A propósito de uma efeméride significativa do seu longo pontificado, o
Beato João Paulo II foi confrontado com as impressionantes estatísticas
relativas ao seu ministério petrino. Eram às dezenas as suas encíclicas,
às centenas os países visitados, aos milhares os fiéis que tinha
recebido e aos milhões os quilómetros percorridos na ânsia de levar a
todo o mundo, literalmente, a Boa Nova do Evangelho. Qualquer um se
poderia ter sentido ufano ante aqueles resultados, que atestavam, com
rigor matemático, um imenso trabalho. Qualquer pessoa teria ficado
satisfeita por um tão positivo saldo.
Contudo, o Papa Wojtyla não se impressionou com a grandeza dos números, nem se deixou seduzir pela magnanimidade da obra realizada. E, por isso, num murmúrio, que mais parecia uma oração, interrogou-se: “Sim, é verdade tudo isso, mas… Terei eu amado o bastante?!” Esse seu comentário humilde fazia eco, sem dúvida, ao ensinamento paulino: “Ainda que eu tivesse o dom da profecia e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e tivesse toda a fé, até ao ponto de transportar montanhas, se não tiver amor, não serei nada” (1Cor 13, 2).
Contudo, o Papa Wojtyla não se impressionou com a grandeza dos números, nem se deixou seduzir pela magnanimidade da obra realizada. E, por isso, num murmúrio, que mais parecia uma oração, interrogou-se: “Sim, é verdade tudo isso, mas… Terei eu amado o bastante?!” Esse seu comentário humilde fazia eco, sem dúvida, ao ensinamento paulino: “Ainda que eu tivesse o dom da profecia e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e tivesse toda a fé, até ao ponto de transportar montanhas, se não tiver amor, não serei nada” (1Cor 13, 2).
A única realidade verdadeiramente importante, a
única que de nós depende e da qual depende a nossa salvação, é a
caridade. Não o amor que os outros nos têm, mas o que nós damos, ou não,
àqueles que são o nosso próximo, ou seja, o nosso caminho para o céu.
Santo Agostinho dizia: “Pondus meus, amor meus”, isto é, valho o que
amo, porque cada um de nós não vale o que vale o seu dinheiro, a sua
saúde, o seu poder ou a sua inteligência, mas o seu amor. “Ainda que
distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres e entregasse o
meu corpo às chamas, se não tiver caridade, não valho nada” (1Cor 13,
3).
O ano novo só será bom se for, efectivamente, um tempo vivido na graça
d’ Aquele que, sendo Deus, é, sobretudo, amor. Santo e feliz 2013!
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