Capítulo
I. Do Porte e da Atitude de todo o corpo
No porte de uma pessoa é
sempre necessário algo de ponderado e majestoso: mas deve evitar cuidadosamente
tudo o que indica orgulho e altivez de espírito, pois isto desagrada
extremamente a todas as pessoas. O que deve produzir essa
ponderação é somente a modéstia e a sabedoria que um cristão deve manifestar em
todo o seu comportamento.
Como ele é de alto nascimento, porque pertence a Jesus Cristo e é
Filho de Deus, que é o Ser supremo, não deve ter nem manifestar nada de vil no
seu exterior, e tudo nele deve ter certo ar de elevação e de grandeza, que
tenha alguma relação com o poder e a majestade do Deus a quem serve e que lhe
deu o ser, mas que não venha de estima de si mesmo e de preferência aos
outros.
Qualquer cristãos se deve conduzir de acordo com as regras do
Evangelho, por isso deve mostrar honra e respeito a todos os outros,
considerando-os como filhos de Deus e irmãos de Jesus Cristo, e ao
considerar-se como um homem carregado de pecados, deve humilhar-se
continuamente, e colocar-se abaixo de todos. Ao estar em pé, deve-se manter o
corpo erecto, sem o inclinar para um nem para outro lado, e não se curvar para
frente como um ancião que não se consegue aguentar.
Também é muito indecente endireitar-se com afectação, apoiar-se
contra uma parede ou contra qualquer outra coisa, contorcer o corpo e
alongar-se com indecência. Quando se está sentado, não se deve estender-se
preguiçosamente, nem apoiar-se firmemente contra o encosto da cadeira. É
indecente estar sentado baixo ou alto demais, a menos que não se possa fazer de
outra maneira, em geral é melhor estar sentado mais alto do que baixo demais;
mas quando se está em companhia, deve-se dar os assentos mais baixos e mais
cómodos principalmente às mulheres.
Nem o frio nem qualquer outro incómodo ou sofrimento devem
fazer-nos tomar uma postura indecente, e é contra a cortesia manifestar no
exterior que se tem algum incómodo, excepto se não se pode fazer de outra
maneira. Também é sinal de demasiada sensibilidade e delicadeza quando não se
consegue sofrer nada sem o manifestar no exterior.
São João Baptista de La
Salle in 'As Regras de cortesia e Civilidade Cristã'
1 comentário:
E como tudo mudou!
Se, noutros tempos, talvez se exagerasse, em tudo o que se referia à compostura, não porque ela não fosse bonita e necessária, mas, como diz o texto, se não fosse natural, poderia tornar-se ridícula e afetada, hoje, assistimos com a maior das naturalidades, a tudo o que há de mais ABERRANTE, sem que isso afete a nossa sensibilidade; ou se isso acontece, em nome da "liberdade", TUDO é permitido! Desde o vocabulário vulgar ou brejeiro, desde as modas--na roupa--completamente desajustadas à idade, ao momento, ao LUGAR-- porque já, nem nas igrejas, se exige decência ou respeito pelo SAGRADO-- e, até, a falta de PUDOR, em tudo!
E já lá vão mais de cem anos, em que Nossa Senhora nos alertava para essas modas que " A iriam fazer sofrer MUITO, a Deus Pai e a Jesus!"
Realmente, bem precisamos de RENASCER das CINZAS, porque me parece, que doutra forma já não vamos lá...
Ser filhos de Deus, tem muito que se lhe diga, e, hoje, o Homem, como já não consegue reconhecer de onde veio e para onde vai, talvez por isso, se compreenda o porquê de estar cada vez mais cego e embrutecido, ao ponto de perder completamente a noção da sua VERDADEIRA DIGNIDADE, que em tudo deve refletir DEUS, porque fomos feitos à Sua Imagem e Semelhança.
Daí, eu achar muito a propósito todos esses Ensinamentos; não por FACHADA, mas porque espelham a nossa Verdadeira Essência.
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