1. “Então Pilatos tomou a Jesus e mandou flagelá-lo” (Jo 19,1). Ó juiz injusto, tu o declaraste inocente e em seguida o condenas a um castigo tão cruel como vergonhoso? Contempla, minha alma, como, depois dessa ordem iníqua, os carrascos se apoderam do Cordeiro divino, conduzem-no ao pretório e o amarram com cordas a uma coluna. Ó cordas bem-aventuradas, vós que prendestes àquela coluna as mãos de meu doce Redentor, prendei também a seu coração divino o meu miserável coração, para que de hoje em diante eu não busque e não queira outra coisa senão o que ele quer.
2. Eis que já tomam nas mãos os azorragues e, dado o sinal, começam a rasgar aquelas carnes sacrossantas de alto a baixo: primeiramente mostram-se lívidas e depois esguicham sangue de todos os pontos. Os azorragues e as mãos dos carrascos já estão tintos de sangue e a própria terra está toda banhada.
Ó Deus, pela violência dos golpes, voam pelos ares não só o sangue, mas até pedaços de carne de Jesus Cristo. Seu corpo divino já está todo dilacerado, mas aqueles bárbaros continuam a acrescentar feridas e feridas, dores a dores. Entretanto, que faz Jesus? Ele não fala, não se lamenta, mas sofre pacientemente aquele horrível tormento para aplicar a justiça divina irada contra nós. “Como um cordeiro sem voz diante do que o tosquia, assim não abriu ele sua boca” (At 8,32).
Corre, minha alma, e lava-te nesse sangue divino. Meu amado Senhor, eu vos vejo todo dilacerado por mim; não posso, pois, duvidar mais de que vós me amais e me amais muito. Cada chaga vossa é uma prova evidente de vosso amor, que com muita razão pede o meu amor.Vós me dais o vosso sangue sem reserva, ó meu Jesus; é justo que eu também vos dê o meu coração sem reserva. Recebei-o, pois, e fazei que eu vos seja sempre fiel.
Ó Deus, pela violência dos golpes, voam pelos ares não só o sangue, mas até pedaços de carne de Jesus Cristo. Seu corpo divino já está todo dilacerado, mas aqueles bárbaros continuam a acrescentar feridas e feridas, dores a dores. Entretanto, que faz Jesus? Ele não fala, não se lamenta, mas sofre pacientemente aquele horrível tormento para aplicar a justiça divina irada contra nós. “Como um cordeiro sem voz diante do que o tosquia, assim não abriu ele sua boca” (At 8,32).
Corre, minha alma, e lava-te nesse sangue divino. Meu amado Senhor, eu vos vejo todo dilacerado por mim; não posso, pois, duvidar mais de que vós me amais e me amais muito. Cada chaga vossa é uma prova evidente de vosso amor, que com muita razão pede o meu amor.Vós me dais o vosso sangue sem reserva, ó meu Jesus; é justo que eu também vos dê o meu coração sem reserva. Recebei-o, pois, e fazei que eu vos seja sempre fiel.
3. Ó Deus, se Jesus Cristo não tivesse sofrido senão um só golpe por meu amor, já deveria abrasar-me de amor por ele, pensando: Um Deus quis ser ferido por mim! Ele, porém, não se contentou com um só golpe, mas, para pagar por meus pecados, quis me lhe fossem dilacerados todos os membros, como já predissera Isaías: “Foi quebrantado por causa de nossos crimes” (Is 53,5), e tornar-se semelhante a um leproso coberto de chagas dos pés até à cabeça: “E nós o julgamos um leproso”(Is 53,4).
Minha alma, enquanto Jesus era flagelado pensava em ti e oferecia a Deus seus acerbos martírios para livrar-te dos flagelos eternos do inferno. Ó Deus de amor, como pude eu viver tantos anos sem vos amar! Ó chagas de Jesus, feri-me de amor para com Deus que tanto me amou. Ó Maria, Mãe da graça, alcançai-me este amor!
Minha alma, enquanto Jesus era flagelado pensava em ti e oferecia a Deus seus acerbos martírios para livrar-te dos flagelos eternos do inferno. Ó Deus de amor, como pude eu viver tantos anos sem vos amar! Ó chagas de Jesus, feri-me de amor para com Deus que tanto me amou. Ó Maria, Mãe da graça, alcançai-me este amor!
Santo Afonso Maria de Ligório
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