domingo, 7 de dezembro de 2014

Unisex: a criação do homem sem identidade

"Unisex - A criação do homem sem identidade" é o título do ensaio escrito por Gianluca Marletta e Enrica Perucchietti. Um título interessante para explicar o que é realmente essa ideologia de género que está a ser imposta cada vez mais e esclarecer quais são os seus objectivos e que tipo de mundo ela está preparando para as novas gerações. Conversamos com um dos autores, Gianluca Marletta, professor de literatura, estudante de antropologia e autor de inúmeros ensaios de sucesso.

Profº Marletta, estamos a caminhar para a criação de um novo homem "sem identidade"?

Marletta: "A caminhar" talvez não seja a frase mais exacta: não estamos a caminhar, mas sim "a ser empurrados"... Não há muito de espontâneo em alguns processos culturais. Aqui temos simplesmente o envolvimento gigantesco de poderes, autoridades políticas e, especialmente, colossos económicos que, dia após dia, nos empurram para uma "reformulação" da própria ideia de humanidade. Uma humanidade que eles querem que seja desestruturada e desprovida de toda a forma de identidade. 

O que estão tentando criar é uma redefinição de homem, o mais desprovido possível de pontos de referência e de apoio, como a religião, a família, mais do que a identidade sexual... É por esta razão que é tão forte, em certos círculos, uma ideologia como a de género, que propõe a aniquilação da identidade, uma sexualidade fluida, ambígua e polimórfica, a negação do dado objectivo da natureza.

Como é que nasceu a ideologia de género e quais são as etapas desse projecto de aniquilar as diferenças?

Marletta: A ideologia de género nasceu nos Estados Unidos nas décadas de 1950 e 1960 e, pelo menos inicialmente, não era nada mais que a ideologia de referência de alguns grupos de feministas e do nascente movimento homossexual. A ideologia de género afirma que não existe uma identidade sexual definida no ser humano, mas que os chamados "géneros" (masculino, feminino, gay, lésbica, transgénero) são apenas manifestações de uma sexualidade "fluida" e naturalmente "polimorfa" (não é por acaso que John Money, o verdadeiro pai da ideologia de género, também era cirurgião especializado em operações de "mudança de sexo", que ele recomendava e fazia inclusive em pacientes menores de idade e até mesmo em crianças). 

Até a década de 1970, a ideologia ficou restrita a nichos, mas começou a “colonizar” os “andares superiores” da política norte-americana no governo de Bill Clinton. Dali ela entrou na ONU como ideologia de referência das grandes “quermesses” internacionais de saúde reprodutiva (não é coincidência que, naquele período, o termo "sexo" foi expurgado dos documentos oficiais e substituído pelo termo "género").

Estamos a assistir hoje a uma campanha social, antropológica e mediática destinada a reforçar a ideologia de género. Quem orquestra tudo isso e com que estratégias?

Marletta: No Ocidente, a mobilização em prol da ideologia de género é impressionante hoje em dia: é uma operação de manipulação em massa sem precedentes, realizada com todos os meios disponibilizados pelos media, pela propaganda e pela política. Os grandes financiadores são, com certeza, a Fundação Rockefeller (que já era a principal financiadora de todas as campanhas pró-aborto nas décadas de 1970 e 1980), os grupos ligados ao magnata George Soros, além de grandes fundos e institutos económicos do mundo ocidental, entre os quais a Motorola, a Kodak, o Goldman Sachs, o JP Morgan, a Fundação Ford. Na nossa opinião, o objectivo desta mobilização sem precedentes é o projecto de uma "nova ordem mundial", tão caro aos poderes ocidentais, que, necessariamente, implica uma redução ou dissolução das identidades tradicionais. Destruir as identidades (religiosas, humanas, sociais) para criar um perfeito "melting pot": parece que é este o objectivo de certas elites.

Há relações entre a ideologia de género e a pedofilia?

Marletta: De acordo com John Money e com os ideólogos do género, a pedofilia é apenas uma expressão particular de uma sexualidade polimorfa, que deve ser "experimentada em todos os níveis e em todas as idades", e, portanto, deveria ser aceite. Os actuais promotores da ideologia de género não dizem isso em público, acho eu, apenas por uma questão de "oportunidade" e porque, do ponto de vista deles, os tempos ainda não estão “maduros”... De resto, na América do Norte, há anos que uma organização declaradamente pró-pedofilia, a NAMBLA (North America Man​​/Boy Love Association) desfila nas paradas do orgulho gay. E até hoje, o clube mais importante de "cultura homossexual" de Roma é dedicado a um certo Mario Mieli, que, nos seus livros, defendia a pedofilia a ferro e fogo como "expressão de liberdade".

E qual é o propósito do vosso livro?

Marletta: Essencialmente, informar as pessoas sobre um tema de grande actualidade e, infelizmente, pouco conhecido. É preciso entender o que é a ideologia de género, o que ela procura, quais são os seus objectivos, para entendermos que tipo de mundo está a ser preparado para nós e para os nossos filhos.

in Zenit


blogger

Sem comentários: