Encarrego-te o bem dever que deves governar e em primeiro lugar te
encomendo a fé cathólica, o temor a Deus, o culto divino nos templos e lugares
sagrados, lembro-te o muito, que deves amar a todos os teus vassalos e que és
rei dos portugueses, os mais honrados e fiéis, que pode haver no mundo e que os
reis de Portugal sempre tratarão vassalos como filhos, encarrego-te que
premeies os bons e castigues os maos e que na administração da justiça te hajas
com grande igualdade, sem attenderes a outros respeitos, mais que aos
merecimento de cada hum, e principalmente de guerra não os dês, senão a quem os
merecer e no que te aconselharem segue sempre o que for justiça e razão.
O que for justiça e razão, justiça e razão! (repetiu) Deixo-te o
reino de Portugal, de que Deos hum dia te háde pedir contas.
Fonte: A.N.T.T. Fundo Arquivistico Casa Real-Aquivo histórico do
ministério das Finanças
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