Hoje a Igreja celebra a memória de São Francisco de Borja, o Duque Santo.
Desde pequeno era muito piedoso e desejou tornar-se monge, a sua família porém enviou-o à corte do imperador Carlos V. Ali se destacaria acompanhando o imperador em suas campanhas e casando-se com uma nobre portuguesa: Eleonor de Castro Melo e Menezes, com a qual teve oito filhos: Carlos, Isabel, João, Álvaro, Fernando, Afonso, Joana e Doroteia.
Nobre e considerado "grande de Espanha", em 1539 escoltou o corpo da imperatriz Isabel de Portugal ao seu túmulo em Granada. Quando viu o efeito da morte sobre o corpo daquela que tinha sido uma bela imperatriz decidiu "não mais servirei a uma beleza que me possa morrer". Ainda jovem foi nomeado vice-rei da Catalunha, província que administrou com grande eficiência. Quando o seu pai morreu, recebeu por herança o título de Duque de Gandía, então retirou-se para a sua terra natal e aí levaria, com a sua família, uma vida entregue puramente à religião.
Tocado pela graça a propósito daquela cena chocante, Francisco compreendeu a vaidade de toda a glória mundana, e decidiu que se algum dia enviuvasse, se consagraria inteiramente a Deus. Assim de facto aconteceu: enviuvou aos 40 anos de idade, renunciou a todos os seus títulos e bens (em favor de seu primogénito, Carlos) e ingressou na Companhia de Jesus como filho espiritual de Santo Inácio de Loyola, chegando a ser superior geral daquela família religiosa.
Imediatamente, se lhe foi oferecido o título de cardeal. Recusou, preferindo a vida de um pregador itinerante. Seus amigos conseguiram convencê-lo a aceitar o título para aquilo que a natureza e as circunstâncias o haviam predestinado: em 1554, converteu-se no Comissário Geral dos Jesuítas na Espanha, e em 1565, em Superior Geral de toda a Ordem.
Na sua liderança os Colégios prosperaram: de 50 em 1556 passaram a 163 em 1574. Borja promulgou a primeira Ratio Studiorum em 1569. Iniciou-se a remodelação da Igreja de Jesus, em Roma. O Superior Geral seguiu de muito perto a evolução da Contra-reforma na Alemanha. Muitas fundações jesuítas serviram para reforçar a causa católica.
Deu grande impulso às missões. Uma expedição missionária enviada por ele ao Brasil foi exterminada pelos protestantes em alto-mar (Inácio de Azevedo e seus companheiros mártires, em 5 de Junho de 1570).
Quando elogiado retorquia: "Procurei um lugar para mim na Bíblia e vi que o único que me atreveria a ocupar seria aos pés de Judas, o traidor. Mas não o pude ocupar, porque já lá estava Jesus lavando-lhe os pés." ou "Sou tão pecador que a única coisa que mereço é o inferno."
Morreu, aclamado como o duque santo, em 1572 e foi canonizado em 1671.
PF
3 comentários:
Essa cena de exorcismo (ilustração) é retirada da vida de São Francisco Borja???
Ele era exorcista também?
Bom dia. Eu também gostaria de saber se ele era exorcista. Obrigado.
Mas que diferença de mentalidade existia nesses tempos.
O temor a Deus e o reconhecimento da Sua Grandeza e Bondade era tão bem assimilado que, até os Santos tinham noção da sua miséria.
Hoje, toda a gente é
"perfeita e santa", não precisando de Deus para nada ou então, só em horas de aperto.
E ainda existe, quem ache que estamos melhor!
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