Podia dizer-se que, em 1918, a liturgia se assemelhava em muito a um
fresco que, apesar de intacto, estava coberto por reboco. No missal,
segundo o qual o Padre celebrava a Liturgia, a sua forma nascida das
raízes era de forte presença: para os fieis, contudo, ela estava oculta
sob formas e instruções de oração privadas. Através do movimento
litúrgico e, definitivamente, após o Concílio Vaticano II, o fresco foi
posto a descoberto e, por um instante, ficámos fascinados pela sua
beleza, pelas suas cores e formas.
Porém, entretanto, na sequência de
reconstruções e restaurações falhadas e devido a vagas de multidões
afluentes, o fresco encontra-se em grande perigo, ameaçado de ser
destruído se rapidamente não se diligenciar o necessário para pôr termo a
essas influências nocivas. Obviamente não se pode voltar a cobri-lo;
recomenda-se porém, um novo respeito ao lidar com ele, uma nova
compreensão do seu testemunho e da sua realidade, para que a nova
descoberta não se torne o primeiro degrau da definitiva perda.
in Introdução ao Espírito da Liturgia
in Introdução ao Espírito da Liturgia
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