quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Vontade, liberdade e pureza de coração

A vontade dos seres criados não está feita para ser livre sendo senhora de si própria; está chamada a conformar-se com a vontade de Deus. Se com ela se conformar por submissão livre, é-lhe dado participar livremente no aperfeiçoamento da criação. Se se recusar a fazê-lo, a criatura livre perde a sua liberdade. 

A vontade do homem mantém o livre arbítrio, mas ele é seduzido pelas coisas deste mundo, que puxam por ele e o empurram em direções que o afastam do desenvolvimento da sua natureza tal como Deus a quis, e da finalidade que ele próprio estabeleceu na sua liberdade original. Para além desta liberdade original, perde a segurança da sua resolução, torna-se vago e indeciso, é importunado por dúvidas e escrúpulos, ou fica endurecido no seu desregramento.

Contra isso, não há outro remédio senão seguir a Cristo, o Filho do homem, que, não só obedecia diretamente ao Pai dos Céus, como também Se submeteu aos homens que para Ele representavam a vontade do Pai. A obediência tal como Deus a quis liberta a nossa vontade escrava de todos os laços com as coisas criadas e devolve-lhe a liberdade. É também o caminho para a pureza do coração. 

Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa in 'Meditação para a festa da Exaltação da Santa Cruz'


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1 comentário:

Alex disse...

Lindo texto! Sou admirador de Edite Stein (nome religioso Teresa Benedita da Cruz!)