quinta-feira, 31 de maio de 2018

Médicos Católicos têm de dar a voz pela Vida disse o Papa

Os Médicos Católicos têm de levantar a voz para o direito pela vida, pediu o Papa Francisco.

Ao dirigir-se na Segunda-Feira a um grupo de médicos, o Papa pediu-lhes para resistir às ideologias que atentam contra a dignidade da vida humana.

"A Igreja está pela vida, e a sua preocupação é que nada esteja contra a vida no caso de uma existência concreta, independentemente do quão fraca ou indefesa possa ser, mesmo se não desenvolvida ou avançada", disse o Papa.

Ele reconheceu que os médicos encontram "dificuldades e obstáculos" quando são fiéis aos ensinamentos da Igreja. No entanto, os médicos não se podem esquecer que devem "afirmar a centralidade do paciente como uma pessoa e da sua dignidade com os seus direitos inalienáveis, em primeiro lugar o direito à vida".

"A tendencia para denegrir a pessoa doente como uma máquina que tem de ser arranjada, sem respeito por princípios morais, e para explorar os mais fracos descartando o que não encaixa numa ideologia de eficiência e lucro tem de ser resistida", acrescentou o Papa.

No seu discurso à delegação da Federação Mundial das Associações de Médicos Católicos, o Papa Francisco disse-lhes que "não é aceitável que o vosso papel seja reduzido ao de um simples cumpridor da vontade do paciente ou das necessidades do sistema de saúde onde trabalham".

Pelo contrário, os médicos devem resistir ao "paradigma cultural tecnocrático" que tomou conta da profissão ao trabalhar com médicos de outras religiões que também partilham a crença Católica na dignidade da vida humana.

"Sejam ministros não só dos cuidados de saúde mas também da caridade fraterna, transmitindo àqueles com quem lidam, além do vosso conhecimento, a riqueza da compaixão humana e evangélica" disse o Papa.



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quarta-feira, 30 de maio de 2018

Polícia salvou homem que se queria suicidar

Este homem queria suicidar-se. Estava decidido a saltar da Golden Gate Bridge, em São Francisco. Depois de uma conversa de mais de uma hora, o polícia conseguiu convencê-lo que tinha motivos para viver. 

Oito anos depois, o homem que se queria suicidar está casado, tem dois filhos e é muito feliz. Encontrou-se com o polícia que lhe salvou a vida para agradecer o que fez por ele.

Que isto nos sirva de lição para estarmos atentos aos outros e ajudarmos quem anda mais triste e desanimado.

João Silveira


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terça-feira, 29 de maio de 2018

Um jovem com espinha bífida contra a eutanásia de crianças

Chamo-me Giovanni Bonizio: vivo em Roma, tenho 24 anos. Há algum tempo, em vários jornais italianos, publicaram-se artigos sobre um pediatra holandês que pratica a eutanásia em crianças com distintas enfermidades ou deficiências a fim de livrar-lhes do destino de uma vida impossível e tal que não valha a pena ser vivida. Ouvi falar de um referendo, de deixar passagem para a livre pesquisa cientifica: são outros terrenos, mas próximos ao do médico holandês. Falei com algumas pessoas e dei-me conta de que é um tema actual e que é uma posição defendida por muita gente.

Entre os casos em que o médico praticou a eutanásia está o de um menino nascido com espinha bífida (mielomeningocele). Eutanásia por “sentido profissional” e por “amor” segundo o relato. Perguntava o médico, de facto, quase com horror, num jornal: “Mas viram alguma vez um menino nascido com espinha bífida?”. Queria mudar a pergunta. Viram alguma vez crescer um menino com espinha bífida e converter-se em jovem, em adulto? Haverá visto alguma vez? Acrescento outra: Quando é que uma vida vale a pena ser vivida? Parece-me que muitos falam como se a resposta fosse óbvia mas precisamente não é.

Evidentemente devo ser um sobrevivente. Não deveria existir: nasci com espinha bífida. Contudo, tenho uma vida feliz, intensa, também muitos amigos. Passei nos exames universitários e tenho o meu diploma. Desde Junho passado trabalho no Banco de Interesse Nacional. A minha vida é o que se diria ser “uma vida cheia de interesses”. O meu trabalho é bom, a minha família é a que muitos desejariam. Alguns problemas adicionais na vida criaram-me uma sensibilidade às dificuldades das outras pessoas e talvez por isso é que há anos saio ao encontro dos anciãos: a amizade também os ajuda a viver.

Leio, falo, escrevo, sei usar o computador como todos os jovens de minha idade. Quando nasci, poucos apostavam em mim. Felizmente houve quem me quis, verdadeiramente, e não se assustou. Pouco a pouco pude erguer-me, inclusive caminhar e fazê-lo bem. Movo-me por mim mesmo em uma cidade como Roma. Custou-me mais que aos demais, sou mais orgulhoso que os demais. Não calculo a minha inteligência (nem a do médico holandês), mas certamente posso falar, expressar o que penso, ainda que esse médico teorize que aqueles como eu não podem comunicar, e por isso seria melhor que desaparecessem.

A minha vida não é nem triste nem inútil. É certo que sofri várias intervenções cirúrgicas que me ajudaram a superar problemas de diferentes tipos e me permitiram viver o mais possível uma vida – como se diz – normal. Não foi sempre fácil; algumas vezes também sofri, mas nas camas próximas à minha havia sempre muitos outros jovens com o mesmo desejo de se curar, de comunicar, de fazer amigos e, sobretudo, de viver.

Existe, pelo contrário, uma incapacidade de conceber a vida quando há dificuldades a superar. O médico holandês, e os que pensam como ele, deverão questionar o seu medo da vida. Medo a uma vida que contém cansaço, conquista, lutas, derrotas, vitórias, e que não é só um simples crescimento biológico, talvez embriagado das últimas – mas satisfatórias – modas. Um postal “bonito” e “triunfante” que se dilui com as primeiras dificuldades da vida, onde todos exigem o seu grande sorriso e fazem “fitness” e “beach volley”.

Penso que nos deveríamos questionar um pouco mais sobre o que é verdadeiramente humano e o que não é, em lugar de ficarmos surpreendidos pelo facto de que, na nossa sociedade, aumenta o número de pessoas deprimidas, e que não se sabe o que importa de verdade aos jovens.

O problema é que nem sempre se faz tudo o que se poderia fazer para ajudar quem tem um problema, uma enfermidade, a viver melhor. É sobre isto que o médico holandês, que pensa que a eutanásia é um modo de dar dignidade à vida, deveria gastar mais energias e conhecimentos.

A eutanásia em crianças parece-me verdadeiramente horrível, porque elas não se sabem defender. Mata-se – porque é disso que se trata – os que têm defeitos sem esperar sequer que cresçam para ver o que ocorre, sem dar ao contrário aquilo que é necessário: mais ajuda a quem somente é mais fraco. A proposta é esta: se precisamente queremos eliminar algo, então em lugar de abolir a fragilidade é melhor começarmos por abolir o medo da fragilidade que nos faz a todos mais desumanos (e mais indefesos).

Giovanni Bonizio - Comunidade de Santo Egídio, Roma


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segunda-feira, 28 de maio de 2018

Mais recente Arcebispo português visita o Papa Bento XVI

Mons. José Avelino Bettencourt nasceu em Velas, nos Açores. Tornou-se bastante conhecido em 2012, quando foi nomeado chefe de protocolo da Secretaria de Estado da Santa Sé pelo Papa Bento XVI. Continuou em funções durante o pontificado do Papa Francisco até que, no dia 26 de Fevereiro de 2018, foi nomeado Núncio Apostólico. Desenvolverá a sua actividade diplomática na Arménia e Geórgia. Foi sagrado Arcebispo no dia 19 de Março na Basílica de São Pedro.

Esta fotografia corresponde ao seu encontro com o Papa Bento XVI, no passado dia 26 de Maio. É bom ver que o Papa Bento continua "em forma" e sempre pronto para receber visitas.


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sexta-feira, 25 de maio de 2018

Épica homilia do Cardeal Sarah na peregrinação Paris-Chartres



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7 razões contra a legalização da Eutanásia

1. A «justificação» da eutanásia voluntária pressupõe a rejeição de um princípio que é fundamental para um justo enquadramento das leis numa sociedade.

A eutanásia voluntária consiste em matar um paciente a seu pedido, na convicção de que a morte constitui um benefício para esse paciente e de que, por essa razão, se justifica matá-lo. Mas o simples facto de uma pessoa afirmar, de sua livre vontade, que deseja ser morta não constitui, em si mesmo, razão para um médico achar que a morte será um benefício para essa pessoa. Nenhum médico acederia a satisfazer uma solicitação deste género, por muito que lhe parecesse que o paciente a fazia de livre vontade, se achasse que este tinha perspectivas de uma vida com valor.


Ora, afirmar que a vida de uma pessoa é desprovida de valor é o mesmo que negar valor a essa pessoa, dado que a realidade de uma pessoa de maneira nenhuma se distingue da sua vida. Assim, pois, na base das mortes por eutanásia está um juízo quanto ao valor de determinadas vidas humanas.

Uma legalização da morte cuja justificação assenta na convicção de que há certas vidas que não têm valor é contrária a qualquer sistema legal que afirme proteger e promover uma ordem social justa. Porquê? Porque, para que a justiça vigore numa sociedade, é necessário encontrar uma forma não arbitrária e não discriminatória de identificar os sujeitos dessa mesma justiça. Mas a única maneira de evitar a arbitrariedade na identificação dos sujeitos da justiça é presumir que todos os seres humanos, pelo simples facto de serem humanos, têm direito a ser tratados de forma justa e são sujeitos de determinados direitos humanos básicos. Por outras palavras, a dignidade e o valor que se reconhecem aos seres humanos resultam directamente da sua humanidade. Pelo contrário, esta dignidade e este valor não podem constituir um título para a reclamação de um tratamento justo por parte de terceiros se se considera que os seres humanos podem ser privados deles. A dignidade e o valor são, por assim dizer, características não elimináveis da nossa humanidade.
A morte por eutanásia, mesmo quando é feita a pedido, pressupõe a negação do valor da vida das pessoas que são consideradas possíveis candidatos à eutanásia. Trata-se, pois, de um tipo de morte que não pode ser integrada num sistema legal que tem como um dos seus fundamentos o valor e a dignidade de todos os seres humanos.
É de importância crucial para todos os estados manter um corpo de leis consistente com o respeito pela dignidade e pelo valor de todos os seres humanos. É nomeadamente importante não legalizar a morte dos inocentes, porque uma das tarefas fundamentais das autoridades civis é proteger os inocentes. Ora, quando recorre à tese segundo a qual a vida de determinada pessoa é desprovida de valor para tornar legal a morte dessa pessoa, o Estado deixou de reconhecer que os inocentes têm o direito de ser protegidos. Mas, se o Estado considera que estes direitos são nulos, como pode então reclamar para si aquela autoridade que deriva justamente da necessidade que os cidadãos têm de ser protegidos de ataques injustos?
2. A legalização do suicídio assistido também é inconsistente com o mesmo princípio fundamental de um sistema legal justo.
A descriminalização do suicídio (e, portanto, das tentativas de suicídio) faz sentido quando temos em consideração as dificuldades por que teriam de passar as pessoas que fossem sujeitas a um processo judicial depois de terem tentado suicidar-se. Mas esta descriminalização – motivada pelo desejo de não dificultar ainda mais a vida destas pessoas – não implica que a lei tinha uma visão neutral da opção pelo suicídio. As pessoas que tentam suicidar-se são manifestamente motivadas por uma convicção (pelo menos passageira) de que a sua vida deixou de ter sentido. Ora, dado que as disposições legais justas assentam na convicção de que toda a vida humana tem um valor que não é possível eliminar, a lei tem de rejeitar a razoabilidade de uma opção que tem como base a motivação inversa.
Assim, a lei tem igualmente de se recusar a aceitar o comportamento das pessoas que sancionam com os seus actos a opção pelo suicídio, porque os referidos actos assentam na tese segundo a qual a vida daquele que estão a ajudar deixou de ter valor. Dizer que estas pessoas agem «movidas pela amizade», ou «movidas pela compaixão», não explica suficientemente o seu comportamento. Com efeito, como é possível descrever como «amizade» ou «compaixão» as motivações de uma pessoa que colabora num suicídio, quando tais motivações têm por base a convicção de que aquele que estão ajudar está melhor morto? Se achassem que esta pessoa podia continuar a ter uma vida com valor, ajudá-la a morrer dificilmente poderia ser considerado um acto de amizade.
Há, pois, boas razões para resistir à legalização do suicídio assistido, razões que são tão fundamentais como a primeira razão atrás apresentada para resistir à legalização da eutanásia.
3. Se a eutanásia voluntária for legalizada, terá sido abandonada a razão mais premente para resistir à legalização da eutanásia não voluntária.
Muitas das pessoas que apoiam a legalização da eutanásia voluntária opõem-se à legalização da eutanásia não voluntária. Contudo, se a única maneira de justificar a tese segundo a qual a eutanásia é um benefício para a pessoa que vai morrer é recorrer à tese de que a vida da referida pessoa deixou de ter valor, então os que apoiam a eutanásia voluntária estão, sem disso se aperceberem, a comprar um pacote bastante maior do que pensavam. Porque, se é possível beneficiar uma pessoa matando-a, será razoável privar as pessoas desse benefício pelo simples facto de elas não terem a capacidade de solicitar que as matem? E, se nos espanta (e é muito razoável que nos espante) a tese de que alguém pode beneficiar com a própria morte, podemos pelo menos aceitar a tese de que, quando a vida de uma pessoa deixou de ter valor, não estamos a prejudicá-la privando-a dessa mesma vida.
Na realidade, os defensores mais activos e mais lúcidos da legalização da eutanásia voluntária também são defensores da legalização da eutanásia não voluntária. Do ponto de vista destas pessoas, os seres humanos não têm uma «categoria moral» (que é o equivalente àquilo a que, neste artigo, se designa por «dignidade básica») em virtude do qual gozem de direitos humanos básicos; por este motivo, não se está a cometer nenhuma injustiça contra eles quando a motivação para os matar é, muito simplesmente, a conveniência dos seres humanos que têm «categoria moral». O exercício que consiste em distinguir os seres humanos que têm «categoria moral» daqueles que a não têm é totalmente arbitrário. Os defensores da legalização da eutanásia, como os filósofos Peter Singer e Helga Kuhse, que aderem a esta arbitrariedade, fazem-no sem uma preocupação evidente pela subversão dos fundamentos da justiça que a referida arbitrariedade pressupõe.
4. A legalização da eutanásia voluntária ajudaria a promover a prática da eutanásia não voluntária, sem os benefícios da legalização.
O processo dar-se-ia por duas vias: em primeiro lugar, tem-se verificado que as pessoas que começam por afirmar que desejam limitar a prática da eutanásia à eutanásia voluntária acabam por chegar à conclusão de que, quando esta é permitida, deixa de haver razões válidas para proibir a eutanásia não voluntária, pelo que começam imediatamente a planear a prática sistemática da eutanásia não voluntária. Trata-se de um fenómeno facilmente detectável, por exemplo, no comportamento da Real Associação de Médicos Holandeses ao longo dos últimos quinze anos. Depois de terem promovido a aceitação daquilo que afirmavam ser a «prática controlada» apenas da eutanásia voluntária, promovem actualmente a aceitação da prática da eutanásia não voluntária.
Em segundo lugar, porque os critérios para a delimitação da prática da eutanásia a pedido do cliente são irremediavelmente imprecisos. A experiência holandesa demonstrou a verdade daquilo que os críticos afirmavam acerca da aprovação legal da eutanásia voluntária (fosse por decreto legal ou por decisão judicial), a saber, que ela conduziria à prática alargada da eutanásia não voluntária. Os dados disponíveis mostram, com base em estimativas feitas por baixo, que, em 1990, cerca de uma em cada doze mortes ocorridas na Holanda o foram por eutanásia (10.558 casos), e mais de metade destas sem solicitação explícita.
5. A eutanásia debilita das disposições que exigimos aos médicos, sendo por isso destrutiva da prática da medicina.
A prática da medicina só pode florescer quando os médicos têm uma disposição tal, que inspiram confiança nos doentes, muitos dos quais se encontram em situações extremamente vulneráveis. Mas os médicos só inspiram confiança quando os doentes têm a certeza de que eles não estão dispostos a matá-los, de que não sentem inclinação para considerar se vale a pena cuidar de um doente, mas se dispõem imediatamente a considerar que tipo de tratamento poderá ser preferível para cada caso.
Ora, a prática da eutanásia debilita sistematicamente ambas as disposições, porque dispõe os médicos a matar alguns dos seus doentes, ao mesmo tempo que inculca neles a ideia de que há doentes cujas vidas não têm valor. Mas, visto que não há critérios não arbitrários para determinar quais são as vidas que têm valor e as que não têm, uma pessoa que não renuncie por princípio a esse género de considerações discriminatórias cairá facilmente na tentação de categorizar as pessoas mais difíceis ou mais desinteressantes como pessoas cuja vida não tem valor.
Um dos mais importantes deveres do Estado é manter um quadro legal tal, que uma profissão tão essencial como a medicina funcione bem, e no interesse dos cidadãos. O Estado não estaria a cumprir esse dever se permitisse que os médicos tivessem comportamentos corrosivos da relação médico-doente.
6. A legalização da eutanásia debilita o ímpeto destinado a desenvolver atitudes verdadeiramente compassivas para com os doentes e os moribundos. A expressão mais adequada da compaixão são os cuidados de saúde, motivados por um sentimento mais ou menos intenso de simpatia para com as pessoas que sofrem. Não se pode cuidar das pessoas matando-as.
É muito importante ter em consideração que um dos elementos fundamentais dos debates contemporâneos relativos à legalização da eutanásia é a necessidade de reduzir os custos com os cuidados de saúde. E um dos perigos mais óbvios resultantes da sua legalização é que, dentro em breve, a eutanásia passe a ser vista como uma «solução» conveniente para as enormes necessidades de certo tipo de pacientes. Se tal acontecesse, a medicina ficaria privada do incentivo para a procura de soluções genuinamente compassivas para as dificuldades suscitadas pelos referidos pacientes. Os impulsos humanitários que sustentaram o desenvolvimento dos hospitais seriam postos em causa, porque a eutanásia passaria a ser considerada por muitos uma solução mais barata e menos exigente em termos pessoais.
7. Três comissões criadas por legislaturas anglófonas com a missão de analisarem propostas de legalização da eutanásia recomendaram que não fosse legalizada.
No decurso de 1994-95, foram publicados os relatórios das comissões criadas pela Câmara dos Lordes do parlamento britânico, pela Comissão de Análise à Vida e à Lei do estado de Nova Iorque e pelo Senado do parlamento canadiano, todas elas constituídas por pessoas com pontos de vista muito diferentes acerca da moralidade intrínseca da eutanásia; contudo, todas elas se mostraram claramente contrárias à sua legalização. Por exemplo, a comissão da Câmara dos Lordes contava entre os seus membros com várias pessoas que tinham defendido publicamente a eutanásia; no entanto, depois de terem passado um ano a ouvir testemunhos, a ler um conjunto muito alargado de dados e a discutir internamente as questões, os membros desta comissão decidiram por unanimidade recomendar que a eutanásia não fosse legalizada.
Há nos três relatórios muito material digno da atenção da Comissão Legislativa Legal e Constitucional do Senado do parlamento federal australiano. Baste a seguinte citação do relatório da Comissão da Câmara dos Lordes como epítome da sensatez das três comissões: «A proibição da morte intencional […] é a pedra angular das relações legais e sociais. Trata-se de uma proibição que nos protege de forma imparcial, encarnando a convicção de que somos todos iguais. Não queremos que tal protecção seja fragilizada, pelo que recomendamos que não se proceda a qualquer alteração na lei, com o fim de permitir a eutanásia. […] A morte de uma pessoa afecta a vida de outras pessoas, muitas vezes de maneiras imprevisíveis. É nossa convicção que a questão da eutanásia é uma daquelas em que os interesses do indivíduo não podem ser separado dos interesses da sociedade como um todo.»
O autor deste artigo tem a esperança de que, após a devida consideração dos factos, os membros da Comissão Legislativa Legal e Constitucional partilhem da sensatez moral e política que esta citação exemplifica.
Luke Gormally in Logos


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quinta-feira, 24 de maio de 2018

Peregrinação Paris-Chartres

Todos os anos milhares e milhares de católicos percorrem a pé o caminho entre Paris e a Catedral de Chartres, nos dias que precedem o Pentecostes. Há peregrinos de muitos países, embora muitos sejam franceses, a grande maioria jovens. Todos os dias é celebrada a Missa Tradicional, e, este ano, a Missa final foi celebrada pelo Cardeal Robert Sarah.













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quarta-feira, 23 de maio de 2018

Casamento do Beato Carlos, último Imperador do Império Áustro-Húngaro


Casou com a Arquiduquesa Zita de Bourbon-Parma, no dia 21 de Outubro de 1911.



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Tradicional Peregrinação de Pentecostes a Dornes

No passado Domingo de Pentecostes um grupo de peregrinos rumou, como é tradição naquela zona de Portugal, até ao Santuário de Nossa Senhora do Pranto em Dornes.

O primeiro registo conhecido que atribui um milagre a Nossa Senhora do Pranto, data de finais do século XVII (1697). Reza a Lenda, replicada por vários historiadores, que foi graças a um milagre da Rainha Santa, que teve início o culto a Nossa Senhora do Pranto, em Dornes. Aquando do seu casamento com D. Dinis, D. Isabel teria recebido como dote estas terras de Dornes. Aqui seria seu feitor Guilherme de Pavia, homem tão crente e bondoso que era tido como santo. Vivia perto da ermida de S. Guilherme, junto à ribeira com esse nome, já perto da vila.

Durante a noite, o feitor começou a ouvir um choro e gemidos dolorosos que vinham do outro lado do rio. De dia, por mais que buscasse entre os matos da Serra Vermelha, de onde parecia chegar aquele pranto nocturno, nada encontrava. Intrigado, resolveu dar conta à rainha do estranho acontecimento e pôs-se a caminho de Coimbra. Porém, assim que chegou e antes de falar, já D. Isabel sabia a razão que ali o levara. Indicou-lhe o local exacto onde devia procurar e logo lhe disse que iria encontrar uma imagem da Virgem com o Filho morto nos braços.

Guilherme voltou a Dornes e logo partiu para o outro lado do rio (Vila Gaia, freguesia de Cernache do Bonjardim), indo encontrar a imagem, exactamente no local indicado pela rainha. Veio depois a rainha admirar o achado e foi quem mandou erguer uma capela. À terra chamou Vila das Dores, a actual Dornes.

O círio teve início na igreja de Paio Mendes, a poucos quilómetros do destino, donde saiu em procissão o andor da Virgem do Pranto. Durante o caminho cantou-se o terço do Rosário, com a meditação dos mistérios e também cânticos tradicionais portugueses. Cantou-se ainda a Ladainha do Espírito Santo, e as de Todos-os-Santos e do Loreto. À chegada ao santuário, o grupo foi recebido pelo Reitor, o Rev.do Padre Manuel Vaz Patto.

A peregrinação teve o seu cume na Missa Tradicional do dia de Pentecostes, rezada no Santuário da Senhora do Pranto. Deixamos aqui algumas fotografias desta reportagem exclusiva Senza Pagare:
















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domingo, 20 de maio de 2018

Oração ao Espírito Santo escrita pelo Cardeal Newman

Querido Senhor,
Ajudai-me a espalhar a Vossa fragância onde quer que eu vá.
Inundai a minha alma com o Vosso Espírito e com a Vossa vida.
Penetrai e possuí todo o meu ser, tão completamente, que toda a minha alma seja uma irradiação de Vós.

Brilhai através do meu ser e mostrai-Vos de tal forma em mim, que cada alma que eu encontre possa sentir a Vossa presença.
Que elas ergam o olhar e não me vejam, mas apenas a Vós Senhor.
Ficai comigo para que eu começe a brilhar como Vós e brilhe de tal forma que seja a luz dos outros.

A luz, ó Senhor, virá toda de Vós, nenhuma será minha, sereis Vós a brilhar diante dos outros através de mim.
Permiti pois que Vos louve da forma que Vós mais amais, brilhando sobre aqueles que Vos rodeiam.
Deixai que Vos pregue sem pregar, não por palavras mas pelo meu exemplo, pela força do entendimento, pela influência simpática daquilo que faço, como prova do amor que o meu coração sente por Vós. Ámen

Beato Henry Newman


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sábado, 19 de maio de 2018

Vinde, ó Santo Espírito

Vinde, ó santo Espírito, vinde Amor ardente, acendei na terra vossa luz fulgente. 
Vinde, Pai dos pobres: na dor e aflições, vinde encher de gozo nossos corações. 
Benfeitor supremo em todo o momento, habitando em nós sois o nosso alento. 

Descanso na luta e na paz encanto, no calor sois brisa, conforto no pranto. 
Luz de santidade, que no Céu ardeis, abrasai as almas dos vossos fiéis.
Sem a vossa força e favor clemente, nada há no homem que seja inocente. 

Lavai nossas manchas, a aridez regai, sarai os enfermos e a todos salvai.
Abrandai durezas para os caminhantes, animai os tristes, guiai os errantes. 
Vossos sete dons concedei à alma do que em Vós confia: 
Virtude na vida, amparo na morte, no Céu alegria.

Ámen.


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sexta-feira, 18 de maio de 2018

Morreu o Cardeal Castrillón Hoyos

O Cardeal colombiano Darío Castrillón Hoyos enfrentou traficantes e políticos no seu país. Foi acusado inclusive de receber dinheiro de traficantes. Hoyos nunca poupou os poderosos do governo e do crime organizado nos seus sermões, sempre muito polémicos.

Sobre Hoyos, o escritor colombiano e vencedor do Prémio Nobel da Literatura, Gabriel García Marquez, chegou a afirmar que o cardeal era um "homem que tinha a severidade de um clérigo em guerra" e "como um poeta guiado pelo dom místico da inspiração".

Hoyos chegou a encontrar-se com o chefe do cartel de drogas de Medellín, o famoso Pablo Escobar, disfarçado de vendedor de leite, para pedir que se entregasse e acabasse com os assassinatos e sequestros. Nessa conversa o bom Cardeal conseguiu persuadir o traficante a confessar os seus pecados.

O traficante chegou a enviar, por intermédio de Hoyos, uma proposta ao governo - que a recusou. Quando Escobar perguntou a Hoyos quem ele representava, o Cardeal disse que representava "aquele que um dia iria julgá-lo". Escobar foi morto pela polícia colombiana em 1993, na cidade de Medellín.

Segundo o Monsenhor Francisco Arias, o hoje Cardeal Darío Castrillón Hoyos costumava, quando era apenas padre, andar à noite pelas ruas de Pereira, distribuindo alimentos para os sem-abrigo. "Ele podia ser encontrado nos piores lugares de Pereira. Ele não tinha medo de ninguém, de nada."

O Monsenhor disse ainda que, ao tornar-se bispo, Hoyos passou a vigiar a polícia de Pereira, acusando-a de matar prostitutas, meninos de rua e mendigos, durante os seus sermões.

"Depois de denunciá-los nos seus sermões, os assassinatos pararam e o director da polícia de Pereira deixou o cargo."

Em 1982, quando era bispo de Pereira, ele manifestou-se contra o então candidato à presidência da Colômbia Álvaro Gomez por este defender o direito ao divórcio. Em 1994, ele instruiu os eleitores católicos para que não votassem no candidato presidencial Ernesto Samper, que, segundo Hoyos, apoiava a legalização de drogas e era muito próximo a não era cristão.

Samper acabou por vencer a eleição. Em 1996, o Congresso colombiano julgou e absolveu Samper da acusação de ter recebido 6 milhões de dólares dos traficantes do cartel de Cali para financiar a sua campanha eleitoral. Samper disse não ter conhecimento de ter recebido dinheiro do tráfico.

A absolvição, no entanto, não bastou para pôr fim às acusações de Hoyos. "Uma pessoa não pode obter poder com dinheiro do crime e, se o obtiver dessa forma, mesmo sem saber, não pode continuar a exercê-lo", disse Hoyos á época.

Hoyos foi ordenado padre no dia 26 de Outubro de 1952, na cidade de Santa Rosa de Osos e, no 1º de Julho de 1976 foi elevado a bispo de Pereira. Em 21 de Fevereiro de 1998 foi criado cardeal pelo Papa João Paulo II.

Formado no Seminário de Santa Rosa de Osos (Noroeste da Colômbia), a sua formação universitária começou na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma (onde obteve o seu doutoramento em direito canónico).

O Cardeal Hoyos foi presidente da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei e também Prefeito da Congregação para o Clero. O Cardeal Hoyos era um grande apoiante da Missa Tradicional, celebrando-a publicamente por diversas vezes, uma das últimas em 2016 na celebração do 10º aniversário do Instituto Bom Pastor (que ele ajudou a fundar).

O bom Cardeal Darío Castrillón Hoyos morreu esta madrugada do dia 18 de Maio, na antiga cama de Pio XII, no seu quarto em Roma. Rezemos pelo seu descanso eterno:

Requiem aeternam dona ei, Domine, et lux perpetua luceat ei. 
Requiescat in pace. Amen.


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10 pensamentos imperdíveis do Arcebispo Fulton Sheen

1 - “Quando um homem ama uma mulher ele tem de se tornar digno dela. E quanto maior for a sua virtude, o seu nobre caráter, quanto mais ela for devota à verdade, à justiça, à bondade, mais um homem tem de aspirar a ser digno dela.”

2 - “Ouvir confissões de freiras é como ser ‘apedrejado’ até à morte por pipocas.”

3 - “Nós tornamo-nos naquilo que amamos. Se amarmos o básico, tornamo-nos no básico. Mas se amarmos o que é nobre, tornamo-nos nobres.”

4 - “Quem é que vai salvar a nossa Igreja? Não olheis para os padres. Não olheis para os Bispos. Depende de vós relembrarem os nossos padres para serem padres e aos nossos Bispos para serem Bispos.”

5 - “Os princípios morais não dependem dos votos da maioria. Errado é errado mesmo se toda a gente estiver errada. Certo é certo mesmo se ninguém estiver certo.”

6 - “Se não viveres segundo aquilo em que acreditas, acabarás a acreditar naquilo que vives.”

7 - “Nunca serás feliz se a tua felicidade depender somente daquilo que tu desejas. Muda o teu foco. Encontra um novo centro, será o que Deus quiser, e ninguém poderá tirar a tua alegria.”

8 - “Coisas partidas são preciosas. Nós comemos pão partido porque partilhamos da morte de Nosso Senhor. Flores partidas dão perfume. Incenso partido é usado em adoração. Um navio partido salvou Paulo e muitos outros passageiros na sua ida para Roma. Às vezes, a única maneira que Deus tem para entrar nalguns corações é partindo-os.”

9 - “O Terço é a melhor terapia para as almas atormentadas, infelizes, temerosas e frustradas, precisamente porque envolve o uso simultâneo de três poderes: o físico, o vocal e o espiritual, nesta ordem.”

10 - “Não julgues a Igreja Católica através daqueles que quase não vivem segundo o seu espírito, mas através do exemplo daqueles que mais próximo dele vivem.”

in Blog in HEart


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quinta-feira, 17 de maio de 2018

Entretanto em Roma...

Chiesa di Santa Maria in Campitelli


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Eutanásia e Religião: É e não é

Creio que é compreensível, embora inaceitável, que expoentes da Igreja afirmem sem pejo que a questão da eutanásia não é religiosa nem confessional. Isto que afirmam, aduzindo vários argumentos racionais, terá, imagino eu, a intenção, aliás aparentemente justa, de evitar um confronto religioso entre crentes e não crentes, que poderia prejudicar a defesa e promoção da vida humana em todas as fases da sua existência.

Não obstante, creio que seria melhor ensinar que esta questão não é somente religiosa mas também racional, isto é, afirmar que de si a Lei Natural poderá ser entendida e reconhecida por todos como fundamento da recusa absoluta da “eutanásia/suicídio assistido”, uma vez que está inscrita na razão humana. 

Mas que a religião verdadeira, Revelada, não só confirma, purifica e facilita esse conhecimento como exige da parte dos crentes, católicos e cristãos em geral, um empenho determinado na repulsa dessa ignóbil monstruosidade que se traduza num dever iniludível de rejeição total de propagandear, de votar favoravelmente, ou mesmo de se abster, ou promulgar qualquer tipo de “lei” que admita a legalização ou despenalização da eutanásia/suicídio assistido. A não ser assim não nos podemos admirar que haja muitos católicos e demais cristãos - como aconteceu aquando da liberalização do aborto provocado - que cuidem que a sua atitude e comportamento diante desta abominação nada tenha a ver com a sua Fé, que podem ser excelentes cristãos demitindo-se do combate contra ou mesmo do favorecimento destas infâmias.

Esta é uma de entre muitas outras razões por que afirmo que a Igreja não pode, absolutamente, renunciar ao anúncio, em todas as circunstâncias, de Jesus Cristo, que é a Verdade, necessária à Salvação, à Liberdade e ao Bem-comum de todos, crentes e não crentes.

Uma das muitas outras coisas que a Igreja, principalmente através dos seus Pastores, tem a obrigação estrita e gravíssima de anunciar, é a de que a “eutanásia” ou o “suicídio assistido” são totalmente incompatíveis com a Fé Cristã e com a dignidade, intrínseca e incomensurável de toda e qualquer pessoa humana, independentemente do estado em que se encontra. Por isso, constitui um pecado gravíssimo cooperar com a eutanásia ou com o suicídio assistido, principalmente pela aprovação (ou concordância) da legalização destas atrozes crueldades, quer pela prática delas. 

Para que não subsistam dúvidas: quem propagandear, votar ou promulgar uma “lei” que legalize quer a eutanásia quer o suicídio assistido será responsável perante a Justiça de Deus por todas as matanças (assassínios) que forem praticadas em virtude dessa despenalização/legalização; terão também que responder diante do Tribunal Divino por todas as consequências directas e indirectas dessa cabanagem hedionda e brutal. Quem o fizer consciente e livremente não se poderá salvar a não ser que se arrependa verdadeiramente e se converta genuinamente, procurando com a máxima exigência reparar, tanto quanto lhe for possível, a tremendíssima malícia em que ocorreu e para a qual contribui-o. Isto, independentemente de ser ou não cristão, pois esta gravíssima incumbência é ‘património’ comum de todos. 

O que significa que independentemente da confissão religiosa, ou não, de cada qual, todos serão julgados severissimamente diante d'Aquele que embora infinitamente misericordioso é igualmente infinitamente Justo, não podendo pois contradizer minimamente a Sua Justiça em nome da Sua misericórdia.
À honra de Cristo. Ámen

Pe. Nuno Serras Pereira - 14. 05. 2018


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terça-feira, 15 de maio de 2018

TABOR: Um grande campo de férias

Começa este ano um grande campo de férias: TABOR. Além das actividades normais de um campo de férias terá formação católica, muito necessária nos dias que correm, e também Missa Tradicional. 

No Monte Tabor, São Pedro disse a Jesus: "Senhor, como é bom estarmos aqui, façamos três tendas..." (Mt 17, 4). Não sei se vão ser precisas tendas mas não tenho qualquer dúvida que vai ser muito bom ir ao TABOR.

Entre família e amigos todos conhecemos alguém entre os 16 e os 25 anos que esteja livre na semana de 21 a 28 de Julho, a quem possamos falar do TABOR. É muito provável que essa pessoa nos venha a agradecer.


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segunda-feira, 14 de maio de 2018

Carta pastoral por ocasião do 50º aniversário da encíclica Humanae vitae

Carta escrita pelos Bispos do Cazaquistão no dia de Nossa Senhora de Fátima

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Queridos irmãos e irmãs em Cristo! O ano corrente está marcado pelo memorável evento do 50º aniversário da encíclica Humanae vitae, com a qual o Beato Paulo VI confirmou a doutrina do Magistério constante da Igreja com respeito à transmissão da vida humana. Os Bispos e os Ordinários do Cazaquistão querem aproveitar esta ocasião propícia para honrar a memória e a importância perene desta encíclica.

Durante a última reunião de todos os nossos sacerdotes e Irmãs religiosas em Almaty foram feitos amplos debates sobre o tema da preparação dos jovens para o sacramento do matrimónio. Foi feita a proposta de transmitir aos jovens as verdades mais importantes do Magistério da Igreja em relação ao matrimónio cristão e à santidade da vida humana desde o momento da sua concepção.

Proclamamos com a voz do Magistério da Igreja como a podemos perceber na encíclica Humanae vitae e em outros documentos dos Pontífices Romanos as seguintes verdades exigentes do “jugo suave e do fardo leve” (Mt 11, 30) de Cristo:

· Chamando a atenção dos homens para a observância das normas da lei natural, interpretada pela sua doutrina constante, a Igreja ensina que qualquer ato matrimonial deve permanecer aberto à transmissão da vida” (Paulo VI, Encíclica Humanae vitae, 11).
· É de excluir de igual modo, como o Magistério da Igreja repetidamente declarou, a esterilização direta, quer perpétua quer temporária, tanto do homem como da mulher. É, ainda, de excluir toda a ação que, ou em previsão do ato conjugal, ou durante a sua realização, ou também durante o desenvolvimento das suas consequências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação. Não se podem invocar, como razões válidas, para a justificação dos atos conjugais tornados intencionalmente infecundos, o mal menor, ou o fato de que tais atos constituiriam um todo com os atos fecundos, que foram realizados ou que depois se sucederam, e que, portanto, compartilhariam da única e idêntica bondade moral dos mesmos. Na verdade, se é lícito, algumas vezes, tolerar o mal menor para evitar um mal maior, ou para promover um bem superior, nunca é lícito, nem sequer por razões gravíssimas, fazer o mal, para que daí provenha o bem; isto é, ter como objeto de um ato positivo da vontade aquilo que é intrinsecamente desordenado e, portanto, indigno da pessoa humana, mesmo se for praticado com intenção de salvaguardar ou promover bens individuais, familiares, ou sociais. É um erro, por conseguinte, pensar que um ato conjugal, tornado voluntariamente infecundo, e por isso intrinsecamente desonesto, possa ser coonestado pelo conjunto de uma vida conjugal fecunda” (Paulo VI, Encíclica Humanae Vitae, 14).

· “Quando, portanto, mediante a contracepção, os esposos tiram à prática da sua sexualidade conjugal a potencial capacidade procriativa da mesma, arrogam-se um poder que pertence só a Deus: o poder de decidir em última istância a vinda à existência de uma pessoa humana. Arrogam-se o atributo de serem não os cooperadores do poder criador de Deus, mas os depositários últimos da nascente da vida humana. Nesta perspectiva, a contracepção deve ser considerada, objectivamente, tão profundamente ilícita que não pode nunca, por razão alguma, ser justificada. Pensar ou dizer o contrário, equivale a supor que na vida humana possam apresentar-se situações em que é lícito não reconhecer Deus como Deus” (João Paulo II, Discurso aos sacerdotes participantes num seminário de estudos sobre «A procreacão responsável», 17 de setembro de 1983).

· Muitos pensam que o ensino cristão, se bem que seja verdadeiro, não é viável, ao menos em determinadas circunstâncias. Como a Tradição da Igreja tem sempre ensinado, Deus não nos manda nada que seja impossível, mas cada mandamento implica a graça que ajuda a liberdade humana a cumpri-lo. A oração constante, o recurso frequente aos sacramentos e o exercício da castidade conjugal são necessários. […] Hoje mais que nunca, o homem está de novo começando a sentir a necessidade da verdade e da reta razão na sua experiência diária. Estejam sempre preparados para dizer sem equívocos, a verdade sobre o bem e o mal com respeito ao homem e à família(João Paulo II, Discurso aos participantes na reunião de estudo sobre a procriação responsável, 5 de junho de 1987).

· A carta encíclica Humanae vitae constitui um significativo gesto de coragem ao reafirmar a continuidade da doutrina e da tradição da Igreja. […]  Este ensinamento não só manifesta a sua verdade inalterada, mas revela também a clarividência com a qual o problema é tratado. […] O que era verdade ontem, permanece verdadeiro também hoje. A verdade expressa na Humanae vitae não muda; aliás, precisamente à luz das novas descobertas científicas, o seu ensinamento torna-se mais actual e estimula reflectir sobre o valor intrínseco que possui(Bento XVI, Discurso aos participantes num Congresso Internacional no 40mo aniversário da encíclica "Humanae vitae", 10 de maio de 2008).
· “A encíclica Humanae Vitae está inspirada na intocável doutrina bíblica e evangélica que convalida as normas da lei natural e os ditames insuprimíveis da consciência sobre o respeito da vida, cuja transmissão foi confiada à paternidade e à maternidade responsáveis. Aquele documento é hoje de nova e mais urgente atualidade por causa das feridas que as legislações públicas infligiram à santidade indissolúvel do vínculo matrimonial e à intocabilidade da vida humana desde o seio materno. […] Diante dos perigos que temos delineado e diante de dolorosas defecções de carácter eclesial ou social, sentimo-nos impulsados, como Pedro, a acudir a Ele como a única salvação e a gritar: "Senhor, a quem iremos? Vós tendes palavras de vida eterna" (Jo 6, 68)” (Paulo VI, Homilia, 29 de junho de 1978).

Toda a história humana deu suficientes provas do facto que o verdadeiro progresso da sociedade depende em grande medida das famílias numerosas. Isso vale ainda mais para a vida da Igreja. O Papa Francisco lembra-nos esta verdade: Dá consolação e esperança ver muitas famílias numerosas que acolhem os filhos como um autêntico dom de Deus. Eles sabem que cada filho é uma bênção” (Papa Francesco, Audiência geral, 21 de janeiro de 2015).

Que as seguintes palavras de são João Paulo II, o papa da família, sejam luz, fortaleza, consolação e alegre coragem para os casais casados católicos e para varões e mulheres jovens que se preparam para a vida do matrimónio e da família cristã.  

· Temos uma particular confirmação de que o caminho de santidade percorrido em conjunto, como casal, é possível, é belo, é extraordinariamente fecundo e fundamental para o bem da família, da Igreja e da sociedade. Isto convida-nos a invocar o Senhor, para que sejam cada vez mais numerosos os casais capazes de fazer transparecer, na santidade da sua vida, o "grande mistério" do amor conjugal, que tem origem na criação e se realiza na união de Cristo com a Igreja (cf. Ef 5, 22-33). Como qualquer caminho de santificação, também o vosso, queridos esposos, não é fácil. Sabemos quantas famílias são tentadas nestes casos pelo desencorajamento. Penso, sobretudo, em todos os que vivem o drama da separação; penso nos que devem enfrentar a doença e em quem sofre a desaparecimento prematuro do cônjuge ou de um filho. Também nestas situações se pode dar um grande testemunho de fidelidade no amor, tornado ainda mais significativo pela purificação através da passagem pelo crisol do sofrimento. Caríssimos esposos, nunca vos deixeis vencer pelo desalento: a graça do Sacramento ampara-vos e ajuda-vos a elevar continuamente os braços para o céu como Moisés, do que nos falou a primeira Leitura (cf. Êx 17, 11-12). A Igreja acompanha-vos e ajuda-vos com a sua oração, sobretudo nos momentos difíceis. Ao mesmo tempo, peço a todas as famílias que, por sua vez, amparem os braços da Igreja, para que nunca deixe de realizar a sua missão de interceder, confortar, orientar e encorajar” (João Paulo II, Homilia para a beatificação dos Servos de Deus Luigi Beltrame Quattrocchi y Maria Corsini, 21 de outubro de 2001).
· Que a Virgem Maria, Mãe da Igreja, seja também a Mãe da «Igreja doméstica» e, graças ao seu auxílio materno, cada família cristã possa tornar-se verdadeiramente uma «pequena Igreja», na qual se manifeste e reviva o mistério da Igreja de Cristo. Seja Ela, a Escrava do Senhor, o exemplo de acolhimento humilde e generoso da vontade de Deus; seja Ela, Mãe das Dores aos pés da Cruz, a confortar e a enxugar as lágrimas dos que sofrem pelas dificuldades das suas famílias. E Cristo Senhor, Rei do Universo, Rei das famílias, como em Caná, esteja presente em cada lar cristão a conceder-lhe luz, felicidade, serenidade, fortaleza(João Paulo II, Exortação Apostólica Familiaris consortio, 86).

Astana, 13 de Maio de 2018, Memória da Bem-Aventurada Virgem Maria de Fátima

Vossos Bispos e Ordinários:
+ José Luis Mumbiela Sierra, Bispo da diocese da Santíssima Trindade em Almaty e Presidente da Conferência dos Bispos Católicos de Cazaquistão
+ Tomash Peta, Arcebispo Metropolita da arquidiocese de Maria Santíssima em Astana
+ Adelio Dell’Oro, Bispo de Karaganda
+ Athanasius Schneider, Bispo Auxiliar da arquidiocese de Maria Santíssima em Astana
Sac. Dariusz Buras, Administrador Apostólico de Atyrau
Reverendíssimo Protopresbítero Mitrado Vasyl Hovera, Delegado da Congregação para as Igrejas Orientais para os fiéis greco-católicos de Cazaquistão e Ásia Central


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