quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Obrigada! - Catarina de Nicolau Campos

Sou Católica. Assim como sou Catarina, como sou eu. Aliás, fui Catarina ao mesmo tempo que me tornei católica. A pertença à Igreja Católica é a consequência natural da consciência de que sou filha de Deus, e por isso é indissociável de mim. Os Papas são a cabeça da Igreja, são Cristo na Terra, e por isso tenho-lhes muito amor. Até agora, conheci dois.

O primeiro, João Paulo II. Tive a graça de, com 9 anos, estar com ele no altar da Capelinha das Aparições, em Fátima, na Canonização dos Pastorinhos. Senti a sua presença, senti o seu toque, o seu sorriso! Assim, lado a lado. Marcou-me profundamente. Comecei a amar o Papa nesse dia, 12 de Maio de 2000. Ainda assim, não fazia ideia de como iria mudar a minha vida esse e os sucessivos encontros que fui e vou tendo com o Beato João Paulo II, nomeadamente através da Teologia do Corpo e de todo o legado que nos deixou. O seu período final de vida na Terra, a sua doença, morte, o período de Sé vacante e depois a eleição de Joseph Ratzinger, por quem já tinha muito carinho, foi vivido com muitíssima intensidade.

Lembro-me de pensar vezes sem conta como um homem só fazia parar o mundo: travou o comunismo, ele mesmo vindo de um país de leste, era admirado e amado por todos; ninguém lhe era indiferente. Percebi que o seu motor era o Amor, e quem ama assim, como ele amou, também não deixa ninguém indiferente. Com o Papa Bento, recém-eleito, tive as primeiras Jornadas Mundiais da Juventude e comecei as peregrinações bi-anuais a Roma, para estar com o Santo Padre, com o amor de uma filha. Porque é exactamente assim: somos uma Família, muito grande. Uma Família cuja cabeça é Cristo, que morreu por nós. Não é figurativo, não é uma força de expressão, é a realidade. Hoje à noite sonhei que o Papa vinha a Portugal. Que o esperávamos numa sala, e que, quando chegou a Cúria Romana, no fim do cortejo de bispos e sacerdotes, o Papa era outro. Um sonho incómodo, que me esforcei por esquecer.

Agora, as notícias. Que o nosso querido Papa vai resignar. Propôs-se a ser um humilde servo na vinha do Senhor. Tem sido o mais humilde e o melhor de todos os servos. É para ele que todos os outros olham. E, por isso, te agradecemos, Santo Padre! Este ano, a Quaresma começou 2 dias antes.

A tristeza, o choro, o sentimento de perda ou de vazio é inevitável: é uma despedida, vamos ficar sem Chefe de Família, sem o nosso Amor, e uma casa assim está sempre incompleta, ainda que temporariamente.
Na certeza de que Deus olha por e para nós a cada instante e virá um novo chefe.

Vale sempre a pena recordar que o Espírito Santo actua de modo especial nesta nova escolha, e por essa razão, não devem ter lugar medos, aflições, receios, desespero.A vitória já é nossa.
Neste Ano da Fé e, em especial, no dia de hoje, que nos ocorram estas frases nos lábios e nos corações:

"Creio, creio creio!
Na Igreja Una
   Santa
Católica
Apostólica"

VIVA O PAPA!!!


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