sexta-feira, 14 de agosto de 2020

14 de Agosto de 1385: um Santo combate em Aljubarrota

Nun’ Álvares Pereira orando antes da batalha
Painel de azulejos de Jorge Colaço (1933), Centro Cultural Rodrigues de Faria. freguesia de Forjães, Esposende.
14 de Agosto de 1385. A Batalha de Aljubarrota é a batalha mais famosa e uma das mais importantes de toda a história de Portugal. 

O Reino de Portugal garantiu a sua independência derrotando o reino de Castela, actual Espanha, apesar de ter muito menos soldados. Castela resolveu atacar precipitadamente por volta das 18 horas, temendo o ataque nocturno, e ao pôr-do-sol a batalha já estava vencida pelos portugueses. A memória desta batalha serviu para acender o fogo em muitos corações portugueses pelos séculos que se seguiram.

Forjou grande parte da nacionalidade lusitana e deu início a uma dinastia que muita glória e honra trouxe a Portugal.

Quem venceu esta batalha contra Castela, actual Espanha, na frente do exército português, foi um dos homens mais poderosos que já viveram em Portugal. E foi também um dos portugueses mais humildes em toda a nossa história: S. Nuno de Santa Maria, o Santo Condestável.

É ele a prova de que é possível ser guerreiro e Santo ao mesmo tempo, e grande devoto de Nossa Senhora em todo o tempo. Não é por acaso que a vitória em Aljubarrota aconteceu na Vigília da Solenidade da Assunção de Nossa Senhora ao Céu.

Na homilia da canonização de S. Nuno, o Papa Bento XVI deixou bem claro que não foram apenas os anos finais da sua vida, que passou no Convento do Carmo em Lisboa enquanto monge carmelita, que contribuíram para a sua santidade. Também os anos em que foi o chefe máximo das forças portuguesas tiveram méritos.

Jaime Nogueira Pinto, no seu livro sobre S. Nuno, descreve bem o momento em que o Santo convenceu o rei, D. João I, a agir rapidamente para enfrentar o exército de Castela em Aljubarrota:


“Nun’Álvares não quebrava. Era audácia e ímpeto mas sobretudo uma grande liberdade de falar a todos, mesmo ao mais poderoso, ao rei. (…) Era um falar e agir firme, mas também sereno, sem crispação, perante os poderosos deste mundo. E leve e alegre, com aquela segurança dos que eram ou se sabiam mensageiros de um Senhor justo e todo-poderoso.” (Jaime Nogueira Pinto - 'Nuno Álvares Pereira', Esfera dos Livros)
Bandeira usada por S. Nuno nas batalhas


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