A história da conversão de António Oriente, actual vice-presidente da Associação Italiana de Ginecologistas e Obstetras Católicos (AIGOC) comove aqueles que a conhecem. Há uns dias, teve a oportunidade de cumprimentar o Papa Francisco e entregou-lhe os instrumentos cirúrgicos que usou por anos para praticar abortos.
O médico contou-nos a sua história. Durante vários anos praticou abortos por dinheiro. Provinha de uma família pobre e, para ele, o êxito correspondia a "avançar" na sua carreira e subir de classe social.
A sua história começou a mudar depois do seu casamento com Maria Carmela, uma pediatra que amava as crianças. Passaram os anos e não podiam conceber um filho, enquanto António continuava -como ele diz- "a matar os filhos dos outros".
Todos os dias quando voltava para casa, o médico encontrava a sua esposa a chorar. Uma noite decidiu ficar até tarde no seu consultório porque "estava destruído, e não podia voltar assim para a minha casa".
Naquela madrugada, um casal de esposos bateu na porta do consultório pensando que o médico estava a passar por algum problema. O casal escutou a sua história de dor e convidou-o para participar num encontro de oração, para conseguir um pouco de paz.
"Depois disso - afirma António Oriente - comecei a conhecer um Deus diferente ao que eu conhecia, porque antes o cristianismo parecia-me uma obrigação e eu odiava-o. Este Deus era misericordioso e dizia-me: ‘abre-te a mim, abandona todo o teu sofrimento’."
"Um dia, sentado diante do crucifixo escrevi uma carta ao Senhor, um testamento espiritual: Nunca mais a morte até à morte. Que tipo de filho sou eu que assassino os filhos dos outros? Abandono a cultura da morte e abraço a vida".
António, e a sua esposa, começaram a levar uma vida de católicos comprometidos e pouco tempo depois, depois de vários anos de tentativas frustradas, Maria Carmela ficou grávida.
"Com esta gravidez milagrosa, o doente deixou de ser para mim um pedaço de carne e converteu-se num pedaço da carne do Cristo no qual eu tinha o privilégio de tocar com minhas mãos, e desde esse dia, dediquei totalmente a minha vida a Cristo e à luta da vida", adicionou.
No dia 20 de Setembro deste ano, António pôde estar perto do Papa Francisco, na audiência privada que o Pontífice concedeu aos participantes da Conferência Internacional Mater Care, que aconteceu em Roma.
António não fazia parte da delegação de ginecologistas que cumprimentaria o Santo Padre. Sem audiência reservada nem inscrição feita, decidiu viajar para Roma para participar da Conferência.
Horas antes de apanhar o avião, passou pelo seu consultório e "como um robô", conforme explica, dirigiu-se à cadeira dos pacientes para olhar debaixo dela. Encontrou aí uma imagem de 1999 da Virgem de Luján, a padroeira da Argentina, país natal do Papa Francisco.
Nesse instante, compreendeu que devia levar a imagem consigo e voar mais decidido que nunca até Roma.
"Ao chegar à Sé de Pedro - conta - encontrei-me com um Bispo, disse-lhe que percorri 800 quilómetros até chegar ali e que trazia comigo as ferramentas do aborto para deixá-las ao Papa. A Virgem esteve comigo".
O médico deve a imagem da Virgem de Luján a uma paciente argentina que há muitos anos a deixou lá. A mulher queria abortar, mas ele dissuadiu-a e hoje em dia "é profundamente feliz com o seu filho".
No seu rápido encontro com o Papa lhe disse: "Santo Padre eu já não faço mais abortos, estou a favor da vida, queria uma bênção para os médicos que querem fazer uma equipa de saúde a favor da vida".
O ginecologista entregou-lhe nesse instante uma bolsa com o material cirúrgico, e o Papa disse-lhe: "Esta noite farei uma oração. Isto, tenho que levar comigo para o meu quarto na Santa Marta". Depois, impôs-lhe as mãos e disse-lhe: "Você está abençoado e lute pela vida".
António Oriente explica que com este gesto, "os instrumentos da morte foram abandonados aos pés do sucessor de Pedro na Terra, tal como a morte fica aos pés de Jesus, a favor da vida".
adaptado de acidigital
adaptado de acidigital
2 comentários:
Obrigado, João!
Parabéns ao médico escolhido por DEUS á abandonar a morte e cuidar da vida. DEUS SEJA LOUVADO. AMEM
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