da Igreja, que nos permite melhor fazer oração verbal sem distracções. 

Como sabem, o propósito da Missa é rezar e estar associados à crucifixão e ao glorioso banquete de que participamos na Sagrada Comunhão. Ele está ali. No entanto, muito disto se deteriora com o vernáculo.

Durante a Missa em Latim, tens um missal para se quiseres segui-La na tua língua. É quase mística. Isto dá-te uma consciência dos Céus. Da incrível humildade de Deus que se manifesta em forma de pão e vinho. 

O amor que Ele teve por nós e o Seu desejo de permanecer connosco até ao fim dos tempos é simplesmente impressionante. Podes concentrar-te nesse amor, porque não te distrais com a tua própria língua. Podes ir a qualquer parte do mundo e saber sempre o que está a acontecer. É contemplativo, porque à medida a que a Missa se desenrola, podes fechar os olhos e visualizar o que realmente sucede. [O Calvário.] Podes senti-lo. 

Podes olhar para o Oriente e dar-te conta de que Deus chegou e está realmente presente. Com o sacerdote voltado para o povo, é apenas algo entre o povo e o sacerdote. Muitas (demasiadas) vezes é só uma espécie de get-together (encontro de amigos) e Jesus é quase esquecido.

Madre Angélica in 'Little Book of Life Lessons and Everyday Spirituality'


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quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Santa Teresa de Ávila nas palavras de Dom Prosper Guéranger

Teresa sofreu toda a espécie de privações. Mas sofreu uma privação pior do que as privações humanas. Um dia, Deus mesmo pareceu faltar-lhe. Como antes dela São Felipe Benício, como depois dela São José Calazans e Santo Afonso Ligório, ela conheceu a provação de se ver condenada, rejeitada, ela e suas filhas e seus filhos, em nome e pela autoridade do Vigário do Esposo. 

Era um desses dias preditos desde há muito onde – agora da citação Apocalipse – foi dado à "besta" de fazer guerra aos santos e de os vencer. O espaço falta-nos para contar esses incidentes dolorosos. Para quê contá-los? A "besta" não tem nesses casos senão um modo de proceder, que repete no décimo sexto século, no décimo sétimo, no décimo oitavo século e sempre.

Como também a "besta" tem sempre o mesmo objectivo, Deus permitindo-o, não tem senão um objectivo: o de conduzir os seus a este alto grau de união crucificante onde aquele que quis ser o primeiro a saborear a amargura desta borra de vinho pôde dizer dolorosamente, mais do que ninguém: "Meu Deus, meu Deus porque me abandonastes?"

Dom Prosper Guéranger in Méditation: Le XV October, Sainte Thérese, Vierge 


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Quando Santa Teresa caiu do burro

Certa vez, Santa Teresa de Ávila estava a viajar para um dos seus conventos, quando foi deitada abaixo do burro que a carregava e caiu na lama, magoando a perna.

"Senhor" disse ela, "não podíeis ter escolhido pior altura para isto acontecer. Porque deixastes isto acontecer?"

Uma voz respondeu do Céu: "É assim que trato os Meus amigos."

Ao que Santa Teresa respondeu: "Se é assim que tratais os Vossos amigos, não me admira que tenhais tão poucos!"



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quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Não manipularás São Francisco

Na 1º Regra escrita por S. Francisco, não aprovada pelo Papa, constam várias coisas que parecem, mas não são dissonantes entre si. Por ex., no capítulo 12 diz-se “Todos os irmãos onde quer que estejam ou vão, guardem-se de maus olhares e da conversação com mulheres. E nenhum se entretenha ou viaje a sós com elas ou partilhe à mesa do mesmo prato.”; no 13º: “Se algum dos irmãos por instigação do demónio, cair em fornicação, dispa-se-lhe o hábito, de que se tornou indigno pelo seu torpe pecado. E, deposto o hábito, seja expulso da nossa Religião (da Ordem Franciscana). Etc.

 

No capítulo 16, 6 consta uma frase citada, hoje em dia, a propósito da relação com os muçulmanos, a saber: mostrem-se “submissos a toda a humana criatura por amor de Deus”. Aqui, claramente, a palavra submisso significa serviço e humildade, no sentido Cristológico[1]. Este sentido, consta imediatamente, no mesmo capítulo, a seguir ao nº 6: “ ... anunciem a palavra de Deus, para que creiam no Deus omnipotente, Pai, Filho e Espírito Santo, Criador de todas as coisas, no Filho Redentor e Salvador, e sejam baptizados e se façam cristãos, porque, quem não renascer da água e do Espírito Santo, não pode entrar no Reino de Deus.”

 

Isto é, aliás, confirmado por São Boaventura, que testemunha: “Não se considerava amigo de Cristo, se não se preocupava com almas que Ele resgatara. ‘Nada se devia antepor à salvação das almas’, dizia. E apresentava como prova o facto de o Filho Unigénito de Deus se ter dignado morrer na Cruz por amor das almas.”

 

São Francisco de Assis, não foi, como hoje se diz, dialogar com o sultão. Foi sim anunciar-lhe o Evangelho para que se convertesse.

 

Padre Nuno Serras Pereira

 

[1] “E, realmente, eram menores porque a todos submetidos, buscando sempre o último lugar e os serviços a que estivesse ligada alguma humilhação a fim de merecerem, fundamentados na verdadeira humildade, sobre ela erguer o edifício espiritual de todas a s virtudes” in Tomás de Celano, Vida Primeira, nº38.



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Conferência com transmissão 'live' na página Senza Pagare no Facebook



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segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Os 12 degraus da humildade

S. Tomás de Aquino, na Suma Teológica (II-IIae, q.161, a.6), resume os 12 degraus de humildade que se encontram na Regra de S. Bento, o pai do monaquismo ocidental:

1) Ter os olhos sempre baixos, manifestando humildade interior e exterior; 
2) Falar pouco e sensatamente, em voz baixa;
3) Não ser de riso pronto e fácil;
4) Manter-se calado, enquanto não for interrogado;

5) Observar o que prescreve a regra comum do mosteiro;
6) Reconhecer-se e mostrar-se o mais indigno de todos;
7) Julgar-se, sinceramente, indigno e inútil em tudo;
8) Confessar os próprios pecados;

9) Por obediência suportar, pacientemente, o que é duro e difícil;
10) Submeter-se, obedientemente, aos superiores;
11) Não se comprazer na vontade própria;
12) Temer a Deus e ter presente tudo o que ele mandou.

A humildade está, essencialmente, no apetite, na medida em que alguém refreia os impulsos do seu ânimo, para que não busque, desordenamente, as coisas grandes. Mas a regra da humildade está no conhecimento que impede que alguém se julgue melhor do que é. E o princípio e raiz dessas duas atitudes é a reverência que se presta a Deus. 

Por outro lado, da disposição interior do homem procedem alguns sinais exteriores de palavras, actos e gestos, que revelam o que está oculto no íntimo, como também ocorre com as outras virtudes, pois, "pelo semblante se reconhece o homem; pelo aspecto do rosto, a pessoa sensata". (Ecl. 19, 26), diz a Escritura. 

Por isso, nos alegados graus de humildade figura um que pertence à raiz dela, a saber, o 12º: "temer a Deus e ter presente tudo o que nos mandou". 

Mas nesses graus há também algo que pertence ao apetite, como o não buscar, desordenadamente, a própria superioridade, o que se dá de três modos. Primeiro, não seguindo a própria vontade (11º); depois, regulando-a pelo juízo do superior (10º) e, em terceiro lugar, não desistindo em face de situações duras e difíceis (9º).

Aparecem também graus relativos à estima em que alguém deve ter ao reconhecer os próprios defeitos. E isso de três modos: primeiro, reconhecendo e confessando os próprios defeitos (8º). Depois, em vista desses defeitos, julgando-se indigno de coisas maiores (7º). Em terceiro lugar, considerando os outros, sob esse aspecto, superiores a si (6º).

Finalmente, nessa enumeração já também graus relativos à manifestação externa. Um deles, quanto às acções, de modo que, em suas obras, não se afaste do caminho comum (5º). Outros dois referem-se às palavras, quer dizer, que não se fale fora do tempo (4º), nem se exceda no falar (2º). 

Por fim, há os graus ligados aos gestos exteriores, como, por exemplo, reprimir o olhar sobranceiro (1º) e coibir risadas e outras manifestações impróprias de alegria (3º).


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