domingo, 28 de maio de 2006

Comunhão

Porque hoje é dia do senhor, deixo-vos uma dúvida séria que me surgiu:
É mau comungar na mão?
Será que quando o Padre ou o ministro da comunhão colocam a hóstia na minha mão e eu posteriormente a levo à boca, se perdem algumas partículas, mesmo que invisíveis?
Ou , pelo contrário, trata-se de um acto de acolhimento ainda mais forte que o simples comungar directamente na boca?
Por alguma razão se costumam utilizar bandejas na comunhão, com o objectivo de não se perder um único bocadinho do Corpo de Cristo. Ou não é assim?

blogger

21 comentários:

Duarte 16 disse...

Eu lembro-me de já ter falado nisto e concordar com o Filipe...Agr não sei se foi conversa ao vivo ou no blog... De qqr maneira acho k não há mal nenhum em se comungar na mão. Claro que é preciso ter cuidado, ver se não ficam bocadinhos nas mãos, mas fora isso... Até se vê em muitas igrejas uma campanha à comunhão na mão por questões de higiene, o que faz sentido!

Há também quem ache a Hostia não deve ter a passar "de mão em mão", porque é "sujar" Nosso Senhor. Pois nós também somos sempre indignos por nosso mérito de receber verdadeiramente Nosso Senhor, por isso acho que não é por aí...

Olha, desde que não lambam as mãos do padre, cada um faça como quiser!

Pipos disse...

Eu tou a ganhar técnica e cada vez me lambem menos os dedos... eheh... já sei os truques..

inésia disse...

em 2004 o Papa Bento XVI, então Cardeal Ratzinger, escreveu um livro de normas a considerar no que respeita à Eucaristia. Relativamente a receber a comunhão na mão, o autor diz que é permitida, mas que terá que haver da parte do ministro uma atenção redobrada para garantir que o fiel toma efectivamente a hóstia.
falando de hóstias consagradas, sabiam que desde o Concílio do Varicano II se decretou que a Palavra de Deus tem tanto valor como uma hóstia consagrada? é o documento Dei Verbum (se estiver errada corrijam-me) que confere às duas manifestações divinas esta equidade.
para reflector... escutamos com atenção as leituras na missa? ouvimos a homilia de modo a crescermos na sabedoria da palavra de Deus? então e a nossa Bíblia? onde está? numa prateleira cheia de pó? mas se nos dessem uma hóstia consagrada não lhe daríamos certamente o mesmo tratamento...

inésia disse...

errata: para reflectir

Anónimo disse...

"Tomei e comei" e não "Abri a boca e tende cuidado para não me lamberdes os dedos"
Se quisessemos ser rigorosos podíamos usar as próprias palavras de Cristo como justificação para se comungar na mão porque foi isso que Ele pediu.

Já vivi este dilema. E foi disso que falei, ao vivo, com o Duarte, em Sevilha se não me engano. Durante anos comungava só na boca. As minhas mãos podiam estar sujas e não eram dignas. Mais tarde pensei melhor. É óbvio que as minhas mãos não são dignas, a minha boca também não é, nem a língua nem o estômago. Vou-me esterilizar cada vez que comungo?
Hoje em dia comungo na mão, mas tenho sempre cuidado para ver se não ficam partículas.
Ainda ontem vi uma ministra da comunhão a ir atrás de uma senhora que levava a hóstia com ela, e a pedir-lhe que comungasse diante dela. Claro que é preciso ter cuidado.
Não sou apologista da lógica do "cada um é que sabe de si e faz como quer" é bom haver regras para algumas coisas, mas para isto não me parece que seja necessário complicar.

Francisco X. S. A. d'Aguiar disse...

Eu gosto de receber a sagrada comunhão directamente na boca, que para mim é forma mais humilde de o fazer. Não me faz sentido receber a hóstia na mão para depois ser eu a dar-ma a mim próprio a comungar - faz-me sempre lembrar Napoleão, que recebe (ou tira) a coroa das mãos do Papa Pio VII e coroa-se a si próprio.

Pipos disse...

Cada vez mais acho indiferente a forma de receber a comunhão, na mão ou na boca... o que realmente importa é se nós estamos preparados e dignos para receber Cristo. Existem muitas catequeses a ensinar na mão, outros na boca..para mim tanto faz, desde que sejemos dignos de receber!

Francisco X. S. A. d'Aguiar disse...

Sejamos e não sejemos.

João Silveira disse...

Durante mto tempo comunguei na mão, pq me parecia o mais prático. A uma determinada altura percebi que não queria receber Jesus na minha mão, mas directamente na boca. Claro que nada em mim está puro o suficiente para O receber, mas quanto menos intermediários houver, menor a probablidade de perder nem q seja 1 micrograma da Hóstia.
Já vi, na praça de S.Pedro, o Senhor a passar de mão em mão, para as pessoas q estavam mais atrás comungarem, e não foi uma coisa nada agradável de ver.
Apesar de as duas modalidades de comungar serem aceites, prefiro comungar na boca, por isso o faço. Se fosse indiferente ia alternando...

Senzhugo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Senzhugo disse...

eu costumo comungar na mão, mas tenho estado a pensar nisso. P ex, se calhar devia lembrar-me de lavar as mãos antes de ir para a mesa... do Senhor, ie, antes de ir para a missa.
Mesmo assim, no ofertório pegamos em dinheiro... o que me leva a pensar se não seremos mais cuidadosos às refeições em casa do que na missa.

pguedes disse...

"não é por aí..."

se tivéssemos 1/10 da noção do q nos acontece naquele momento nem tocar-Lhe qt mais recebê-Lo dentro de nós.

Já pensei neste dilema, sei q a Igreja chega mesmo a aconselhar a comunhão na mão. .
Indiferente é capaz de não ser mas a pureza interior é de facto aquilo que temos de ter mais em conta.
"Tomai e recebei..." não de qualquer maneira mas recebamo-Lo da melhor forma possivel.

Duarte 16 disse...

Há uns fins-de-semana atrás tive numa paróquia, e na comunhão achei engraçado, porque o Padre ia dando indicações às pessoas que iam comungar, para lhes ensinar. Há sempre aquelas velhas que esticam só uma mão e "atiram" a Hóstia para a boca, as que recebem nas mãos e depois quase que escondem em conchinha até à boca, as que vão buscar a Hóstia às mãos do Padre...
Ele parava e dizia" assim não!As duas mãos, uma em cima da outra, agora diga Amen, e leve a Hóstia!"eheh, parece rídiculo mas tem de se ensinar, as pessoas não adivinham!

Por causa disso da Ministra que foi atrás da outra para se certificar que comungava lembrei-me de uma história horrivel que me contou uma Ministra (da Comunhão, que eu não falo com estas do PS!). Há vários satânicos que fazem aquelas profanações nos cemitérios, mas há uns que de facto acreditam que a Hóstia é Nosso Senhor, então tentam roubar na comunhão para depois profanar - gravissima heresia...
Então ela contou que foi um comungar, com as mãos, e ela achou estranho pq ele virou-se e começou a andar e levou a Hóstia à boca de uma maneira estranha. Foi atrás dele até a porta da Igreja e disse-lhe para comungar à frente dela. Ele disse que já tinha comungado, mas ela insistiu. Reparou que tinha a mão fechada. Lá o obrigou a abrir e ele tinha meia Hóstia. O que aconteceu foi que mal recebeu na mão a Hóstia, com um passe de ilusionismo partiu com a mão a Hóstia em dois e só comungou metade. O resto era para o sacrilégio. Lá o obrigou a comungar tudo e não sei o que se passou mais. Assustador, nao?

Laura disse...

eu aprendi a comungar na mao. lembro-me do prior da minha paroquia nos ensinar como se devia colocar as mãos. depois também desde pequena q ouvi a minha avo contar a historia de um padre amigo que se"queixava" de ficar todo lambuzado e acho q foi aí que entrou a minha veia "nojentinha": quantas pessoas antes de mim ja teriam lambuzado as maos do ministro da comunhao??grrr por isso posso dizer que é um bocado or ser picuinhas que comungo na mao e também para não ser mais uma a lambuzar os dedos que quem me dá a comunhão.
Mas acho q o essencial é se devemos ou não receber!

Duarte 16 disse...

eu acho que devemos! Mas se calhar tou a ser um bocado conservador...

Pipos disse...

quando disse indiferente, n foi no sentido que depois quiseram fazer passar, como é obvio...

João Silveira disse...

Ainda não tive oportunidade de lambuzar os dedos do pipos...

Senzhugo disse...

fui à procura e... voilà.

mas deixo aqui e agora:
IV – A Santa Comunhão.

O acto penitencial do inicio da Missa «está desprovido de eficácia do Sacramento da Penitência» e quanto aos pecados graves não substitui esse sacramento.

Estando consciente de estar em pecado grave, não se deve celebrar nem comungar sem ter feito antes a Confissão Sacramental, a não ser que haja uma razão grave e falte a oportunidade de se confessar; neste caso, é necessário um acto de contrição perfeita, que inclui o propósito de confessar-se quanto antes.

A Primeira Comunhão das crianças deve estar sempre antecedida da Confissão Sacramental e da absolvição. Deve ser sempre administrada por um sacerdote e nunca fora da celebração da Missa.

O sacerdote não deve prosseguir a Missa até depois de terminada a Comunhão dos fiéis.

Apenas onde a necessidade o requeira, os ministros extraordinários podem ajudar o sacerdote celebrante a distribuir a Comunhão.

Pode-se comungar de joelhos ou de pé, segundo o estabeleça a Conferência Episcopal.

Os fiéis tem sempre direito a eleger se desejam receber a Comunhão na boca, mas se quem vai comungar quer receber o Sacramento na mão deve dar-se-lhe a sagrada hóstia, procurando que comungue imediatamente.

Se existe perigo de profanação, o sacerdote não deve distribuir aos fiéis a Comunhão na mão

É necessário que se mantenha o uso da patena para a Comunhão dos fiéis, para evitar que a hóstia ou algum fragmento caia.

Os fiéis não devem tomar a hóstia consagrada nem o cálice sagrado por si mesmos, e muito menos, passa-los entre si de mão em mão.

Os noivos, na Missa nupcial, não devem distribuir um ao outro a Sagrada Comunhão.

Para administrar aos leigos a Comunhão sob as duas espécies, se devem ter em conta, convenientemente, as circunstâncias, que deve julgar em primeiro lugar o Bispo diocesano.

Deve excluir-se totalmente a administração da Comunhão sob as duas espécies quando exista perigo, por mínimo que seja, de profanação.

Não se permite que o comungante molhe por si mesmo a hóstia no cálice, nem receba na mão a hóstia molhada.

João Silveira disse...

Este último parágrafo tem muito q se lhe diga...quase nunca é respeitado pelos srs padres

inésia disse...

é exactamente isto que consta no livro q o meu casal de pilotagem nos mostrou

Anónimo disse...

Passou-se um história engraçada no encontro em Sevilha. Numa das missas em que tinhamos comungado assim, colocando por nós mesmos a hóstia no cálice, o canadiano JP veio falar comigo e disse que tinha pensado em não comungar.
Quando lhe perguntei porquê, ele respondeu que o que tínhamos feito era contra o direito canónico. No entanto, ele tinha considerado que devia comungar à mesma e lembrou a primeira e principal lei do direito canónico "Onde está em perigo uma alma, não existe direito canónico" ou seja, as leis foram feitas para os homens e não os homens para as leis.
Isto não é uma carta branca para todos os abusos, apenas uma lembrança. Julgo que em situações em que existe confiança, em que se sabe que todos estão presentes com respeito e coração puro, podem-se "esquecer" certas regras que existem precisamente para precaver contra as pessoas que não sabem ou são mal intencionadas.

Há outra coisa que me faz confusão, por exemplo. A insistência em usar ministros da comunhão quando manifestamente não é necessário... e digo isto sendo ministro da comunhão.
Acho mal que peça ministros da comunhão apenas para "despachar"... mas isso também acontece.