terça-feira, 31 de maio de 2022

Maria é a Medianeira de TODAS as graças?

Jesus e Maria - o Novo Adão e a Nova Eva - concedem graças à Humanidade

Maria é a Medianeira de Todas as Graças? Esta é uma questão de duas partes. Primeiro, Maria é "medianeira"? (o sufixo latino -tor denota o agente masculino e o -trix latino denota o agente feminino - como embaixador e embaixatriz Mediador e Mediatriz [N.T.: no português tradicionalmente usa-se medianeira em vez de mediatriz]) Segundo, se ela é uma medianeira, é medianeira de todas as graças?

Maria é uma medianeira?
Antes de falar sobre este nome, é importante confirmar logo no início que a mediação de Maria não viola as palavras de São Paulo no que toca ao sacerdócio medianeiro de Jesus Cristo, quando escreve:
“Porque só há um Deus, e só há um Mediador entre Deus, e os homens que é Jesus Cristo homem” (1Tim 2, 5)
Cristo é o único mediador entre Deus e os homens porque Ele é totalmente Deus e totalmente homem. Visto que Ele se ofereceu a Si mesmo como um sacrifício perfeito a Deus, só Ele sozinho pode redimir a humanidade do pecado.

No entanto, São Lucas recorda que Santo Simeão profetizou a Maria que também ela iria sofrer com o Seu divino Filho.
“e será esta uma espada que trespassará a tua alma, a fim de serem revelados os pensamentos que muitos terão escondidos nos corações” (Lucas 2, 35).
Os Padres da Igreja identificaram a "espada que trespassará" a alma de Maria como o momento em que Maria viu o seu Filho morrer na cruz, e ainda mais quando pegou nos braços o Seu corpo frio e sem vida.

A sua presença silenciosa e materna, em conjunto com o sacrifício do sumo sacerdócio de Cristo, envolve-a no sacrifício de Cristo de uma maneira única. Considerem isto: o Filho de Deus adquiriu a Sua carne e sangue a partir da carne e do sangue dela. Jesus pôde morrer por nós porque ela Lhe deu um corpo.

Jesus e Maria na cruz são o Adão e a Eva redemptores. Eva uma vez olhou para uma árvore para obter o fruto contra a lei. Agora Maria, como a Nova Eva, olha para a árvore onde está "o fruto do Seu ventre". Ela não clama pelos direitos deste Fruto, mas oferece-O com toda a vontade ao Pai. O Novo Adão está suspenso na madeira por cada pecador. A Nova Eva fica lá em tristeza.

A mediação de Maria é baseada na sua íntima união e consentimento à Paixão e Morte de Cristo. Mais ainda, encontramos na Escritura que Jesus vem ao mundo através de Maria, literalmente. Sta. Isabel e o seu bébé, S. João Baptista, enchem-se do Espírito Santo quando Sta. Isabel ouve a voz de Maria. Jesus faz o Seu primeiro milagre em Caná sob o pedido de Maria. E mais, Maria está presente no Pentecostes, quando o Espírito Santo desce sobre o Apóstolos. Tal como a voz de Maria foi o instrumento que levou a graça a Sta. Isabel, também Maria é o instrumento pessoal pelo qual as graças fluem de Cristo para nós. S. Bernardo de Claraval chamava-lhe "aqueduto de graça".

A Festa Litúrgica: Medianeira de Todas as Graças
Em 1921, o Papa Bento XV, respondendo a petições de bispos da Bélgica, estabeleceu o dia da festa anual de "Maria Medianeira de Todas as Graças". Esta festa foi incluída no Missale Romanum sob o título "Omnium Gratiarum Mediatricis" para a data de 31 de Maio. Se tiverem um Missal em Latim pré-conciliar, normalmente conseguem encontrá-la lá (procurem a Missae pro aliquibus locis). Dois dos meus missais incluem a festa.

A primeira leitura para esta festa é Isaías 55, 1-5 e o Gradual é a famosa passagem de Eclesiástico: "Eu sou a mãe do amor formoso, do temor, da ciência e da santa esperança. Em mim está toda a graça do caminho e da verdade, em mim está toda a esperança de vida e de virtude.” (Sir 24, 24-25) A leitura do Evangelho para a festa são os acontecimentos da paixão mariana de João 19, 25-27.

A inclusão por Bento XV de uma festa para "Maria Medianeira de Todas as Graças" tornou a doutrina popular. Quando começou o Concílio Vaticano Segundo (1962), havia uma pressão entre os bispos para declarar formalmente a Santíssima Virgem Maria como "Medianeira de Todas as Graças". Esta tentativa acabou por ser reformulada e ela acabou por ser declarada como "Mãe da Igreja", um título mais suave, mas também bonito. Foi preferido "Mãe da Igreja"  visto que definia a verdade de uma forma mais eclesial.

Podem encontrar esta definição de "Mãe da Igreja" no Capítulo 8 da Lumen Gentium. Ainda assim, a Lumen Gentium 8 acaba por referir-se a Maria Imaculada como "advogada, auxiliadora, socorro, medianeira". Notavelmente, o qualificador "de Todas as Graças" não foi incluído no texto final da Lumen Gentium, apesar de ter sido proposto.

Será que o Papa Bento XV foi longe demais?
Portanto, é matéria de fé que a nossa Santíssima Mãe é uma "Medianeira"... mas será ela a "Medianeira de Todas as Graças"? A maior parte dos Católicos não têm problema com o título "Medianeira", no entanto eu reparo que alguns Católicos vacilam quando ouvem "Medianeira de Todas as Graças." O Papa Bento XV foi longe demais ao adicionar "de Todas as Graças"?

O título completo a incluir "todas as graças" é controverso. Alguns protestam que Maria não poderia nunca ser a medianeira de todas as graças no Antigo Testamento, visto que ainda não existia. Mais ainda, podia ela ser a medianeira de todas as graças enquanto ainda estava na terra? Será que ela só ficou medianeira de todas as graças depois do Pentecostes ou, talvez, apenas depois da sua gloriosa Assunção? E ainda assim, será que ela é medianeira  tanto das graças actuais como da graça sacramental? Isto é, as graças do baptismo e da Sagrada Eucaristia passam pelas mãos dela?

Duas questões difíceis relacionadas com "de todas as graças"
Estas perguntas, essencialmente, levantam duas questões difíceis:
1) Quando é que Maria se tornou a medianeira de todas as graças. Desde sempre? Na Imaculada Conceição? Na Crucifixão? No Pentecostes? Na Assunção?
2) Quando dizemos "todas as graças" queremos dizer "cada graça" ou "todos os tipos de graça" ou "todos os tipos de graça actual"?
Vou revelar a minha posição logo de início. Eu sou pela posição extrema. Insisto que ela é a medianeira de cada graça que alguma vez foi dada à humanidade, de Adão até ao último instante de tempo. É verdade que ela ainda não existia, no entanto ela é a medianeira de todas essas graças.

O Novo Adão como Mediador. A Nova Eva como Medianeira.
Como é que se pode dizer tal coisa? O argumento depende da antiga reputação de Nossa Senhora como a Nova Eva e da reputação de Cristo como Novo Adão. Cada graça é absolutamente mediada através de Cristo, visto que ele é totalmente Deus e totalmente homem. Ele é necessariamente e absolutamente o mediador da humanidade. No entanto, Ele medeia esta graça para a humanidade por virtude da Sua Encarnação e da Sua morte e através do Espírito Santo.

Já Maria, como Nova Eva, foi o instrumento da Encarnação e tinha o papel primário na Crucifixão e na descida do Espírito Santo no Pentecostes. Descobrimos assim que a Escritura a liga com estes três momentos da mediação absoluta de Cristo.

Sabemos também que todas as graças do Antigo Testamento foram mediadas em antecipação da Encarnação e Morte de Cristo. Visto que a carne de Maria e a sua cooperação são necessárias para a Encarnação e Morte de Cristo, estas graças também são mediadas com o seu papel em mente. É por isso que o Papa Pio IX diz que o decreto da predestinação de Cristo é um só com o de Maria.

Ou seja, as graças do Antigo Testamento foram mediadas à luz dela, ainda que não directamente concedidas por ela. Aqui distinguimos o termo "mediar" do termo "conceder". Maria Imaculada tem sido sempre a Medianeira de Todas as Graças, mas tornou-se Dispenseira de Todas as Graças na sua gloriosa Assunção.

Ainda se podia tomar uma opção mais extrema e dizer que Maria se tornou a Dispenseira de cada graça a partir do momento da sua Imaculada Concepção. Isto iria precisar que desde o seu primeiro momento ela teve uma enorme infusão de conhecimento mesmo ainda na barriga de Santa Ana. Eu não tenho bem a certeza de que isto tenha acontecido, no entanto não culparia ninguém que pensasse assim. Parece que Santo Afonso Maria de Ligório possa ter tido esta posição, no entanto não consigo perceber bem (ficaria agradecido se algum afonsista me ajudasse neste ponto.)

E no que toca à Escritura?
Sabemos que a santificação e confirmação na graça de São João Baptista enquanto ainda estava na barriga de sua mãe aconteceu através da mediação da voz de Maria. “Porque assim que chegou a voz da tua saudação aos meus ouvidos, logo o Menino deu saltos de alegria no meu ventre.” (Lucas 1, 44)

Tanto as liturgias gregas como as latinas aplicam Eclesiástico 24 como a profecia da Santíssima Virgem Maria. A passagem diz "Eu sou a mãe do amor formoso, do temor, da ciência e da santa esperança. Em mim está toda a graça do caminho e da verdade, em mim está toda a esperança de vida e de virtude.” (Sir 24, 24–25) Maria é a "Mãe do Amor Formoso" e nela "está toda a graça." Portanto, aqui está uma profecia do Antigo Testamento sobre o título de Maria como Medianeira de Todas as Graças.

Como se disse acima, a presença de Nossa Senhora na Concepção, Natividade, Vida, Morte e Ascensão do Senhor e depois Pentecostes revelam o seu cargo de mediação abaixo de Cristo.

Maria medeia a Graça Sacramental?
No que toca à graça sacramental, Santo Cirilo de Alexandria, quando falava aos Padres do Concílio de Éfeso (AD 431) disse que a graça do baptismo, confirmação e sagradas ordens chegam à Igreja através de Maria.

Pensem simplesmente nos sete sacramentos e vão ver que isto faz sentido:
  1. Baptismo remove a mancha de Eva (Maria é a Nova Eva), dá-nos o Espírito Santo (o Esposo de Maria) e une-nos à morte e ressureição de Cristo (Maria medeia sob a cruz)
  2. Confirmação é o sacramento que confere a graça do Pentecostes a cada um de nós. Maria é a Esposa do Espírito e estava presente no Pentecostes.
  3. Sagrada Eucaristia é o Corpo e Sangue de Cristo. Esta carne e sangue do Logos Eterno vieram do ventre da Santíssima Virgem Maria. Não há Mãe humana? Não há Corpo e Sangue.
  4. Penitência é a aplicação do mérito e sangue de Cristo ao pecador. A presença mediadora de Maria sob a Cruz confirma o seu papel neste sacramento.
  5. Extrema Unção é o sacramento que prepara o fiel para a morte. Cristo deu a Maria domínio sobre a "hora da morte" e sobre o Purgatório devido ao seu desejo de morrer uma morte humana, mesmo tendo permanecido sem pecado. Ela queria morrer para se identificar mais perfeitamente com Cristo. Isto também é previsto por Ben Sirá: “Penetrarei em todas as partes da terra, visitarei todos aqueles que dormem, iluminarei todos os que confiam no Senhor. ” (Sir 24, 45)
  6. As Sagradas Ordens são o mistério do sacerdócio e Cristo tornou-se o Sumo Sacerdote da Humanidade por virtude da Sua Encarnação. No entanto, Maria era absolutamente necessária para a Sua chegada à natureza humana. Não havia Mãe? Não havia Encarnação? Mais uma vez, a presença de Maria na Cruz confirma o seu papel aqui, visto que Cristo exerceu manifestamente o Seu sacerdócio na Cruz.
  7. Santo Matrimónio foi elevado à dignidade de sacramento nas Bodas de Caná. O milagre de Cristo e a bênção nas Bodas de Caná ocorrem por mediação directa de Maria. Assim, também ela é medianeira da graça sacramental do Santo Matrimónio.
Portanto, é fácil ver que a Escritura liga Maria a todos os sete sacramentos. Enquanto que alguns se opõem à posição de que Maria é a medianeira da graça sacramental, eu vejo todas as razões para afirmar que ela é a medianeira da graça sacramental.

Em suma, confirmámos o seguinte:
  1. A mediação de Maria não entra em conflito com a mediação de Cristo, mas é a forma mais alta de sub-mediação abaixo de Cristo. Ela é o aqueduto que traz a graça e méritos infinitos de Cristo.
  2. O Papa Bento XV instituiu a festa litúrgica de Maria, Medianeira de Todas as Graças.
  3. A mediação universal de Maria está vinculada pelo seu nome de Nova Eva. Cristo é o Novo Adão e o seu trabalho redentor é universal. Consequentemente, a sub-mediação de Maria é universal.
  4. Todas as graças, mesmo aquelas do Antigo Testamento são mediadas através do ministério do Novo Adão e da Nova Eva. Apesar de Maria ainda não existir, as graças antes do Novo Testamento foram dadas em expectativa de um Novo Adão e de uma nova Eva - Jesus e Maria.
  5. Mesmo as graças sacramentais são mediadas e aplicadas por Maria Imaculada. A Sagrada Escritura mostra que as graças e dons associados a cada sacramento (ex: o derrame do Espírito Santo na Confirmação) foram conquistados através de Maria (ex: quando Isabel e João Baptista se encheram com o Espírito Santo).
Taylor Marshall



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4 comentários:

Maria José Martins disse...

(...) Tudo, tudo, tudo, mas compreendei de uma vez, vós tereis por Maria! Deveis amá-La e bendizê-La, a cada respiração vossa.

(...) O Homem, dotado de uma alma racional, é uma capacidade que Deus enche de Si. Maria, a mais Santa de todas as criaturas, depois de Cristo, foi uma capacidade cheia de Deus, até O transbordar sobre os irmãos em Cristo de todos os séculos e pelos séculos dos séculos, em Suas Graças e Misericórdias.
Ela pssou para o outro lado submersa nas ondas do Amor e, agora no Céu, tornou-Se um oceano de Amor que transborda, sobre os filhos que Lhe são fiéis, Suas ondas de Caridade...para a Salvação Universal de todos os homens!--Palavras de Jesus na Obra: "O Evangelho como me foi revelado", de Maria Valtorta.

Eduardo disse...

O mundo concede que Deus é homem; essa admissão custa-lhe pouco, porque Deus está em toda a parte e (por assim dizer) é todas as coisas, mas o mundo detesta reconhecer que Deus seja Filho de Maria. Não o suporta porque isso põe-no imediatamente em confronto com um facto sério que viola e desfaz o seu modo incrédulo de ver as coisas. Assim, a verdade revelada assume inesperadamente a sua verdadeira forma e acolhe uma realidade histórica e o Omnipotente é introduzido num mundo que é seu, num tempo determinado e de um determinado modo. Desfazem-se os sonhos e a verdade divina deixa de ser uma expressão poética ou um piedoso exagero, uma visão mística ou uma representação mítica...(Cardeal Newman)




Maria José Martins disse...


Há um mês, ouvi da boca de um Sacerdote, e de quem tenho as melhores referências, numa homilia, que Nossa Senhora não passa da Serva de Deus, em Sua humildade e que, por isso, a devemos invocar assim, pois, os títulos de Rainha não passam de expressões populares de alguns Santos, cujo amor por Ela era muito grande...
Ora, sabendo nós, o quanto certa fação da nossa atual Igreja está a ser "minada" por heresias Protestantes, não resisto em colocar aqui, mais um excerto da tão famigerada Obra, de Maria Valtorta, que cada vez mais me faz ACREDITAR, o quanto estamos a perder, por não ser devidamente divulgada, como Jesus pediu, uma vez que a Sua intenção, tal como Ele refere, é aletar-nos para todas estas possíveis dissidências...
Diz Nossa Senhora:
(...) "A Minha humildade não podia deixar-me pensar que tanta Glória me estivesse reservada no Céu. O Meu pensamento era quase a certeza de que a Minha carne humana, tornada Santa por ter trazido Deus, não teria conhecido a corrupção, porque Deus é vida e quando enche de Si uma criatura, esta ação é um aroma perservador, da corrupção que se segue à morte. Eu não só havia ficado IMACULADA, Unida a Deus, com um casto e fecundo abraço, mas fiquei CHEIA DELE, desde as profundezas do Meu Ser, com as emanações da Divindade escondida no Meu Seio(...)
E diz Deus Pai: "Eis aqui o testemunho do Meu Amor pelo Homem, ao qual Eu quis dar um organismo perfeito e uma sorte feliz de Vida Eterna no Meu Reino. Eis o testemunho do Meu perdão ao Homem, ao qual, pela Vontade do Amor Trino, concede a reabilitação e uma nova Criação, diante dos Meus olhos. Esta é a mística pedra de toque e o anel de União entre Deus e o Homem. Aquela que Me faz lembrar dos tempos dos primeiros dias, e dá aos Meus olhos divinos a alegria de contemplar uma Eva como a que Eu Criei, mas que agora Se tornou mais bela e Santa, porque é Mãe do Meu Verbo, e mártir do maior dos perdões.
Pelo Seu Coração Imaculado, que NUNCA conheceu mancha alguma, nem mesmo a mais leve, Eu abro os tesouros dos Céus e, para a Sua Cabeça, que NUNCA conheceu soberba, Eu faço do Meu fulgor uma grinalda, E A CORÔO, pois, para Mim, Ela é Santíssima, a FIM DE QUE POSSA SER VOSSA RAINHA!(...)"




Eduardo disse...

Ainda sobre Maria continua o cardeal Newman: " Maria é nossa mãe por nomeação divina. Foi-nos dada do alto da cruz; a sua presença está no céu, não na terra. O seu nome não aparece quando se administram os sacramentos. A sua obra não corresponde a um ministério directo; o seu poder é indirecto. São as suas orações que nos ajudam e são eficazes...não é ela quem ouve as nossas súplicas por um poder inato ou por um dom pessoal; Deus revela-lhe as orações que lhe dirigimos. Quando Moisés estava no monte, o Omnipotente revelou-lhe a idolatria do povo no sopé da montanha, para que ele pudesse interceder por eles. A presença divina é o poder de mediação através do qual chegamos a ela e ela até nós. Quem nos acusa de fazermos de Maria uma divindade nega, por isso mesmo, a divindade de Jesus. Quem assim fala não sabe o que é a divindade. Nosso Senhor não pode orar por nós como o faria uma criatura nem como ora Maria; Ele não pode inspirar os sentimentos que uma criatura humana inspira. Maria, na sua qualidade de criatura, possui um direito natural à nossa simpatia e confiança, pela simples razão de que ela é semelhante a nós...como diz um poeta Maria é o único motivo de orgulho da nossa natureza corrompida"