É preciso preparar os nossos corações e os nossos corpos para militar na santa obediência dos preceitos. E em tudo aquilo que a nossa natureza tiver menores possibilidades, roguemos ao Senhor que ordene à Sua graça que nos preste auxílio. E se, fugindo das penas do inferno, queremos chegar à vida eterna, enquanto é tempo e ainda estamos neste corpo e é possível realizar todas estas coisas no decorrer desta vida, cumpre correr e agir, agora, de forma que nos aproveite para sempre.
Devemos, pois, constituir uma escola de serviço do Senhor. Nesta instituição esperamos nada estabelecer de áspero ou de pesado. Mas se aparecer alguma coisa um pouco mais rigorosa, ditada por motivo de equidade, para emenda dos vícios ou conservação da caridade, não fujas logo, tomado de pavor, do caminho da salvação, que nunca se abre senão por estreito início.
Mas, com o progresso da vida monástica e da fé, dilata-se o coração e com inenarrável doçura de amor é percorrido o caminho dos mandamentos de Deus. De modo que não nos separando jamais do Seu magistério e perseverando no mosteiro, sob a sua doutrina, até a morte, participemos, pela paciência, dos sofrimentos do Cristo a fim de também merecermos ser co-herdeiros do seu reino.
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