Depois de entrar no santuário, ajoelhou-se para rezar e foi aí que se apercebeu. Lembrou-se de onde conhecia o homem. Saiu apressadamente da igreja e aproximou-se do mendigo. “Eu conheço-te. Não andámos no seminário juntos?”. O homem assentiu. “Então és um sacerdote?”, perguntou ao mendigo. O homem respondeu, “Já não. Caí muito fundo. Por favor deixa-me sozinho.”. O padre estava consciente do seu encontro eminente com o Santo Padre. “Tenho de ir – Rezarei por ti.” O mendigo com a cara familiar respondeu, “Há-de fazer muito bem isso.”
Com isto, o padre deixou o mendigo nos degraus e partiu para o seu encontro. Estas audiências privadas com o Papa são tipicamente muito formais. Há um número de pessoas a quem é concedida uma audiência ao mesmo tempo, e quando o Santo Padre se dirige a ti, o seu secretário entrega-lhe um terço benzido, e o Papa entrega-to. Nessa altura, é comum beijar o anel do Papa e dizer algo sentido, como um pedido para que reze por ti, assegurar-lhe que rezas por ele, ou agradecer-lhe pelo seu serviço à Igreja. No entanto, quando o Papa João Paulo II se aproximou, o padre não pode conter-se e rebentou dizendo “Por favor reze pelo meu amigo.”. Não só isto, mas o padre contou toda a história. O Santo Padre parecia preocupado e assegurou ao padre que rezaria pelo seu amigo. Enquanto continuava, disse algo a um assistente.
Mais tarde nesse dia, o padre recebeu uma chamada do staff do Vaticano. Disseram ao padre que ele e o mendigo – o antigo padre – estavam convidados para jantar com o Papa. Excitado e curioso, correu de volta para a igreja onde havia visto o seu colega de seminário. Apenas lá estavam alguns mendigos, e por sorte (ou graça), o seu antigo colega era um deles.
Aproximou-se do homem e disse-lhe, “Vi o Papa, e ele disse que rezaria por ti. E há mais. Ele convidou-nos para jantar na sua residência privada.”
“Impossível”, disse o homem, “Olha para mim. Estou uma desgraça. Não tomo banho há bastante tempo... e as minhas roupas...” Pressentindo a gravidade da situação (e compreendendo que este mendigo era o seu bilhete de entrada para jantar com o Papa), o padre disse: “Tenho um quarto de hotel onde podes tomar banho e barbear-te, e tenho roupas que te servem”. De novo, por graça de Deus, o padre mendigo concordou. Mais tarde, partiram para o jantar com o Papa.
A hospitalidade foi tremenda. No fim do jantar, mesmo antes da sobremesa, o Santo Padre fez sinal ao padre, que não percebeu o que o Papa pretendia. Finalmente, o secretário do Papa segredou ao padre, “Ele quer que saiamos”, tendo o padre e o secretário deixado o Santo Padre a sós com o mendigo.
Após bastante tempo, o mendigo saiu da sala em lágrimas. “O que se passou aí?”, perguntou o padre. A mais extraordinária e inesperada resposta sobreveio: “O Papa pediu-me que ouvisse a sua confissão”, balbuciou o mendigo. Depois de se recompor, o homem continuou, “Eu disse-lhe: «Santidade, olhe para mim. Sou um mendigo. Não sou um padre.» O Papa olhou para mim e disse: «Meu filho, uma vez um sacerdote sempre sacerdote, e quem de entre nós não é um pedinte. Eu próprio também me apresento perante o Senhor como um pedinte pedindo o perdão dos meus pecados.» Eu disse-lhe que não tinha a minha situação com a Igreja regularizada, e ele assegurou-me que enquanto Bispo de Roma poderia reabilitar-me naquele momento e ali mesmo”.
O homem confessou que havia passado tanto tempo desde que ouvira uma confissão que o Papa teve de o ajudar com as palavras da absolvição. O amigo padre perguntou, “Mas estiveste lá algum tempo. Certamente a confissão do Papa não durou assim tanto!” “Não”, disse o seu amigo. “Mas depois de ouvir a sua confissão, pedi-lhe que ouvisse a minha”. As palavras finais ditas pelo Papa João Paulo II a este filho pródigo vieram na forma de um encargo. O Santo Padre deu ao neo-reconciliado padre a sua primeira incumbência: ir e ministrar os sacramentos aos sem-abrigo e mendigos nos degraus da igreja de onde acabara de vir.
E assim, meus caros amigos – o meu presente para vós nesta Missa é partilhar convosco esta dádiva que nós Católicos temos... o dom do Sacramento da Reconciliação. A Confissão é o antídoto para o pecado nas nossas vidas. (...) Muitas pessoas perdem fé em Deus quando vêem o mal e desastres naturais no mundo. Sentem que, se Deus é realmente presente e nos ama, Ele não poderá permitir o mal. Este sentimento torna-se mais forte quando vêem crianças e pessoas inocentes a sofrer. No entanto, não é Deus, mas é o pecado... incluindo os nossos pecados, que produz os males do mundo.
O pecado resulta do egoísmo e o egoísmo causa dor aos outros. Mesmo desastres naturais, aos quais algumas pessoas se referem como “actos de Deus”, são um resultado do nosso pecado. Lembrai-vos do que João Paulo II disse ao padre mendigo: “Eu próprio também me apresento perante o Senhor como um pedinte pedindo o perdão dos meus pecados”. O Papa vergou-se perante o mendigo em humildade com total consciência do seu pecado.
Alguns que ouvem ou lêem estas palavras não irão à confissão há muito tempo. Alguns não acreditam que precisam da confissão. Alguns aproximam-se do recém-nascido Cristo Menino com pecado grave na sua alma. Alguns não têm sido obedientes aos ensinamentos da Igreja. Alguns não têm sido fiéis na presença na Missa de Domingo. Alguns participaram ou cooperaram com o aborto ou outras acções graves.
Agora, caros amigos, diz-se que o Papa João Paulo II se confessava todas as semanas. Se seguíssemos este exemplo, quantos de nós seríamos santos? Quanto podemos diminuir os efeitos do pecado no mundo.
in catholicmom.com
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