sábado, 10 de agosto de 2019

As (pre)ocupações e a Divina Providência, por S. Francisco de Sales


Em todos os teus negócios, confia unicamente na Providência divina, que só lhes pode dar um bom êxito; age, no entanto, de teu lado, com uma aplicação razoável e prudência, para trabalhares sob a sua direcção. Depois disso, crê-me que, se confias em Deus, o resultado será sempre favorável a ti, seja que o pareça ou não ao juízo de tua prudência.
Na conservação e aquisição dos bens terrestres, imita as crianças que, segurando-se com uma mão na mão de seu pai, com a outra se divertem em colher frutos e flores; quero dizer que te deves conservar continuamente debaixo da dependência e protecção de teu Pai celeste, considerando que ele te segura pela mão, como diz a Sagrada Escritura, para te conduzir felizmente ao termo de tua vida e volvendo de tempos em tempos os olhos para ele, a ver se tuas ocupações lhe são agradáveis; toma principalmente cuidado que a cobiça de ajuntar maiores bens não te faça largar a sua mão e negligenciar a sua protecção, porque, se ele te abandonar, não poderás mais dar um passo sequer que não caias com o nariz no chão.
Assim, Filotéia, nas ocupações ordinárias que exigem muita atenção, pensa mais em Deus que em teus negócios e, se forem de tal importância que ocupem toda a tua atenção, nunca deixes de levantar de vez em quando os olhos para Deus, como os navegantes que, para dirigirem o navio, mais olham para o céu que para o mar. Fazendo assim, Deus trabalhará contigo, em ti e por ti e teu trabalho te trará toda a consolação que dele esperas.
São Francisco de Sales
in Introdução à Vida Devota (Filoteia)


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