À luz da sua reputação aterradora será por certo uma surpresa, especialmente para quem acredita que milhões de pessoas morreram por causa da Inquisição Espanhola, saber que, durante os séculos XVI e XVII, foram sentenciadas à morte pela Inquisição, em todo o Império Espanhol (que ia da Espanha à Sicília e Perú) menos de 3 pessoas por ano [1].
O que significa que ao longo dos seus infames 345 anos [considerando três breves suspensões], a terrível Inquisição Espanhola foi, anualmente, cerca de catorze vezes menos letal do que as bicicletas infantis [2].
Theodore Beale in 'The Irrational Atheist' (pág. 219)
[1] Henry Kamen, The Spanish Inquisition: A Historical Revision. New Haven: Yale University Press, 1997, pág. 203;
[2] Facts About Injuries To Children Riding Bicycles. Safe Kids Worldwide.
2 comentários:
Se a memória não me atraiçoa, o problema dessa época não era a inquisição religiosa, mas a civil ou estatal, causada pelo governo de então. Para lançar a maior bagunça, muitos apelidam esse governo real de reis... Católicos. Daí até chegar à inquisição como um problema religioso foi só um passinho. Assim se enganou todo o mundo.
Algumas perguntas, pois (por ora) não tenho acesso à fonte citada: quando invocam «pessoas que morreram por causa da Inquisição Espanhola»:
a) estão só a referir-se à actividade em Espanha?
b) e se só é Espanha, inclui também as demais possessões europeias da Coroa espanhola e os territórios ultramarinos?
c) nessa contabilidade incluem-se também as condenações comutadas pela Coroa?
d) e também as condenações à revelia ou "a posteriori" (que tinham por "objecto" acusados já falecidos?
Entretanto, importante é também realçar que o Tribunal da Santa Inquisição, sendo um órgão eclesiástico e composto por clérigos, exercia (em nome e a pedido do poder secular) meras funções jurisdicionais em matérias específicas, cabendo sempre à Coroa a última e decisiva palavra de vida ou de morte.
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