Fala-se nestes dias muito de amor de tal forma ensurdecedora que não o reconheço.
O amor, na minha experiência, não é orgulho mas discrição, dá-se sem se querer fazer notar todos os dias, a cada dia, em cada gesto, em todos os gestos.
O amor é mais trabalho que festa. É trabalho que é festa.
O amor é mais pequeno que grande. Quando mais pequeno, mais grande fica.
O amor é humilde. Não exige direitos, não dá opinião, não argumenta, não quer ter razão.
O amor silencia e não exalta. É mais silêncio que palavra.
O amor é ordeiro. É acção ponderada e livre, é escolha e compromisso, é obediência.
O amor é sacrifício, tantas vezes pouco colorido e difícil de viver.
O amor é paciente. Encontra, conhece, espera e aprende.
O que for que se anda a festejar, se é amor, não o reconheço.
Inês Dias da Silva in Povo
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