terça-feira, 28 de junho de 2022

Fátima e a acção libertadora da Confissão

No Jardim das Oliveiras, Jesus fez o exame de consciência da humanidade. Todos os pecados dos homens de todos os tempos, toda a fealdade, a vergonha, os horrores e os sofrimentos, as dores e as tristezas, para pagar pelos crimes da humanidade: este foi o exame de consciência do género humano, sofrido por Jesus com tamanha angústia mortal que o fez suar sangue até banhar-lhe o corpo e a terra.

Contemplando Jesus a suar sangue no Jardim das Oliveiras, deveríamos abrir os nossos olhos para a realidade do pecado, para nos horrorizarmos e chorar lágrimas de sangue, como as que chorava São Francisco de Assis.

Recordemos o clamor materno de Nossa Senhora em Fátima: "Não ofendam mais o Senhor nosso Deus!". O pecado é o sofrimento de Jesus. Os seus tormentos e as suas gotas de sangue são todos os nossos pecados. Se pensássemos seriamente sobre isto, não ficaríamos tão indiferentes nem nos tornaríamos tão facilmente escravos do pecado.

Uma vez, olhando para um crucifixo, a pequena Jacinta de Fátima perguntou a Lúcia:
- Porque é que Nosso Senhor está assim, pregado numa cruz?
- Porque ele morreu por nós.
- Então conta-me como foi.

E Lúcia contou a Jacinta toda a Paixão e Morte de Jesus. “Ao ouvir narrar os sofrimentos do Senhor, a pequenina comoveu-se e chorou... Chorou amargamente e dizia: ‘Pobre Jesus! Eu não vou cometer nenhum pecado! Eu não quero que ele sofra mais!’”.

A dor e o propósito de Jacinta são o fruto de um verdadeiro exame de consciência. A dor sincera leva a não cometer mais pecados para não ferir Jesus e não o fazer sofrer.

Por outro lado, o pecado é também a causa de muitos castigos e problemas que afligem a humanidade. Lembremo-nos do que Jesus disse ao paralítico depois de curá-lo: "Vai e não peques mais, para que não te suceda coisa pior" (Jo 5,14).

Na segunda aparição, Lúcia pediu a Maria pela cura de uma pessoa doente, e Nossa Senhora disse: "Se ela se converter, ficará curada ainda este ano". Faltas e pecados são a causa dos nossos males e castigos. Na terceira aparição, Nossa Senhora também disse: "Se os homens não pararem de ofender a Deus, explodirá uma nova e mais terrível guerra... Deus... punirá o mundo pelos seus crimes com a guerra, com a fome, com a perseguição contra a Igreja e contra o Santo Padre".

Os pecados são a perdição do mundo. Se amamos a humanidade, paremos de pecar. Nós temos que lutar contra todo o pecado, em especial através da penitência, e da penitência sacramental, isto é, a confissão.

A confissão é o sacramento do perdão, que destrói os nossos pecados. Quem odeia o pecado, ama a confissão, porque bem sabe que a confissão apaga a própria sombra do pecado na alma. Mais: sabe que a confissão torna a alma pura e resplandecente e muito querida a Jesus.

Na vida de Santo António de Pádua, lemos que um dia foi até ele um grande pecador que se queria confessar. O arrependimento sincero, no entanto, fazia chorar o pecador tão irrefreavelmente que ele nem sequer podia contar os seus pecados. O santo disse-lhe então: "Veja: vá escrever os seus pecados e volte para os ler". O penitente obedeceu e foi escrever os seus pecados numa folha de papel. Voltou até ao santo, ajoelhou-se aos seus pés e começou a ler a lista de pecados. E qual não foi a sua surpresa ao perceber que, terminada a leitura e recebida a absolvição sacramental, a folha em que tinha escrito os pecados tinha-se tornado toda branca!

Este é o resultado da confissão sincera dos pecados: a alma é lavada pelo Sangue divino de Jesus e fica iluminada pela graça. Por esta razão, São Francisco de Assis confessava-se três vezes por semana, e muitos outros santos se confessavam até diariamente.

Nós, além da confissão no primeiro Sábado de cada mês, não nos devemos esquecer da confissão todas as semanas, de acordo com a mais sadia e sábia norma da verdadeira vida cristã. Sem a confissão frequente, semanal, nunca amadurecerá em nós a dor do pecado e o crescimento do amor puro diante do sofrimento de Jesus e do Coração Imaculado de Maria circundado de espinhos.

Virtudes a praticar: a dor do pecado.

Pe. Stefano Manelli

O Pe. Stefano Manelli, fundador da ordem religiosa dos Frades Franciscanos da Imaculada, é um dos autores católicos que mais livros venderam. Os seus escritos foram impressos em milhões de cópias, e vários foram traduzidos para diversos idiomas. Entre os de maior circulação, "A devoção a Nossa Senhora", "Jesus Eucarístico Amor" e "Maio, Mês de Maria".

in Zenit



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1 comentário:

Maria José Martins disse...


E com o objetivo de somente reforçar tão BELA MENSAGEM, mais uma vez transcrevo as palavras literais de Jesus, sobre o mesmo tema, segundo a Obra : "O Evangelho como me foi revelado", de Maria Valtorta.
Nela podemos verificar, que o Sofrimento de Jesus aumentava gradualmente, à medida que o tempo de consumar a Sua Paixão se aproximava...

Diz Jesus:"(...) Chegou a hora da Minha Paixão e, para torná-la mais completa, o Pai Me retira a Luz aos poucos, à medida que Ela Se aproxima. Daqui a pouco, só terei trevas e a contemplação do que elas são, isto é, DE TODOS OS PECADOS DOS HOMENS... Ninguém, a não ser quem for chamado por Deus, para uma Missão Especial, compreenderá este sofrimento, dentro do grande sofrimento, que é a Paixão. E, visto que o Homem é MATERIAL, tanto no amar como no meditar, haverá quem chore e sofra pelas torturas do Redentor, mas sem conseguir medir a TORTURA ESPIRITUAL que--acreditai, vós, que Me ouvis--será A MAIS ATROZ DE TODAS...(...)"
"(...)Os fantasmas já começam a surgir dos nevoeiros de Satanás. Em Mim, ele procura achar vileza , desobediência e dor. Em vós, ele criará desilusão e medo. Aos outros, não medrosos, ele dará delinquência e apoderamento. Mas, aos que já são SEUS--de Satanás--, ele dará uma PERVERSÃO SOBRENATURAL: A perfeição deles no Mal será tal, que superará as possibilides humanas e tentará chegar à perfeição sobre-humana!(...)

Realmente, é como Nossa Senhora já desabafou, numa das Suas Mensagens: "Se o Homem refletisse mais sobre a Paixão de Jesus JAMAIS conseguiria pecar...

E também faço jus às palavras de D. Carlos Azevedo que disse, há pouco, numa entrevista: "Haveria muito menos Psiquiatras, se as pessoas se confessassem mais..."