John, oriundo de Cartum, onde os cristãos representam uma minoria discriminada, descreve o que a participação nas JMJ significou para ele e para os jovens que o acompanharam: “Percebemos que não estamos sozinhos no mundo, mas que fazemos parte deste maravilhoso encontro que transpõe as fronteiras geográficas”. E Lona (27 anos), oriunda de Juba (Sudão do Sul), acrescenta: “Pude comprovar que a nossa fé católica é muito sólida e que a vida sem Cristo é inútil”.
As nove dioceses sudanesas prepararam-se para as JMJ em Madrid durante três anos, através da oração e de actividades comunitárias. Este ano, graças ao apoio da AIS, trinta e seis jovens de todas as dioceses do país participam nas JMJ. O Pe. Santino Mourino Morokomomo, coordenador para as JMJ no Sudão, afirmou: “Os bispos estão totalmente convencidos que as JMJ ajudarão os nossos jovens a serem cristãos mais comprometidos e empenhados, e a manter a fé sem vacilar perante os desafios actuais.”
Em relação ao processo de paz e à vida social no Sudão e em África, a Igreja desempenha um papel importante. O Bispo Eduardo Hiiboro Kussala da Diocese de Tombura Yambio (Sudão do Sul) explicou à AIS que a Igreja “ajudou durante várias gerações milhares de sudaneses, enquanto as organizações internacionais iam e vinham”. Na sua opinião, “a Igreja nativa partilhou as esperanças e o sofrimento do povo, e deu voz aos que frequentemente a não têm”.
Agora é o momento de olhar para o futuro e de fazer realidade o segundo lema das JMJ do ano 2011: “Enraizados e edificados em Cristo Jesus, firmes na fé” (Cl 2,7). A preparação dos jovens sudaneses nas JMJ em Madrid procura alcançar este objectivo. Não é certo que no Sudão continue a reinar a paz, pois ainda se receia o desencadear de uma nova guerra e também o destino da minoria cristã do Norte é incerto. Antes do referendo de dia 9 de Janeiro do presente ano, vários políticos ameaçaram que a situação dos cristãos do Suão do Norte pioraria se o resultado do referendo fosse a favor da independência. Em todo o Sudão, os crentes rezaram durante os 100 dias anteriores para que o referendo decorresse pacificamente e, sem dúvida, o facto de a situação continuar a ser relativamente tranquila também se deve a isso.
Este momento crucial da história do Sudão exige que as pessoas sejam firmes e que estejam dispostas a avançar no período pós-reconciliação. Por esta razão, a AIS contribuiu com 35.000 € para que os jovens aprendam nas JMJ que todos os seres humanos são um só. Levarão esta experiência de regresso a casa, onde a partilharão com as suas comunidades. Trata-se de um investimento na juventude, em cujas mãos está o destino do país, e também de uma contribuição para que as campanhas de alegria do dia 9 de Julho não se transformem em campanhas de luto.
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