quinta-feira, 16 de junho de 2016

A inspiração de Fulton Sheen

Alguns meses antes da sua morte, o Arcebispo Fulton J. Sheen foi entrevistado pela rede nacional de televisão: “Excelência, milhares de pessoas em todo o mundo são por si inspiradas. Em quem é que Vossa Excelência se inspirou? Foi nalgum Papa?”. 

O Arcebispo Sheen respondeu que a sua maior inspiração não foi um Papa, um Cardeal, ou outro Bispo. Nem sequer um sacerdote ou uma freira. Foi sim, uma menina chinesa de onze anos de idade. 

Explicou que quando os comunistas se apoderaram da China, prenderam um sacerdote na sua própria reitoria, perto da Igreja. O sacerdote observou assustado, da janela, como os comunistas invadiram o templo e se dirigiram ao presbitério. Cheios de ódio profanaram o tabernáculo, pegaram na píxide e, atirando-a ao chão, espalharam as hóstias consagradas. 

Eram tempos de perseguição e o sacerdote sabia exactamente quantas hóstias havia na píxide: trinta e duas. 

Quando os comunistas se retiraram, não se aperceberam, ou não prestaram atenção, a uma menina, que rezando na parte detrás da igreja, viu tudo o que ocorreu. À noite, a pequena regressou e, escapando da guarda posta na reitoria, entrou no templo. Ali, fez uma hora santa de oração, um acto de amor para reparar o acto de ódio. Depois da sua hora santa, entrou no presbitério, ajoelhou-se, e inclinando-se para frente, com a língua recebeu Jesus na Sagrada Comunhão.

A menina regressou a cada noite, fazendo sempre a sua hora santa e recebendo Jesus Eucarístico na língua. Na trigésima segunda noite, depois de haver consumido a última hóstia, acidentalmente fez um barulho que despertou o guarda. Este correu atrás dela, agarrou-a, e golpeou-a até mata-la com a parte posterior de sua arma. 

Este acto de martírio heróico foi presenciado pelo sacerdote enquanto, profundamente abatido, olhava da janela de seu quarto convertido em cela. 

Quando Fulton Sheen ouviu o relato, inspirou-se de tal maneira que prometeu a Deus que faria uma hora santa de oração diante de Jesus Sacramentado todos os dias, durante o resto da sua vida. Se aquela criança pôde dar testemunho com a sua vida da real e bela Presença do seu Salvador no Santíssimo Sacramento então, o bispo via-se obrigado ao mesmo. O seu único desejo desde então seria atrair o mundo ao Coração ardente de Jesus no Santíssimo Sacramento. 

A menina ensinou ao Bispo o verdadeiro valor e zelo que se deve ter pela Eucaristia; como a fé pode sobrepor-se a todo medo e como o verdadeiro amor a Jesus na Eucaristia deve transcender a própria vida.

Professor Felipe Aquino


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