domingo, 10 de fevereiro de 2013

O Leccionário da Santa Missa: Um ano ou três anos?


De uma leitora do Canterbury Tales chamada Keri:
Eu tenho uma questão para si com respeito à Missa em Latim [a antiga]. Uma vez um sacerdote disse-me numa cadeira de sacramentos de nível universitário que as leituras da Escritura na Missa em Latim apenas cobrem 17% ou parecido do Novo Testamento, ao contrário das leituras do Novus Ordo que cobrem cerca de 90% do Novo Testamento e muito mais do Antigo Testamento do que se cobria na Missa em Latim.

Isto é verdade? Ou as leituras da Missa em Latim também foram "actualizadas"? Ou é uma confusão?
Keri, esta é uma boa pergunta. Sim, são lidos mais versículos da Bíblia no novo (Novus Ordo) leccionários do que no antigo. Muitos assumem que dado que o novo leccionário tem mais versículos da Bíblia, é melhor. Eu costumava concordar com isto e usava-o como um ponto de vantagem para a Nova Missa.

Espero que não me achem grosseiro, mas já não penso que "quanto mais Bíblia melhor é a Missa" seja um argumento satisfatório. Por exemplo, será que os Católicos em 2012 conhecem melhor a Bíblia que os Católicos de 1912? Eu argumento que os Católicos de 1912 conheciam melhor a Bíblia - mesmo com o seu pequeno leccionário de leituras.

Devemos perguntar, qual é o propósito do Santo Sacrifício da Missa? As leituras deviam enaltecer algo para o dia, especialmente se é uma festa especial ou um dia de um santo.

O Santo Sacrifício da Missa contém Escritura, mas não é na sua essência um estudo da Bíblia e a Igreja nunca disse que a Missa era a altura onde se devia percorrer a Bíblia inteira. Originalmente, era o Ofício Divino que servia este propósito. O que vimos foi uma expansão de leituras da Bíblia na Santa Missa e a diminuição das leituras da Bíblia na Liturgia das Horas/Ofício Divino. O debate sobre o leccionário devia ter sempre em conta a liturgia pública completa... que inclui o ciclo do Ofício Divino.

Estas são apenas algumas ideias. Estejam à vontade para discordar de mim. Eu leio a Bíblia por mim (100%) e aprecio os textos mais breves mas especialmente seleccionados para os dias de festa do rito antigo. Mais uma vez, são apenas as minhas preferências, mas eu submeto-me alegremente ao que quer que a Santa Mãe Igreja me diga para fazer. Ela é a arca da salvação e o Papa é o Vigário de Cristo. O meu dever é ouvir humildemente e esperar pelo Céu. Obrigado pela grande questão. by Taylor Marshall

Ps: Espero escrever um post sobre o aspecto de oblação das leituras da Missa no futuro. As leituras são, em certo sentido, lidas de volta para Deus. Isto soa estranho aos ouvidos modernos, mas é certamente algo assumido no rito antigo.


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1 comentário:

Marco da Vinha disse...

Exactamente - as leituras são primeiramente oblação, e só depois pedagógicas. Daí elas serem cantadas. Fazendo uma analogia, tal como na Missa do Fiéis se oferece o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de NSJC, na Missa dos Catcumenos é oferecido a Palavra. A Missa é, grosso modo, a nossa maneira de devolver a Deus aquilo de mais precioso Ele nos dá.

Relativamente ao leccionário, sei que na Sinagoga tinha um ciclo trienal para a leitura penso que dos Profetas. Não sei se certos ritos Latinos não-Romanos também tinham um ciclo trienal (Mozábare, por exemplo).